sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Deus unigênito ou filho unigênito?

João 1. 18 “Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou. (Almeida Corrigida Fiel.) Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou”. ( Almeida Revista e Atualizada.) Essa variação entre Deus unigênito e filho unigênito se dá devido a alguns teólogos que acreditam que o texto original diz “ho monogenes theos” = “o Deus único ou unigênito”, enquanto outros teólogos acreditam que o texto original era “ho monogenes huios” = “o Filho unigênito”.

Os textos gregos variam, mas há boas razões para acreditar que a leitura original é representada em versões como a Almeida Corrigida Fiel. Embora seja verdade que os manuscritos gregos mais antigos contêm a leitura “theos”, “Deus” cada um desses textos é do tipo de texto alexandrino. Praticamente todas as outras leituras das outras tradições textuais, incluindo os textos ocidentais, bizantinos e alexandrinos secundários, dizem huios, “filho”.

Um grande número de Padres da Igreja, como Irineu, Clemente e Tertuliano, citou o versículo com “Filho” e não “Deus”. Isso é especialmente importante quando se considera que Tertuliano defendeu agressivamente a encarnação e é creditado como aquele que desenvolveu o conceito de “um Deus em três pessoas”.

Se Tertuliano tivesse um texto que lesse “Deus” em João 1. 18, ele certamente o teria citado, mas em vez disso ele sempre citou textos que diziam “Filho”. E além disso é muito difícil conceber o que “Deus unigênito” significaria na cultura judaica. Não há uso da frase em nenhum outro lugar da Bíblia. Em contraste, a frase “Filho unigênito” é usada outras três vezes por João.

Jo. 3. 16 e 18 “ Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. “ Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. 1ª Jo. 4. 9 “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele”.

Para um judeu, qualquer referência a um “Deus único” geralmente se referia ao Pai. Embora os judeus da época de João tivessem problemas com o “Deus unigênito”, os cristãos do segundo século em diante, com sua compreensão cada vez mais incoerente da cristologia e da natureza de Deus, teriam sido muito mais facilmente capazes de aceitar tal doutrina. Outra razão para favorecer “Filho” em vez de “Deus” é que o versículo é sobre Deus sendo revelado por Jesus.

Como vimos, o verso 18 de João 1 começa com a frase, que ninguém jamais viu “Deus”, chamar Jesus nesse contexto de “o Deus unigênito” (ou o “Deus único”) estabeleceria uma contradição inerente. Se você não pode ver Deus, como você pode ver “o único Deus?” A resposta simples no versículo é que o Filho não é Deus e, portanto, embora não possamos ver a Deus, podemos ver o Filho unigênito que tornou Deus conhecido.

A razão pela qual o texto provavelmente foi mudado de “Filho” para “Deus” foi para fornecer “evidência extra” para a existência da Trindade. No segundo século, um intenso debate sobre se Jesus era ou não Deus, ocorreu em Alexandria, no Egito, o lugar onde todos os textos que dizem “Deus” se originaram. As apostas eram altas nesses debates, e excomunhões, banimentos ou algo pior poderia ser o destino do “perdedor”. Mudar um ou dois textos para “ajudar” em um debate foi uma tática comprovadamente ocorrida. 

Um exame de todas as evidências mostra que é provável que “o filho unigênito” seja a leitura original de João 1. 18. Mesmo que o texto original leia “Deus” e não “Filho”, isso ainda não prova a Trindade. A palavra “Deus” tem uma aplicação mais ampla em hebraico, aramaico e grego do que em português.

Pode ser usado para homens que têm autoridade divina, Jo. 10. 33 “Responderam-lhe os judeus: Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo”. Hb. 1. 8 “Mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de equidade é o cetro do seu reino”. Em outros assuntos já foi dito que o título Deus pode ser usado em um sentido amplo quando não está se referindo ao único Deus, o pai. Portanto, não há nenhuma “Fórmula Trinitária” neste versículo que force uma interpretação de um Deus em três pessoas.

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

A salvação espiritual não depende de meios.

Independente do que fazemos no decorrer da semana, todos nós gostamos de cessar as atividades no final da mesma. No meio cristão as denominações religiosas, se preocupam em dedicar um dia para o serviço religioso, tais denominações em suas grandes maiorias, ensinam que devemos dedicar o dia de domingo para o Senhor, lembrando sempre, que o título Senhor refere-se a Jesus ou mesmo a trindade o qual é deus para elas. Outras denominações no circulo cristãos em sua minoria, defendem o sábado como sendo o dia dedicado a trindade o qual para elas é deus.

Paulo aborda essa questão em sua carta aos romanos, Rm. 14. 6 “Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus.” O grande problema dessas denominações quer seja em sua maioria ou não, é que elas defendem a obrigatoriedade de um dia de guarda dedicado a trindade, e caso isso não ocorra a salvação espiritual do indivíduo será perdida.

Entre elas, as denominações, é tido como transgressão do mandamento caso alguém não dedique um dia para a trindade, uma vertente do sabatismo defende essa tese, observem só as suas palavras: “Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna.” essas palavras encontram-se no livro Testemunhos Seletos, volume 3, na página 23, (Ellen G, White a profetisa dos adventistas).

Vários problemas teológicos são encontrados nessa declaração. Antes porém, é preciso enfatizar também o erro teológico daquelas denominações religiosas que defendem o dia de domingo como sendo o dia do senhor, primeiro: não existe um verso bíblico no NT. Indicando que o domingo é o dia do senhor, a tradição cristã se encarregou em santificar o dia de domingo, pelo fato da ressurreição ter acontecido nesse dia.

Mas não existe um mandamento escrito que indique isso. Outro erro grosseiro é dizer que o sábado judaico agora é o domingo cristão, não existe apoio bíblico que ensine assim, isso na verdade mais se parece com briga de grupos rivais. Quanto a questão do sabatismo defendido pelos adventistas onde é dito que o sábado é base para salvação, tal ensinamento não procede; é fraco o argumento. Alguns pontos os quais podemos destacar que enfraquece tal ensinamento são:

Ef. 2. 8-9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” Esse é o principal argumento, além de ser bíblico, ele nos mostra que a salvação espiritual não pode ser barganhada. Não há poder em nós para operarmos a salvação, não podemos agradar a Deus esperando uma recompensa por esse agrado, o verso é enfático, a salvação espiritual não vem devido as nossas obras e, é um dom de Deus.

O cristianismo, acredito que em todas as suas vertentes sustentam a ideia de que a salvação encontrada no NT. Se consumou por meio de Jesus Cristo, logo qualquer outro agente que esteja entre Deus e a salvação espiritual deve ser considerado como algo pagão e herético, At. 4. 12 “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.”

Ainda sobre a declaração de se guardar o sábado para angariar a salvação, continuamos a perceber os pontos fracos dessa declaração: ou seja, isso implicaria que todos os salvos deverão guardar o sábado, contrariando o verso o qual diz: (não por obras...) isso também tornaria a salvação espiritual dependente não de uma (crer em Cristo) mas de duas exigências; crer em Cristo e ser guardador do sábado, bem, o crer e m Cristo é um dom de Deus, o qual recebemos por meio da fé, essa por sua vez também vem de Deus, por isso é um dom.

