terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Deus não quer que ninguém pereça?

(2ª Pe. 3.9) Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.” As denominações religiosas exceto algumas, (e poucas) admitem que a questão do não perecimento referido pelo apostolo Pedro citado no versículo acima esteja relacionado a todas as pessoas que faziam parte do seu contexto. Como sabemos, os escritos bíblicos são direcionados para toda era cristã, logo, atribui tais denominações que Pedro está dizendo que o Senhor não quer que ninguém pereça, isto é, ninguém mesmo.

Uma visão como esta é lastimável, e bastante confusa principalmente no que tange a questão de Deus e sua soberania. Acredito que tais teólogos não conhecem ou se conhecem não acreditam que Deus age, julga, segundo a sua vontade. Ou que tais líderes não aceitam é o fato de que a decisão de Deus está acima do querer humano. Podemos analisar este verso de Pedro conjuntamente com o verso que se encontra em Ezequiel, onde Deus diz que não tem prazer na morte do ímpio. (Ez. 18.23)Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? — diz o Senhor Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva?”

Assim como Pedro, Ezequiel foi direcionado para o seu contexto, logo Deus estava arrazoando diretamente com Israel por meio do profeta. Da mesma forma se tomarmos o verso de Ezequiel e o direcionarmos para a era cristã, chegaremos a conclusão que ainda hoje, Deus não tem prazer na morte do perverso. Que Deus não tem prazer na morte do perverso ou ímpio em outras traduções é um fato real pois, muitos de nós fomos ímpios em algum tempo no passado e mesmo assim Deus nos poupou de perecermos antes de conhece-lo. (Rm. 5. 6-8) “Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”

Outro fato é que Deus não compartilha a natureza humana e por isso não está sujeito as mesmas disposições oscilantes de espírito que nós estamos, tais como ódio e paixão, raiva e maquinações humanas. Sendo assim, podemos concluir que Deus não está preso as disposições e picuinhas humanas, isso faz com que Deus tenha uma atitude diferente da nossa com relação ao ímpio. Por isso a bíblia destaca que Ele não tem prazer na morte do perverso.

Acredito que este verso e outros que destacam a mesma ideia, contribuiu para que as denominações enfatizassem que Pedro estivesse relacionando todas as pessoas que estão sobre a terra, ou seja de que Deus não quer que ninguém pereça. (Is. 14.24) “Jurou o Senhor dos Exércitos, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e, como determinei, assim se efetuará.”  (Jó 42.2) “Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.”

Estes versos e outros tantos é que faz com que tal visão do não perecimento universal se torne uma falácia. Em outras palavras é de dar pena quando ouço pessoas dizendo que Pedro é enfático em dizer que Deus não quer que ninguém pereça. E declarações como está são ditas todos os dias por pessoas e líderes religiosos os quais defendem as suas denominações como sendo a “menina dos olhos de Deus”. Ou seja, igreja verdadeira não profere algo que não seja somente a verdade, portanto segundo tais líderes Pedro está ensinando que Deus não quer que nem mesmo uma única pessoa pereça. 

Porque este ensinamento não subsiste? Pelo fato de que a vontade soberana e suprema de Deus deve sempre ser cumprida! (Gn. 1.3) Disse Deus: Haja luz; e houve luz.” Conforme diz o Dr. Sprou, “a luz não pode se recusar a brilhar”. Ou seja, se é a vontade soberana e eficaz de Deus que está sendo tratada em 2ª Pedro 3.9 logo ninguém irá perecer. Mas podemos ter a certeza de que não é a vontade eficaz de Deus que está sendo tratada no verso em segunda Pedro, pelo fato de que o perecimento é algo que está registrado na bíblia. (2ª Pe. 3.10)  Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas.” (Ap.20.15) E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo.”

