domingo, 11 de setembro de 2011

As doenças nos dias de Cristo.

A postagem não tem como objetivo em contestar as doenças e muito menos os milagres. Isso baseado em duas questões simples: as doenças sempre existiram, e a bíblia testifica por todas as suas páginas, sobre a ação de Deus e dos seus agentes, At. 3. 4-7 “Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós. Ele os olhava atentamente, esperando receber alguma coisa. Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! E, tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram.”

Mas não foi sempre assim, inclusive os povos dualistas, aqueles que acreditam que o mundo é regido por duas forças opostas, os assírios e babilônicos são um exemplo claro disso, criam que toda classe de doenças eram provocadas por demônios, para os babilônicos o deus Namtar, o príncipe das trevas, se comprazia em atormentar os míseros mortais: era representado agarrando um homem pelos cabelos, e com a espada desembainhada para feri-lo com todo tipo de doenças e dores.

Etemmu era o nome dado aos espíritos dos mortos que não receberam os sacrifícios rituais prescritos; vagavam pela terra assombrando casas e "encostando" ou "incorporando" nas pessoas que assim caíam em transe e eram atormentadas de mil maneiras. Lamastu era o deus da febre e das doenças de crianças. Lilitu, era a deusa que causava os pesadelos noturnos, após o período de cativeiro ela entrou na mentalidade judaica transformada em Lilit.

Desta divindade ou demônio feminino, Isaías diz metaforicamente que ela descansa nas ruínas do Edom. Is. 34. 14 “Criaturas do deserto se encontrarão com hienas, e bodes selvagens balirão uns para os outros; ali também descansarão as criaturas noturnas e acharão para si locais de descanso.” Inclusive essa mesma deusa ou demônio era a deusa da tormenta para os acádios, identificada com Mililla ("senhora tormenta").

Outro demônio que tinha destaque entre os povos antigos foi Pazuzu ele era o deus principal das chamadas "possessões demoníacas". As pessoas o representavam-no com corpo mais ou menos humano, rosto de bode, pés em forma de garras de ave de rapina e poderosas asas. Pazuzu é o demônio que escolheu W. P. Blatty para causar a possessão no seu filme e livro “O Exorcista”. Assim para os povos que viviam ao redor de Israel acreditavam que cada doença, um demônio que causava.

Mesmo moléstias tão comuns como a enxaqueca ou torcicolo. Quando alguém sofria das têmporas e os músculos de seu pescoço estão doloridos, está lá a ação de um demônio. Assim o demônio Alal agia sobre o peito. O demônio Adad, agia sobre o pescoço. Enquanto que Gigin atormentava nos intestinos, Idpa causava dor de cabeça, a fronte já era atormentada por Utug. As dores nas costas eram provocadas por Ishtar. A demonologia da antiga Mesopotâmia, descrita na literatura sumérica, penetrou através dos caldeus na cultura helenística. Por exemplo: a loucura e qualquer comportamento estranho, eram conseqüência da interferência desses deuses, irritados, na mente do homem.

Foi quando Hipócrates (460-367 a.C.) considerado o pai da Medicina, juntamente com seus seguidores lutaram para erradicar a tradição espírita ou demonológica na explicação das doenças. Era a ciência que sustentava, já então, que todas as doenças se devem a causas naturais. Esses homens passaram a negar, a influência de deuses, espíritos ou demônios inclusive na epilepsia, considerada por excelência "a doença sagrada". Embora houvesse médicos no período do império romano, a maioria, continuou com a mentalidade mágica e demonológica. Ao daímon deus da Febre se dedicou um templo próprio em Roma. Galeno, médico grego (nascido em Pérgamo, Ásia Menor) conhecido em todo o império romano do século II DC. Foi acusado de praticar a magia (bruxaria), pois só assim se compreenderia a precisão com que predizia o curso de uma doença interna: segundo ele teria de ser assim porque conhecia os demônios que as causavam!

No Antigo Testamento não há nenhum caso de possessão demoníaca. E porque não há nenhum caso? Eram claras e severas as admoestações contra a magia, e a mentalidade mágica e demoníaca só entrou na bíblia após o cativeiro babilônico. De maneira nenhuma poderia se aceitar no AT. possessões, encostos e expulsões. Depois, a interpretação demonológica foi entrando aos poucos. Esta mentalidade mágica chegou mesmo a grassar entre os judeus do período inter-testamentário e nos judeus e cristãos do primeiro século após Cristo.

Já nos Evangelhos fala-se de possessões ou expulsões demoníacas 16 vezes, e 3 nos Atos dos Apóstolos. Mt. 8. 16-17E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.”

Percebemos aqui algo interessante, a bíblia traça uma analogia entre os espíritos malignos e as doenças, confirmando assim a crença da época onde eles relacionavam as doenças com os demônios, Mc. 1. 34 “E curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades e expulsou muitos demônios, porém não deixava falar os demônios, porque o conheciam.” At. 8. 6-7 “E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia, pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados.”

É fato também que se o ensinamento dos demônios for tido como sendo algo literal e não um pensamento da época irá contradizer o ensino cristão, onde e dito e ensinado que o diabo é enganador e só fala mentira, Mc. 1. 23-24 “E estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo, o qual exclamou, dizendo: Ah! Que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.” At. 16. 16-17 “E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.”

Nestes quatro versos nós percebemos o suposto espírito maligno fazendo propaganda ou uma espécie de evangelismo, algo contrário as características do diabo O que são essas possessões? Principalmente nos dois séculos a.C. e no século I d.C., a medicina dos judeus era a da Mesopotâmia. Recebida diretamente dos povos mesopotâmicos e indiretamente através da cultura greco-romana. Muitos dirão: isso é impossível, se a bíblia diz que era espírito maligno, então é certo que era! Devemos entender que não é propósito da bíblia esclarecer a ignorância dos povos no que diz respeito a ciência em geral.