Já a segunda condição seria algo aleatório, sim, alguém pode ou não ouvir sobre o sábado, sendo assim, não seria um dom de Deus, mas uma imposição da própria denominação, aliás denominação religiosa são iguais times de futebol, cada qual quer ser melhor, querem se destacar; as muitas variantes dentro do cristianismo, reformulam seus credos, suas doutrinas, suas exigências, variando cada qual querem se destacar no meio da multidão para no final poder dizer: você precisa vir para cá para ser salvo, eu sou a igreja verdadeira...

Isso na verdade são métodos utilizados, objetivando angariar uma maior quantidade de pessoas, as intenções variam, fazem isso por partidarismo e também por lucro. Esquecem das lições encontradas no NT. As quais dizem que a salvação espiritual é Cristo está em nós ou nós estarmos em Cristo, se estamos em Cristo, somos alvo do amor de Deus, Rm. 8. 38-39 “Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!”

Que interessante! Nos é dito que nada e ninguém neste mundo ou mesmo fora dele, pode nos roubar a salvação espiritual. Como dito anteriormente, não posso tentar fazer algo para com isso tentar agradar a Deus e ser retribuído por ele, a salvação não pode ser comprada e isso por dois motivos: primeiro que o preço é alto demais, segundo, nós só compramos aquilo que nos interessa, isto é, nós não podemos agradar a Deus para depois adquirirmos a salvação, se dependesse de nós, nunca nos interessaríamos por ela, somos primeiramente conhecidos por Deus, por isso somos salvos, Gl. 4. 9 “Mas agora, conhecendo a Deus ou, antes, sendo conhecidos de Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?”

No que concerne ao NT. deve ficar claro que os salvos, apesar de pecadores não tem prazer na prática do pecado, ao menos essa é a afirmação bíblica. Então, alguém pode objetar dizendo: - (Ora, se não aceito o sábado, logo devo ser considerado um transgressor e consequentemente não estou salvo). Replico dizendo: apesar de estar contido nos dez mandamentos, o sábado não foi direcionado aos gentios em forma de obrigatoriedade e muito menos como sendo uma base para salvação.


sábado, 1 de outubro de 2022

A carta aos hebreus e a antiga aliança.

A carta aos hebreus destaca por excelência o fim da antiga aliança, e dentro desse contexto estão inseridos: o fim do sacerdócio levítico, o fim da lei no que diz respeito a salvação, e o fim do sistema de culto prestado na antiga aliança. Hb. 5. 1-4 “Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados, e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza. E, por esta causa, deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados. E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.”

Começamos a perceber a fragilidade do sacerdócio levítico, essa fragilidade é encontrada no fato de um pecador interceder por outros pecadores, um sumo sacerdote rodeado de fraquezas e que também necessitava de um sacrifício para “absolvê-lo” do pecado, assim sendo, seria impossível a manutenção desse sacerdócio.

Hb. 7. 11 “De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? O fato da não permanência do sacerdócio levítico demonstra a sua fragilidade. Hb. 8. 7 “Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo.” Fica claro por esses poucos versos, que o sacerdócio levítico realmente passou.

H. 8. 13 “Dizendo novo concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está de acabar.” O que a bíblia define como sendo concerto? Geralmente são os contratos, as alianças feitas entre Deus e algumas pessoas, Lv. 26. 42 “Também eu me lembrarei do meu concerto com Jacó, e também do meu concerto com Isaque, e também do meu concerto com Abraão me lembrarei, e da terra me lembrarei.”

Sl. 89. 3 “Fiz um concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi.” Vimos então, algumas pessoas com as quais Deus fez um concerto ou uma aliança. 1ª Rs. 8. 9 “Na arca, nada havia, senão só as duas tábuas de pedra que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez aliança com os filhos de Israel, saindo eles da terra do Egito.” Dt. 4. 13 “Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra.”

Percebemos aqui o termo sinônimo, ora aliança e ora concerto, o significado são os mesmos. Outro fato interessante é que os dez mandamentos também são chamados de concerto, assim como também e chamado de concerto a arca da aliança, arca essa que transportava as duas tábuas dos dez mandamentos. Dt. 31. 25-26 “Deu ordem Moisés aos levitas que levavam a arca do concerto do Senhor, dizendo: tomai este livro da Lei e ponde-o ao lado da arca do concerto do Senhor , vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra ti.”

Isso vem nos mostrar que a lei, como termo de salvação findou, mas podemos questionar perguntando: então, vivemos em uma aliança baseada na anarquia? Não, absolutamente. Vejamos um verso esclarecedor, Rm. 10. 4 “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.” Devemos atentar no seguinte, o fim da lei é Cristo, mas e se não tiver o Cristo? Logo permanece a lei. O fim da lei é Cristo para serem justo, todos? Não, somente aqueles que creem.

1ª Tm. 1. 9 “Sabendo isto: que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas.” A nova aliança não foi feita sem justiça, nem mesmo sem sangue, ela não está baseada na anarquia ou na imoralidade. Portanto, o fim da lei acontece para todo aquele que acredita de um modo prático no sacrifício de Cristo, quando isso acontece passamos a ser justos perante Deus, Rm. 8. 1 “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.”

Porém, devemos atentar para o fato de que a lei vigorante na nova aliança e a lei que trata da moralidade entre o gênero humano e Deus e entre homem e homem, toda aquela lei que apenas representava o Cristo e mesmo aquela que estava baseada no cerimonial, passaram, vejamos o que nos diz hebreus.

Hb. 9. 1-5 “Ora, também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre. Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos, que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto; e sobre a arca, os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente.

Percebemos uma descrição detalhada do santuário como um todo e aqui devemos de atentar para o fato das mobílias encontradas no santo dos santos, as quais são: o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, os Querubins e as tábuas do concerto. Atentamos para o fato da inclusão das tábuas do concerto, ou os dez mandamentos.

O verso 1 de hebreus 9 nos diz claramente que o primeiro tinha ordenanças de culto divino, o primeiro deve ficar entendido que é o primeiro testamento ou a antiga aliança, atentemos também para o fato da palavra (tinha) significando que não tem mais, e isso é confirmado pelos seguintes versos: Hb. 8. 13 “Dizendo novo concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está de acabar. 10. 9 “Então, disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.”

Assim sendo, estão descartadas todas as ordenanças baseadas no cerimonialismo encontradas na antiga aliança, pelo fato da salvação espiritual não depender de ritos e cerimônias, em resumo não depende de nossas obras, Hb. 9. 15 “E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.”


sábado, 3 de setembro de 2022

Pode alguém literalmente ter a forma de Deus?

Dentre os vários versos utilizados pelos trinitarianos objetivando alicerçar a doutrina da trindade, encontramos filipenses capítulo dois, Fl. 2. 6 “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.” De imediato eles argumentam: - “o verso é claro, é dito que Jesus é a forma de Deus.” Em uma situação como essa, como devemos proceder?

Naturalmente devemos recorrer ao contexto do capítulo, para podermos compreender o que Paulo tencionava dizer aos filipenses, feito isso, a lógica e a racionalidade deverão andar juntas, para poder quebrar os preconceitos a muito estabelecido. Lembrando também, que a ordem a ser seguida não precisa ser dessa maneira, podemos entrar com a lógica e a racionalidade e depois utilizar o contexto do capítulo em questão.

Que sendo em forma de Deus”. O que estaria Paulo dizendo aos seus ouvintes? Estaria ele tentando passar a ideia de que o homem Jesus, tem a forma de Deus? Acredito que não, se sim, a pergunta a ser feita seria? Qual é a forma de Deus, ou em outras palavras, Deus tem uma forma definida? Se alguém disser que sim, como conciliar com os seguintes versos, Nm. 23. 19 “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa; porventura, diria ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria?”

