segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Vamos morar no céu?

Quando se pergunta: onde os salvos irão morar? a resposta geralmente é, no céu, ou, não importa onde seja, quer seja no céu ou mesmo na terra, o importante é ser salvo. Para a questão da salvação esta afirmativa é uma realidade, porém, para a questão bíblica doutrinária e para o cumprimento profético faz muita diferença. O objetivo deste estudo é fazermos desapaixonadamente uma análise dos textos bíblicos que parecem confirmar a morada no céu. E dentre eles estão: João. 14:1 a 3. Será que Jesus quis dizer que iria para o céu preparar um lugar para que possamos futuramente ir morar? se contrastarmos esta declaração com o que está escrito em hebreus. 11:16. nós veremos que Deus já preparou este lugar ou esta cidade, o fato é que nós é que precisamos ser preparados para adentrarmos nesta cidade, e não a cidade ser preparada para nos receber. Outro fato importante é que Jesus em momento algum disse que nos levaria para o céu, Jesus disse: voltarei e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver, estejais vós também. A interpretação de que Jesus nos levará para o céu é completamente tendenciosa. I Tessal. 4:15 a 17. O fato da bíblia dizer que após a ressurreição dos salvos encontraremos com Jesus nos ares, não significa que iremos para o céu, pelo contrário a bíblia diz que Jesus descerá do céu, não diz que ele voltará ou subirá com os salvos para o céu. Fil. 3:20. Este é um outro texto que os teólogos adoram utilizar para dar suporte a doutrina da morada no céu, só que ao analisarmos o texto, claramente veremos que não existe nenhum apoio bíblico para tal afirmação, ao contrário, diz que nós aguardamos a cidade, assim como aguardamos a Cristo, pois ambos virão do céu. Heb. 11:13 a 16. Uma coisa é dizer que a cidade, o reino de Cristo, a pátria celestial que os heróis da fé almejavam e que nós almejamos é de origem celeste, outra bem diferente é dizer o que a bíblia não diz, que todos os salvos irão para o céu habitar nesta cidade. Apoc. 7: 9 a 11. Vivemos em um mundo ausente da face de Deus e do próprio Cristo, quando lemos estes versos logo associamos que tal acontecimento se dará no céu, pois para a nossa mente finita não conseguimos assimilar Deus habitando conosco literalmente neste planeta. Nós nunca perguntamos: o céu é um lugar, ou um estado de existência? na verdade nós nos esquecemos que a bíblia afirma que Deus e Cristo habitarão conosco aqui nesta terra e estes versos nos confirma isto. Mat.5:8. Apoc. 21:3. E Enoque não está no céu? Gên. 5:21 a 24. Apesar dos textos bíblicos dizerem esta verdade nada diz do lugar para onde ele foi, ou seja, diz que Deus o tomou para si, no verso 23 diz que os dias que Enoque viveu foram 365 anos. Igualmente aconteceu no episódio de Elias. Não nos é dito o lugar para onde eles foram, a teologia foi que se encarregou de coloca-los no céu. ( Sobre onde estão: Enoque, Moisés, e Elias, Falaremos mais detalhadamente em um outro assunto, aguardem.) Mat. 17: 1 a 13. Será que Moisés e Elias apareceram literalmente no monte da transfiguração, ou foi apenas uma visão que tiveram os discípulos? se apareceram literalmente, por que Enoque esteve ausente? será que este fato ocorrido, ou seja, a transfiguração de Jesus não seria uma representação do reino messiânico de Cristo, confirmando o que ele havia dito uma semana antes? Marcos. 9: 2 a 8. O verso seis nos diz que os discípulos não sabiam que estavam dizendo. Judas verso 9. Se crermos que o Diabo estava disputando o corpo de Moisés para levá-lo naquele instante, nós teremos que aceitar a "doutrina" do tormento eterno, pois para onde Moisés seria levado? ele estavam disputando não para levá-lo instantaneamente, mais sim como aquisição. Outro fato que nós devemos de atentar: Jesus sempre falou no reino dos céus, disse que os salvos possuirão o reino dos céus, porém, nós devemos de entender que possuir o reino dos céus é completamente diferente de possuir o reino no céu. Que o reino que em breve será implantado é de origem celestial isso é ponto pacífico. 

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Imortalidade da alma e moradas no céu.



A maioria das denominações cristãs creem e ensinam sobre a morada no céu, existem várias interpretações que são dadas pelas denominações cristãs com respeito a este assunto, por exemplo: a igreja católica ensina que a alma é imortal. Esta crença é descrita da seguinte maneira. Depois da morte do justo, a alma é separada do corpo, ela é julgada por Deus e goza de sua presença até o fim do mundo, quando será reunida ao corpo agora ressuscitado, para então ficar eternamente com Deus.

Na realidade, este não é um pensamento somente da igreja católica romana, mais sim de quase todas as denominações cristãs oriundas da reforma protestante, este pensamento é comummente chamado de imortalidade da alma e morada no céu. Poucas são as denominações cristãs que não creem na imortalidade natural do ser humano, porém para não destoar muito do pensamento cristão ortodoxo, algumas denominações ensinam que o homem irá para o céu somente no retorno de Cristo e lá com ele ficara por mil anos, outras ensinam que ficara no céu por três anos e meio outras ensinam que serão sete anos e outras que ficarão no céu por toda a eternidade.

