sábado, 18 de junho de 2016

O meu ceticismo quanto a teoria da alucinação.

Os céticos têm negado a literalidade do NT. Quando este diz que Jesus ressuscitou dos mortos ou mais propriamente que Deus o ressuscitou dos mortos, At. 5.30O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro.” Os incrédulos têm formulado várias teorias a fim de tentarem jogar por terra a literalidade bíblica da ressurreição, uma dessas teorias que carece de credibilidade é a teoria da alucinação.

No entanto, apesar da negação de muitos ateus céticos e mesmo de alguns ex crentes sobre o cristianismo e a ressurreição de Jesus, quase todos os estudiosos sobre o tema concordam que os dez pontos a seguir, todos relacionados a Jesus e a ressurreição, são fatos históricos e reais e são abalizados pela bíblia que na realidade neste sentido também é um livro histórico. Vamos aos pontos:

(1) A morte de Jesus deu-se por meio da crucificação romana. Jo. 19.23 Os soldados, pois, quando crucificaram Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte; e pegaram também a túnica. A túnica, porém, era sem costura, toda tecida de alto a baixo.”

(2) Ele foi sepultado, muito provavelmente, num túmulo particular. Mc. 15. 45-46 Após certificar-se, pela informação do comandante, cedeu o corpo a José. Este, baixando o corpo da cruz, envolveu-o em um lençol que comprara e o depositou em um túmulo que tinha sido aberto numa rocha; e rolou uma pedra para a entrada do túmulo.” (3) Pouco tempo depois, os discípulos ficaram desanimados, desolados e desacorçoados, tendo perdido a esperança.

Mc. 16.10-11 E, partindo ela, foi anunciá-lo àqueles que, tendo sido companheiros de Jesus, se achavam tristes e choravam. Estes, ouvindo que ele vivia e que fora visto por ela, não acreditaram.” (4) O túmulo de Jesus foi encontrado vazio pouco tempo depois de seu sepultamento. Mt. 28. 6 Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia.”

(5) Os discípulos tiveram experiências que acreditaram ser aparições reais do Jesus ressurreto. Jo. 20. 18 Então, saiu Maria Madalena anunciando aos discípulos Vi o Senhor! E contava que ele lhe dissera estas coisas.” (6) Devido a essas experiências, a vida dos discípulos foi totalmente transformada. Depois disso, até mesmo se dispuseram a morrer por sua crença.

At. 12. 1-2 Por aquele tempo, mandou o rei Herodes prender alguns da igreja para os maltratar, fazendo passar a fio de espada a Tiago, irmão de João.” (7) A proclamação da ressurreição aconteceu logo de início, desde o começo da história da igreja. At. 4. 33 Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça.”

(8) O testemunho público e a pregação dos discípulos sobre a ressurreição de Jesus aconteceram na cidade de Jerusalém, onde Jesus fora crucificado e sepultado pouco tempo antes. At. 1. 4 E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes.”

 (9) A mensagem do evangelho concentrava-se na pregação da morte e da ressurreição de Jesus. 1ª Co. 15. 20 Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.” (10) Poucos anos depois, Saulo de Tarso (Paulo) tornou-se cristão devido a uma experiência que ele também acreditou ter sido uma aparição do Jesus ressuscitado. At. 26. 13-15 Ao meio-dia, ó rei, indo eu caminho fora, vi uma luz no céu, mais resplandecente que o sol, que brilhou ao redor de mim e dos que iam comigo. E, caindo todos nós por terra, ouvi uma voz que me falava em língua hebraica: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões. Então, eu perguntei: Quem és tu, Senhor? Ao que o Senhor respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues.”

Assim sendo a história do Novo Testamento não é uma lenda. Os documentos do NT foram escritos exatamente dentro de um período de duas gerações, com base nos eventos, pelas testemunhas oculares ou por seus contemporâneos. A seqüência da história do NT é corroborada por escritores não-cristãos. Além disso, o NT menciona pelo menos 30 personagens históricos que foram confirmadas por fontes externas ao NT. Eles também se referiram a fatos e a testemunhas oculares que seus leitores já conheciam ou poderiam verificar. De fato, os autores do NT fizeram seus leitores e os mais destacados inimigos do século I verificarem aquilo que disseram.

Se isso não é suficiente para confirmar sua fidedignidade, então seu martírio deveria remover qualquer dúvida. Essas testemunhas oculares sofreram perseguição e morte por causa da declaração empírica de que viram, ouviram e tocaram o Jesus ressuscitado, embora elas pudessem ter-se salvado simplesmente negando-se a dar o seu testemunho. Se a maioria dos estudiosos concorda com os 10 fatos relacionados anteriormente as evidências mostram que a história do NT não é uma lenda, uma mentira ou um embelezamento, então sabemos, que os autores do NT registraram com precisão aquilo que viram. 

