sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

O conceito bíblico de inferno.

O conceito popular de inferno ensinado pelas denominações cristãs é um lugar de punição para as "almas imortais" dos maus imediatamente após a morte, ou o lugar de tormento para aqueles que são rejeitados no julgamento. No entanto, Bíblia ensina que o inferno é a sepultura, onde todos os homens são levados ao morrer. A palavra original hebraica "sheol", traduzido em versões mais antigas da Bíblia como "inferno" significa "um lugar coberto."

A crença de que alguém jamais poderá sair do inferno não é encontrada na bíblia, um homem justo pode ir para o inferno (a sepultura) e depois voltar. Os. 13.14 " Eu os remirei da mão do inferno, e os resgatarei da morte. Onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua perdição? O arrependimento está escondido de meus olhos”. Da mão do Seol [inferno que é o mesmo que sepultura] Deus vai redimir o seu povo.

Esta passagem é citada por Paulo em 1ª Co. 15. 55 “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” E aplica-se a ressurreição na volta de Cristo. Além disso, tendo em vista a segunda ressurreição "Morte e Hades [grego para" inferno "] entregaram os mortos que neles havia" (Apocalipse 20:13). Observe o paralelo entre a morte, ou seja, da sepultura e do inferno, Sl. 6. 5 “Porque na morte não há lembrança de ti; no sepulcro quem te louvará?”

1ª Sm. 2. 6 “O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela.” Estas palavras são muito claras, o Senhor mata e da a vida [através da ressurreição]. Ele faz descer à sepultura [inferno, sepultura], e faz subir. Desde o princípio a bíblia propagou a esperança de que os justos serão salvos do inferno, ou da sepultura e isso da através da ressurreição para a vida eterna. Contrariando o ensinamento da cristandade, é possível entrar no "inferno" ou túmulo, e de lá ressurgir através da ressurreição. O exemplo do que estou dizendo foi Jesus, conforme nos diz At. 2. 31 “ Nesta previsão, disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no inferno, nem a sua carne viu a corrupção.”

Observe o paralelo entre a "alma" de Cristo e sua "carne" ou corpo. Que o seu corpo "não foi deixada no Hades" indica que ele estava lá por um período de tempo, ou seja, os três dias quando seu corpo esteve na sepultura. Cristo foi para o "inferno" deveria ser prova suficiente de que não é exatamente um lugar de tormento eterno. As pessoas boas e más vão para o "inferno", ou seja, para o túmulo. E ainda falando sobre Jesus, Is. 53. 9 “E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.” Há outros exemplos na bíblia de homens justos que foram para o inferno, isto é, para o túmulo.

Um dos princípios do castigo de Deus para o pecado é a morte Rm. 6. 23 “ Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rm. 8. 13 “Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.” Tg. 1. 15 “ Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” 

Sabemos pela bíblia que a morte é um estado de completa inconsciência, o pecado resulta em destruição total, não em tormento eterno Tg. 4. 12 “Há só um legislador que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és, que julgas a outrem?” Salvar ou destruir, não é dito salvar e atormentar. Lc. 17. 26-29 “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos.”

Nos fatos ocorridos contados por Jesus, os pecadores morreram e que foram e foram destruídos, não nos é dito que eles foram atormentados para sempre. Portanto, não há relato bíblico literal dizendo que os ímpios serão punidos para a eternidade de tormento consciente. Ap. 20. 13-15 “ E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.”

É neste sentido que o castigo para o pecado é " eterno" no sentido de que não haverá fim para a morte, inclusive para a própria morte, porém vimos que mesmo o inferno será destruído, isto é sepultura. O Cristianismo associa o "inferno" com a ideia de fogo e tormento. Isto está em nítido contraste com o ensino bíblico sobre o inferno (a sepultura). Sl. 49. 14 “ Como ovelhas são postos na sepultura; a morte se alimentará deles e os retos terão domínio sobre eles na manhã, e a sua formosura se consumirá na sepultura, a habitação deles.”

Significa que a sepultura é um lugar de esquecimento. Apesar da alma, ou corpo de Cristo ter ido ao inferno [sepultura] e não ter visto a corrupção, isso teria sido impossível se o inferno fosse um lugar de fogo. Ez. 32. 26-28 “Ali estão Meseque, Tubal e toda a sua multidão; ao redor deles estão os seus sepulcros; todos eles são incircuncisos, e mortos à espada, porquanto causaram terror na terra dos viventes. Porém não jazerão com os poderosos que caíram dos incircuncisos, os quais desceram ao inferno com as suas armas de guerra e puseram as suas espadas debaixo das suas cabeças; e a sua iniquidade está sobre os seus ossos, porquanto eram o terror dos fortes na terra dos viventes. Também tu serás quebrado no meio dos incircuncisos, e jazerás com os que foram mortos à espada.”

Estes versos dá uma descrição dos poderosos guerreiros das nações vizinhas, que estavam deitados em seus túmulos. Se refere ao costume de enterrar os guerreiros com as suas armas e a cabeça repousando sobre a espada. No entanto, esta é uma descrição do "inferno", o túmulo. Esses homens poderosos deitados no inferno (ou seja, em suas sepulturas), dificilmente dá-nos a ideia de que o inferno possa ser um lugar de fogo. Ainda mais quando encontramos relatos de aparatos físicos como por exemplo, espadas; irem para o "inferno" mesmo tendo todo um do meio cristão onde é ensinamento de que o inferno é um lugar de tormento espiritual, não faz sentido.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

O que seria a falsa ciência?

