quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

TEMOS MESMO LIVRE ARBÍTRIO?

Uma teoria teológica que predomina no meio cristão é a teoria do livre arbítrio, também conhecida como arminianismo. O arminianismo é uma teoria teológica surgida na Holanda por Tiago Armínio 1560-1609. Portanto como disse a maioria da cristandade é arminiana. Para os defensores do livre arbítrio esta questão está vinculada a todas as esferas de sua existência, ou seja, o livre arbítrio faz parte integral de todos os aspectos da vida, quer seja a vida física ou espiritual; ensinado também que nós podemos escolher ser ou não salvos. Seria isso uma realidade? será que somos realmente livres para escolher? primeiramente precisamos definir o que seria livre arbítrio. Arbítrio significa, resolução que depende somente da própria vontade, o que nos leva a conclusão de que livre arbítrio determina a decisão livre sob os auspícios da vontade livre, conscientemente sem vícios e opcional sem influências. Isto aqui é o verdadeiro livre arbítrio, onde o individuo deve agir conscientemente sem vícios ou inclinações sem sofrer qualquer tipo de influência, quer seja interna de sua própria mente, ou do lado externo, mundo que o rodeia. Infelizmente esta não é a realidade humana. O homem é livre para agir a partir de seus impulsos e desejos, mas não é livre para agir contra eles. Seguindo este pensamento nós chegamos a conclusão que o homem não têm uma escolha livre, por exemplo: o que nos levará a escolhermos o azul ao invés do vermelho? logicamente a preferência e o gosto pela cor azul, não foi uma escolha livre, mais sim pela influência que sofremos internamente que fez com que rejeitássemos o vermelho, vale salientar que na sua maioria a influência que recebemos é imperceptível, deste modo concluímos que a escolha pelo azul não foi livre mais sim influenciada ou causada. Esta é a realidade de nossas vidas, todas as alegrias e decepções que temos no decorrer da mesma é resultado de escolhas que não são livres. Embora sejamos "livres" para escolhermos por nós mesmos, não somos livres para escolhermos as consequência de nossas ações. O homem só teria realmente o livre arbítrio se ele fosse isento de paixões e influências e também teria que conhecer o futuro, para que o resultado de suas escolhas a curto e a longo prazo fosse objetiva e sem arrependimentos, neste caso podemos dizer que só Deus têm o verdadeiro livre arbítrio. Desde a mais simples até a mais ousada escolha humana na sua grande maioria o resultado é a frustração. E se existem frustrações no campo meramente físico, o que podemos esperar de nossas escolhas que envolve a questão espiritual, principalmente no que diz respeito a salvação? o arminianismo defende que nós podemos escolher ou não a Deus, aceitar ou rejeitar a salvação. O texto chave a qual está montada a teoria teológica arminiana é gênesis 3:1-6. O fato de Deus não ter impedido fisicamente a Eva de tomar do fruto da árvore da ciência do bem e do mal e come-lo, não significa que ela o fez baseada no livre arbítrio, citarei quatro exemplos dentro deste episódio que joga por terra este pensamento. 1º. Eva estava ciente da ordem dada por Deus, em outras palavras ela havia sido orientada ou influenciada a não comer. 2º. A serpente (Satanás) fez o oposto, influenciou ela a comer do fruto. 3º. Eva foi influenciada por sua própria visão. 4º. Ela decidiu a comer, porém não sabia qual seria o resultado de sua ação, as três influências sobre Eva, mais a incerteza que pairava na sua mente, fez com que este ato desastroso não fosse livre. Outro texto utilizado pelos defensores do livre arbítrio se encontra em Deut. 30:15 -19. Aqui Deus propôs a vida e a morte, a bênção e a maldição, lamentavelmente o povo de Israel a despeito de ouvirem e serem influenciados por Deus, por meio de seus profetas, seguiram a influência de outros povos, para seguirem seus deuses. E o cativeiro muitas das vezes foi o resultado dessa inclinação. Alguém poderá dizer, eles escolheram seguir os ídolos, não escolheram? quem em sã consciência escolheria o mal rejeitando o bem?(1) ou tal indivíduo não conhece o resultado de suas ações, (2) foi influenciado a cometer determinado ato, (3) agiu por impulso ou por paixão. Em todos os casos relacionados a escolha não foi livre, pois as causas de suas ações foram variadas e indeterminadas. Alguns textos bíblicos que nos mostram que as nossas escolhas não são livres, muito menos no âmbito espiritual. João 8:36. Se somos livres, em que Jesus veio nos libertar? Paulo disse que desejaria ser separado de Cristo por amor aos seus compatriotas, segundo a carne. Porque Paulo não usou do seu livre arbítrio? ROM. 7:23-25. Vemos nestes versos que, quer queiramos ou não nós não temos uma escolha livre, em outras palavras não temos livre arbítrio, ou somos servos (doulos = escravos) do pecado ou doulos de Deus, única diferença é que sendo servos de Deus não seremos escravos do pecado. Em ambos os casos seremos influenciados, e o resultado de nossas ações serão consequências dessas influências, a diferença das influências e consequências, está relatado em ROM.6:23.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Jesus morreu mesmo? O que significa ser enviado no conceito bíblico?

Segundo a principal doutrina da cristandade, a doutrina da trindade que foi instituída após o concilio de Nicéia 325 dC. e Constantinopla 381 dC. é definida da seguinte forma: há um Deus em três pessoas, o pai é Deus o filho é Deus e o Espírito Santo é Deus, é dito ainda que as três pessoas que formam a divindade são co-iguais e co-eternas. Contudo, segundo os teólogos trinitarianos eles não são três deuses. Sem entrar no mérito da questão matemática o objetivo é encontrar na bíblia, devida coerência para tal argumento, pois para manter válido o dogma trinitariano é necessário este passar pelo crivo bíblico.

