terça-feira, 15 de setembro de 2015

Os três Anjos de apocalipse e a interpretação adventista. Parte II

Em outro assunto nós vimos E.G.W dizendo que a primeira mensagem angélica encontrada no livro do apocalipse refere-se ao nascente movimento adventista, nos dias de Guilherme Miller, e a segunda mensagem cumpriu-se nas denominações protestantes, isso pelo fato de terem elas rejeitado a mensagem da volta de Jesus para 1844. Qual então seria a interpretação adventista para a mensagem do terceiro Anjo?

Ap. 14.9-10 (Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro.)

Antes, porém quero destacar que no que concerne ao NT. E a interpretação profética, defendo o pensamento histórico progressivo, ou seja, acredito que os acontecimentos da era cristã como profetizados na bíblia principalmente no que diz respeito ao NT. estão em ocorrência. Os versos acima como relatados pelo livro do apocalipse nos informam que o terceiro anjo está veementemente nos alertando de um acontecimento, o qual terá lugar em algum momento da história.

Segundo o Anjo, no caso o terceiro, ele está nos dizendo que aqueles que se associarem com a besta sofrerão os castigos advindos do próprio Deus. A associação dita pelo Anjo é descrita como: adorar a besta e a sua imagem, ou receber a sua marca, quer seja na fronte ou na mão. Defendendo o pensamento histórico progressista acredito que a besta não é nenhum sistema religioso como defendido por várias denominações, acredito ser ela um sistema bélico- político que sobressairá às nações.  

Conforme o relato bíblico, a besta é um sistema de governo opressor, o qual imporá a força segundo sua vontade, tentando com isso sanar os males criados pelo próprio homem, inclusive “pelos próprios”, que tentarão reorganizar não só a sociedade corrompida como todo sistema falido que ora presenciamos. Porque não acredito ser a besta algum sistema religioso cristão? Ap. 17.17 (Porque em seu coração incutiu Deus que realizem o seu pensamento, o executem à uma e dêem à besta o reino que possuem, até que se cumpram as palavras de Deus.)

Quem dará a besta o reino que possuem? Ap. 17.12-13 (Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora. Tem estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem.) Vemos nestes versos os reis entregando os seus reinos para a besta, trazendo para nossa época podemos dizer que as potencias dominantes operarão juntamente com a besta ou com algum poder bélico-político que estará dominando sobre as nações.

O que essas potências (reis) juntamente com besta isto é pelo poder que estará se sobressaindo entre as nações farão? Ap. 17.16 (Os dez chifres que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada, e lhe comerão as carnes, e a consumirão no fogo.) Vemos que a meretriz não é a besta pois esta destruirá aquela, a meretriz sim é o sistema religioso, auto intitulado cristão.

Nestas poucas linhas descrevi de uma forma muito resumida o meu parecer sobre como compreendo ser a besta e a meretriz de apocalipse 17. Salientando também que esta não é a visão adventista sobre o assunto. E qual é a mensagem do terceiro anjo segundo a visão adventista? Em 10 de Dezembro de 1871 foi-me mostrado novamente que a reforma de saúde é um ramo da grande obra que deve preparar um povo para a vinda do Senhor. Ela se acha tão ligada à terceira mensagem angélica, como as mãos o estão com o corpo”. “Conselhos sobre regime alimentar”. pág. 69.

Não sei por qual motivo E.G.W disse que o regime alimentar natural fará parte da mensagem do terceiro Anjo, penso no entanto que acreditou ela que tal mensagem será dada somente por aqueles que se absterem de alimento cárneo, em outras palavras para E.G.W a mensagem do terceiro anjo só será proclamada pelos vegetarianos. Sobre este pensamento existem dois paradoxos, os quais são: nem todos adventistas são vegetarianos e nem todos vegetarianos são adventistas.

Na sua maioria senão todos os vegetarianos não adventistas, não acreditam ou não conhecem a mensagem do terceiro Anjo. Os próprios adventistas na sua quase totalidade mesmo os vegetarianos tem uma interpretação errada da mensagem do terceiro Anjo, assim como erram ao interpretarem as duas primeiras mensagens.

