sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Os dízimos em Malaquias.

Em um passado recente, digo, na era pré Internet, principalmente aqui no Brasil. Muitos sinceros cristãos dentro das variadas denominações foram literalmente enganados com a pregação de Malaquias capítulo (3). É lamentável mas, ainda muitos são enganados.

O engano aqui referido não se restringe somente ao aspecto teológico, é um insulto a inaptidão do individuo. Creio que atualmente, por força da lavagem cerebral a mensagem da maldição de Malaquias capítulo três continua enraizada nas mentes do povo. É importante ressaltar que na maioria das vezes o próprio povo leigo contribui para ser enganado, isso por vários motivos, enumero três deles.

(1) Inabilidade, pois, dizem eles: “Se o líder tal disse, quem poderá contestar, é o ungido do Senhor”. (2) “Se Deus manda prová-lo, e estou precisando adquirir isso e aquilo outro, irei prová-lo”. (3) “Não podemos contestar, está escrito na bíblia, portanto devemos obedecer. A mensagem usada. Ml. 3.10 - (Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida).

Infelizmente não é feito pelos membros uma análise aprofundada do verso e muito menos dos versos anteriores e posteriores do capítulo. Se fizessem isso descobririam que a mensagem de Malaquias capítulo três foi direcionada exclusivamente ao povo judeu dos dias de Malaquias. Vejamos o contexto. Ml. 1.1 – (Sentença pronunciada pelo Senhor contra Israel, por intermédio de Malaquias).

Reparem que a sentença é exclusivamente contra Israel. A primeira reprovação foi contra os sacerdotes vejam: Ml. 1.6-7(O filho honra o pai, e o servo, ao seu senhor. Se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o respeito para comigo? diz o Senhor dos Exércitos a vós outros, ó sacerdotes que desprezais o meu nome. Vós dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome? Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e ainda perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que pensais: A mesa do Senhor é desprezível).

Todo o capítulo um e dois, a reprovação é dirigida aos sacerdotes, isso pelo fato de estarem agindo e permitindo que o povo agissem aleivosamente. Não cabe aqui os defensores do dízimo dizerem que o Israel referido é o Israel espiritual. Ml. 3.6 - (Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos). Filhos de Jacó, retrata o Israel literal. O capítulo 1 nos mostra que os sacerdotes ofereciam ofertas e neste caso no antigo pacto não representava dinheiro mas sim sacrifícios de animais limpos.

Porém, os sacerdotes estavam desobedecendo esta ordem direta de Deus, ofereciam sacrifícios defeituosos, e o pão da proposição era imundo. Percebemos então que o capítulo retrata o Israel literal dos dias do profeta Malaquias. Além das ofertas defeituosas o povo estava roubando no que concernia os dízimos e as ofertas. Ml. 3.8-9 – (Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda).

Percebam que o verso 9 claramente confirma que se trata de uma revelação para os judeus, onde nos é dito “vós a nação toda.” Ou seja, a nação judaica, primeiro pacto, e não (as nações), segundo pacto. O verso 9 Deus continua dizendo por intermédio do profeta que Ele era roubado, (Todavia, vós me roubais...) Podemos enumerar alguns aspectos que consolidam o argumento que tal profecia não está direcionada a igreja cristã.

(1) No que se refere os dízimos, Deus, ou mesmo Jesus não estabeleceram nenhum pacto com a igreja, (2) todas as denominações cristãs que praticam o dízimo usam Malaquias capítulo três para “persuadir” os seus membros a serem fiéis, em meio a isso pergunto: em qual denominação Deus e Cristo estão? Estão eles divididos? Apoiam a divisão denominacional? Estão em todas? Ou em nenhuma delas?

O Deus que estabeleu os dízimos e as ofertas foi um deus trinitário? Ml. 3.10 - (Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida). Este é o verso preferido dos líderes religiosos, trazei todos os dízimos a casa do tesouro. Como se a casa do tesouro fosse cada denominação em particular, omitem também o restante do verso onde diz para que haja mantimento na minha casa.