1ª Rs. 8. 27 “Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos céus te não poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado.” Nestes versos percebemos que Deus não é homem, e sendo assim, Ele não possui as nossas dimensões e consequentemente a nossa forma, logo o oposto também é uma realidade, nós não podemos possuir uma forma de Deus, visto que Deus não tem uma forma, fato é que nem mesmo o céu pode contê-lo.

Outro fato a ser acrescentado diz respeito aos atributos que somente Deus possui, tais como: onisciência, onipresença, imortalidade, algo que nem mesmo Jesus possui, muitos dirão: - “Ele não possui, mas possuía, deixou no céu tais atributos”. Utilizam para isso o seguinte verso, Fl. 2. 7 “Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens.” O problema é que poucos contestam tal narrativa, apesar de se perceber facilmente um ensinamento baseado em uma dedução.

Onde se encontra a dedução? Em dizer que Jesus deixou no céu os seus atributos. Em que lugar a bíblia confirma isso? Se realmente ele deixou os seus atributos, como ele pode ser o Deus-homem? Sim. Se seguirmos esse princípio todos, inclusive os trinitarianos terão que acreditar que Jesus é apenas o servo humano, é isso que diz filipenses. Portanto, acreditar que Jesus deixou para trás a sua divindade é forçar o entendimento, é dizer o que não é dito.

A contestação por parte deles continuará, eles certamente dirão: - “o verso não diz que ele era em forma de Deus?” A resposta deve se basear em alguns princípios, utilizando o que já foi dito a respeito de Deus o pai, onde segundo a bíblia, não possuir uma forma tangível e também levar em conta o título Deus utilizado pela própria bíblia, Ex. 7. 1 “Então, disse o Senhor a Moisés: Eis que te tenho posto por Deus sobre Faraó; e Arão, teu irmão, será o teu profeta.”

Zc. 12. 8 “Naquele dia, o Senhor amparará os habitantes de Jerusalém; e o que dentre eles tropeçar, naquele dia, será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o anjo do Senhor diante deles.” At. 12. 21, 22E, num dia designado, vestindo Herodes as vestes reais, estava assentado no tribunal e lhes dirigiu a palavra. E o povo exclamava: Voz de Deus, e não de homem!” No que concerne a bíblia, o título Deus não diz respeito somente ao criador, isso Eu já falei em outros assuntos. Portanto, não serve como base para dizer que Cristo seja Deus no sentido estrito; reis, juízes, profetas e mesmo o próprio Jesus, todos eles foram chamados de Deus. Outro fato importante diz respeito a questão de Deus estar no minúsculo ou no maiúsculo, até o 9º século não existia essa convenção.

Entremos então no contexto de filipenses. O que Paulo percebeu naqueles convertidos? Fl. 2. 3-4 “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.” Baseado nos conselhos de Paulo, percebe-se claramente que os convertidos de Filipos como todos os humanos, cultivavam o ego.

Paulo não veio apresentar o deus homem para aqueles cristãos. Na realidade ele apresentou aos filipenses, um modelo a ser imitado, Fl. 2. 5 “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” “De sorte” ou, do mesmos modo, ou ainda, da mesma maneira. Portanto, naquele momento, Paulo não transmitiu nenhum pensamento de deidade de Cristo ou algo parecido, ele apresentou alguém superior sim, em status e posição.

O argumento dele foi: {- ora, Jesus que perante todos nós pode ser considerado um deus no sentido amplo da palavra, (isso baseado no entendimento cultural de que alguém superior aos demais era considerado um deus), se aniquilou, ou seja, não procurou usufruir daquilo que tinha direito, pelo contrário, de rei descendente de Davi, passou a servir os seus semelhantes.} Neste sentido os que creem, devem ter o mesmo sentimento que houve em Cristo.

Vamos ler novamente filipenses 2. 7 “Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens.” Vimos que o aniquilar nada tem em deixar uma divindade escondida em algum lugar na eternidade, isso não tem apoio bíblico, tomar a forma de servo é simplesmente deixar o seu posto de importância e tornar-se semelhante aos homens comuns, esse é o pensamento de Paulo, Lc. 19. 37-38 “E, quando já chegava perto da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos, regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto, dizendo: Bendito o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!”

Essa foi uma forma de se aniquilar e tornar-se servo, Fl. 2. 8 “E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.” A forma de Jesus sempre foi de homem, ou do gênero humano, não há nenhuma indicação bíblica que diga que Jesus era Deus; os termos: encarnação e duas naturezas de Cristo são convenções adotadas pelos padres da igreja, e isso após longas rejeições e debates, “E achando na forma de homem” significa claramente que ele como um ser humano consegui se humilhar e ser obediente até a morte.

Uma pergunta se faz necessária: se Jesus era Deus, então ele devia obediência a quem? Há sim, a resposta é que a trindade fez um pacto anterior, então ele passou a ser funcionalmente o filho e o outro Deus passou a ser funcionalmente o pai. Isso é extremamente ridículo, sem sentido e sem apoio das escrituras. O verso nove nos mostra a realidade bíblica, Fl. 2. 9 “Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome,” 

Neste caso principalmente a humilhação precedia a exaltação, foi necessário ele morrer para poder ser ressuscitado. Neste contexto nos é revelado a necessidade dos filipenses em seguir o exemplo do mestre, exemplo esse de servir, não de sobressair; vimos também um plano sendo desenrolado, plano esse que foi a humilhação e exaltação de Jesus, e isso para qual objetivo? Para poder demonstrar que existe um só Deus o pai, e um só senhor Jesus Cristo, Fl. 2. 11 “E toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.”







terça-feira, 2 de agosto de 2022

O sábado foi dado como lei no Éden?

A instituição da família e o mandato para governar a terra são reconhecidos como um mandamento desde a criação para toda a humanidade. Todas estas ordenações aparecem em Gênesis. Porém, isto não pode ser dito do sábado semanal. Gn. 2. 2-3 Aqui não se menciona um mandamento se quer com relação ao descanso semanal. E nenhum exemplo é dado de alguém guardando o sábado. Pelo contrário, não é mencionado a palavra sábado.

É verdade que a lei mosaica do sábado está ligada com o descanso de Deus em Gênesis. Mas todos os sabatistas que tentam projetar esta lei na época do Gênesis têm sérias dificuldades com a passagem que fala de servos e servas, bois, trabalhos, fadiga etc. coisas estas que de modo algum pertenceram ao Éden primitivo em estado de inocência.

Ellen G. White afirmou que Adão possuía conhecimento do decálogo nos seguintes termos: Adão e Eva, ao serem criados, tinham conhecimento da lei de Deus… Adão ensinou a seus descendentes a lei de Deus, e esta foi transmitida de pai a filho através de gerações sucessivas.” (Patriarcas e Profetas, p. 32) “Santificado pelo descanso e bênção do Criador, o sábado foi guardado por Adão em sua inocência no santo Éden; Foi guardado por todos os patriarcas, desde Abel até o justo Noé, até Abraão, Jacó.” (O Grande Conflito pág. 453.