Sendo assim, nenhum destes pontos que perfazem a totalidade da doutrina podem se contradizer. A palavra co-igual significa que duas ou mais pessoas são idênticas, sem nenhuma distinção, e igualmente a palavra co-eterno, deve significar que duas ou mais pessoas têm a mesma idade e que nunca morrerão. Segundo a teologia trinitariana, as três pessoas que formam a divindade nunca nasceram, ou seja, são pré-existente, têm a mesma idade e não existe hierarquia ou autoridade sobre o outro membro, também são co-iguais, e nenhum deles pode morrer, visto serem co-eternos.

Se analisarmos a bíblia sem mesmo utilizarmos à lógica, por si só veremos uma grande incoerência nestas afirmações, tais afirmações entrarão em conflito com vários textos bíblicos, e que naturalmente irão violar de forma direta a doutrina. Por exemplo: Para os teólogos trinitarianos, Jesus assumiu um papel funcional, ou seja, filho de Deus é apenas um título a palavra filho é apenas uma metáfora. Caso fosse diferente como ficaria a definição co-iguais?

Bem, acredito que a palavra filho aplicada a Jesus não defina mesmo uma literalidade, mas não como querem os trinitarianos. Para o judeu do AT. A noção de filiação não significava uma literalidade, em outras palavras para se tornar filho de Deus e exercer uma função significativa a pessoa deveria ser ungida com óleo. Ex. 28. 41 E, com isso, vestirás Arão, teu irmão, bem como seus filhos; e os ungirás, e consagrarás, e santificarás, para que me oficiem como sacerdotes.”

Lv. 8. 12 Depois, derramou do óleo da unção sobre a cabeça de Arão e ungiu-o, para consagrá-lo.” O mesmo era feito com o rei em ocasião de sua investidura. 2ª Sm. 5. 3 “Assim, pois, todos os anciãos de Israel vieram ter com o rei, em Hebrom; e o rei Davi fez com eles aliança em Hebrom, perante o Senhor. Ungiram Davi rei sobre Israel.”  2ª Sm. 7. 14Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; se vier a transgredir, castigá-lo-ei com varas de homens e com açoites de filhos de homens.”

1ª Cr. 22. 10 Este edificará casa ao meu nome; ele me será por filho, e eu lhe serei por pai.”  A unção com o azeite sagrado, ao mesmo tempo em que estabelecia um vinculo particular entre Deus e o “ungido”, significava a consagração formal para o desempenho de um cargo ou função, e assim aquele escolhido tornava-se filho de Deus. E isso ocorreu com Jesus, Lc. 4. 18 O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos.”

Jo. 3. 34 Pois o enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medida.” O mesmo problema é encontrado para se defender a definição de co-eterno, segundo os teólogos trinitarianos Jesus morreu apenas no contexto do pecado ou aqui na terra, ou seja, apenas a parte humana de Jesus foi que morreu na cruz, a sua natureza divina não morreu, Deus não pode morrer, argumentam. Isso na verdade foge não só da realidade bíblica como também da realidade humana e contrastando com o relato bíblico cria-se um problema imenso para a doutrina. Os textos bíblicos que passaremos a ler nada falam de uma morte parcial de Jesus. At. 2. 32 “Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas” At. 5. 30 “O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro”.

Rm. 6. 4 “De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do pai, assim andemos nós também em novidade de vida”. Estes e outros versos vêm contradizer duas falácias, (1) de que Jesus morreu parcialmente (2) de que ressurgiu por si próprio. Assim sendo estes textos violam diretamente a questão da imortalidade, Deus não morre. 1ª Tm. 1. 17 “Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível ao único Deus seja honra e glória para todo sempre”.

A afirmação trinitariana de co-eternidade vai contra o texto bíblico, pois afirmam que Jesus morreu apenas de forma parcial, e que também ele não nasceu, Gl. 4. 4 “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”. A palavra enviou para a teologia trinitariana, no que se refere a Jesus, significa que ele assumiu uma forma humana e foi enviado do céu pelo pai, isto é, pai para a doutrina trinitária também é uma questão de funcionalidade dentro da esfera criada.

Em outras palavras Deus assumiu na sua forma trina ou assumiram, um papel no que diz respeito ao plano da salvação. Para eles Deus não enviou a Jesus, mas o próprio Jesus se auto enviou após se esvaziar de sua divindade, tudo aquilo que diz o texto bíblico só serve como interpretação para as mentes humanas finitas. No meu ponto de vista Deus enviou sim a Jesus, não do céu de uma forma literal, mas como forma de missão.

Ez. 2. 4 “Os filhos são de duro semblante e obstinados de coração; eu te envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus.” Lc. 9. 2 Também os enviou a pregar o reino de Deus e a curar os enfermos”. Jo. 1. 6 Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João.” No que diz respeito a enviar estas e muitas outras passagens nos demonstram que a linguagem bíblica literal significa ter uma missão, seja de convite, repreensão, salvação e de rejeição e etc. Quando é dito que Jesus enviou os discípulos o que entendemos? Uma missão terrena, lógico, e quando diz que Deus enviou Jesus, porque devemos crer que foi do céu.

Não significa que o enviado deva estar no céu ou em algum lugar oculto, quando é dito que Jesus foi enviado por Deus significa que ele foi comissionado, por outro lado também a bíblia nunca disse que Deus de uma forma alegórica enviou Jesus do céu, muito menos nos diz que Jesus se auto enviou. A forma de ser comissionado a algo quer seja Jesus, João Batista, os apóstolos ou mesmo os profetas foi uma descrição bíblica literal, alguém estava sendo enviado aqui na terra, não de um mundo longínquo e de uma forma extra humana.