Em meio a um mundo materialista quando se fala em bênçãos vem logo a mente o dinheiro, igualmente quando se fala em mantimento, bem, ninguém adquire mantimento sem dinheiro. Mas, com a questão dos dízimos não era assim, pois mantimento era mantimento mesmo, ninguém bancava luxo de líderes denominacionais. Voltando ao contexto de Malaquias. Deus havia estabelecido um pacto com Israel, e que se eles fossem fiéis na questão dos dízimos e das ofertas, Ele, Deus os abençoaria. Isso devido ao fato de que o culto, os ritos, os simbolismos a subsistência dos sacerdotes, tudo isso dependiam dos frutos da terra que eram doados.

Quando o povo assim agia era sinal que estavam obedecendo a Deus, e evitando a idolatria. E consequentemente seriam abençoados. Reparem que a bênção está intimamente ligada com a manutenção da vida dos israelitas, era uma recompensa pelo árduo trabalho por eles realizados na agricultura, e se tal bênção decorresse a manutenção do culto em todos os seus aspectos seriam mantidos. Atualmente para os cristãos e seus líderes religiosos janelas dos céus tem um significado diferente dos dias bíblicos, é ensinado nos variados púlpitos que as janelas dos céus são bênçãos $$. Tal pensamento se encaixa perfeitamente na expectativa de muitos cristãos havidos por enriquecimento. Mas, isso é uma afronta ao claro ensino bíblico.

O que significa as janelas dos céus? Gn. 7.11-12 - (No ano seiscentos da vida de Noé, aos dezessete dias do segundo mês, nesse dia romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as comportas dos céus se abriram, e houve copiosa chuva sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites). Dt. 28.12 - (O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo e para abençoar toda obra das tuas mãos; emprestarás a muitas gentes, porém tu não tomarás emprestado).

Para os personagens bíblicos chuvas era sinônimo de bênçãos, Jr. 14.4 - (Por não ter havido chuva sobre a terra, esta se acha deprimida; e, por isso, os lavradores, decepcionados, cobrem a cabeça). E Malaquias 3.11 é explícito em dizer que as bênçãos realmente são os produtos da terra, Ml. 3.11 -(Por vossa causa, repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos). E, se o povo se convertesse Deus repreenderia o devorador que é o gafanhoto, Jl. 1.4 - (O que deixou o gafanhoto cortador, comeu-o o gafanhoto migrador; o que deixou o migrador, comeu-o o gafanhoto devorador; o que deixou o devorador, comeu-o o gafanhoto destruidor).

Para os teólogos da atualidade até mesmo o devorador tem um significado diferente. Mas, não é assim que ensina a bíblia, com a bênção de Deus no contexto de Malaquias que é a chuva, com os gafanhotos impossibilitados de destruírem, haveria fartura. É o que nos diz o final do verso onze de Malaquias três.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O que é o Logos?

Logos, palavra que em grego significava a palavra escrita ou falada. Mas a partir de filósofos gregos como Heráclito passou a ter outro significado. Logos passou a ser um conceito filosófico, traduzido como razão, tanto como a capacidade de racionalização individual ou como um princípio cósmico da Ordem e da Beleza.

Estoicismo: o estoicismo é uma doutrina filosófica que afirma que todo o universo é corpóreo e governado por um Logos divino, noção que os estóicos tomaram de Heráclito e a desenvolveram. A partir daí foi fácil para desenvolver a doutrina pagã do Logos como um ser pessoal. A doutrina do Logos como Pessoa Divina encontra sua primeira formulação com Fílon de Alexandria. Disse ele: "A sombra de Deus é o Seu Logos; servindo-Se Dele como instrumento, Deus criou o mundo. Essa Sombra é quase a imagem derivada e o modelo das outras coisas. Pois assim como Deus é o modelo dessa Sua Imagem ou Sombra, que é o Logos, o Logos é o modelo das outras coisas".

Pouco depois o conceito de logos como pessoa foi introduzido no cristianismo. O filósofo Justino o mais importante dos apologistas cristãos do século II d.C. disse: "Aprendemos que Cristo é o primogênito de Deus e que é o Logos, do qual participa todo o gênero humano." I Apologia, 46. Naturalmente a igreja passaria a se deparar com um grande problema. Se o Logos é uma pessoa que estava com Deus, com qual natureza o Logos se materializou?

