terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A questão do mal.

O teólogo e filósofo Agostinho, (354-430) tentou resolver uma questão importante, “a questão filosófica do mal”. Existem dois diferentes aspectos neste problema, o qual Agostinho formulou. (1) Deus criou todas as coisas; (2) o mal é uma coisa; (3), portanto, Deus criou o mal. Se as duas primeiras premissas são verdadeiras, então a conclusão é inevitável. Para os estudiosos da bíblia, inclusive Agostinho, essa formulação, se sustentada, é devastadora. A grande maioria diz: Deus não seria bom se ele tivesse criado o mal. Agostinho percebeu que a solução estava relacionada à questão: o que é o mal? O argumento acima depende da idéia de que o mal é uma coisa. (A segunda questão). Mas e se o mal não for uma "coisa"? Então o mal não precisaria ser criado. Então, sua busca pela fonte do mal irá por outra direção. Agostinho abordou a questão por um ângulo diferente. Ele perguntou: Há alguma evidência convincente de que um Deus bom existe? Se alguma evidência nos leva a concluir que Deus existe e é bom, então ele seria incapaz de criar o mal. Então, a fonte do mal deve ser alguma outra. Se essa abordagem de Agostinho é verdadeira, ela levanta algumas questões que leva a diferentes conclusões. Primeira: Todas as coisas que Deus criou são boas; (2) o mal não é bom; (3), portanto, o mal não foi criado por Deus. Segunda: Deus criou todas as coisas; (2) Deus não criou o mal; (3), portanto, o mal não é uma coisa. O fato é que com essas considerações Agostinho não conseguiu resolver e muito menos explicar a questão do mal, para Agostinho a fonte do mal está no livre arbítrio das pessoas. Atualmente este é o pensamento que permeia o assim chamado mundo cristão, infelizmente por não se aprofundarem na questão, tem se levantado não só por parte dos cristãos, mas também dos incrédulos algumas objeções, dizem eles então: se Deus é todo-poderoso, então Ele possui a capacidade de acabar com o mal. E se Ele é todo-amoroso, então Ele deseja acabar com o mal, contudo, visto que o mal ainda existe isto significa que Deus não existe, ou pelo menos significa que as coisas que os cristãos afirmam sobre Ele são falsas. Isto é, mesmo que Deus exista, visto que o mal também existe, Ele não pode ser tanto todo-poderoso como todo-amoroso, mas nós os verdadeiros cristãos insistimos que Ele é tanto todo-poderoso como todo-amoroso. Realmente, para os que não têm um conhecimento real da bíblia e seguem o modelo de interpretação da existência do mal formulada por Agostinho (ainda que inconscientemente) ficam sem outro argumento. E isso faz com que outras teorias surjam no meio cristão, entre elas estão: o mal foi um acidente, o mal surgiu em Lúcifer. Na verdade assim como Agostinho quem segue este pensamento está somente postergando o tratamento do problema, pois inevitavelmente surgem algumas perguntas: porque o mal existe no universo de Deus? Porque Deus criou um universo com o potencial tão grande para o mal? A bíblia nos diz que Deus é onisciente, de forma que Ele não criou o universo e a humanidade apenas estando ciente de que eles tinham o potencial para se tornarem maus; antes, Ele sabia com certeza que eles se tornariam maus. Sendo, assim diretamente ou indiretamente, Deus criou o mal. Sl. 33: 9. Ap. 4: 11. Em partes temos que concordar com Agostinho que apesar de Deus ter criado o mal para algum propósito, Deus é perfeitamente bom. Sl. 73: 1, Mc. 10: 18. Tg. 1: 17. I Jo. 1: 5. Quanto à questão de Deus ter criado o mal, creio que existam alguns objetivos para isso, e entre eles estão, Rm 9: 17, 22-23. Sl. 139: 12. Como sabemos a bíblia classifica ou faz uma analogia entre as trevas e o mal e a luz e o bem. I Ts.5: 5. Vimos porém, que para Deus tanto o bem quanto o mal são a mesma coisa. Fora ou longe de Deus é que as duas ciências tomam rumos diferentes, o fato é que Deus criou as duas ciências, o bem e o mal. Naturalmente Deus também quis se valer das duas, caso contrário não existia a necessidade da árvore do conhecimento do bem e do mal ter estado no meio do jardim. Gn. 2: 9, 16-17. Na verdade nada é aparte da vontade de Deus, nós não somos deístas nós não cremos que este universo funciona por uma série de leis naturais que são independentes de Deus, A Bíblia nos mostra que Deus está agora ativamente administrando o universo, de forma que nada pode acontecer ou continuar a existir aparte do poder ativo e do decreto de Deus. Mt. 10: 29, Is. 46: 10. Caso seja diferente nós teremos que admitir que Deus não é onisciente e nem onipotente, pois o mal seria então um acidente que pegou Deus de surpresa. Só que não é isso que a bíblia nos diz. Nm. 23: 19. Jó. 9: 3-12, 42: 1-2. Pv. 21: 1 e 30. Dn. 4: 35. Lc. 14: 28-32. Porque Deus não destruiu o mal logo na sua primeira manifestação? Naturalmente a existência do mal estava dentro dos planos e propósitos de Deus, como já foi mencionado acima, penso também que o mal serve como instrumento para Deus provar o gênero humano. Assim como Adão e Eva foram provados nos dias de suas inocências, quanto mais nós que já fomos completamente contaminados com o pecado, um fato que comprova o que estou dizendo foi a vida de Jesus, se ele que era legitimamente o filho de Deus foi provado para somente assim ser aprovado o que dizer de nós. Hb. 5: 8. Is. 45: 7, a palavra hebraica mal encontrada neste verso é רע ra ̀ Que é a mesma pronuncia encontrada em Gênesis 2: 9. Outros versos que nos mostram que Deus usa o mal para o seu inteiro propósito, Ex. 14: 4, Dt. 2: 30-33, 32: 39, Js. 11: 18-20. II Sm. 24: 1. Sl.105: 24-25. Pv. 20: 24. Lm. 3: 37-38, Is. 29: 10. Am. 3: 6, Rm. 11: 7-8, II Ts. 2: 11-12. I Pe. 2: 8. Ap. 17: 17. Deus se agrada do mal? De forma nenhuma! Creio, porém que o mal foi necessário para Deus mostrar a sua ira, a sua retidão, seu poder, a misericórdia, sua justiça, sua paciência, sua graça, longanimidade, e seu amor. A maioria das pessoas acreditam que o mal foi um acidente, pois dizem eles: Deus não pode ter criado o mal, e contra a sua natureza. Lamentavelmente esquecem tais pessoas que as leis e os padrões em todas as suas formas só existem para nós, não podemos fazer um padrão para Deus ser ou seguir, é absurdo, concordo que o mal é contrário a natureza de Deus, pois em nenhum momento disse que Deus é mal, tanto é que no final ele há de exterminar com o pecado e o mal, só não podemos ser contrários aquilo que Deus fez e criou para agir segundo a sua vontade. Ef. 1: 11. Deus em seu plano providencial usa o mal para dar glória a si mesmo por meio de Cristo. Ele usa o mal para apresentar os seus atributos; Deus usa o mal para condenar os impenitentes e também para acumular riquezas da graça para os eleitos. Rm. 11: 32.