Além da mensagem de saúde qual é a mensagem do terceiro anjo segundo a visão adventista? E. G. W diz: “A guarda do sábado é um sinal de lealdade para com o verdadeiro Deus, Aquele que fez o céu a terra, e o mar e as fontes das águas; (Ap. 14.7) Segue-se que a mensagem que ordena aos homens adorar a Deus e guardar os seus mandamentos, apelará especialmente para que observemos o quarto mandamento”. O grande Conflito pág. 438.

Claramente ela está nos dizendo que um povo vegetariano irá dizer que o sábado é o sinal de Deus, em contraste o domingo, segundo ela, é o sinal da besta. Vejam o que ela continua dizendo: “Ao rejeitarem os homens a instituição que Deus declarou ser o sinal de sua autoridade, e honrarem em seu lugar a que Roma escolheu como sinal de sua supremacia, aceitarão, de fato, o sinal de fidelidade para com Roma “o sinal da besta”. O grande Conflito pág. 449.

Percebemos então que a terceira mensagem angélica segundo a interpretação adventista fomentado por E. G. W diz nos ser que o sinal proibitivo o qual trará angustia sobre a terra e impossibilidade dos crentes de comprar e vender é o dia de domingo. Ao meditarmos nesta declaração, percebemos claramente que ela nada mais é do que um conjunto de palavras tentando embasar um pensamento, isso fica claro quando examinamos a questão da seguinte forma.

Qual a similitude entre a proibição de comprar e vender e o domingo? Lembrando sempre que a terceira mensagem angélica além de ser uma mensagem de advertência para aqueles que não receberam, é uma mensagem de condenação para aqueles que irão receber o sinal da besta. Enfatizando também que o sinal da besta será o único meio que uma pessoa poderá participar ativamente do comércio, acredito que o sinal da besta será algo físico, não espiritual como ensinam os adventistas.

Ap. 13.16-17 (E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta ou o número do seu nome.) Os adventistas tentam dar uma explicação para este problema dizendo que aqueles que tiverem o domingo como o dia de guarda poderão comprar livremente, ao passo que os sabatistas ou os adventistas, terão acesso negado no comércio. Na verdade este argumento é falacioso, pois se segundo os adventistas o sinal da besta é algo espiritual como farão para identificar alguém? Geralmente os adventistas não comercializam no sábado, e por isso alegam que serão vedados de comercializar em outros dias. Para que se cumprisse isso necessário seria que o comércio funcionasse apenas no dia de sábado, passaria a ser o oposto do que é na atualidade.

Ainda que no futuro, quer seja por escassez no que diz respeito aos recursos naturais, ou mesmo por ociosidade; digamos que o comércio opere apenas um dia na semana, e suponhamos que esse dia seja o sábado. Mesmo assim os adventistas poderão burlar tal “marca espiritual” e comprar nesse dia; isso pelo fato do dia no nosso calendário gregoriano começar de meia noite até meia noite. Ao passo que o dia bíblico segundo qual o sábado está inserido começa de um por do sol até outro.

Sendo assim, após o por do sol do sábado, para o adventista já é noite de domingo, enquanto para o comércio proibitivo que estará louco para negar uma transação comercial com o adventista, ainda é sábado, neste caso o adventista irá comprar e vender e depois sair rindo da loja. Tal interpretação não suporta o ensino bíblico e também foge da lógica. Sendo assim a interpretação adventista embasada em E. G. W das três mensagens angélicas encontradas no livro do apocalipse são incoerentes. Jesus não voltou em 1844, portanto a primeira mensagem angélica não se cumpriu em Guilherme Miller, pois esta foi a sua mensagem, ou seja, de que Jesus com toda a certeza voltaria naquele ano. 