Essas denominações negam a imortalidade da alma, porém, aceitam a morada no céu. De onde surgiu este ensinamento, será ele genuinamente bíblico? A doutrina da imortalidade da alma não é bíblica, pelo contrário contraria grandemente as declarações bíblicas, e entre elas estão: Ec. 9. 5-6 e 10 “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”.

Ec. 12. 7 “E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”. Este verso é amplamente utilizado como intuito de consolidar a crença da imortalidade da alma, só que a palavra espírito deste verso tem o mesmo significado do verso encontrado em Ec. 3. 19 – 21 "Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade. Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó. Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra?”

Esta palavra é Ruach que é a mesma palavra encontrada em Gn. 2. 7 “ E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” A palavra espírito destes versos significa vento, fôlego, sopro, hálito, e mente, não está se referindo aqui a uma entidade desencarnada. O que volta para Deus é a vida que está no homem, vida esta que pode ser resumida como aquilo que nos conscientiza,
algo que é de propriedade de Deus e que naturalmente volta para Ele.

Quando a teoria da imortalidade da alma teve início? Gn. 3. 4 “Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.” Percebe-se por este verso que a tendência e a vocação de viver eternamente sempre esteve presente na história humana, os povos antigos sempre acreditaram na vida após a morte, mas a influência sobre os judeus só tomou vulto a partir do domínio grego. 

Após disseminação da cultura helênica, alguns judeus passaram a crer na imortalidade da alma, tanto que nos dias de Jesus os próprios discípulos já estavam contaminados com essa teoria. Mt. 14. 25-26 “ Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, andando
por cima do mar. E os discípulos, vendo-o andando sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram com medo.” Reparem que eles tiveram medo de fantasmas, os fantasmas só causam pavor em quem acredita neles e só se acredita em fantasmas aqueles
que são influenciados por tradições e crendices.

Lc. 24. 36-37 “E falando eles destas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco. E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito.” Percebe-se a influência das tradições e crenças gregas no meio judaico. Segundo o ensinamento cristão pós 4º século parte do ser humano sobrevive a morte, mas o que os textos bíblicos nos dizem: Mc. 12. 25 “Porquanto, quando ressuscitarem dentre os mortos, nem casarão, nem se darão em casamento, mas serão como os anjos que estão nos
céus.”

Baseado no ensinamento cristão, não seria mais preciso o verso dizer que aqueles que se encontram no céu são como Anjos? O problema para se sustentar este dogma se encontra em dizer que isso se dará após a ressurreição, não existe uma declaração na bíblia dizendo que o corpo está morto e de que a alma esteja viva no céu, são apenas conceitos e dogmas. Jo. 5. 28 “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.” 

O verso nos mostra que Jesus cria e ensinava a ressurreição dos mortos, segundo o ensinamento das escrituras, isto é dos livros que perfazem o AT. e não na imortalidade da alma segundo a filosofia grega. O que ensinou o apostolo Paulo? 1ª Co. 15. 51-52 “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.” 

Segundo a enciclopédia britânica, a partir do segundo século os cristãos que tinham conhecimento da filosofia grega, passaram a sentir necessidade de expressar sua fé por meio da filosofia, tanto para sua satisfação pessoal, como para converter pagãos instruídos. A filosofia que mais lhes atraía era o platonismo, e em meio a isso os pais da igreja que na sua grande maioria tinham um grande conhecimento da filosofia grega, também criam e ensinavam a crença da imortalidade da alma. 

No segundo século Irineu de Lion, diferenciou o paraíso do céu, disse ele: somente os dignos de valores herdariam o céu, enquanto que outros habitariam o paraíso, e os demais viveriam na Jerusalém restaurada. Este pensamento da imortalidade da alma que não é bíblico, deu margem para a doutrina da morada no céu, tanto é assim que dentro da própria doutrina da morada no céu existem divergências no seu aspecto teológico.

Por exemplo: algumas denominações religiosas ensinam que após a morte a alma vai para o céu, é o ensinamento da imortalidade da alma, outras denominações ensinam que no retorno de Cristo os salvos ressuscitarão e irão para o céu e lá viverão com Cristo por três anos e meio, outras ensinam que por sete anos, outras por mil anos e por fim outras ensinam que viverão por toda a eternidade. A doutrina da imortalidade da alma não tem apoio bíblico, e a doutrina da morada no céu só foi possível graças a doutrina da imortalidade da alma, e para ambas as doutrinas são utilizados textos bíblicos isolados com o objetivo de dar corpo as
doutrinas. 

2ª Co. 5.1-2 “Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu.” Estes versos além de serem utilizados para dar suporte a doutrina da imortalidade da alma, é utilizado também para dar suporte a doutrina da morada no céu, porém, não apoiam nem um nem a outro, são mal interpretados. O que Paulo estava dizendo é sobre a vida que vem do céu, mais especificamente de Deus, que será dado aos vencedores.