1ª Tm. 6. 20 “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência.” Em que sentido a ciência está sendo considerada falsa por Paulo? No que diz respeito a negação da criação e por fim, do próprio Deus, não está se tratando aqui dos erros e acertos da ciência em outros campos que não seja o teológico.

Podemos afirmar sem medo de errar, que o período em que vivemos é o mais propenso a oposição estimulada, principalmente pela doutrina veiculada da chamada falsa ciência. Porque tem isso acontecido? Pelo fato de vivermos em uma época onde os seres humanos querem de todas as formas se tornarem autônomos, (com relação a Deus) tornando-se autônomos, acaba-se a obrigação de prestação de obediências e por fim a prestação de contas e isso tem se tornado muito atrativo para as novas gerações.

A igreja errou? Sim errou. Mas atuar buscando com isso descredibilizar as pessoas sobre a existência de Deus, não está certo. Por exemplo: dizer que as doenças são causadas por demônios foi um erro da igreja desde o seu nascimento, mas a questão é que a igreja sempre foi composta de pessoas, pessoas estas que viveram o seu contexto e tiveram as suas influências, assim sendo, o simples fato de serem crentes (quando digo crente não me refiro aos suposto protestantes, mas todos aqueles que creem.) 

Sim, o simples fato de terem crido, não os livrou de suas tradições o seu contexto e principalmente daquilo que lhes era encoberto, como as doenças por exemplo. E quanto as catástrofes naturais? Ou melhor, seriam elas uma punição contra as mazelas realizadas pelos homens? Ora, aos olhos da geração atual isso é um pensamento da idade média, mas eu como sou crente ( lembrando sempre a distinção de se crer dos pseudos protestantes da atualidade) tenho a minha interpretação particular, em outras palavras acredito sim que os desastres naturais são uma punição para o mundo pecador.

Bem, eu como crente ainda devo acreditar na existência do pecado, e por falar nisso a bíblia é clara em dizer, Rm. 3. 23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” Aqui é dito que todos, indistintamente são pecadores, isso quer nos dizer que não existe injustiça por parte de Deus quando uma catástrofe atinge uma determinada região, é verdade existem aqueles que não cometem barbaridades, mas isso não os isentam de serem pecadores, Rm. 3. 10 “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer".

Naturalmente este é um pensamento que vai contra a modernidade contra o pensamento da atribuída ciência, mas o problema da referida ciência está em um fato muito simples: como sabemos o que vale como realidade última para a ciência é a comprovação palpável dos fatos, assim sendo fica impossível para a dita ciência querer interferir naquilo que eles não podem penetrar, ou seja, na questão espiritual ou teológica. Como eles podem dizer que Deus não existe se eles não acreditam naquilo que é extra físico? 

Em outras palavras, a ciência só pode comprovar aquilo que pertence a matéria. É fato de que o que causa os desastres naturais são questões pertencentes a realidade física, como por exemplo: esquentou demais, logo é possível ocorrer uma grande precipitação d'água, sim devemos acreditar que existe uma lei ordenada que move essa realidade, mas as leis não surgem do nada e o nada absoluto não pode formular leis, assim Sendo a causa da precipitação da chuva apesar de obedecer uma lei natural não teve um surgimento espontâneo. 

Sl. 14. 1 “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem”. Realmente, a corrupção humana está baseada em cima da negação de Deus. O homem contemporâneo não acredita que o mar vermelho foi aberto pelo poder de Deus, nem mesmo que Jesus operou pelo poder de de Deus a multiplicação dos pães e dos peixes, o argumento é que tal intendimento é fruto somente da fé e portanto, de mentes pertencentes a idade média, para eles o que importa é a evolução trazida pela ciência.

E por falar em evolução e ciência o que podemos entender da teoria da evolução das espécies? Podemos realmente crer na evolução das espécies sem precisarmos ter fé? Na verdade, não temos visto anfíbio se transformar em réptil e nem mesmo macaco se transformar em homem, no entanto os defensores da teoria da evolução dirão que isso nós não veremos acontecer, visto ser um processo que leva milhões de ano. A pergunta a ser feita é: se nós não podemos ver tal processo de transformação das espécies, quem foi então que viu esse acontecimento para garantir a sua ocorrência? 

Quem marcou a sua data com exatidão e coerência? O fato de ocorrerem adaptações na natureza não significa uma evolução propositada do próprio organismo, mas sim uma lei pré estabelecida pelo próprio Deus. Portanto, podemos dizer que a evolução das espécies não é um acontecimento que possa ser demonstrado pela ciência, visto que a ciência só estuda assuntos relacionados ao aspecto físico, e não a questões subjetivas como eles mesmos afirmam.

Sustentar a teoria de que o próprio organismo se auto programou para evoluir não é científico, ao invés disso o ideal seria dizer que uma célula foi programada com o objetivo de ocorrerem certas adaptações, não evoluções tais como anfíbio se transformando em réptil a cerca de 320 milhões de anos na era paleozoica Não existe registro dessa época confirmando tal suposição, particularmente acredito que as palavras de Paulo em sua carta aos romanos descreve a realidade desta teoria, Rm. 1. 22 “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos”.

Em resumo, apesar do iluminismo ter conseguido “retirar” Deus do centro de todas as coisas e introduzir em seu lugar o ego humano e suas tendências pecaminosas, não conseguiu com isso sanar as mazelas que afligem a raça humana, mazelas essas em todas as suas formas e espécie, ao contrário, eliminando o Senhorio absoluto de Deus e estipulando a autonomia humana, criou-se um vazio existencial muito grande, criando com isso inúmeras catástrofes na sociedade. Ao menos uma coisa permaneceu, a "fé" ainda que na evolução das espécies.