Também não é a vontade de preceito ou aquilo que Deus exige, pois caso fosse às pessoas que vão perecer deveriam ser julgadas por terem perecido e assim sucessivamente. Isso pelo fato de que nós podemos nos rebelar contra as ordens de Deus, porém tal ação de nossa parte não será feita sem uma reação por parte de Deus. Sendo assim o verso de Pedro não está tratando da vontade de mandamento de Deus, pois a bíblia não ensina que os que perecerem por contrariar as ordens de Deus irão perecer novamente. Tanto o perecimento como a vida eterna serão são atos únicos.

Sem nenhuma sombra de dúvida o verso nove de 2ª Pedro capítulo três está falando dos resgatados ou dos ex-ímpios, não há outra explicação plausível. O contexto em que se situa o capítulo três de Pedro já nos assegura isso (2ª Pedro 3.1)Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida”. Pedro está se dirigindo não ao mundo ímpio mas aos crentes, nos versos subsequentes ele destaca que os homens ímpios iriam dizer que a vinda do Senhor não se daria, pois desde que eles eram crianças já houviam tais declarações.

Como se não bastasse o próprio verso nove nos diz com clareza explicita quem são aqueles que Deus e Jesus não quer que pereçam, “...pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça...” Longânimo para convosco, convosco quem? Ora, os que haviam crido e que estavam aguardando o Senhor isso é claro. E o nenhum é o mesmo que o convosco, logo os cristãos que haviam e que estão crendo estes estão debaixo da vontade soberana e eficaz de Deus e não irão perecer, os ímpios que não se converterem estes irão perecer.

Mas a bíblia não diz que Deus não tem prazer na morte do ímpio? Sim diz, e não tem mesmo, como disse acima, Deus não tem as mesmas disposições que nós temos. Mas por outro lado segundo a bíblia o perecimento (e isso se tratando de um perecimento espiritual) do ímpio do não convertido do descrente, faz parte dos planos eternos de Deus, ou seja, não é do agrado de Deus que o ímpio o perverso pereça, mas segundo a justiça de Deus é bom que ele pereça.

Lembremos sempre, caso fosse o contrário ou que Deus soberanamente e eficazmente impedisse o ímpio de perecer, ele jamais pereceria. Mas não é assim, Deus não pode negar-se a si mesmo, portanto é bom que o ímpio não pereça, mas é bom também que ele se converta,  caso contrário a justiça de Deus será feita e o ímpio certamente perecerá.



sábado, 15 de novembro de 2014

Acaso e destino, "deuses" velhos e atuais.

Os ateus e humanistas atribuem os acontecimentos que nos cercam como obra do acaso. O acaso é a visão ateísta de fatalismo, muitos que não compreendem a questão bíblica da predestinação e mesmo da soberania de Deus em guiar a história confundem tais acontecimentos como sendo obras do acaso. O fatalismo literalmente significa que os negócios dos homens são controlados por sub-deidades ou fadas, ou mais popularmente por forças impessoais do acaso.

A predestinação não é baseada nem numa visão mitológica de deuses brincando com nossas vidas, nem numa visão de destino controlado pela colisão ocasional de átomos. A predestinação está enraizada no caráter de um Deus pessoal e justo, um Deus que é o Senhor soberano da história. Acredito que é muito mais tranquilizador acreditar em um Deus soberano do que está nas “mãos” de um acaso indiferente e hostil.

Átomos não têm justiça em si; na melhor hipótese são amorais. Deus é completamente santo e justo. Portanto, devemos saber distinguir determinismo de fatalismo; fatalismo é uma teoria pagã comum, mas ilógica, pelo fato de todas as coisas serem causadas (determinadas) para a teoria fatalista as escolhas humanas não possuem qualquer sentido ou são irrelevantes para os resultados. Tornando então uma desculpa para a ação moral, o fatalismo é falsamente equiparado ao determinismo e a predestinação.