O cético ainda tem uma questão. A última questão possível para o cético é que os autores do NT foram enganados. Os céticos argumentam, se os autores do NT estivessem simplesmente errados em relação àquilo que pensaram ter visto? Teriam eles se enganados no caso de acontecimentos miraculosos como a ressurreição de Jesus? Será que o engano foi tão forte a ponto de eles terem pagado por esse erro com a própria vida? Considere o fato número 5 daquela lista de 10 nos quais praticamente todos os estudiosos acreditam: "Os discípulos tiveram experiências que eles acreditaram ser aparições reais do Jesus ressurreto".

O consenso mínimo entre praticamente todos os estudiosos é que os discípulos acreditaram que Jesus ressuscitara dos mortos. De que maneira os céticos excluem a ressurreição? Uma das explicações que os céticos dão para a não ressurreição de Jesus é a teoria da alucinação. Teriam os discípulos sido enganados por alucinações?

Talvez eles pensassem sinceramente que tinham visto o Cristo ressuscitado, mas, em vez disso, na verdade estavam experimentando alucinações. Essa teoria tem muitas falhas fatais. Entre eles estão: Em primeiro lugar, as alucinações não são experimentadas por grupos, mas apenas por indivíduos. Nesse aspecto, são muito parecidas com sonhos. É por isso que, se um amigo lhe diz pela manhã: "Uau! Esse foi um grande sonho que nós tivemos, não é?", você não diz "Sim, foi fabuloso!

“Vamos continuar hoje à noite?". Você acha que seu amigo ficou louco ou que está simplesmente fazendo uma brincadeira. Você não o leva a sério porque sonhos não são experiências coletivas. Quem tem sonhos é o indivíduo, não grupos. As alucinações funcionam da mesma maneira. Se existirem raras condições psicológicas, um indivíduo pode ter uma alucinação, mas seus amigos não a terão. Mesmo que a tiverem, não terão a mesma alucinação.

Portanto, a teoria da alucinação não funciona, porque Jesus não apareceu uma única vez para uma única pessoa, ele apareceu em dezenas de ocasiões diferentes, numa grande variedade de cenários, para diferentes pessoas, durante um período de 40 dias. Ele foi visto por homens e mulheres. Foi visto caminhando, falando e comendo. Foi visto dentro e fora de lugares. Foi visto por muitos e por poucos. Um total de mais de 500 pessoas viu o Jesus ressuscitado. Elas não estavam tendo uma alucinação ou vendo um fantasma, porque, em seis das 12 aparições, Jesus foi fisicamente tocado ou comeu comida verdadeira com elas.

Mc. 16.14 Finalmente, apareceu Jesus aos onze quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, porque não deram crédito aos que o tinham visto já ressuscitado.” Jo. 21. 13-14 Veio Jesus, tomou o pão, e lhes deu, e, de igual modo, o peixe. E já era esta a terceira vez que Jesus se manifestava aos discípulos, depois de ressuscitado dentre os mortos.”  

1ª Co. 15. 3-8 “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.  E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem.  Depois, foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo.”

Baseado no livro: Não tenho fé suficiente para ser ateu.

Evandro.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Antropomorfismo, literalismo e a trindade.

O cristianismo ortodoxo oriundo do 4º século tem feito um malabarismo muito grande para sustentar a doutrina de Deus a qual é ensinado por eles. É ensinado que Deus se tornou homem, a fim de partilhar dos sofrimentos da humanidade e assim usar de misericórdia com os mesmos. No entanto a bíblia rechaça este ensinamento, não nos é dito em parte alguma que Deus tenha se tornado carne.

Encontramos na Bíblia vários textos falando a respeito de Deus. É interessante que alguns textos descrevem atitudes e particularidades a respeito Dele que se parecem muito com as particularidades do ser humano, mas nada que afirme que ele tenha se tornado homem, o dogma do Deus homem, do Deus que diminuiu que tomou a natureza humana é extra bíblico, portanto não tem apoio bíblico. Contudo a bíblia usa de uma linguagem figurada para representar Deus, no entanto é apenas uma representação. Vejamos alguns exemplos:

Gn. 6. 6 “Então, se arrependeu o SENHOR de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração.” Deus é descrito aqui se arrependendo, como se tivesse cometido um erro. Ex. 33. 20 “Não me poderás ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá.” Neste verso Deus fala de si mesmo como se tivesse rosto. Sl. 17. 6 “Eu te invoco, ó Deus, pois tu me respondes; inclina-me os ouvidos e acode às minhas palavras.” Já o salmista diz que Deus tem ouvidos.

Mq. 4. 4 “Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os espante, porque a boca do SENHOR dos Exércitos o disse.” Aqui o profeta descreve Deus tendo boca e falando através dela. Estaria a bíblia descrevendo uma literalidade a respeito de Deus? Ou seria uma forma figurada para representar a Deus em que o gênero humano poderia mais facilmente compreende-lo?