Esta questão foi definida no concílio de Calcedônia, os padres decidiram que o Logos encarnou com duas naturezas a divina e a humana, diz o credo: “Jesus é Deus em carne humana. Ele não é metade Deus e metade homem. Ele é totalmente Deus e totalmente homem”. Claro que esta definição trás um sério problema, ou melhor, dois problemas. (1) se Jesus é Deus podemos dizer que a sua vitória sobre o pecado não foi completamente validada, a bíblia é clara em dizer que Deus não pode ser tentado. Tg. 1,13- (Ninguém, ao ser tentado diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta.)

Hb. 2,17- (Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo.) (2) Outro fato importante, se Jesus é Deus-homem, realmente ele passou pela morte? Como? 1ª Tm 1,17- (Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!) (1ª Co. 15,3- Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras.)

Esses são aspectos interessantes que devemos atentar. Não podemos negar a capacidade intelectual dos padres dos primeiros séculos, mas, adicionar os seus pensamentos como doutrina cristã... Os protestantes na sua grande maioria recusam o fato de Maria não ser mãe de Deus. Mas, se sem questionamentos aceitam o credo de Calcedônia onde é dito que Jesus é Deus e é homem, naturalmente deveriam aceitar como os católicos, que Maria é mãe de Jesus o Deus homem, neste caso seguindo o pensamento das duas naturezas de Cristo Maria é mãe de Deus.

Digo sem medo de errar, Maria foi mãe de Jesus Cristo, não aceito os concílios elaborados por padres da igreja. Alguns motivos que creio ser justificável para isso. Os concílios que aconteceram para definir a trindade só aconteceram devidos o fato de o cristianismo ter perdido a pureza doutrinária e mais particularmente por tentarem estabelecer a pessoa de Deus segundo o modelo da filosofia. Já o concílio de Calcedônia aconteceu por causa da inversão da definição da palavra Logos, aquilo que era tido como uma expressão passou a ser considerado uma pessoa.

Outra coisa, não existe base bíblica alguma para aceitarmos credos extras bíblicos como sendo inspirados. A palavra grega (Logos λογος) tem o mesmo significado que a palavra hebraica dabar, ou seja, ambas significam, discurso, palavra, fala, dito, declaração. Não existe um verso sequer em toda a bíblica que aponte dabar ou Logos como sendo uma pessoa, esse intercâmbio é interpolação doutrinária.

Outro fato interessante encontra-se no evangelho de João, capítulo 1.1-3- (No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.) O primeiro passo a se compreender é que a palavra Verbo tem o mesmo significado que Logos, que por sua vez significa o mesmo que dabar, baseado nisso não existe base bíblica para crermos que o verbo de João 1.1 seja a pessoa de Jesus Cristo. existem fortes argumentos que provam isso.

(1) Sl. 33.6- (Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles.) Palavra que está grafada é dabar no original, raciocinem então: se palavra, segundo a visão trinitariana é uma pessoa, devemos entender que tal pessoa estava "dentro de Deus" e falou por sua boca, absurdo, não é mesmo? Porém a bíblia nos diz que Deus criou tudo sozinho. Is. 44,24 (Assim diz o Senhor, que te redime, o mesmo que te formou desde o ventre materno: Eu sou o Senhor, que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus e sozinho espraiei a terra.)

Como Jesus descreveu este acontecimento, Mc. 13,19- (Orai para que isso não suceda no inverno. Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá.) O próprio Jesus disse que Deus criou, não cremos, ou a bíblia não da margem para crermos que o Deus que se referiu Jesus seja a trindade, absolutamente. O salmo 33,9 nos descreve como Deus criou Sl. 33,9- (Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir.)

Reparem bem, Deus falou, ordenou. Isso está em perfeita sincronia com João 1,1. No princípio era a palavra, ou seja, a palavra que trás vida, e a palavra estava com Deus, sim pertence a ele, e a palavra era Deus, lógico se a minha palavra está em mim e me pertence, logo ela faz parte integral da minha pessoa, numa visão simples não da para separar a palavra (voz) da pessoa.