Podemos dizer sem medo de errar que o acaso apesar de velho é um “deus” bem atual, as culturas pagãs geralmente atribuíam ao acaso qualquer acontecimento, 1ª Sm. 6.8-9Então, tomai a arca do Senhor, e ponde-a sobre o carro, e metei num cofre, ao seu lado, as figuras de ouro que lhe haveis de entregar como oferta pela culpa; e deixai-a ir. Reparai: se subir pelo caminho rumo do seu território a Bete-Semes, foi ele que nos fez este grande mal; e, se não, saberemos que não foi a sua mão que nos feriu; foi casual o que nos sucedeu.”

Quando os filisteus capturaram a arca da aliança em Israel por um período de tempo ficaram jubilosos, após isso a calamidade caiu sobre eles, então perceberam que o problema foram eles terem capturado a arca e sendo pagãos cogitaram a idéia de que poderia por acaso não ser a retenção da arca que estivesse causando aquela calamidade, porém o verso bíblico nos informa que não era o simples acaso que trouxera aquela calamidade sobre eles, mas o próprio Deus.

1ª Sm 6.10-12 Assim fizeram aqueles homens, e tomaram duas vacas com crias, e as ataram ao carro, e os seus bezerros encerraram em casa. Puseram a arca do Senhor sobre o carro, como também o cofre com os ratos de ouro e com as imitações dos tumores. As vacas se encaminharam diretamente para Bete-Semes e, andando e berrando, seguiam sempre por esse mesmo caminho, sem se desviarem nem para a direita nem para a esquerda; os príncipes dos filisteus foram atrás delas, até ao território de Bete-Semes.”

O acaso continua sendo a deidade reinante na mente dos céticos e mesmo de muitos “cristãos”. A grande superstição da vida moderna está focalizada sobre o papel do acaso nos negócios humanos, infelizmente acreditam que até mesmo o universo foi obra do acaso. O acaso é um código que usamos para explicar o desconhecido. É o poder da causalidade favorito daqueles que não atribuem poder a nada e a ninguém nem mesmo Deus. Contudo essa atitude supersticiosa em relação aos acontecimentos não é nova, os versos acima nos mostram isso.

Apesar de não ser muito explicito acreditar no acaso é o mesmo que criar um ídolo finito em outras palavras um deus pagão. Ao passo que nós que temos um conceito bíblico somos proibidos de ter qualquer relacionamento com os ídolos, ainda que eles sejam mentais. Is. 42.8 Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura.” Além das imagens de esculturas Deus repudia qualquer outro ídolo que possamos imaginar, ainda que sejam as divindades babilônicas que eram “personificadas” nos dias do profeta Isaías, tais como a fortuna é o destino

Is. 65.11-12Mas a vós outros, os que vos apartais do Senhor, os que vos esqueceis do meu santo monte, os que preparais mesa para a deusa Fortuna e misturais vinho para o deus Destino,  também vos destinarei à espada, e todos vos encurvareis à matança; porquanto chamei, e não respondestes, falei, e não atendestes; mas fizestes o que é mau perante mim e escolhestes aquilo em que eu não tinha prazer.” O mesmo se dá com o “deus” acaso.

Na realidade o acaso não pode fazer nada porque ele é nada, na realidade a palavra acaso é usada para podermos descrever possibilidade matemáticas, por exemplo: quando jogamos uma moeda dizemos que existe 50% de chance de sair cara. Se escolhermos cara e der coroa dizemos que não estamos com sorte. Quanta influência tem o acaso no lançamento de uma moeda? O que faz com que de cara ou coroa? Será que a sorte mudaria se soubéssemos de que lado a moeda estava no início? Na verdade o acaso não pode fazer nada quando ao lançar a moeda e nem outra coisa qualquer, isto pelo fato de ele não ser nada.