Este é o ensino que todos os conversos recebem assim que se filiam à Igreja Adventista do Sétimo Dia. Mas seria verdadeiro tal ensinamento? Não obstante, tudo aponta para o fato de que os dez mandamentos nunca existiram como um código formal de lei até a época de Moisés. Um fato importante é que a palavra “sábado” nunca aparece no livro de Gênesis. O primeiro caso da guarda do sábado se encontra em Êxodo 16 no monte Sinai. Ali Deus deu a Moises as ” Dez Palavras”, pela primeira vez na história.

Se as Dez Palavras não existiram de modo formal antes de Moises, o 4ª preceito como mandamento também não existia. Ao contrário da afirmação adventista a verdade é que Adão nunca guardou o sábado do sétimo dia, nem Noé, Abraão, Isaque, Jacó, José ou qualquer um enquanto estavam no Egito. Eis algumas razões porque não podemos aceitar a interpretação adventista:

A palavra ” Sábado” não é encontrada no livro de Gênesis! É uma questão de tradução. A lei era algo novo, Dt. 5. 6. Os antepassados do povo hebreu não tiveram nenhuma ordem para guardar o sábado. A Aliança não foi feita com eles, Dt. 5. 2-3. Ninguém antes do Êxodo Ez. 20. 10-12 confirma que a lei foi dada aos judeus e isso após o êxodo.

Contrariando o argumento dos sabatistas, Deus não disse que os “lembrou” dos sábados como se fosse algo esquecido, mas disse que havia feito “conhecer” o sábado no Sinai Ne. 9. 13-14. E sobre isso existe a confirmação de que a lei só veio 430 anos depois de Abraão, Gl. 3. 17 A primeira ocorrência da palavra “Sábado” se encontra em Ex. 16. 22-30. O texto nos versos 23-30 indica que esta era uma experiência nova para o povo de Israel. Eles não foram obrigados antes disso a guardá-lo.

As Dez Palavras ou os dez mandamentos só foram dadas quando a face de Moises brilhou, Ex. 34. 27-28. Se eles guardaram o sábado antes de Êxodo 16, então eles também provavelmente tiveram o maná como algo dado bem antes também. Mas os adventistas admitem sem nenhum problema que o maná era algo novo para o povo de Israel. Mas é justamente isso que o texto mostra, os judeus nunca conheceram o sábado e o maná antes do Êxodo. 

Não há nenhum registro que indique que qualquer um antes de Êxodo 16 tenha guardado o Sábado. Apesar disso os Patriarcas foram instruídos em muitas outras coisas. E são elas: Ofertas, Gn. 4. 3-4, Altares, Gn. 8. 20, Sacerdotes, Gn. 14. 18, Dízimos, Gn. 14. 20, Circuncisão, Gn. 17. 10 e o Matrimônio, Gn. 2. 24. Por que Deus omitiria o “Sábado” sendo que era um mandamento tão importante? O Sábado não foi santificado se não depois que Deus “descansou” Gn. 2. 2; Ex. 20. 11.

Primeiro Deus descansou, só então, depois que ele descansou, foi que santificou o dia. Isto prova que o Sábado não era parte da lei eterna de Deus no céu antes da criação! A Bíblia nunca diz quando ele santificou o sábado, somente diz que foi depois que descansou. Gn. 2. 2 nos conta a razão, não o tempo em que Deus santificou o Sábado. O livro de Gênesis foi escrito durante o tempo de Moises, não antes disto. Nem Adão ou Abraão conheceram o livro de Gênesis!

Suponhamos que Deus realmente descansou no sétimo dia no Éden, mesmo assim Deus nunca revelou qualquer mandamento de guardá-lo no Éden, porque não há absolutamente nenhuma evidência que qualquer um guardou-o antes de Êxodo 16. O simples fato de Deus santificar algo ou descansar não implica em mandamento. Por que isso? Pelo fato do Sábado não ser adequado para a vida de Adão enquanto estava no Jardim do Éden, pois o mandamento de descanso após 6 dias de trabalho não fazia nenhum sentido no Éden já que o trabalho e a fadiga só existiu depois que Adão pecou, Gn. 3. 19.

Também a menção de “estrangeiros”, “servos e servas” dentro das “portas” de Adão não faz nenhum sentido levando-se em conta a vida que Adão e Eva vivia naquele jardim. Eles não possuíam nada disso. Quais foram as únicas ordens que Deus deu a Adão? Gn. 2. 5 e 17 lavrar a terra Gênesis 2. 5 e 17 dar nome aos animais e não comer do fruto proibido, naquele momento o Sábado do 7º dia da criação não foi dado como mandamento.



sexta-feira, 1 de julho de 2022

Fazei tudo o que eles dizem, mas...

Jo. 8. 32 “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Nos assuntos tenho sempre dito, não se submeta a uma denominação religiosa sem antes conhece-la.

Mt. 10. 7-8 “E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” 1ª Pe. 5. 2 “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto.”

No que se refere ao evangelho, o NT. É claro em ensinar para aqueles que lideram os assim chamados cristãos, a não serem cobiçosos, a repartir o evangelho da graça, a não ludibriar o povo por causa de dinheiro. Naturalmente isso é um mandamento do próprio Jesus, e posteriormente dos seus seguidores próximos. Contudo, esse mandamento tem sido desrespeitado por quase toda cristandade, mas ao fazerem assim, testificam eles mesmos que não pregam a verdade bíblica.

Veremos um exemplo claro do que estou dizendo; antes porém, vamos ver um texto do livro conselhos sobre mordomia de Ellen White, pág. 228: (Embora devam os homens cuidar de que nenhuma concessão da providência seja gasta desnecessariamente, o espírito de avareza, de adquirir, terá de ser vencido. Essa disposição levará à ganância e ao trato injusto, que Deus abomina. Não devem os cristãos permitir serem perturbados por ansioso cuidado quanto às necessidades da vida. Se os homens amarem e obedecerem a Deus e fizerem sua parte, Ele proverá tudo aquilo de que necessitam. Embora vossa subsistência tenha de ser alcançada no suor de vosso rosto, não deveis descrer de Deus, pois no grande plano de Sua providência, suprir-vos-á, dia a dia, as necessidades.)

A principio nos dizemos: grande conselho, parece realmente inspirado. A maioria dos adventistas do sétimo dia ouviu histórias de como os White começaram seu ministério "sem um tostão", e como a Sra. White morreu "com dívidas". Os escritos da Sra. White estão repletos de lições de abnegação e sacrifício. O que poucos adventistas percebem é que seus primeiros anos de pobreza foram rapidamente apagados quando ela e Tiago acumularam uma enorme fortuna em dinheiro, bens e imóveis.

Esta página apresentará evidências de que a Sra. White desfrutava dos luxos dos "ricos e famosos". Em termos de dólares de hoje, sua renda estava literalmente na casa dos milhões de dólares! A grande maioria de sua renda veio de royalties de seus livros. Ela fez mais de US $ 100.000 em royalties de livros em sua vida. Em dólares de hoje (ano de 2020), são aproximadamente 3,1 milhões de dólares!