O propósito da bíblia é revelar Deus, a sua vontade, demonstrar a natureza caída do homem e mostrar também que a curta vida na terra não é o fim de tudo, esses são alguns objetivos da bíblia, lembrando sempre que o próprio Deus, os profetas apóstolos e mesmo Jesus, sempre trataram das questões humanas, baseado na linguagem humana da época. 

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A "coluna" do adventismo, sem base.

“A passagem que, mais que todas as outras, havia sido tanto a base como a coluna central da fé do advento, foi: "Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado." Dn. 8.14. GC. Pág. 409. Esta declaração de E.G.W revela que caso a doutrina adventista do santuário celestial caia por terra de nada valerá a pretensão adventista de única igreja verdadeira.

Como ela mesma afirma a doutrina do santuário é tanto a base, como a coluna central da fé dos adventistas do 7º dia. Os textos bíblicos utilizados pelos adventistas para “confirmar” tal doutrina é Daniel 8.14. Neste estudo veremos que a base da doutrina adventista é sem fundamento e se é sem fundamento, a pretensão de ser a igreja verdadeira também é sem fundamento.

Para os adventistas tanto Daniel capítulo sete como o capítulo oito representam Roma, para eles, o capítulo (8) representa a fase imperial e o outro (7) a papal. Será que procede? Não! não procede. Vejamos as diferenças:

Capítulo sete.

O chifre pequeno do capítulo sete está associado a uma besta que representa o quarto império.

Capítulo oito.

O chifre pequeno do capítulo oito está associado a uma besta que representa o terceiro império.

Surge diretamente da cabeça da besta.

Surge de um chifre já existente.

Aparece em meio aos 10 chifres já existentes (o que, segundo a teologia ASD, ocorre depois que o quarto poder se dividiu em 10 partes).

Não nasce da cabeça do bode

É um poder recente, novo, que surge do corpo do antigo império e em meio de suas várias partes.

Sai de um dos quatro chifres da cabeça do bode

É um chifre que nasce de uma besta.

É um chifre que nasce de um chifre.

Arranca três chifres durante seu surgimento.

Não arranca nenhum chifre durante seu surgimento

Diz-se ser diferente dos outros 10 chifres, indicando que este chifre seria um poder novo e diferente.

Nada indica que este chifre seja novo ou diferente em maneira alguma.

As palavras aramaicas para chifre pequeno em 7:8 se traduzem precisamente como “outro chifre, um pequeno”

As palavras hebraicas para chifre pequeno em 8:9 se traduzem precisamente como “um chifre de pequeno tamanho”.

É “mais robusto do que seus companheiros” (v. 20). Em outras palavras, representa um poder mais forte que os que estão simbolizados pelos outros 10 chifres.

É um chifre que sai de um chifre, um “chifre de pequeno tamanho”. É insignificante quando se compara com os quatro “chifres notáveis” e o chifre original alexandrino do bode.

Seu campo de influência é a totalidade do quarto império, pois surge da cabeça da besta e se converte no chifre dominante entre os outros dez chifres. Se levanta contra “o Altíssimo” e os “santos do Altíssimo”. Estes são os santos de Deus através de todo o quarto império.

Pertence somente a uma das quatro divisões do poder do bode. Sua atenção se restringe principalmente a uma província menor de uma divisão do império do bode (Grécia), ou seja, a “terra gloriosa” do versículo 9, que é a Palestina.

A malevolência é dirigida contra o povo judeu, seu sumo sacerdote, os sacrifícios, e o santuário.

Dn. 8.23- (Mas, no fim do seu reinado, quando os prevaricadores acabarem, levantar-se-á um rei feroz de cara e especialista em intrigas.) A palavra rei para este verso é Melek que quer dizer rei e não malkuw que quer dizer reino, portanto o verso 23 está tratando de uma pessoa, um rei e não do império romano e sua extensão. Dn. 8.11-12.

(Sim, engrandeceu-se até ao príncipe do exército; dele tirou o sacrifício diário e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo. O exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário, por causa das transgressões; e deitou por terra a verdade; e o que fez prosperou.) O príncipe do exército é Jesus? De maneira nenhuma o verso está dizendo isso. A palavra príncipe é SAR e é o mesmo que, governante, líder, chefe, comandante, oficial, capitão, líderes, príncipes (referindo-se a ofícios religiosos).

O sacrifício diário foi tirado por este rei por causa das transgressões, transgressões não dos cristãos como diz EGW, mais sim dos judeus dos dias de Daniel. Outro fato que joga por terra a interpretação adventista é a questão das tardes e manhãs. Dn. 8.14- (Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.) A palavra tarde deste verso é ereb, é o mesmo que tarde, por do sol, e manhã boqer que quer dizer fim da noite, nascer do sol. O verso está dizendo literalmente 2300 tardes e manhãs. Caso fosse 2300 dias a palavra deveria ser yowm que quer dizer dia. Outro fato bastante relevante e que contribui grandemente para jogar por terra a teoria adventista do santuário está no fato da purificação do santuário de Daniel 8.14 nada tem a ver com a purificação de Levítico 16.

A palavra purificado de Daniel é tsadaq que quer dizer, ser justo, ser correto, ao passo que o verso de Levítico 16.33 que fala sobre a expiação é kaphar que é o mesmo que cobrir, purificar, fazer expiação, fazer reconciliação. Percebemos então que os versos são completamente diferentes, e nada tem a ver a purificação do santuário Levítico com as 2300 tardes e manhãs de Daniel 8.14.