Antes que alguma coisa possa exercer poder ou influência, precisa primeiro ser alguma coisa. Precisa ser algum tipo de entidade física ou não física, o acaso não é nenhum dos dois. É meramente uma construção mental, não tem poder porque não tem ser. Portanto como não podemos ver tudo o que está acontecendo num lançamento de moeda a olho nu, também os complexos negócios da vida estão além de nossa capacidade de compreender, então inventamos o termo acaso para tentar explicar, contudo o acaso não explica nada, é meramente uma palavra que usamos como abreviação para nossa ignorância.

Em contradição com a teoria do acaso a bíblia nos mostra que Deus está por trás dos acontecimentos que movem a história humana. Pv. 16.9O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.” Pv. 16.33A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão.” Naturalmente estes ensinamentos não surtirão efeitos sobre a mente dos ateus e humanistas, dado a condição espiritual que se encontram, para eles é mais simples acreditarem nas obras do acaso do que em um Deus que age conforme o conselho de sua vontade.

Em sua carta aos Corintios Paulo Falou sobre os judeus e romanos do primeiro século e sua sabedoria secular, podemos traçar um paralelismo interessante com os dias atuais, 1 Co. 2.6-8Entretanto, expomos sabedoria entre os experimentados; não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, que se reduzem a nada; mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória.”  

Não vemos o mesmo dos céticos da atualidade, daqueles que lutam para tirar de Deus o governo do universo. O fato é que a empreitada da qual eles se submeteram é desgastante e  sem proveito, quer queiram quer não, nada irá mudar. Deus, e não um acaso baseado nos signos do zodíaco é que está governando o nosso destino e o deles também, fazem isso pelo fato de não conhecerem a Deus. Is. 46. 9-10 “Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade.”


sábado, 1 de novembro de 2014

A soberania de Deus e o mal.

Is. 46.9-10 Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade.” Mc. 10.18 “Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que é Deus.”  Gn. 3.22 “Então, disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente.”

Estes versos nos mostra que Deus é soberano, que ele também é bom e que o mal existe. Por soberania entendemos que seja alguém com o poder supremo, alguém que domina absoluto. Na visão teológica este alguém é Deus, o criador de todas as coisas. Muitos que querem se “livrar” de prestar contas para o criador soberano lançam dúvidas quanto a regência suprema de Deus, tentam de todas as formas minar a credibilidade das escrituras. Em teologia existem três proposições as quais temos por verdadeiras.

Proposição (1) baseado no verso bíblico de Isaías e dezenas de outros versos compreendemos que Deus é onipotente. Proposição (2) Marcos e outros inúmeros versos da bíblia nos informa que Deus é bom. Proposição (3) A julgar pelos acontecimentos maléficos  que presenciamos no mundo que vivemos e como nos é dito também em Gênesis e outros tantos versos bíblicos o mal é uma realidade inegável. Como conciliar as três proposições sem afetar a soberania absoluta de Deus?

Para os filósofos ateus e outros a julgar pelo estado de acontecimentos que observamos no mundo as três proposições não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Conforme o relato bíblico que lemos acima vemos que Deus é onipotente, de igual modo vemos também que ele é bom e que apesar disso o mal existe. A onipotência significa que Deus pode fazer tudo o que ele queira ou deseje fazer. Naturalmente Deus não deseja fazer aquilo que é irracional ou algo que seja destituído de significado. Sendo Deus e poderoso Deus pode fazer qualquer coisa que seja compatível com seus próprios atributos.

A segunda premissa afirma que Deus é totalmente bom, isso significa que Deus é moralmente exigido pela sua própria natureza a fazer qualquer coisa boa. E se ele não desejasse e fizesse sempre o bem, ele não seria totalmente bom. Mas o mal existe, de onde então vem o mal? Provavelmente Deus é totalmente capaz de evitar que os males venham à existência, ou ao menos é capaz de eliminar todos os males que existem. Mas os males ainda existem. Sabemos pela bíblia que até mesmo o mal tem o seu destino final, Ap. 21.4 “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.”

