quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O que é a alma?

As conotações que o termo "alma" geralmente transmite à mente da maioria das pessoas provêm primariamente, não do uso dos escritores bíblicos, mas da antiga filosofia grega. Os antigos escritores gregos aplicavam psy.khé (alma) de vários modos, e não eram coerentes, com a realidade bíblica. O termo hebraico para alma é né.fesh. Num sentido literal, exprime a idéia de um "ser que respira" e cuja vida é sustentada pelo sangue.

Os termos das línguas originais hebraico: né·fesh, e grego: psy·khé, segundo usados nas Escrituras, mostram que a “alma” é a pessoa, o animal ou a vida que a pessoa ou o animal usufrui. As conotações que a palavra portuguesa “alma” geralmente transmite à mente da maioria das pessoas não estão de acordo com o significado das palavras hebraica e grega usadas pelos inspirados escritores bíblicos.

A Bíblia não diz que temos uma alma. ‘Nefesh’ é a própria pessoa, o próprio sangue nas suas veias, seu ser. ”A dificuldade reside em que os significados popularmente atribuídos à palavra portuguesa “alma” provêm primariamente, não das Escrituras Hebraicas ou das Gregas Cristãs, mas da antiga filosofia grega, na realidade, do pensamento religioso pagão.

Platão, o filósofo grego, por exemplo, cita Sócrates dizendo: “A alma”. Se ela partir pura, não arrastando consigo nada do corpo. . . parte para o que é como ela mesma, para o invisível, divino, imortal e sábio, e quando chega ali, ela é feliz, liberta do erro, e da tolice, e do medo... e de todos os outros males humanos, e... vive em verdade por todo o porvir com os deuses.” — Phaedo (Fédon), 80, 81.

A palavra psychê significa entendimento e força. Em contraste direto com o ensino filosófico grego sobre a psy·khé (alma) como imaterial, intangível, invisível e imortal, as Escrituras mostram que tanto psy·khé como né·fesh, conforme usadas com referência as criaturas terrestres, referem-se àquilo que é material, tangível, visível e mortal. A bíblia nos ensina que alma significa vida. Gn. 2. 7Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”.  

Ex. 21. 23 Mas, se houver dano grave, então, darás vida por vida.” Lv. 17. 11 Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida.” Ez. 18. 4Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá.” A palavra no AT. para designar alma é nephesh e tem o mesmo significado da palavra  psy·khé encontrada no NT.

Rm. 11. 3 Senhor, mataram os teus profetas, arrasaram os teus altares, e só eu fiquei, e procuram tirar-me a vida.” 1ª Co. 15. 45 Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante”. Assim a palavra alma em toda a bíblia significa não só um ser vivente, mas também suas várias manifestações vitais tais como: respiração Gn. 35. 18 Ao sair-lhe a alma (porque morreu), deu-lhe o nome de Benoni; mas seu pai lhe chamou Benjamim.”
            
O sangue Gn. 9. 4 Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.” fonte da vontade e ação moral. Dt. 4. 29 De lá, buscarás ao Senhor, teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma.” Desejo, 2ª Sam 3. 21 Então, disse Abner a Davi: Levantar-me-ei e irei para ajuntar todo o Israel ao rei, meu senhor, para fazerem aliança contigo; tu reinarás sobre tudo que desejar a tua alma. Assim, despediu Davi a Abner, e ele se foi em paz.” 

Sl. 25. 1 A ti, Senhor, elevo a minha alma.” A alma no Antigo Testamento significa não uma parte do homem, mas o homem como um todo. Refere-se às emoções: Jó.  30. 25 Acaso, não chorei sobre aquele que atravessava dias difíceis ou não se angustiou a minha alma pelo necessitado?” Sl. 86. 4 Alegra a alma do teu servo, porque a ti, Senhor, elevo a minha alma.
       
Refere-se também a fonte do apetite físico, Nm. 21. 5 E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil.” Igualmente, no Novo Testamento significa vida humana: a vida d’uma entidade individual, consciente. Lc. 12. 22 A seguir, dirigiu-se Jesus a seus discípulos, dizendo: Por isso, eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir.” Jo. 10. 11 “  Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” A palavra vida destes versos é alma.

Hb. 10. 39Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma.Devemos ter em mente que quando a bíblia diz, ‘salvar a alma’ Não significa salvar alguma parte ‘espiritual’ do homem, em contraste com o seu ‘corpo’ (no sentido platônico), mas sim a inteira pessoa. Já o termo hebraico Né·fesh significa “respirar”, e, no sentido literal, né·fesh poderia ser traduzido como alguém que respira a substância respiradora, que torna o homem e os animais seres viventes Gn. 1. 20 Disse também Deus: Povoem-se as águas de enxames de seres viventes; e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus.”

Algo estritamente distinta da noção grega da alma, cuja sede é o sangue alma = ser vivente, indivíduo, pessoa. Lamentavelmente não é isso que temos aprendido; é ensinado que alma é algo que ao morrer um indivíduo, esta deixa o seu corpo e passa a vaguear por todos os lugares. Não é este o ensinamento que temos ouvido e aprendido no meio “cristão”? Em vista de tal incoerência dos escritos não-bíblicos, é essencial deixar que as Escrituras falem por si, mostrando o que os escritores inspirados queriam dizer ao usarem o termo psy·khé, bem como né·fesh.

