A grande
controvérsia entre os sabatistas, principalmente os adventistas do 7º dia e a cristandade, se dá basicamente devido à indefinição do dia do Senhor defendido
por ambas as partes. Assim como os adventistas (cito o adventismo por ser de maior expressão) os grupos denominacionais quase
sem exceção são trinitários, logo para eles Jesus é a segunda pessoa da
trindade e, portanto Deus, como instituído nos credos Niceno-constantinopolitano. Como é sabido por todos, os sabatistas acreditam que o dia de
Deus é o sábado, já os “dominguistas” acreditam que o dia de Deus é o domingo,
portanto ambas as partes se “digladiam” querendo a todo custo provar que estão certos sobre o
dia do Senhor.
Mediante
isso quem está certo, qual grupo denominacional está com a razão? A julgar pela
bíblia veremos que ambos estão errados, Segundo a bíblia o dia que Deus separou
para o povo judeu foi o sábado, e isto é inquestionável, mas a questão
persiste, qual foi o dia dedicado a adoração instituído para os não judeus?
Nenhum, portanto ambos os lados estão errados, alguns versos bíblicos
claramente nos confirma isto.
Colossenses 2.16 (Ninguém, pois, vos julgue por causa de
comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados.) Romanos 14.5-6 (Um faz diferença entre dia e
dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em
sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e
quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o
Senhor não come e dá graças a Deus.)
A base
do erro nesta premissa está no fato da bíblia não afirmar que Jesus é Deus, pelo
contrário ela diz que Jesus é Senhor 1ª
Co. 8.6 (Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para
quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as
coisas, e nós também, por ele.) (grifo meu)
Em outras palavras não
existe um dia dedicado ao Cristo como sendo o dia do Senhor separado como foi o
sábado no judaísmo. A tradição cristã se encarregou em dizer que o domingo é o
dia do Senhor, isso devido à ressurreição, não por uma ordem escriturística,
mas apenas por tradição. E, tradição esta que estava preocupada em manter vivo
o dia da ressurreição do Senhor não o dia de Deus, haja vista que Deus não
morreu.
Sendo
assim a cristandade falha em promover um dia para Deus o qual ele Deus não
solicitou, é verdade, não existe nada que nos mostra Deus ordenando o domingo
como sendo um dia de guarda, também falha a IASD. Pois o sábado na antiga
aliança era tido como o dia de Deus, e se eles não sabem a palavra Senhor para Deus,
só foi possível após a septuaginta, antes disso, na bíblia hebraica Deus era Yahweh
e não (Senhor). Para nós Yahweh uma convenção da palavra hebraica יהוה,
transcrito em letras romanas como YAHWEH, e conhecido como o tetragrama,
cuja pronúncia original é desconhecida. O significado mais provável de seu nome
seria "aquele que traz à existência tudo que existe".
O que os
religiosos não querem ver é que o domingo não é o
dia de Deus, convencionalmente é conhecido como o dia em que o Senhor ressuscitou. Outro fato importante é que Deus e Jesus são pessoas completamente distintas. Volto a repetir
Jesus não pediu nem mesmo instituiu um dia de guarda, quanto aos adventistas,
Jesus não é o Deus eterno, sendo assim o sábado não foi o dia de Cristo e,
portanto a “guerra” travada entre as denominações e os adventistas sobre o dia
do Senhor é sem nexo.
Suponhamos
que ao menos um lado estivesse com a razão sobre o dia de Deus, o que deveria
ser feito? Segundo a bíblia o dia de Deus no antigo testamento era um teste de
“o que fazer e o que não fazer”; ou seria apenas um dia de lembranças e
recordações? Um exemplo claro disso está no fato de como os “dominguistas”
observam o dia do Senhor, a observância está somente na tradição, ou na
“intenção” não passa disso, de resto o dia do senhor com raras exceções é
dedicado para o próprio âmago, (passeios esportes lazer em geral.)
O mesmo
se da com os sabatistas, acreditam piamente que estão agradando a Deus pelo
fato de dizerem que dedicam o sábado como sendo o dia do Senhor. Erram em três
questões duas já abordadas: (1) o sábado foi uma instituição para os judeus,
(2) o sábado não é o dia do Senhor, mas de Deus, (3) os sabatistas falham em
não cumprir as exigências implícitas no mandamento do sábado tornando a sua
observância apenas uma tradição ou um sinal da aprovação de Deus, visto acreditarem com todo o empenho que estão restaurando uma verdade bíblica a muito violada.
Por
exemplo, o mandamento escriturístico do sábado envolve mais do que se abster de
trabalhar, nele o indivíduo não poderia acender fogo, Êxodo 35.3 (Não acendereis fogo em nenhuma
das vossas moradas no dia do sábado.), Diga-se de passagem, que o problema não estava em
como proporcionar o fogo, mais sim em acendê-lo. Para os
sabatistas dos dias modernos a guarda do sábado é apenas parcial, pois as
exigências implícitas no mandamento são relegadas ao descaso.
Isaías 58.13 (Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios
interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não
seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem
falando palavras vãs.)
Repare no verso que o mandamento do sábado proibia também
de o indivíduo tratar dos próprios negócios e de dizer palavras destituídas de
espiritualidade, neste sentido o mandamento do sábado diz que a sua observância
está além da mera intenção, ou seja, não adianta os sabatistas dizerem que Jesus
completa a intenção, segue o velho adágio que diz que de boa intenção o inferno
está cheio.
Êx. 16.29 (Considerai que o Senhor
vos deu o sábado; por isso, ele, no sexto dia, vos dá pão para dois dias; cada
um fique onde está, ninguém saia do seu lugar no sétimo dia.) Após isso, os
líderes judaicos instituíram por tradição uma medida pela qual o indivíduo
poderia percorrer nesse dia. At. 1.12
(Então, voltaram para Jerusalém, do monte
chamado Olival, que dista daquela cidade tanto como a jornada de um sábado.) “A
distancia de um sábado” era aproximadamente de 1 km.
O que estou dizendo é que não há um único individuo que
guarda realmente o sábado como descrito na lei, a lei do sábado e toda a sua
exigência dizia também que o transgressor deveria morrer, Nm. 15.32-36 (Estando, pois,
os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de
sábado. Os que o acharam apanhando lenha o trouxeram a Moisés, e a Arão, e a
toda a congregação. Meteram-no em guarda, porquanto ainda não estava
declarado o que se lhe devia fazer. Então, disse o Senhor a Moisés: Tal homem será morto; toda a congregação o
apedrejará fora do arraial. Levou-o, pois, toda a congregação para fora do
arraial, e o apedrejaram; e ele morreu, como o Senhor
ordenara a Moisés.)
Volto a repetir a lei conforme
instituída e requerida como no AT. só é cumprida quando na sua totalidade e legitimidade. Não
existe nenhum texto bíblico que apoie a ideia de que a guarda do dia de Deus ou
do dia do Senhor (como queiram) possa ser apenas uma observação baseada na
intenção do individuo, para a lei era “8 ou 80” não tem meio termo.