Para recapear tal erro de interpretação os pós mileritas disseram que a interpretação de Miller estava correta, porém não o lugar para onde Jesus iria, ou seja, para os adventistas Jesus apenas se deslocou no céu; diga-se de passagem, que tal interpretação não tem apoio bíblico. A segunda mensagem angélica, segundo a interpretação adventista também não ocorreu; sabemos que o “caiu Babilônia” significa destruição, extermínio, não apenas uma queda espiritual da cristandade. E a terceira mensagem angélica segundo a interpretação adventista também é falaciosa. Como vimos, para o adventismo, o sinal da besta é o dia de domingo como sendo o dia de repouso, porém percebemos que o dia da semana não será um empecilho para ninguém comprar e vender.        

Evandro.


sábado, 5 de setembro de 2015

Evidências a favor da ressurreição de Jesus, parte II.

1ª Pe. 3.15 (Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós.) Atualmente vivemos em uma sociedade completamente descrente, onde o espiritual é tido como crença de gente ignorante, em uma sociedade materialista a realidade só pode ser mostrada através daquilo que é visível. O que as pessoas acham da ressurreição de Jesus? Como nós podemos responder com argumentos fortes a favor da ressurreição? Temos certeza em nós mesmos de que Jesus realmente ressuscitou dos mortos? Como podemos evidenciar esses fatos?

Existe uma crítica muito grande, tanto dentro quanto fora da cristandade, lutando de todas as formas com o objetivo em espalhar o máximo possível a idéia de que a ressurreição de Jesus não aconteceu. Sendo assim, muitos que se dizem crentes são na verdade céticos e mesmo ateus. O “trabalho” desse grupo é tentar de todas as formas mostrar que são intelectuais, capazes de tirar as trevas da ignorância daqueles que foram iludidos com a mensagem da ressurreição.

Ao contrário do ensinamento dos céticos as evidencias da ressurreição podem ser resumidas em quatro fatos independentes: (1) o sepultamento de Jesus: (2) o sepulcro vazio: (3) as aparições de Jesus após sua morte e (4) o início da convicção dos discípulos na ressurreição de Jesus. Naturalmente não iremos tratar em apenas uma postagem as quatro questões. Vamos analisar a questão número um.

O sepultamento de Jesus: O sepultamento de Jesus é atestado por fontes primitivas independentes, ou seja, por Mateus, Marcos, Lucas e João, que formam o Novo Testamento juntamente com várias cartas de Paulo. O relato do sepultamento é uma parte do relato de Marcos sobre a história do sofrimento e morte de Jesus. Mc. 15.46 (Este, baixando o corpo da cruz, envolveu-o em um lençol que comprara e o depositou em um túmulo que tinha sido aberto numa rocha; e rolou uma pedra para a entrada do túmulo.)
      
Trata-se de uma fonte muito próxima aos acontecimentos que provavelmente é baseada no testemunho de um observador dos eventos e que, sobre a qual, Rudolf Pesch especialista no livro de Marcos data para algum momento entre sete anos após a crucificação. Além disso, Paulo cita uma fonte extremamente antiga para o sepultamento de Jesus que a maioria dos estudiosos data para algum momento entre cinco anos após a crucificação de Jesus.

 1ª Co. 15.3-9 (Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem. Depois, foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo.)

A importância ou o significado da ressurreição de Jesus será dada pelo contexto em que ela ocorre: Vamos primeiro dar uma olhada nas evidências a serem explicadas e, então, na melhor explicação para essas evidências. Se os quatro fatos mencionados anteriormente – (1) o sepultamento de Jesus, (2) sepulcro vazio; (3) as aparições de Jesus após sua morte e (4) o início da convicção dos discípulos na ressurreição de Jesus Podem ser tidos como algo estabelecido, e se não há nenhuma outra explicação natural e plausível para eles que seja tão boa quanto à da hipótese da ressurreição. Então temos motivo para deduzir que a ressurreição de Jesus é a melhor explicação para os fatos. Assim, vamos examinar as evidências que sustentam cada um desses quatro fatos.

Mc. 15.43 (Vindo José de Arimatéia, ilustre membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus, dirigiu-se resolutamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus.) Sabemos que existia uma hostilidade entre os membros do sinédrio contra Jesus e seus seguidores, para os discípulos esses homens maquinaram a morte de Jesus; At. 2.23 (Sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de Iníquos.) At. 2.36 (Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.)