Sim, todos os textos descritos acima apresentam o antropomorfismo. Essa expressão significa uma figura de linguagem que apresenta Deus como se Ele tivesse formas humanas, como membros e órgãos. Há também a descrição de Deus como se tivesse sentimentos e emoções como as nossas. Como disse anteriormente esse tipo de descrição é usado para facilitar a nossa compreensão, já que temos um conhecimento apurado do nosso mundo e suas particularidades, e um conhecimento pouco apurado das realidades das coisas de Deus.

Assim, os autores bíblicos utilizaram expressões que facilmente compreendemos para descrever Deus e suas ações na história. Não há meios humanos para descrever Deus pelo fato de a Bíblia deixa claro que Deus é Espírito e, sendo assim, não tem formas humanas. Jo. 4. 24, “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.”  1ª Rs. 8. 27 Mas, de fato, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus não te podem conter, quanto menos esta casa que eu edifiquei.”

Sl. 139. 7-10 Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá.” Estes versos descrevem a onipresença de Deus, sendo Deus onipresente e se ele tivesse membros como os seres humanos, qual seria o tamanho da mão de Deus?

Naturalmente seria muito gigantesco pelo fato da bíblia também ensinar que nem mesmo o próprio céu pode contê-lo. Assim sendo a bíblia também ensina que Deus não é ser humano e nem erra para depois se arrepender Nm. 23. 19, “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?” Qual a relação do antropoformismo e a doutrina de Deus ensinada pelo cristianismo ortodoxo?

O Antropomorfismo ajuda o cristianismo ortodoxo, já à literalidade prejudica-o. Sim, se aceitarmos o ensinamento bíblico a respeito de Deus de uma forma figurada existiria a possibilidade de Deus se tornar homem, mas por outro lado se nem mesmo o céu pode contê-lo como poderia Deus ter se tornado homem? A resposta do cristianismo ortodoxo oriundo do 4º século é: “a bíblia diz que Ele Deus esvaziou-se”. Pode ser, mas será que esse era realmente o ensinamento de Paulo aos Filipenses, quando diz que Jesus se esvaziou?

Em outra postagem tratei este assunto e bem como o entendo. Mas suponhamos que o cristianismo ortodoxo esteja certo sobre aquilo que Paulo estava expressando, podemos afirmar que encontraríamos então a primeira contradição em sua teologia, pois ele Paulo foi enfático em dizer que há um só Deus, a segunda contradição seria ao lermos o verso 9 de Filipenses capítulo 2 o qual diz: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome.”

Ora, se Deus exaltou Deus, então não há dúvidas de que existem dois deuses, esta é a conclusão lógica, óbvia e inequívoca. Como não acredito que ele Paulo se contradisse em sua teologia sigo interpretando Filipenses 2.5-11 segundo o modelo que postei anteriormente de que o esvaziamento proferido por Paulo por parte de Jesus foi um aniquilamento de sua própria natureza e vontade.

Mas voltando a questão do antropomorfismo e a improbabilidade de Deus se tornar homem lemos acima o próprio Jesus assegurando que Deus é espírito, seria mais natural Jesus ter dito, “olha Deus é espírito sim, mas também se tornou um ser humano,” por que Jesus não disse isso? Pelo fato dele ler e compreender as escrituras, a qual disse que de fato Deus não habitaria na terra, Jesus não seria contraditório. A bíblia não apresenta a forma de Deus, não existe um meio pelo qual poderia representá-lo.

Percebemos no entanto que mesmo nos dias em que Jesus esteve nesta terra a bíblia representava a Deus como alguém extra físico, por exemplo, o próprio Jesus dizendo que Deus é espírito, João dizendo que Deus é luz, ou seja, ele usa uma linguagem que diferencia Deus dos seres humanos,  1ª Jo. 1. 5Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma.”  

Esta luz está em conformidade com o que Paulo diz a 1ª Timóteo 6. 16 “O único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém! A questão extra humana pode ser também percebida na imortalidade atribuída somente a Deus, visto que neste caso mesmo Jesus apesar de ter sido ressuscitado já tinha experimentado a morte.

E o restante do verso apoia a literalidade da apresentação de quem é Deus, ou seja, Deus é espírito, infinito e que homem algum já o viu nem mesmo é capaz de ver. Se valendo da linguagem figurada, a bíblia diz que os homens viram a Deus, Gn. 32. 30 “Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva.”  No entanto Paulo usando da literalidade para expressar sua teologia, disse que ninguém viu a Deus, ora todos sabem que Jesus foi visto por milhares de pessoas. 

Não foi intuito de Paulo dizer que Jesus era Deus, caso contrário ele teria dito: “Deus a quem os homens  viram nos dias de sua carne, mas, não nos dias de sua glória.”  Não é isso que a bíblia apresenta sobre Deus e seu ser. Deus é indescritível, Soberano, Eterno, espírito, imortal, e invisível. 

Evandro.