segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

"Ortodoxos" X desigrejados, quem é mais cristão?

Sistematicamente os ditos “cristãos ortodoxos” criticam as pessoas que não são consideradas por eles “os ortodoxos”, e a crítica vai além, dizem  que os não ortodoxos não pertencem à igreja de Cristo, isto pelo fato de não acreditarem na doutrina da trindade e por não pertencer e frequentar nenhuma denominação religiosa cristã. Na verdade, os ditos não ortodoxos o qual Eu me enquadro, são por muitas das vezes rotulados por hereges e desigrejados, título este recebido pelo fato de não pertencerem a nenhuma denominação cristã.

Como me enquadro nesta situação resolvi fazer este pequeno artigo, não como uma contra crítica, mas ressaltando quem sabe algumas questões as quais os “ortodoxos” deveriam rever. Por exemplo: Mc. 9. 38-40 Disse-lhe João: Mestre, vimos um homem que, em teu nome, expelia demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não seguia conosco. Mas Jesus respondeu: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e, logo a seguir, possa falar mal de mim. Pois quem não é contra nós é por nós.”

Os discípulos ainda naquela fase de não amadurecimento ficaram bravos, pelo fato de terem visto certo homem que não participava do grupo, operando algum sinal notório em nome de Jesus. A reação deles foi de imediato, “ora, se não andas conosco, não é um dos nossos”, posso atestar com toda a certeza, se o termo existisse já naqueles dias, tal homem seria rotulado como desigrejado, isso eu não tenho dúvidas.

Mas a reação do mestre foi de alguém mais inteligente ou podemos dizer mais maduro, Jesus partiu para o caminho óbvio, ou seja, se tal homem está trabalhando ainda que distante para nós, ele não pode ser nosso inimigo, essa é a conclusão lógica, ora quem não é contra nós é por nós, concluiu Jesus. O problema da religião chama-se exclusivismo, bem verdade que Deus escolhe quem e onde Ele quer, mas não deveria ser prerrogativa humana tornar Deus, Cristo ou mesmo a igreja uma propriedade privada.

Pelo contrário, é Deus quem escolhe este ou aquele, não são os homens que escolhem Deus. Assim sendo o fato de não pertencer a determinada denominação não torna ninguém inferior ao outro. Caso seja ensinado o contrário, tal ensinamento e palavras não passam de “chavões” vazios, a muito articulado pelos líderes denominacionais. Portanto ninguém se preocupe, visto que os mesmos que se auto intitulam ortodoxos foram os primeiros a dividir o corpo de Cristo.

Algo que já havia ocorrido no passado, 1ª Co. 1. 13Acaso, Cristo está dividido Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados em nome de Paulo? Ainda que não percebemos nenhuma denominação dita ortodoxa pregando exclusivamente em nome de Paulo ou mesmo batizando em seu nome, vemos as mesmas se arrogando e dizendo que cada qual é exclusividade de Cristo, ora muitas não podem ser exclusivas, ou seja, exclusividade é característica de uma somente.

Por que nenhuma delas podem se arrogar de ser exclusiva ou mesmo ortodoxa? Ou melhor ortodoxa pode até que sejam, mas devemos entender como funciona tal ortodoxia. A questão da exclusividade: Devemos compreender o fato de que a placa denominacional não garante exclusividade de ser de Cristo, Jo. 4. 20-21 “Nossos pais adoravam neste monte vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai.”        

A mesma polêmica se levantou nos dias de Cristo, a mulher no seu diálogo com Jesus lhe assegurou: “ Nós os samaritanos fazemos o nosso culto aqui neste lugar, mas vocês os judeus dizem que é em Jerusalém; a resposta de Jesus se encaixa perfeitamente para os exclusivistas dos nossos dias, -ora vocês só estão preocupados com placa denominacional. Ou seja, por ser Deus espírito não está Ele restrito a um ambiente, portanto não é o local que define a adoração ou o culto prestado, mais sim a intenção o propósito e o objetivo do adorador.

O que temos visto é a suposta exclusividade dividindo o “corpo” de Cristo, algo que não se encaixa nos seus ensinamentos. E quanto a ortodoxia? Será que os supostos exclusivistas são realmente ortodoxos? Como disse nas linhas acima, ortodoxos até que realmente podem ser, mas de onde parte a suposta ortodoxia? Ao compararmos o ensinamento bíblico contrapondo com o ensino dos ditos segmentos cristãos, fica evidente que a ortodoxia a qual eles se arrogam tanto não provem do ensino bíblico.