E tudo foi realmente criado por meio dela da palavra, sem a ordem expressa de Deus não poderia haver nada. E joão 1,14 como fica? (E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.) (em outras poucas traduções encontramos palavra ao invés de verbo). Relembrando que Verbo, Logos, palavra e dabar são a mesma coisa. Ao criar, Deus teve primeiramente os planos e as intenções isso é o básico de todo arquiteto. Com Jesus Cristo não foi diferente, Deus intentou ter um filho legitimo, e que esse filho faria um trabalho fantástico para Deus, Ele seria o meio pelo qual o homem se reconciliaria com Deus ele faria a expiação pelos pecados, e será rei, enfim reorganizara a criação de Deus para que o próprio Deus possa habitar com suas criaturas, então, este propósito foi trazido a existência.

Aquilo que Deus planejou, intentou, falou, tornou-se carne e habitou entre nós. Lc. 1,31-32- (Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai.) Percebemos nestes versos a palavra de Deus e em João 1,14 ela se materializa. Segundo a doutrina da trindade o verbo de João 1 que estava com Deus e era Deus é Jesus o Deus filho. Infelizmente para os trinitarianos este verso não pode provar a trindade. Ensina a doutrina que Deus é um ser compartilhado por três pessoas, porém as três pessoas não são três deuses, mas se Jesus estava com Deus e era Deus, não são dois deuses? Meditem na questão.

Outro fato interessante é que em nenhum lugar a bíblia ensina ou apoia a doutrina da encarnação. Lembre-se também que os tradutores preferiram inserir nos textos de João 1,1. Verbo ao invés de palavra e Verbo com V maiúsculo, tudo para contribuir com a mente que está pré- direcionada e cristalizada. Pois, o V maiúsculo denota uma pessoa.

sábado, 1 de outubro de 2011

Dois padrões e uma vida.

Dentro da ótica humana, seguindo o padrão pré-estabelecido, e o curso natural dos acontecimentos, percebe-se que todos, indistintamente vivem para angariar, para adquirir, e para lucrar e para sobressair. A mentalidade humana está estabelecida em cima do materialismo e do consumismo.

O modelo de mundo existente, diz que os grandes homens são aqueles que conseguem faturar os seus milhões, são aqueles que são considerados pelo povo como ídolos e “estrelas” esses são considerados como “iluminados” e vitoriosos. O objetivo do assunto não é ir contra aqueles que possuem riquezas e muito menos desestimular a busca por uma vida mais confortável. Na realidade o assunto é para aqueles que têm a sua vida espiritual aguçada, pois demonstra que o padrão de grandeza estabelecido pelos homens está equivocado.

Ser vitorioso, eis a questão. Segundo o ensinamento da bíblia, o que é ser vitorioso? Em meio a inúmeros textos utilizo 1ª Co. 15,57 que diz: Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Ao contrário da visão mundana, o ser vitorioso não é possuir ou mesmo está em destaque na mídia ou em qualquer local, mas sim ser vitorioso contra o pecado, esta é a nota principal de 1ª Coríntios 15. Digo que não é uma tarefa fácil, ou melhor, dentro da perspectiva humana nos parece impossível, por isso, o verso destaca que Deus é quem nos dá a vitoria, por meio de Jesus Cristo.

Como se processa então tal vitória? Jo. 3,7 Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. Fica claro que é exatamente por isso que existe um padrão humano estabelecido, ou seja o padrão de Deus não é para todos, mas somente para os nascidos do espírito. 1ª Co. 2,14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Em meio a isso como nós nos sentimos? Alguém que está lutando para conquistar qual vitória? Aquela que faz bem para o ego, mas que é passageira, ou aquela que é contra o ego, porém é eterna? Lembrando sempre que o assunto é dirigido primeiramente para os nascidos do espírito, para os que não têm uma percepção espiritual aguçada além de não entenderem o assunto, para eles não terá nenhum valor e muito menos sentido.

Alguém poderá dizer: não existe outra glória senão a humana. Se a glória do homem se restringir somente aos anos de sua vida podemos dizer que tal glória é um infortúnio. Is. 40,6 Uma voz diz: Clama; e alguém pergunta: Que hei de clamar? Toda a carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva. Para a época que estamos vivendo este assunto está um tanto desatualizado, bem pelo menos para a mente secularizada. Imaginem um mundo onde se luta para extirpar a moral a ética, enfim um mundo onde o padrão é não ter padrão, onde os valores são desvalorizados e o ridículo é posto em alta.