A bíblia em seu sentido natural e literal nos ensina que não podemos negar a existencia do mal nem mesmo a soberania de Deus, ao passo que grupos cristãos liberais oriundos de diversas denominações influenciados pelo humanismo tem negado não só os escritos bíblicos como a própria ordem explicita no mundo observável. Em outras palavras percebemos que a natureza é compatível com o relato bíblico não só da soberania absoluta de Deus, como também da existência do mal. Se o mundo observável não consegue fazer com que os ateus enxerguem tanto a soberania e onipotência quanto a bondade de Deus, então o que eles precisam ver para crer em tais atributos?  

Rm. 1.18-20 A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça;  porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis. Sl. 33.9 “Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir.”

Até mesmo esta realidade bíblica está sendo recusada por diversos números de “cristãos” influenciados pelo ateísmo e pelo humanismo apóstata, este acontecimento foi causado devido a visão materialista dos líderes cristãos que não conseguiram conciliar a existência do mal no mundo com um Deus onipotente. Entraram no mesmo caminho seguido pelos ateus e iluministas. Cegados pelo movimento apóstata que ora observamos não conseguiram ver que o Deus da bíblia por ser soberano nunca falha em racionalmente adaptar os seus meios para alcançar os seus fins, sendo assim Deus consegue relacionar os seus atos as suas intenções.

Is. 55.8-9 e 11 “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.  Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei.”

O fato importante que todos esquecemos ou fomos condicionados pelo cristianismo que temos presenciado é que assim como Deus da bíblia é onipotente a despeito de todas as dificuldades imaginadas ele também é o padrão de bondade e justiça. Em outras palavras apesar do mal ser uma realidade no mundo Deus é intrinsecamente bom, o fato do mal existir só demonstra que os meios estão sendo “adaptados” para os seus fins. O fato é que Deus criou um mundo onde o mal era inevitável, dadas as condições iniciais na queda.

Outro fato que muitos e esquivam é que se cremos que Deus é soberano então devemos crer que ele preordenou o pecado. O que mais podemos concluir? Podemos concluir que a decisão de Deus de permitir que o pecado entrasse no mundo foi uma boa decisão, dado os seus planos para o futuro. Caso fosse o contrário Deus não estaria mantendo a existência do mundo nesta condição. Quanto aos ateus e céticos resta-lhes uma pergunta: em um mundo criado onde os seres humanos apesar de não ser onipotentes nem mesmo são independentes não seriam eles os responsáveis pelos semelhantes e por toda a natureza? Digo isso baseado na condição humana de ser o regente da criação.

A palavra responsável é sinônima de responder por. Sendo interdependente com o restante do mundo o que os humanos estão fazendo para aliviar o sofrimento causado na maioria pelo próprio humano? Em que eles estão sendo responsabilizados? Outro fato importante é que diferentemente dos seres humanos não existe alguém acima de Deus para que ele tenha que prestar contas, ao passo que a criatura está obrigada a prestar contas a Deus se assim for chamada, 

Rm. 9.19-23Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra? Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão.” 

O problema não está no caráter de Deus visto que intrinsecamente Deus é o padrão de bondade. O problema está nas perspectivas humanas a respeito de Deus que procuram limitá-lo nos interesses de sua autonomia. Por que alguém deveria presumir que Deus está debaixo de qualquer obrigação de tanto evitar os males tão logo eles surjam? A bondade de Deus é correlata a sua sabedoria e onipotência. Ele pode ter planos que fazem plenamente sentido para ele e que incluem sua resposta a longo prazo para o mal. Não parece haver razão alguma provável na bíblia por que Deus não teria designado um universo no qual os males de várias espécies fossem inevitáveis, isso no entanto não quer dizer que Deus aprova o pecado e o mal. Isto significa que os planos de Deus para a sua criação sem o pecado e o mal estão em andamento.      

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Mateus 24.34 Apoia o preterismo?