Ela pode ter começado sem um tostão na década de 1840, mas essa situação logo foi revertida. No final da década de 1850, ela ganhava mais de US$ 1.000 por ano em royalties. A Sra. White ganhou $ 11.435 na década de 1856 a 1866. Em termos de dólares do ano 2020, são $ 334.312 , ou mais de $ 33.000 por ano. No entanto, estes ainda eram anos magros em comparação com o que ela faria mais tarde. Nas décadas de 1890 e 1900, ela ganhava de US$ 8.000 a US$ 12.000 por ano em royalties de livros. Em dólares do ano de 2020, isso equivale a US $ 252.251 a US $ 378.377 por ano! Esse tipo de renda facilmente a colocaria entre os 1% mais assalariados do mundo . 2

Além disso, Tiago também escreveu livros e, embora não tenhamos números sobre seus royalties, pode-se presumir que os Whites também desfrutaram da renda de seus escritos. Tiago era conhecido como um homem de negócios, astuto e talentoso. Ele escreveu uma carta encorajando Ellen a escrever mais livros, com a perspectiva de aumentar sua renda: "Com o aumento da demanda por nossos escritos... haverá uma renda de vários milhares de dólares anualmente, além da imensa quantidade de bem que nossos escritos farão." 3

Tiago entendia como gerar riqueza a partir de seus escritos. Em uma carta, ele escreveu para sua esposa dizendo: "Nossos assuntos financeiros estão bem, e ainda há riqueza em nossas canetas". 4. Talvez o maior criador de riqueza de Ellen tenha sido o livro Caminho a Cristo . Fleming Revell, um não-adventista, ofereceu à E. White um bom negócio: "cinco por cento de royalties nos primeiros mil exemplares, e dez por cento em todas as edições subsequentes".5.

Depois de brigar com os editores adventistas por anos sobre sua parte dos royalties, a Sra. White ficou muito satisfeita com esse acordo de royalties. 6. Ela escreveu em 1897: "Passos a Cristo foi dado a Revell. Recebi uma grande soma de dinheiro ... mais do que me veio de alguns livros; e acho que mais viria a mim se ele tivesse mais livros meus para lidar... (...) Colocarei mais livros em suas mãos... pois posso receber melhor satisfação do que a que recebi da editora de Battle Creek”. 7

10 por cento de royalties em 100.000 livros vendidos a 75 centavos são $ 7.500. Em dólares de 2020, são US$ 236.485, ou cerca de US$ 47.000 por ano para apenas um único livro. Os números exatos são desconhecidos, mas o livro provavelmente vendeu mais de um milhão de cópias durante a vida de Ellen White, gerando-lhe uma enorme renda. Cada um dos Whites recebeu um salário da igreja SDA. A Sra. White recebia um salário semelhante ao pago aos ministros. É verdade que isso não era muito comparado aos royalties de seus livros, mas ambos os salários eram maiores do que os pagos à maioria dos ministros da denominação.

Como os Whites adquiriram bens, eles alugaram imóveis. Embora seja difícil avaliar sua renda de aluguel, há alguns exemplos em suas cartas. Em 1878, Ellen White menciona o valor do aluguel, US$ 65/ mês de uma casa que possui, ou seja, US$ 1.769/ mês em dólares de 2020. 8. Em 1881, ela diz a Willie para cobrar o aluguel de dois inquilinos diferentes que estavam atrasados no pagamento. 9. Em 1889, ela tenta alugar sua casa em Battle Creek por US$ 12 a US$ 15/mês (US$ 351 a US$ 438/mês em dólares de 2020). 10. Já em 1890, ela discute o aluguel de uma de suas maiores propriedades por US$ 175 (US$ 5.112 em dólares de 2020). 11.

Ellen White recebeu pagamento por todos os artigos que escreveu para jornais denominacionais. (Curiosamente, a maioria dos outros autores contribuíram com seus artigos gratuitamente). Os Whites vendiam várias outras mercadorias, como por exemplo, fotos religiosas. Quando o "vestido da reforma" estava sendo promovido por eles no início da década de 1860, E. White foi a várias igrejas e vendia moldes de vestidos de papel por um dólar cada. Isso parece insignificante, mas no ano de 2020 em dólares são aproximadamente US $ 29. 12.

Mt. 23. 3 “Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam.”


2 Os ganhos da Sra. White foram relatados por Thomas Hamilton na edição de 6 de novembro de 1866 de Hope of Israel vol.1, pág. 68. Durante o período de 10 anos de 1856-1865, estimou-se que ela fez 1.143,50 por ano de royalties, para não falar de outras receitas. Hamilton também mencionou que "seus livros são todos publicados gratuitamente". A inflação foi calculada usando a Calculadora de Inflação.

3 Tiago White, Carta a Ellen White, 18 de abril de 1880.

4 . Tiago White, Carta a Ellen White, 18 de fevereiro de 1881. Além de livros, Tiago também vendia gráficos adventistas. Ellen White escreveu para sua família: "...seu pai estava vendendo gráficos e livros a cada momento do tempo." (Carta 7, 1863 a Henry, Edson e William White).


    1. Fleming H. Revell, carta ao "Sr. Chadwick", 17 de outubro de 1891.

    2. Arthur Patrick, "Autor", Ellen Harmon White: American Prophet (NY: Oxford University Press, 2014), p. 104.

    3. Ellen White, Manuscrito 80, 1897.

    4. Ellen White, Carta 14, 8 de março de 1878.

    5. Ellen White, Carta 18, 6 de dezembro de 1881.

    6. Ellen White, Carta 19, 8 de janeiro de 1889.

    7. Ellen White, Carta 13b, 15 de janeiro de 1890.

    8. $ 1 em 1862 valia $ 27,71 em 2017. (A Calculadora de Inflação)



Copiado do Site: www.nonsda.org









sexta-feira, 3 de junho de 2022

A ressurreição especial é mencionada na bíblia?

Os adventistas do sétimo dia acreditam e ensinam que ocorrerá uma ressurreição especial antes da Segunda Vinda de Jesus e antes da ressurreição dos justificados. Urias Smith um dos pioneiros do adventismo descreve esta ressurreição especial, ele diz : “Aqui é apresentado uma ressurreição parcial, a ressurreição de um certo grupo de justos e ímpios. Isso ocorre antes da ressurreição geral de qualquer grupo. Muitos, não todos, os que dormem acordarão - alguns dos justos, nem todos eles, para a vida eterna, e alguns dos ímpios, nem todos eles, para vergonha e desprezo eterno. Esta ressurreição ocorrerá em conexão com o grande tempo de angústia como nunca houve, que precede a vinda do Senhor”. (Urias Smith, Daniel e Apocalipse, p. 350).

A profetiza Ellen White também fornece mais detalhes: "Abrem-se sepulturas, e "muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno". Todos os que morreram na fé da mensagem do terceiro anjo saem do túmulo glorificados para ouvirem o concerto de paz, estabelecido por Deus com os que guardaram a Sua lei. "Os mesmos que O traspassaram", os que zombaram e escarneceram da agonia de Cristo, e os mais acérrimos inimigos de Sua verdade e povo, ressuscitam para contemplá-Lo em Sua glória, e ver a honra conferida aos fiéis e obedientes”. GC - Pag. 637

Identificamos então, três grupos de pessoas que são ressuscitadas antes da ressurreição geral, e são eles: Os Adventistas do sétimo dia que morreram acreditando na mensagem do terceiro anjo. Os responsáveis pela morte de Cristo. E aqueles que zombaram de Cristo quando ele morreu. No entanto, não encontramos por toda Bíblia algo que sugira uma ressurreição especial de pessoas antes da ressurreição bíblica. Na verdade é algo fictício.