Um exame mostra que, embora o sentido destes termos seja amplo, entre os escritores bíblicos não havia nenhuma incoerência, confusão ou desarmonia quanto à natureza do homem, tal como a existente entre os filósofos gregos e o “cristianismo” atual. Infelizmente o mundo religioso formulou as suas doutrinas copiando-as da filosofia grega. Em Gênesis 2. 7 diz que o homem veio a ser [e não ter] uma alma vivente." Segundo a Enciclopédia Judaica, "a crença na imortalidade da alma chegou aos judeus através do contato com o pensamento grego e principalmente através da filosofia de Platão (427-347 a.C.), seu principal expoente.

A partir de meados do segundo Século d.C. os primitivos filósofos cristãos adotaram o conceito grego da imortalidade da alma. A palavra psychê no grego clássico indicava o aspecto do homem que pode se separar do corpo, de onde veio à tona o conceito de imortalidade da alma comumente utilizada pelo meio cristão.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O fundamento do adventismo.

O fundamento adventista está baseado na doutrina das 2300 tardes e manhãs, ela foi o alicerce em que a denominação adventista foi fundamentada, e sem dúvida ainda hoje a denominação adventista depende de tal ensinamento, caso contrário os mais de 160 anos de denominação e tudo o que ela ensinou caem em descrédito.
No livro o Grande Conflito, pág. 488 – 43ª edição, Ellen White diz: O assunto do santuário e do juízo de investigação deve ser claramente compreendido pelo povo de Deus.
A doutrina dos 2300 anos como é ensinado no meio adventista diz que, após sua ascensão Jesus Cristo ficou por mais de 1800 anos ministrando no lugar santo do santuário celestial.
Segundo esta doutrina somente depois de 22 de outubro de 1844 foi que Jesus deixou o lugar santo e passou para o lugar santíssimo do santuário celeste, ficando desta forma junto a Deus, para isso, segundo o ensinamento adventista, Jesus transpôs o véu que divide o santuário.
Heb. 10: 19 e 20 estes versos nos mostram que por meio de Cristo nós podemos transpor o véu, pôs Jesus já fez isso, fica então a pergunta: que véu foi este que Jesus transpôs, após a sua ascensão? Segundo E. G. W. o véu que Jesus transpôs não foi o véu que separa o santo lugar do santíssimo, mas sim o véu que separa o santo lugar do pátio. O Grande conflito pág.420.
É bem verdade que a bíblia nos diz que existem dois véus, Heb. 9: 2 e 3 é verdade também que a bíblia não dá margem para crer que o véu que Jesus transpôs após a sua ascensão seja o véu exterior.
Êxodo 26: 33 a 35. 27: 21. 30: 6. 40: 20 a 22 e 26. Qual era o significado do véu que separava o santo lugar do santíssimo? Significava que Deus estava sobre a arca símbolo do seu trono, e o véu era uma barreira natural que impedia o povo comum de ter acesso a Deus.
O que aconteceu com o véu após a morte de Jesus? Mat. 27: 50 e 51 este véu que foi rasgado foi o véu interior, ou o véu que separa o santo lugar do santíssimo, e isso significa que sem o véu nós com santo temor e por meio de Cristo, podemos nos achegar a Deus, pois não mais existe o “véu” ou a barreira natural que era a nossa inimizado para com Deus, pois por meio de Cristo houve a reconciliação. II Cor. 5; 18 e 19. Heb. 6: 18 a 20.
Estes versos de hebreus jogam por terra a doutrina das 2300 terdes e manhãs segundo a interpretação adventista, pois nos é dito que Cristo entrou no interior do véu, e que ele é sumo sacerdote, ora o trabalho do sacerdote se limitava antes do véu, porém o do sumo sacerdote se estendia em todo o santuário inclusive além do véu, ou no interior do véu. Com a morte e ressurreição de Cristo o que nós podemos fazer? Heb. 10: 19 a 21 à bíblia nos diz que podemos ousar entrar no santo dos santos por meio do sangue de Cristo.
Se a interpretação adventista está correta, ao dizer que Cristo ficou por mais de 1800 anos ministrando no lugar santo do santuário, para somente depois de 22 de outubro de 1844 transpor do lado santo para o santíssimo, para aí sim estar próximo de Deus, o que fazer com os versos bíblicos que dizem ao contrário?
E entre eles estão: Heb. 8: 1. 9: 11 e 12 e 24. 10: 12. O escritor diz que Jesus se assentou à destra da majestade... entrou de uma vez por todas no santos dos santos... e já nos seus dias,(do apóstolo) Cristo comparecia perante a face de Deus.
Devemos perguntar: Qual o objetivo de Cristo ficar por mais de 1800 anos confinado ao compartimento santo do santuário celestial? Existe algum texto bíblico que confirma este pensamento? Ao contrário, o que temos visto pela bíblia é o oposto disso.
O grande Conflito pág. 400 (mesma edição) E. G. W. diz: “o décimo dia do sétimo mês, o grande dia da expiação, tempo da purificação do santuário, que no ano de 1844 caía no dia 22 de outubro”...
Quando analisamos esta informação por meio de um conversor de calendários, nós percebemos que não foi bem assim. Acesse este site: www.jewishgen.org/jos/josdates.htm na segunda linha de datas, ou seja, na linha de baixo, digite em day 10, em month: 7 tishri, em year 5600, e em the civil date should be computer for: digite 6 e clique em convert dates.
Neste conversor de calendários que é completamente neutro em questões religiosas, nós veremos que ao contrário do que disse E. G. W. o dia 10 do sétimo mês de 1844 não foi em 22 de outubro, mais sim 2ª feira 23 de setembro de 1844.