Os preteristas baseado em alguns textos das escrituras tem difundido a idéia de que o apocalipse e o capítulo 24 de Mateus já tiveram o seu cumprimento total. O nome preterismo por si só indica que os acontecimentos neste caso relacionados às escrituras já aconteceram de uma forma completa até o ano 70 dC. Para justificar os seus ensinamentos os preteristas espiritualizam quase todo o livro do apocalipse juntamente o capítulo 24 de Mateus. Para eles de uma forma espiritual Jesus já voltou, e estamos vivendo o período do milênio.

A base do preterismo é Mateus 24.34 (Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam.) Antes, porém gostaria de dizer que não compartilho o pensamento futurista, como sabemos os futuristas ao contrário dos preteristas acreditam que todas as profecias apocalípticas acontecerão no futuro. Acredito que muitas profecias apocalípticas já aconteceram, porém muitas outras irão acontecer. Devo dizer que compartilho o pensamento histórico progressivo. Lc. 21.32 (Em verdade vos digo que não passará esta geração, sem que tudo isto aconteça.) Marcos também confirmou estas palavras de Jesus, porém não iremos ler.

O contexto destes versos está relacionado com a saída de Jesus e os seus discípulos do templo. Também quando estavam no monte das oliveiras, reparem que a indagação dos discípulos apesar de seguir uma linha de pensamento ela não se dá em um só momento, a bíblia não diz se a conversa se deu no mesmo dia ou em outra ocasião. Mt. 24.1-2 (Tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo. Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.) Repare que neste momento eles estavam saindo do templo.

Mt. 24.3 (No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século.) Já no verso três eles estavam no monte das oliveiras, o lapso de tempo entre uma conversa e outra não nos é dito. Percebemos no entanto que a mente dos discípulos estavam aguçadas com relação aos acontecimentos que se seguiriam.

Marcos também repete com a mesma semelhança, primeiro saíram do templo e depois indagaram sobre o fim do mundo, no monte das oliveiras. Quando vêem estes versos os preteristas afirmam categoricamente que as profecias já se cumpriram, para eles a destruição do templo em 70 é o ápice do acontecimento profético. Que a destruição do templo foi profetizada neste contexto não se discute, mas Jesus não veio. E tentar espiritualizar acontecimentos literais, não condiz com o contexto, acredito que promove mais a descrença do que a fé.

Aliais, dizer que todas as profecias apocalípticas já aconteceram é desestimular a fé no retorno de Cristo, acreditar que os acontecimentos os quais presenciamos não é um prenuncio do fim e o mesmo que acreditar que o reino de Cristo já está ativo e operante. Não faz sentido. Em Mateus 24. do verso 1 ao 27 Jesus responde a indagação dos discípulos quando perguntaram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século. Ele então passa a descrever que surgiriam falsos cristos que contribuiria grandemente para a destruição de Jerusalém. Como também após isso as nações se volveriam contras outras nações, e reino contra reino, isso naturalmente nada tem a ver com a destruição do templo, pelo fato da destruição ser um problema entre Israel e o império romano. 

Outros reinos e nações não contribuíram para isso. Acredito sem medo de errar que uma das características do fim está registrado em Mt. 24.12 (E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos.) Acredito que viver na sociedade no primeiro século, não deveria ser nenhuma maravilha, mas vivemos em uma época de grande avanço tecnológico onde podemos nos conectar com pessoas em qualquer lugar do mundo, porém somos uma sociedade solitária, e tremendamente individualista, isso faz com que o amor ao próximo fique bastante reduzido Já o verso treze vai contra completamente aos ensinamentos preteristas, Mt. 24.13 (Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo.)

Perseverar em que, os judeus do primeiro século, não fizeram isso em Massada? Não resistiram até o sangue? Ora, a perseverança que nos é dito por Cristo é espiritual, significa viver a luz dos ensinamentos bíblicos a despeito daquilo que nos é apresentado pelo mundo, significa perseverar na fé e não retroceder. Mt. 24.14 (E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim.) Ainda que os preteristas insistam que o evangelho foi pregado a todo mundo no primeiro século, não significa que foi, e se foi Deus trabalha de uma forma condicional?