Em outras palavras a ortodoxia cristã ensina pelas denominações é uma ortodoxia dos pais da igreja supostamente embasada por alguns versos bíblicos. Por exemplo: alguns versos parece ou supostamente afirma que Jesus é Deus, mas contrapondo o ensinamento com a própria bíblia temos inúmeros versos dizendo que Deus é um, no verdadeiro sentido da palavra, ou seja, um de unitário, não um em composição, pergunto, de onde surgiu este ensinamento? Da bíblia, de Jesus, ou dos cristão posteriores ao cânon bíblico?

Se foi a bíblia que disse isso ela está se contradizendo, e com certeza ela não está, fato é que o monoteísmo literal é defendido na bíblia. Seria Jesus que ensinou tal ortodoxia defendida pelos exclusivistas? Não mesmo! Usarei o próprio NT. O qual eles dizem existir evidencias do deus triúno para provar que nem a bíblia nem mesmo Jesus ou os apóstolos ensinaram tal ortodoxia, Mc. 12. 29 “Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!

Seria estranho o próprio Jesus dizer: “o nosso Deus é o único Senhor”. Se ele não se considerasse alguém inferior a Deus, e isso foi o próprio Jesus quem assegurou Jo. 14. 28  Ouvistes que eu vos disse: vou e volto para junto de vós. Se me amásseis alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que eu.”  Jo. 5. 44 “Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único? Jo. 17. 3 “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. Rm. 16. 27Ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém!”

Percebemos claramente nestes versos a bíblia e o próprio Jesus testificando sem contradições que Deus não é uma trindade, por que me refiro a trindade? Pois ela segundo a cristandade é a base da ortodoxia cristã, ou seja, se não sou trinitário não sou ortodoxo, e muitos chegam a dizer que se alguém não crê na trindade então esse alguém não é cristão. Os três últimos versos lidos, dois dito pelo próprio Jesus e um por Paulo dizem que Deus é único, este único vem da palavra grega monos é significa: (sozinho, sem companhia, único somente). 

Ao contrário, a historia da igreja tem nos mostrado que a doutrina da trindade foi formulada pelos primeiros cristão pós apostólicos, chamados de pais da igreja, e foram vários os motivos que levaram eles a elaborarem tal doutrina, não irei neste assunto tratar destes casos, mas o que se percebe é: a ortodoxia ensinada atualmente é pós bíblica e neste sentido Eu não me importo nem um pouco, por não ser ortodoxo. Segundo o exclusivismo é um sinal de arrogância ou síndrome de superioridade, algo condenado pelo próprio Cristo, e terceiro será que os ditos ortodoxos cristãos exclusivistas seguem realmente o ensinamento de Cristo? Não sei, infelizmente Eu ainda não sigo, talvez alguém queira saber que ensinamento é esse, ele se encontra em Mateus 5. 1-48. se alguém seguir a risca esses ensinos então tal pessoa é um verdadeiro cristão.   

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Venha o teu reino.

A política brasileira e acredito mesmo a política mundial não trás muita confiança, em outras palavras qual deve ser a nossa atitude no que diz respeito ao governo humano? Estão os governantes preocupados com a nossa estadia aqui na terra? Em meio à catástrofe sócio-política que vivemos, qual deve ser a nossa atitude? Para todas estas perguntas a bíblia nos dá a resposta. Sl. 115. 16 Os céus são os céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens”.

O modelo de governo que ora temos presenciado, e em todas as partes do mundo, por si só demonstra com realidade que é um governo dirigido pelos homens, ou seja, um governo falido, injusto, egoísta, ultrapassado, o qual necessita ser substituído. Não estou fazendo propaganda política, para governo A ou B, ou mesmo por ideologias partidárias, quando digo que o governo humano precisa ser substituído, não penso em uma substituição de homem por homem, seria trocar seis por meia dúzia.

A substituição a qual me refiro é a substituição prevista pela bíblia, ou seja, a substituição do reino dos homens pelo reino de Deus. A bíblia de uma forma simbólica apresenta um resumo da realidade do reino humano, qual é a característica apresentada pela bíblia do reino dos filhos dos homens?  Dn. 7. 7 “Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres.”

Não irei entrar em detalhes acerca do verso acima, mas posso lhes assegurar que na bíblia, animal em profecias significa reino, Dn. 7. 17 Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis que se levantarão da terra”. Os reis lideram um reino. A característica que ora nos interessa é: (terrível, espantoso) A palavra terrível e espantoso para este verso, (é dar medo). Mesmo não sendo este reino de Daniel 7.7 o que ora nos representa, o que podemos dizer do reino humano na atualidade? Seguramente as suas características não são diferentes daquelas apresentadas pelo verso.

