segunda-feira, 10 de março de 2014

Filo de Alexandria e a herança do Logos.

A bíblia não apóia a idéia de dois nascimentos, ou seja, de que alguém já nasceu ou irá nascer duas vezes. Dentro do contexto bíblico tornar a nascer só mesmo na esfera espiritual. O mesmo acontece com a idéia da encarnação, não há apoio bíblico. A idéia de uma preexistência de Jesus é o resultado da união da filosofia de Filo de Alexandria (15 a. C. - 40 d. C.) Filo Tentou uma interpretação do Antigo Testamento à luz das categorias elaboradas pela filosofia grega e da alegoria. Foi autor de numerosas obras filosóficas e históricas, onde expôs a sua visão platônica do judaísmo. 

Filo assegurava que Deus era inacessível, sendo assim, como alguém poderia se relacionar mais próximo de Deus? Ou mesmo, como Deus poderia se aproximar do homem? Em sua filosofia Filo assegurou que o Logos, o Verbo eterno de Deus, seu filho primogênito seria o meio para isso. Dentro da ótica judaica do logos (palavra) João demonstrou que o logos de Deus, ou sua palavra se tornaria carne, logo os pais da igreja reinterpretaram a mensagem de João baseados no ensinamento de Filo de Alexandria.

Na introdução do evangelho de João nós lemos: Jo. 1. 1-3 “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. Reparem no V de verbo está em maiúsculo, o fato de está em maiúsculo faz inconscientemente com que os leitores entendam que se trata de uma pessoa.

Este pensamento está baseado nos ensinamentos de Filo de Alexandria não nos versos bíblicos. Segundo o léxico grego, logos significa palavra proferida a viva voz, que expressa uma concepção ou idéia. Por que então os tradutores não optaram por palavra ao invés de logos? Pelo fato de palavra ser feminino e logos masculino, soaria estranho dizer “todas as coisas foram feitas por ela  e sem ela nada do que foi feito se fez”. Ao invés de ser por Ele, visto estar se tratando de um homem.

À ideia de Filo a qual a cristandade abraça é contradizente, quando reinterpretaram a palavra de João 1.1-3 esqueceram ou ignoraram os escritos do velho testamento os quais demonstram o ato da criação realizada por Deus, reparem em Salmos 33.6 e 9 Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles. O verso seis é enfático quando diz que a voz de Deus  fez todas as coisas, não nos é dito que um intermediário realizou as obras da criação, o verso nove demostra isso mais claramente: Pois ele falou, e tudo se fez;  ele ordenou, e tudo passou a existir.

Na verdade o salmista está resumindo de uma maneira simples o relato de Gênesis. Gn. 1.3Disse Deus: Haja luz; e houve luz.” No hebraico, não existe um (ser pessoa) paralelo criando pelo mandato de Deus, conforme ensina a cristandade, mas sim a própria ordenação de Deus trazendo a luz à existência. Alias, todo capítulo um de Gênesis vem demonstrado o ato criador de Deus, através do seu mandato, da sua voz. O Próprio Jesus referiu-se a Deus como criador relatando os acontecimentos que acometeriam sobre Jerusalém,  Mc. 13.19Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá.”  O próprio Jesus que é tido como Deus, disse que Deus criou o mundo. E Ele nada disse sobre algum intermediário, entre Deus e sua criação.

Claro está que os oponentes refutarão dizendo que existem textos nos mostrando que Jesus estava com Deus e que foi o intermediário ou o autor da criação, é requerido, no entanto uma análise no estudo que ora está sendo mostrado, e veremos em outra oportunidade que a criação a qual Jesus realizou não é a criação do Gênesis.

sábado, 1 de março de 2014

Paulo, um testemunho a favor da ressurreição.

1ª Pe. 3.15 “Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.” Atualmente vivemos em uma sociedade completamente descrente, onde o espiritual é tido como crença de gente ignorante, mas em uma sociedade materialista a realidade só pode ser mostrada através daquilo que é visível. O que as pessoas acham da ressurreição de Jesus? Como nós podemos responder com argumentos fortes a favor da ressurreição? Temos certeza em nós mesmos de que Jesus realmente ressuscitou dos mortos? Como podemos evidenciar esses fatos?

Desde os primórdios do cristianismo o assunto ressurreição de Jesus encontrou muita resistência, a começar por grande parte dos judeus. Em meio a essa repulsa Deus levantou um homem que acredito ser um dos principais expoentes da doutrina da ressurreição, Saulo da cidade de Tarso, mais tarde conhecido como Paulo.

Não incluo ateus, mas sim cristãos, acredito que para alguém que se diz acreditar em Deus, mas negue a ressurreição, tal pessoa não viu os escritos bíblicos, ao menos as cartas de Paulo. Se leram as suas cartas, deve ter motivos que realmente desconheço para negar a ressurreição de Jesus, um dos motivos acredito Eu, é achar que Paulo era um louco. Alias este foi o juízo que fizeram dele. At. 26.24Dizendo ele estas coisas em sua defesa, Festo o interrompeu em alta voz: Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar!”  Esta foi a impressão que teve o governador Pórcio Festo.