Sendo membro do sinédrio José de Arimatéia é a última pessoa que se podia esperar que cuidasse devidamente do corpo de Jesus. Assim o sepultamento de Jesus por José de Arimatéia é muito provável, uma vez que seria quase inexplicável imaginar o motivo por que os cristãos teriam inventado tal história sobre um membro do sinédrio que fez o que era correto por Jesus. 

Vimos acima tanto os evangelhos quanto Paulo atestando a questão (1) que Jesus realmente morreu e foi sepultado, sabemos também que a bíblia é um livro histórico e a confiabilidade histórica do sepultamento de Jesus sustenta o fato do sepulcro vazio. Questão (2):   Mt. 28.6 (Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia.)
           
Como o sepultamento de Jesus prova que seu sepulcro foi encontrado vazio? Se o que está escrito sobre o sepultamento for preciso, então o local em que ficava o sepulcro era conhecido em Jerusalém, tanto por seguidores quanto por não seguidores de Jesus. Uma vez que os dois grupos estavam presentes quando Jesus foi sepultado. Mas nessa hipótese, o sepulcro tinha que estar vazio quando os discípulos começaram a proclamar que Jesus ressuscitara.

Por quê? Primeiro, porque os discípulos não poderiam ter crido na ressurreição se o corpo de Jesus ainda estivesse no sepulcro. Teria sido algo totalmente contrário aos judeus, para não dizer estúpido, acreditar que um homem tivesse ressuscitado dos mortos se o seu corpo ainda estivesse no sepulcro. Segundo, ainda que os discípulos tivessem proclamado a ressurreição de Jesus apesar de o sepulcro não estar vazio, dificilmente alguém teria acreditado neles.

Um dos fatos mais notáveis sobre a incipiente crença dos discípulos na ressurreição de Jesus foi que ela surgiu na própria cidade em que Jesus tinha sido publicamente crucificado. Enquanto as pessoas de Jerusalém pensassem que o corpo de Jesus estava no sepulcro, poucas estariam preparadas para acreditar em um absurdo como o fato de que tinha ressuscitado. E terceiro, ainda que elas tivessem acreditado nisso, as autoridades judaicas teriam trazido a verdade à tona simplesmente apontando para o sepulcro de Jesus ou, talvez, exumando o corpo como prova definitiva de que Jesus não havia ressuscitado.

Sugerir como fizeram certos críticos, de que as autoridades judaicas não consideravam essa história de Jesus ter ressuscitado como algo que merecesse atenção é uma alegação fantasiosa e contrária as evidências. As autoridades estavam profundamente interessadas em esmagar o nascente movimento cristão que fizeram o seguinte:

Mt. 27.62-66. (No dia seguinte, que é o dia depois da preparação, reuniram-se os principais sacerdotes e os fariseus e, dirigindo-se a Pilatos, disseram-lhe: Senhor, lembramo-nos de que aquele embusteiro, enquanto vivia, disse: Depois de três dias ressuscitarei. Ordena, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia, para não suceder que, vindo os discípulos, o roubem e depois digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e será o último embuste pior que o primeiro. Disse-lhes Pilatos: Aí tendes uma escolta; ide e guardai o sepulcro como bem vos parecer. Indo eles, montaram guarda ao sepulcro, selando a pedra e deixando ali a escolta.)

Mt. 28.11-12. (E, indo elas, eis que alguns da guarda foram à cidade e contaram aos principais sacerdotes tudo o que sucedera. Reunindo-se eles em conselho com os anciãos, deram grande soma de dinheiro aos soldados, recomendando-lhes que dissessem: Vieram de noite os discípulos dele e o roubaram enquanto dormíamos.) E mesmo que não desse mais para reconhecer os restos mortais que estivessem no sepulcro, o ônus da prova recairia sobre quem dissesse que aqueles não eram os restos mortais de Jesus, mas parece que nunca houve essa discussão, para ver se era ou não o corpo de Jesus. 

Evandro.