O reino humano dá medo por quê? Pelo fato de estar estribado na injustiça, no abuso de poder, muitas das vezes na ilegalidade, e há aqueles que apelam até mesmo para a opressão, tudo isso gera desconforto, desconfiança, ansiedade na população que compõe este reino. A bíblia descreve a atividade do governo injusto como sendo uma lição no povo ímpio, um caso semelhante aconteceu nos dias do profeta Isaías, Is. 10. 5-6 Ai da Assíria, cetro da minha ira! A vara em sua mão é o instrumento do meu furor. Envio-a contra uma nação ímpia e contra o povo da minha indignação lhe dou ordens, para que dele roube a presa, e lhe tome o despojo, e o ponha para ser pisado aos pés, como a lama das ruas”.

Nestas palavras vemos Deus utilizando uma nação ímpia e ao mesmo tempo impiedosa para destroçar outros povos semelhantes, igualmente na atualidade, alguns povos se arrogam dizendo que são soberanos e senhores do destino, atribuem sua força as suas armas destruidoras, extremamente poderosas  e se esquecem ou nunca tiveram a noção de que alguém infinitamente superior não só permitiu mas ordenou desenvolverem e mesmo agir desta forma, com o intuito em abater a soberba de outros povos. 

Seriam as nações poderosas melhores e mais justas do que as outras? as suas obras testificam dizendo que não. Assim sendo não estão de forma nenhuma livres de uma retribuição; nos dias bíblicos ou mais precisamente nos dias da Assíria, o acerto de contas vinha em forma de uma nação igualmente concorrente e poderosa, Is. 10. 12Por isso, acontecerá que, havendo o Senhor acabado toda a sua obra no monte Sião e em Jerusalém, então, castigará a arrogância do coração do rei da Assíria e a desmedida altivez dos seus olhos.”  Já na atualidade não sabemos como o acerto virá, só sei que o povo paga pela sua transgressão e impiedade.

Assim como Assíria desconhecia que Deus ordena e comanda todas as coisas, atualmente as nações modernas acreditam que o seu auge dependeu somente de seus esforços e sabedoria. Dn. 4. 17 “Esta sentença é por decreto dos vigilantes, e esta ordem, por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer e até ao mais humilde dos homens constitui sobre eles”.

Conhecendo isso, ou seja, o governo humano é terrível e espantoso, ou mais precisamente cruel. As nações imponentes foram também estabelecidas por Deus com o intuito em abater a soberba e impiedade dos povos, vimos também às mesmas nações soberanas do passado e a promessa de que no futuro elas também terão em si mesmo a retribuição merecida de sua impiedade e falta de misericórdia. Devemos crer que somente o governo justo de Deus trará paz justiça e prosperidade, e deve ser este o governo o qual devemos aguardar.

Não existe outra expectativa, o governo humano não cria nada que possa garantir equilíbrio prosperidade e justiça, não é possível, ainda que possa existir boa intenção. Sobre as nações modernas existe uma expectativa não muito agradável para aqueles que não acreditam no vindouro reino de Deus, Dn. 2. 34 Quando estavas olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou”.

Falando sobre a chegada do reino de Deus a bíblia descreve como sendo algo drástico a acontecer no futuro, ela também descreve uma estátua com vários metais, representando o reino dos homens Dn. 2. 35 Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a palha das eiras no estio, e o vento os levou, e deles não se viram mais vestígios. Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra”.

Este verso nos mostra que após a “colisão” da pedra com a estátua os metais e todos os outros materiais sumiram, contudo a pedra encheu a terra, como dito acima os materiais pertencentes a estátua, significavam o reino dos homens em suas vária fases e época, já a pedra simboliza o reino de Deus, o qual se tornará em uma grande montanha até encher a terra. Portanto, ainda que estejamos neste mundo, sofrendo por causa das injustiças dos governantes, em meio as impiedades dos povos, não adianta e muito menos convém nos importar.

O nosso reino não pertence a este sistema falido e fadado ao fracasso. Devemos sim viver de forma a promover a paz e a justiça neste mundo, não esperando recompensas neste sistema (terrível e espantoso) a nossa expectativa deve girar em torno da promessa bíblica, de que o reino de Deus há de vir, não nos preocupando em marcar datas e tempos, pelo fato de não existir esta indicação, a bíblia só diz que será nos dias destes reis, Dn. 2. 44 “Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre”.