Ou seja, o mundo do primeiro século não foi o mundo que Deus intentou, quando a bíblia diz “todas as nações” significa todas as nações como ora conhecemos, não um contexto limitado de uma época. Acredito que o capítulo de Mateus marcos e Lucas que registram a questão da volta de Jesus e todos os acontecimentos que o cercam está se referindo a acontecimentos que se estenderia desde o primeiro século até a volta de Cristo e o fim do reino dos homens. Os preteristas dizem Jesus disse: Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.

Acredito que este esta questão pode ser resolvida de uma forma bastante simples sem ter que acreditar que Jesus já veio de uma forma espiritual. Primeiro: o sentido de geração pode significar as gerações sucessivas que estariam lendo e entendendo a bíblia, isso pelo fato de que a volta de Jesus é aguardada por todas as gerações de crentes, sendo assim Ele estaria falando distintamente para cada geração que existe ou já existiu, isso se entendermos a palavra geração como sendo pessoas que vivem um período sobre a terra.

Segundo: podemos entender perfeitamente a palavra geração como sendo um povo e isso é perfeitamente possível, a palavra grega neste verso para geração é: genea e significa: aquele que foi gerado, homens da mesma linhagem, família, os vários graus de descendentes naturais, os membros sucessivos de uma genealogia, ou totalidade das pessoas que vivem numa mesma época. Sendo assim Israel hoje poderia ser chamada de geração, o fato é que Israel está ativo e não passou.

Dois versos que parecem corroborar com este pensamento se encontra em Lucas 11.50-51 (para que desta geração se peçam contas do sangue dos profetas, derramado desde a fundação do mundo;  desde o sangue de Abel até ao de Zacarias, que foi assassinado entre o altar e a casa de Deus. Sim, eu vos afirmo, contas serão pedidas a esta geração.) Vamos pensar que a palavra (geração genea) signifique apenas uma totalidade de pessoas que vivem uma época. Seria justo os judeus ou a geração dos dias de Cristo pagarem pelo crime dos profetas antigos, acredito que não. Mas se geração for toda a nação a coisa fica mais justa. A outra questão a ser avaliada seria a palavra “tudo” quando Jesus disse: (Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.) A palavra tudo é pás e significa: cada, todo, algum, tudo, o todo, qualquer um, todas as coisas, qualquer coisa.

Mt. 3.5 (Então, saíam a ter com ele Jerusalém, toda a Judéia e toda a circunvizinhança do Jordão.) Como sabemos nem toda Jerusalém saiu a ter com Jesus. Mc. 1.5 (Saíam a ter com ele toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém; e confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.) João Batista batizou toda Jerusalém? Claro que não. Se entendermos que a palavra geração signifique apenas aqueles de uma época, a palavra “tudo” de Mateus 24.34 pode muito bem significar “tudo”o que aconteceu até 70. Logo se a palavra “tudo” em muitos casos é limitado, por que então não aplicar o mesmo em Mateus capítulo vinte e quatro.  



sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A queda de Adão e minha.

Nós que aceitamos os ensinamentos das escrituras concernente a criação, em alguma época de nossas vidas inevitavelmente iremos perguntar: o que temos a ver com o pecado de Adão em uma época tão distante? Este ato afetou a minha vida? Essas são perguntas que certamente os crentes farão no decorrer de sua caminhada. Não há como evitar o ensinamento óbvio das escrituras que diz que o pecado de Adão teve consequências drásticas sobre os seus descendentes. 

Rm. 5.12 (Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.) Após a entrada do pecado no mundo devido ao pecado de Adão surgiu uma parede de separação entre Deus e o homem, infelizmente com o pecado de Adão a corrupção foi transferida para os seus descendentes, dando sequencia a separação entre Deus e a humanidade pecadora, Is. 59.2 (Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.)