E a fé? A fé bíblica foi trocada pela ciência, pelo pensamento positivo de que todos os empreendimentos darão certo, em outras palavras o homem num termo genérico passou a ser o deus dele mesmo. Este é o padrão mundano que naturalmente segue seu curso e que devemos respeitar, não podemos forçar a natureza. E os que acreditam terem nascido do espírito, o que fazer? Rm. 12,2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

A palavra conformar é suschematizo e significa conformar com o padrão de outro ou moldar-se com o padrão estabelecido. Neste caso especifico é o padrão mundano existente. Na verdade tudo contribui para seguirmos o curso existente, somos humanos pecadores, vivemos em uma sociedade materialista, temos um ego aguçado, somos influenciados por tudo e por todos, mas... Ef. 2,1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados. Segundo a visão de Paulo, o seguir o curso natural do mundo é estar morto nos delitos e pecados, Ele vos deu vida... significa conversão, sair de um rumo para outro diferente.

Como temos reagido em meio ao mundo que vivemos? Estamos usando todos os nossos esforços para crescer com o objetivo de sobressair sobre o maior número possível de pessoas? Se sim precisamos rever a nossa conversão. Esse não é um mal que atinge somente os cristãos do século 21; Mc. 9,33-34 Tendo eles partido para Cafarnaum, estando ele em casa, interrogou os discípulos: De que é que discorríeis pelo caminho? Mas eles guardaram silêncio; porque, pelo caminho, haviam discutido entre si sobre quem era o maior. Sabemos, no entanto que os discípulos naquele momento não estavam totalmente convertidos, ou pelo menos não entenderam o modelo do reino que Jesus estava descrevendo.

Por vezes pensamos que a atual geração é a que mais recebe influências, isso devido aos meios de comunicação que contribui para diminuir a barreira do espaço que causa a separação humana. E essas influências poucas vezes são positivas e na sua maioria negativas, mas, na realidade cada qual foi influenciado segundo a sua época, ou seja, cada qual assimilando no seu contexto, absorvendo ou rejeitando. 1ª Co. 9,24-25 Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível.

O que aconteceu no império romano acontece nos nossos dias, todos querem ser aclamados, ou no mínimo desfrutar de um status relevante, todos então se preparam, com o objetivo de alcançar o premio, Paulo contrariando a visão mundana corrente disse ...aqueles para alcançar uma coroa corruptível; nós porém, a incorruptível. Penso que falta esse pensamento para os cristãos da atualidade, ser cristão não é somente usufruir de um nome, ser cristão por tradição é uma desgraça, precisamos como cristãos entender o que o mestre quer de nós 1ª Co. 10,21 Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. (Lembrando sempre que a palavra demônio se refere aos ídolos pagãos.)

Em suma ser cristão é ter nova atitude um novo pensamento é ser um novo homem, assim nos orienta o santo apóstolo. 2ª Co. 5,17 E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. Quero deixar bem claro que não sou contra aqueles que dedicam parte do seu tempo para galgar um estilo de vida mais privilegiado, de maneira nenhuma. O objetivo deste assunto é mostrar segundo a visão bíblica, ao menos duas coisas: (1) Para o cristão o adquirir o possuir, ao contrário dos mundanos não deve ser causa, mas conseqüência, isso foi o próprio Cristo quem ensinou, Mt. 6,32-33 Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

(2) se tenho que me moldar segundo o costume e as práticas mundanas para com isso angariar algo, não posso ser considerado como um cristão. Tg. 4,4 Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Tenhamos em mente sempre que os ídolos, as celebridades, as estrelas, todos eles passarão, dirão então: os cristãos também irão morrer. É verdade. Aliás, essa é a desdita humana, por isso na sua carta aos romanos, Paulo nos alerta dizendo que não somos mais devedores a carne.

Rm. 8,12-13 Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. E exatamente esse o ponto principal, dentro da ótica humana estamos todos caminhando para a morte, que possamos ao menos ter esperança da vida, lembrando sempre que, se vivermos segundo a carne (seguindo os padrões estabelecidos) caminhamos para a morte, morte definitiva. Não queremos isso, almejamos a verdadeira vitória, vitória essa que é vencermos no nosso corpo a morte.