Os adventistas do sétimo dia foram forçados a inventar uma ressurreição especial dos justos por causa de seus ensinos sobre os 144.000 e o Selo de Deus. De acordo com os adventistas, quem aceita o ensino adventista sobre o sábado torna-se parte dos "144.000". Então, o que acontece quando um dos 144.000 morre? O filho de Ellen White explica: A irmã White ensinou que aqueles que morreram na mensagem desde 1844 e de quem se diz: 'Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor desde agora', que serão membros dos 144.000? Posso assegurar-lhe, meu irmão, que esta era a crença e o ensino de Ellen G. White. “Aqueles que morreram na fé estarão entre os 144.000”. Eu sou claro quanto a isso. Carta de W.C. White, 18 de abril de 1929.

Ap. 14. 1-4 “E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele e o de seu Pai. E ouvi uma voz do céu como a voz de muitas águas e como a voz de um grande trovão; e uma voz de harpistas, que tocavam com a sua harpa. E cantavam um como cântico novo diante do trono e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro.”

Por esses versos, percebemos que segundo a bíblia, os 144.000 serão compostos de pessoas que estarão vivas na volta de Jesus. Surge então, o dilema adventista, o dilema se constitui pelo fato do Apocalipse afirmar claramente que os 144.000 são comprados ou redimidos de entre os homens, indicando que estarão vivos. Surge então um problema sério com o ensinamento da ressurreição especial; Ellen White disse que qualquer um que morresse acreditando na mensagem adventista fazia parte dos 144.000. Mas, o Apocalipse diz que os 144.000 são os que estarão vivos. Os adventistas tiveram que inventar uma maneira de dar vida aos falecidos "santos" adventistas. Assim, eles conceberam a ideia de uma ressurreição especial, onde os “santos” adventistas seriam ressuscitados antes da ressurreição geral.

Dn. 12. 2 “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno.” A fim de apoiar sua teoria, os adventistas utilizam este verso, acreditando e ensinando que o mesmo trata de uma ressurreição especial e parcial pelo fato de dizer "muitos" (em vez de "todos").

No entanto, isso é baseado em uma tradução inglesa KJV da palavra hebraica rab. Segundo o Léxico de Gesenius, rab, quando se refere a pessoas, pode ser entendido como “muito”, “muitos” ou “numerosos”. A NIV traduz com mais precisão o versículo: " Multidões que dormem no pó da terra acordarão..." Da mesma forma Young traduz: "E a multidão dos que dormem no pó da terra acordam..." O fato é que a ressurreição é mencionada apenas uma vez por Daniel em todo o seu livro. Devemos acreditar que esta única menção da ressurreição é uma referência a uma ressurreição parcial que é diferente de todas as outras menções da ressurreição na Bíblia?

Os adventistas ensinam a ressurreição dos ímpios com base em Ap. 1. 7 “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!” Argumentam também, uma vez que aqueles os quais traspassaram Jesus estão vivos para testemunhar Sua Segunda Vinda, então eles devem ter ressuscitado antes da Segunda Vinda.

Porém, fato da bíblia dizer no mesmo verso que Jesus virá e de que os ímpios o verão, não significa que seja acontecimentos em conjunto. O verso quer nos lembrar que não existe nada que ficará para sempre sem a sua devida retribuição, sim, mesmo aqueles que o traspassaram e escarneceram enfrentarão o juízo, mas, para enfrentarem o juízo será necessário primeiro Jesus voltar, por isso o verso declara com antecedência que ele vem com as nuvens. Isso nada tem a ver com uma ressurreição especial.




domingo, 1 de maio de 2022

O ensino da purificação em 1844 não é bíblico.

Antes de se filiar a uma denominação religiosa, o ideal é que a pessoa procure compreender principalmente as questões doutrinárias, as quais formam o corpo dessa denominação, caso ela interprete algo fora da bíblia, rejeite-a. Os adventistas do sétimo dia ensinam as seguintes questões a respeito do santuário, eles dizem: “O santuário do Antigo Testamento é uma réplica do santuário celestial. As atividades que eram realizadas no tabernáculo terrestre pelos sacerdotes israelitas estão agora sendo realizadas por Cristo no santuário celestial, desde Sua ascensão ao céu.

Quando Cristo ascendeu ao céu, Ele entrou no primeiro compartimento do santuário celestial, o Lugar Santo, e lá permaneceu realizando trabalho semelhante ao dos sacerdotes terrenos no Lugar Santo do templo terrestre. Cristo permaneceu no lugar santo até 22 de outubro de 1844, quando se mudou do lugar santo para o segundo compartimento do santuário celestial, o lugar santíssimo, para começar a limpar o santuário celestial por meio do Julgamento Investigativo do "Dia da Expiação". Este ensinamento é baseado em Dn. 8. 14 “E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.”

Os adventistas ensinam que assim como os pecados dos israelitas foram colocados sobre o cordeiro sacrificial, levados ao templo e tendo o seu sangue aspergidos sobre o véu pelo sacerdote, da mesma forma os pecados confessados dos cristãos são transferidos para o santuário celestial por meio do sangue de Jesus. Como os pecados se acumularam no santuário celestial, ele se tornou "contaminado" e precisa de limpeza. O santuário terrestre era purificado no Dia da Expiação, quando o sumo sacerdote levava sangue para o Lugar Santíssimo e o espalhava sobre o propiciatório.

Da mesma forma, os adventistas dizem que o mesmo processo ocorre no santuário celestial, que foi contaminado pela confissão dos pecados dos crentes. Eles ensinam que o sangue de Jesus transferiu esses pecados para o santuário celestial: Como antigamente os pecados do povo eram colocados pela fé sobre a oferta pelo pecado e através de seu sangue transferido, em figura, para o santuário terrestre, assim na nova aliança os pecados dos arrependidos são pela fé colocados em Cristo e transferidos, de fato, para o santuário celestial.

Em 1844, Cristo mudou-se para o Lugar Santíssimo e começou o processo do Dia da Expiação no céu para limpar o santuário. Este processo continuará até pouco antes de Seu retorno à terra. Aqui estão alguns problemas com os ensinos Adventistas do Sétimo Dia a respeito do santuário. A causa do problema é que esse ensino confronta a bíblia. A bíblia não diz que Jesus ficou retido em um compartimento e somente em 1844 passou para outro Comparando a evidência bíblica encontrada na descrição do Velho Testamento do Dia da Expiação veremos que o sumo sacerdote não fazia o processo da expiação no lugar santo, mas sim no santo dos santos.

Lv. 16. 11-14 “E Arão fará chegar o novilho da oferta pela expiação, que será para ele, e fará expiação por si e pela sua casa; e degolará o novilho da oferta pela expiação, que é para ele. Tomará também o incensário cheio de brasas de fogo do altar, de diante do Senhor , e os seus punhos cheios de incenso aromático moído e o meterá dentro do véu. E porá o incenso sobre o fogo, perante o Senhor, e a nuvem do incenso cobrirá o propiciatório, que está sobre o Testemunho, para que não morra. E tomará do sangue do novilho e, com o seu dedo, espargirá sobre a face do propiciatório, para a banda do oriente; e perante o propiciatório espargirá sete vezes do sangue com o seu dedo.”

Percebemos uma contradição no ensino dos ADS. Sabemos pela bíblia que as cerimônias religiosas, sobretudo referente ao santuário e aos sacerdotes representavam o trabalho de Jesus Cristo, Onde está a contradição? O ensinamento adventista diz que Jesus, o sumo sacerdote começou o trabalho de expiar pecados após sua ascensão e fez isso até 1844 e isso no santo lugar.

