quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

A espiritualidade o ceticismo e a aposta de Pascal.

No decorrer da história alguns homens, escritores, filósofos, uns ateus, outros não, criticaram a religião, dizendo que esta é o ópio do povo. Para essas pessoas a religião era simplesmente um ópio, que acalmava os sofrimentos dos fracos. Este pensamento é muito utilizado na atualidade pelos evolucionistas, ateus e liberais. Olhando de uma perspectiva, isso é até uma realidade, tem um fundo de verdade, me refiro à questão denominacional. Aqueles que não mais estão presos pelo sistema religioso sabem o que estou dizendo, lamentavelmente as denominações religiosas (me refiro ao meio cristão) criaram para si um status o qual não é ensinado na bíblia.

A “voz” da denominação passou a ser a palavra de Deus, definidora do bem e do mal, mesmo que esta esteja indo contra a palavra de Deus. Assim sendo o grau de entrega denominacional feita por um seguidor demonstra o tamanho da dependência do mesmo em relação à instituição a qual ele crê ser verdadeira e portadora da voz de Deus. Dentro desta realidade não vejo a religião como um ópio, mas como um sistema escravizador, portanto os adeptos não precisam de ópio, mas de liberdade.

Por outro lado, os críticos, os evolucionistas ateus e liberais estão equivocados, podemos criticar um sistema baseado na demonstração perceptível, no entanto, tais críticos nunca poderão compreender a espiritualidade, 1ª Co 2. 14 Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.”

Rm. 8. 5 “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.” Assim sendo a espiritualidade é inquestionável, pelo menos para os que são espirituais; 1ª Co. 1. 18 “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.”

É sabido também pela bíblia que a espiritualidade não é adquirida ou barganhada, é um presente de Deus, não concedido a todos. A espiritualidade a qual me refiro é um antagonismo de incredulidade, 2ª Pe. 2. 12 “Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção. A irracionalidade aqui referida não significa falta de intelectualidade, mas de espiritualidade.

Assim sendo, a pergunta a ser feita é: quem precisa de ópio? Não me reporto a questão denominacional corruptível, mas sim a espiritualidade; a questão denominacional pode ser resolvida com liberdade, a espiritualidade não precisa de ópio, no entanto aqueles que são contrários, me refiro aos incrédulos, precisam sim de uma carga muito grande do alucinógeno. Para aqueles que descreem da espiritualidade o que esperam do futuro?

Crendo ou descrendo uma questão pertinente e imutável permanece Lc. 12. 18-20E disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens; e direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será.” Assim sendo, as conquistas, as lutas, vitórias e derrotas e tudo aquilo que estimula o homem a vida será interrompido. Para aqueles que não enxergam a vida além desta, qual a vantagem disso tudo? Acreditar na política, na evolução do homem e tudo o que lhes beneficia, acreditar em si mesmo, acreditar em um mundo de paz e prosperidade, é Preciso possuir muita, mas muita fé, ou no mínimo uma boa dose de ópio. 

Portanto, o fato de o homem moderno acreditar em algo o qual ele incorporou e acredita ser correto e real não muda a perspectiva de um futuro degradante. As promessas bíblicas as quais são espirituais e entendidas pelos mesmos são as únicas que podem preencher o interior vazio do ser humano, são as únicas que podem trazer esperança para a mente que sabe e não quer aceitar que o fim de tudo é a morte, 1ª Co. 15. 19 “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.”

Muitos irão questionar dizendo: - e isso não é um paliativo para suportar a insegurança prenunciada do futuro? Bem, apesar de ser uma promessa espiritual e portanto não ser inteligível a todos, no entanto o que envolve ela e suas promessas pode ser sim demonstrada de uma forma tangível. Por exemplo: a bíblia descreve o pecado como algo corrupto e que é passado a todos (naturalmente os liberais em todas as suas escalas não admitem tal argumentação) mas não importa, isso não muda a realidade dos fatos.

O fato é que a bíblia descreve os pecadores (no caso os homens) “gênero” todos sem exceção, condenados a morte, e isso nenhum liberal pode questionar, no entanto, eles questionam a causa da morte, a qual a bíblia descreve como sendo o pecado, Rm. 5. 12 “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.”  Ou seja, isso é claramente tangível e percebido pela visão natural, em outras palavras é um argumento sim a favor da espiritualidade.

Outro fato também que corrobora com os ensinos bíblicos consiste na degradação humana, a despeito do homem acreditar que a raça esteja evoluindo, isto pode ser sim demonstrado e a própria natureza tem testificado tamanha degradação, na sua grande maioria proporcionada pelo próprio homem, Ap. 11. 18 Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos grandes, e para destruíres os que destroem a terra. A última parte do verso é o que nos interessa para reflexão. (Grifo meu.)

Destruir os que destroem a terra. Esta é a promessa bíblica, seria inadmissível tal promessa existir ou mesmo se cumprir se não fosse patente aos nossos olhos tal acontecimento, ou seja, a destruição do planeta em todos os seus pormenores é uma realidade visível e indiscutível, portanto um argumento válido e a favor da espiritualidade.

Os críticos de todas as classes querem se desfazer dos ensinamentos bíblicos, principalmente daqueles que vão contra a tendencia e inclinações, utilizam-se do argumento que a bíblia é um livro arcaico e portanto ultrapassado, falam que os tempos são outros e que a mentalidade “evoluiu” e que não podemos ficar presos a ensinamentos que a muito não contribui para o bem estar das pessoas, e os países de 1º mundo já a muito evoluíram nessa direção; este é o pensamento e o desejo de todos aqueles que são contrários ao ensino bíblico.

Eu gosto de argumentar do seguinte ponto de vista: o errado não passa a ser certo pelo simples fato de alguém querer que ele seja certo, não significa que só pelo fato de um país de 1º mundo instituir como regra algo que seja degradante que isso passa a ser correto, o simples fato de eu querer que algo aconteça, isso não fará de maneira nenhuma que isso ocorra, i.e. o simples fato de alguém querer invalidar a bíblia e a espiritualidade ou mesmo que irão conseguir converter os acontecimentos que acometem o mundo e tudo o que nele existe, não significa que tal ocorrerá.

Penso que a aposta de Pascal continua sendo o melhor estimulo para analisarmos as questões pertinentes ao nosso futuro. Pascal propôs o seguinte: se você acredita em Deus e estiver certo, você terá um ganho infinito; se você acredita em Deus e estiver errado, você terá uma perda finita; se você não acredita em Deus e estiver certo, você terá um ganho finito; se você não acredita em Deus e estiver errado, você terá uma perda infinita.

É um raciocínio lógico, no entanto, rejeitado pelos críticos liberais e ateus, infelizmente tal consentimento só será visto naqueles que são capazes de enxergar além deste mundo, em outras palavras não podemos exigir algo que as pessoas não possuem. Por outro lado o que Pascal está propondo é válido e inteligente.