Vale salientar que um louco não escreve como Paulo escreveu, as suas admoestações são palavras ditas por alguém plenamente consciente, as suas cartas tem plena simetria, não são contradizentes. Claro está que as suas admoestações variavam de um povo para outro, a repreensão que Ele usou para os da cidade de Corinto foi diferente para os da Galácia, mas o conteúdo era o mesmo o que Ele apresentava era o Cristo ressuscitado.

E foi exatamente isso que ele Paulo respondeu para o governador; At. 26.25 Paulo, porém, respondeu: “Não estou louco, ó excelentíssimo Festo! Pelo contrário, digo palavras de verdade e de bom senso.” Vale lembrar que o motivo pelo qual o governador disse que Paulo estava louco é o mesmo que uma parcela dos incrédulos dizem atualmente ou seja não só são resistentes a questão da ressurreição como são difamadores e blasfemos. At. 26.23Isto é, que o Cristo devia padecer e, sendo o primeiro da ressurreição dos mortos, anunciaria a luz ao povo e aos gentios.” Isso mesmo, a ressurreição dos mortos! Ela foi e tem sido a causa de difamação dos crentes por parte dos incrédulos.

Um louco não tem uma causa definida, um louco é imprevisível nas suas ações e realizações, podemos esperar uma linha de raciocínio definida e equilibrada vinda de um louco? Não, não Podemos! Exigir equilíbrio no discurso de um insano e ir contra a lógica; Paulo foi equilibrado nas suas ações e ensinamentos. A alegação que Paulo era um agitador desequilibrado partiu dos judeus, naturalmente deveria partir, pois eles estavam lutando para que a verdade da ressurreição não fosse divulgada, imagine alguém ter que conviver com o fantasma atormentador do erro?

Essa era a situação dos líderes judaicos, principalmente eles. Queriam a qualquer custo sufocar o florescente pensamento da ressurreição, eles não poderiam se conformar com isso, afinal foram eles em primeira instância que “trabalharam” para dar fim ao nascente movimento de Jesus Cristo. Então qualquer que defendesse ou divulgasse Jesus e os seus ensinamentos e a esperança da ressurreição era tido a princípio por um louco, depois era perseguido. 

A outra parcela acreditava e acredita que Paulo foi um mentiroso, mas a sua mudança radical de partido o qual Ele pertencia nos mostra que não foi loucura e muito menos uma mentira que fez com que Paulo tornasse um adepto do florescente ensinamento de Cristo. A princípio, Ele defendia a ideia do farisaísmo, movimento ortodoxo dos judeus nos seus dias, pertencer a seita dos fariseus era tido como algo importante e extremamente relevante.

A declaração do próprio Paulo nos mostra que a mentira não fazia parte da sua oratória, se Ele dizia que Cristo ressuscitou contrariava o meio que Ele vivia, mas se não contrariasse a Deus não fazia diferença, só não podia ser o contrário, 1 Co. 15.15 E somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. Fica evidente que uma de suas preocupações é não fazer agravo a sua consciência com relação a pessoa de Deus.

A partir daí mudar para um movimento sem tradição e praticamente rejeitado pelos líderes da nação e principalmente por aqueles do seu partido, seria sofrer serias conseqüências, algo que por si só o homem não faria. Os textos de Paulo, a sua preocupação com a jovem igreja, a sua repreensão e apologia, nos mostram que ele não mentia. 2 Co. 11.31 O Deus e Pai do Senhor Jesus, que é eternamente bendito, sabe que não minto.

Ninguém em sã consciência gosta de sofrer agravo, de enfrentar as autoridades e muito menos perder os amigos, Paulo tudo isso suportou, qual foi a causa que o levou a ter uma mudança radical em sua vida? Acredito que aqui está a chave que abre o enigma da mudança radical na vida de Paulo At. 9.1-2 Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém.

Até aquele memento Paulo era um fariseu perseguidor na nascente igreja, a partir dai então a sua história tomou outro rumo At. 9.3-6 Seguindo ele estrada fora, ao aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou ao seu redor, e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer.

De perseguidor passou a ser perseguido, reparem que Paulo ao menos reconhece a vos de Jesus dando a entender que Ele Paulo não estava preocupado com o resultado da sua perseguição e muito menos com o agravo que ele viria fazer. Digo sem medo de errar que a história da ressurreição, a mudança de rumo na vida de Paulo são fatos que dão indicio de veracidade, não foi loucura não foi mentira, foi transformação interior. Uma força espiritual moveu a história de Paulo.

Desde sua queda a caminho para Damasco até o fim de sua vida ele manteve sua opinião, Ele disse: vi o Senhor ressuscitado. Paulo não foi mercador da fé, isso nos dão garantias de que não existia motivos egoístas para Ele suportar afrontas, fome, perseguição e cadeias e por fim ser sentenciado a morte. A menos que uma força maior que é desconhecida e ridicularizada por aqueles, que mal conseguem ver o exterior tenha motivado Ele a seguir em frente, qualquer outra explicação ou dedução se torna extremamente incoerente.