Mas, Levítico 16 diz que o sumo sacerdote, o qual representava o Cristo entrava no lugar santíssimo, isto é perante o Senhor, após o véu; o NT. Confirma o que acabo de dizer, Hb. 9. 24 “Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus.”

Como vimos em Levítico, a presença de Deus era no santo dos santos, outra confirmação Lv. 16. 2 “Então, disse o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório.”

De um jeito humano de descrever as coisas espirituais, o lugar da presença de Deus no tabernáculo do Antigo Testamento era sobre o propiciatório no lugar santíssimo. Para que Cristo tenha entrado na "presença de Deus", Ele deve ter entrado no Lugar Santíssimo para aparecer diante do “propiciatório”. Isso é ainda mais validado pelo fato de que os autores do Novo Testamento repetidamente se referem a Jesus como estando sentado à direita de Deus.

Ele nunca foi retratado em um compartimento separado de Deus, Mc. 16. 19 “ De fato, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à destra de Deus.” Vários autores do NT. Falam a mesma coisa, de que Cristo está à destra de Deus, Cl. 3. 1 “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus.” Hb. 10. 12 “Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus.”

Os adventistas ensinam que Jesus só chegou na presença de Deus após 1844, vimos contudo, a bíblia dizendo que Jesus se achegou a Deus após sua ressurreição. O santuário do AT. Era dividido por um véu, no dia da expiação o Sumo Sacerdote após criar uma nuvem de incenso traspassava o véu, acessando assim o lugar santíssimo do santuário, o que o NT. Diz sobre esse trabalho realizado por Jesus? Hb. 10. 19-20 “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne.”

Esses versos por si só jogam por terra a interpretação adventista sobre a purificação do santuário após 1844. Por isso disse no início, antes de alguém pensar em se filiar a uma denominação religiosa, cuidado, compare as suas doutrinas para ver se não há falsas interpretações que objetivam dar suporte aos seus ensinamentos, observe se não há doutrinas criadas em concílios tendo somente aparência de ser um produto criado pela bíblia.

sábado, 2 de abril de 2022

Um pouco sobre Isaías 9. 6

Is. 9.6 “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Este verso é muito utilizado pelos trinitarianos, eles afirmam que os títulos, deus forte, pai da eternidade confirmam que o Messias foi profetizado como sendo o próprio Deus eterno.

No entanto, devemos reconhecer que nenhum dos escritores do Novo Testamento cita a linguagem de Isaías como evidência da divindade de Cristo. Se os apóstolos, que continuamente citam o Antigo Testamento para apoiar suas afirmações, vissem essa passagem como muitos cristãos modernos veem, certamente a teriam empregado em seus próprios argumentos. Contudo, ver essa passagem como prova de que o homem Jesus foi anunciado como sendo o próprio Deus, teria sido uma interpretação tão estranha para seus ouvidos quanto é para os judeus de hoje.

Jesus não é chamado de “Pai da eternidade” em nenhum outro lugar nos escritos bíblicos, curiosamente, negar que Jesus é o Pai é na verdade um princípio do Trinitarianismo. Os trinitários não acreditam que Jesus é o Pai, mas acreditam que ele é uma pessoa separada que compartilha a mesma essência com o Pai. Se Jesus deve realmente ser identificado como o Pai, então o Trinitarianismo está equivocado, sim, se Jesus é o pai, logo o modalismo deve ser admitido pelos trinitarianos.

Talvez uma tradução mais apropriada da palavra “eterno” traria Jesus como o “Pai da era” vindoura, uma referência à era messiânica de Jesus. Na Bíblia, o chefe ou o fundador de uma coisa é muitas vezes chamado de “pai”. Gn. 4. 20-21 “E Ada teve a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado.” E o nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão.”

Obviamente, esses homens não são os progenitores literais de todos que participam de tais atividades, mas eles são mencionados dessa maneira porque são fundadores dessas coisas. Da mesma forma, o Messias será o fundador e governante do mundo vindouro. Devemos também notar que no Novo Testamento, Paulo até se retrata como o verdadeiro “pai” de Timóteo. 1ª Tm 1. 2 “A Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da de Cristo Jesus, nosso Senhor.”

Certamente porque foi ele quem promoveu a obra da fé em sua vida, não porque ele era literalmente seu pai. Paulo também chamaria Abraão de nosso Pai na fé, e nós, seus filhos Gl. 3.29 “E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa.” A tradução “Deus forte ou Poderoso”, embora seja uma tradução literal, também parece inadequada para os leitores modernos. A palavra “deus” (Elohim) teve uma aplicação muito mais ampla do que nos círculos cristãos de hoje, que usam “Deus” como uma espécie de nome próprio.

No entanto, os leitores de Isaías teriam entendido que um “deus” era qualquer um que governasse com o poder de Deus. O próprio Jesus, citando o Salmo 82 chama os juízes de Israel de “deuses” Ele repete isso em Jo. 10. 34-35 “Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses? Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada).

O que Jesus disse foi: ora, os juízes foram chamados de deuses e todos entenderam, qual é a dificuldade agora? Uma apresentação moderna mais apropriada do título “Deus Poderoso” (el gibbor) de Isaías 9. 6 pode ser “Herói Poderoso”. Para falar de Jesus em Isaías 9. 6, os tradutores trinitários exibem suas traduções quando traduzem a mesma palavra (Elohim) como “Deus”. Mas, a traduzem como “governante” ou “heróis” como Ezequiel 32. 27 “E não se acharão com os valentes que caíram dos incircuncisos, os quais desceram ao sepulcro com as suas armas de guerra e puseram as suas espadas debaixo da sua cabeça, e a sua iniquidade está sobre os seus ossos, porque eram o terror dos heróis na terra dos viventes.”

Em outros lugares, a Bíblia usa “Deus” para descrever os homens, Moisés por exemplo, Ex. 7. 1 “Então, disse o Senhor a Moisés: Eis que te tenho posto por Deus sobre Faraó; e Arão, teu irmão, será o teu profeta.” O profeta Samuel, 1ª Sm. 28.13-14 “E o rei lhe disse: Não temas; porém que é o que vês? Então, a mulher disse a Saul: Vejo deuses que sobem da terra. E lhe disse: Como é a sua figura? E disse ela: Vem subindo um homem ancião e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra e se prostrou.”

O Rei Salomão, Sl. 45. 6 -7 O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de equidade. Tu amas a justiça e aborreces a impiedade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros.” E outros autoridades humanas sobre Israel. Nós até descobrimos que o próprio Jesus nem sequer usou o termo “Deus” para se descrever no Novo Testamento, mas quando acusado de se fazer Deus, reivindicou apenas o título de “filho de Deus”.

Mesmo que Jesus tivesse se intitulando “deus”, ele ainda estaria dentro do costume de sua época, os israelitas seguiam a prática do próprio Deus que “chamou [homens] deuses aos quais foram destinados a sua palavra, conforme vimos em João 10. No entanto, encontramos Jesus sempre tomando seu devido lugar abaixo do Pai, a quem ele chama de “o único Deus verdadeiro” Jo. 17. 3 “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Ele nunca tentou usurpar qualquer denominação que não lhe tenha sido concedido de cima.

Finalmente, Isaías 9. 6 não indica que essa figura do Messias seja realmente o próprio Deus o qual a bíblia chama de pai, ou de alguma forma igual a ele. Jesus é retratado como o governante de Deus, designado por Ele para governar com poder e autoridade. Nenhum exegeta trinitário honesto tentará afirmar que os antigos israelitas já ouviram falar da Trindade, ou que o Messias seria realmente Deus.

As profecias de Isaías, que vieram diretamente do próprio Deus, simplesmente afirmam que “um menino nos nasceu e um filho se nos deu”. À luz do uso histórico e bíblico da linguagem de Isaías 9. 6, encontramos duas traduções melhores. Uma é a Septuaginta, conforme encontrada no Codex Alexandrinus; onde é dito: “Maravilhoso, Conselheiro, Poderoso, Potentado, Príncipe da Paz, Pai do mundo vindouro.” E a outra é a Tradução do Tanach do texto massorético hebraico, que diz: “Maravilhoso Conselheiro do Deus Forte, do Pai Eterno, Príncipe da Paz.” Isso descreve perfeitamente o caráter e o ofício de nosso Senhor Jesus Cristo, o governante do Reino vindouro de Deus.


terça-feira, 1 de março de 2022

Jesus é Deus, ou Jesus tem um Deus?

Muitas pessoas acreditam que Jesus é Deus. Mas, o que o próprio Jesus disse sobre essa questão? Foi ensinado para a grande maioria dos cristãos que Jesus é “totalmente Deus e totalmente homem”; que ele é o Deus Todo-Poderoso vestido em carne humana. Além disso, diz-se que, além de Jesus, dois outros indivíduos também são plenamente Deus: o Pai e outra pessoa chamada Espírito Santo. Segundo esse ensinamento, todas as três pessoas, são co-iguais; ninguém é maior que o outro. No entanto, embora todos os três sejam divinos, eles não são três divindades. Em vez disso, é dito que eles compartilham misteriosamente a mesma essência; um ser inexplicável formando um Deus em três pessoas.

Teólogos antigos e modernos afirmaram que essa misteriosa “Doutrina da Trindade” é o núcleo da fé cristã. Embora algumas igrejas na atualidade discordem em muitos detalhes dessa doutrina, e admitam que é impossível entendê-la. Mas, muitas vezes é dito que ela é necessária para a salvação. Porém, nem o próprio Jesus ensinou essas coisas. E se a Bíblia realmente ensina algo diferente?

Seria possível que a verdadeira mensagem do Novo Testamento tenha sido radicalmente mal interpretada, e essas más interpretações tenham simplesmente sido passadas para a próxima geração? E se as afirmações de Jesus foram tão mal compreendidas, e a tradição da Igreja tão fortemente influenciada por antigos filósofos pagãos, que a fé original de Jesus e seus discípulos passa despercebida por muitos crentes hoje? E se a “Doutrina da Trindade” não for realmente bíblica?

Inúmeros estudiosos cristãos reconheceram há muito tempo que a doutrina da Trindade não está na Bíblia. Surpreendentemente, a maioria desses estudiosos são na verdade trinitários! Embora algumas passagens tenham sido usadas para “provar” a Trindade a partir das Escrituras, os teólogos admitiram que nenhum desses exemplos ensinam claramente a doutrina, elas na verdade são apenas sugestões, ou deduções que foram reunidas para apoiar uma tese. Claro, achamos bastante óbvio que as pessoas podem fazer a Bíblia dizer qualquer coisa que elas queiram ouvir.

Mas acreditamos que a Bíblia é realmente muito clara em vários pontos importantes, especificamente, sobre quem é o único Deus verdadeiro. Afinal, uma verdade tão básica precisaria ser claramente comunicada na Bíblia. Como algo assim poderia ser apenas sugerido como diz a tradição? Ao contrário da tradição, a Bíblia ensina que Deus é um só, e esse Deus e o Pai . Que este único indivíduo é o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus é, portanto, não o próprio Deus verdadeiro, mas é seu filho humano de Deus.

A crença de que somente o Pai é Deus, também representa o monoteísmo clássico que os judeus praticam há milhares de anos. Moisés, Davi, Elias... todos eles acreditavam que Deus era simplesmente um. A Bíblia nos mostra que essa também era a religião do judeu no primeiro século, inclusive a de Jesus, isso pode ser comprovado pelos seguintes verso.

Jo. 8. 54 “Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus.” Jo. 17. 3 “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo. 20. 17 “Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.” E isso foi dito após sua ressurreição e glorificação, Ap. 3. 12 “A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e dele nunca sairá; e escreverei sobre ele o nome do meu Deus e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e também o meu novo nome.” Vemos aqui o próprio Jesus referir-se a Deus, como meu Deus, meu pai e único Deus.

O que dizer de tudo isso? Por que a tradição da Igreja diz que Deus é três pessoas diferentes que compartilham uma essência, quando o próprio Jesus afirma o contrário? Vemos que mesmo os discípulos originais de Jesus concordaram com seu mestre sobre quem é Deus. 1ª Co. 8. 6 “Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.” Cl. 1. 3 “Graças damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós.”

Qualquer enciclopédia irá informá-lo que, historicamente, a doutrina formal de “Um Deus em três pessoas”, não entrou em cena até o quarto século dC. Isto é, trezentos anos depois de Jesus. Enquanto alguns afirmam que a Trindade era a fé de Jesus e seus apóstolos, a história prova que a doutrina foi realmente o produto de séculos de desenvolvimento. Enquanto na Bíblia, os apóstolos falam sobre Deus, Jesus e o Espírito Santo, eles não falam sobre eles da maneira que os teólogos trinitarianos o fazem.

Eles não dizem nada sobre três pessoas que formam uma Trindade, muito menos que devemos acreditar nessa doutrina para sermos salvos. Muitas pessoas no Novo Testamento creram em Jesus como o Cristo, foram batizadas, sem nunca terem sido informadas de que Deus é uma Trindade.

Surpreendentemente, também não encontramos ninguém na Igreja Primitiva debatendo sobre os princípios controversos da doutrina, embora discutissem sobre tantos outros assuntos menos centrais. Os trinitários posteriores, no entanto, discutiram constantemente com judeus e cristãos não trinitários sobre essa doutrina. Não é estranho para os cristãos do primeiro século não discutir o que deveria ter sido o cerne de sua fé? Não poderia ser simplesmente porque eles nunca ouviram falar da Doutrina da Trindade?

Se prestarmos atenção cuidadosa à Bíblia, e se formos educados sobre os erros cometidos por teólogos bem-intencionados, começaremos a ver a verdade, Mt. 16. 15-16 “Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Ele nunca afirmou de alguma forma ser o próprio Deus. Embora seus inimigos muitas vezes o entendessem mal ou tentaram colocar palavras em sua boca para acusá-lo, ele nunca disse claramente que é Deus.

Quando os seus oponentes o acusavam disso, ele os corrigia, Jo. 10. 36 “àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?” Em vez de afirmar ser Deus, descobrimos que Jesus como um bom judeu cumpridor da lei seguia o mandamento de adorar o único Deus como ensinado pela bíblia.

Mc. 12. 28-29 “Aproximou-se dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar e, sabendo que lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.” Mc. 12. 32 “E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus e que não há outro além dele.” Aqui percebemos se Jesus fosse ou quisesse dizer que era Deus, Ele teria perdido uma grande oportunidade em não questionar o escriba.