A bíblia nos informa de que apesar de não termos pecado juntos com Adão carregamos em nossa natureza a corrupção original, corrupção original é a contaminação inerente à qual todo pecador está sujeito. É uma realidade na vida de todos os homens. É o estado pecaminoso, do qual surgem atos pecaminosos. Após o pecado Adão e Eva carregaram consigo o pecado da culpa original e de uma forma natural transmitiram corrupção aos homens. Por corrupção entende-se que é o estado do qual todos nós nos encontramos. Rm 5. 18 (Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para a condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.)

Naturalmente nem todos aceitam este assunto, alguns seguindo o ensinamento de Pelágio insistem que não temos nada com o pecado de Adão, portanto o pecado original não existe. Bem, que não pecamos juntos com Adão é uma realidade e que também não incentivamos Adão a pecar, isso também é fato. Mas, aceitar a criação e não aceitar a queda e seus resultados não é um ensinamento bíblico. A queda de Adão causou um desequilíbrio em todas as dimensões humanas, físico, mental e espiritual. Realmente não somos culpados por ter Adão cometido tal ato pecaminoso, mas carregamos em nossa natureza as conseqüências desta culpa.

As nossas ações são características de ações pós queda, o mundo em que vivemos é um mundo percebido pelos sentidos pós queda. Logo “se não fosse a transgressão de Adão” a nossa percepção e as nossas ações não estariam moldadas do jeito que ora percebemos e vivenciamos Gn. 2.25 (Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam.) Gn. 3.10 (Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.) Percebe-se claramente a reação de Adão antes e depois da queda.

Pelágio rejeitando este assunto elaborou a seguinte questão, disse ele: “se Deus é completamente bom, então tudo o que criou é igualmente bom, toda a sua criação é boa, incluindo o homem”. Pelágio disse que a natureza humana, como tal, é inalteravelmente boa. Isto é, a essência constituinte do homem permanece boa. A natureza não pode ser alterada na sua substância; só pode ser modificada acidentalmente.

Não acredito na teoria de Pelágio pelo fato que de se fosse assim qualquer um poderia vencer o pecado sem a ajuda de Deus, e isso nós sabemos que nem mesmo Jesus conseguiu veja o que o próprio Cristo nos diz: Jo. 5.30 (Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou.) Repare o que Paulo nos diz em Rm. 5.19 (Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.) Na minha concepção se não creio que a desobediência de Adão causou de certa forma o meu pecado, não posso crer que a obediência Cristo será a minha libertação.

A verdade foi que em seus dias Pelágio viu um cristianismo deturpado e tentou impor certas regras para tentar restabelecê-lo, e uma delas é que nós podemos por nossas forças vencer as tentações. Ao passo que a bíblia ensina o oposto Rm. 3.9-10 (Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos  que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado, como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.) O resultado da desobediência de Adão foi a sua queda, logo a sua queda lhe proporcionou a contemplar um cenário completamente novo, ou seja, um cenário de imperfeição, imperfeição esta da qual somos todos participantes.

Se Adão não tivesse caído nós seriamos perfeitos, pois teríamos nascido em um ambiente livre das conseqüências da queda, neste sentido o pecado de Adão é Meu também. Assim sendo a teoria de Pelágio não se coaduna com a realidade que vivemos, pois disse ele: “se Deus é completamente bom, então tudo o que criou é igualmente bom, toda a sua criação é boa, incluindo o homem”. Não podemos negar o fato de que Deus seja bom, mas também não podemos aceitar que tudo que ele criou seja completamente bom, mais que dentro dos seus planos são justificáveis e tem objetivos necessários.

O que dizer das catástrofes, da assolação e do mal, pois negar que Deus os tenha criado é negar o próprio escrito bíblico Is. 45.7 (Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas.)  Ez. 33.29 (Então, saberão que eu sou o Senhor, quando eu tornar a terra em desolação e espanto, por todas as abominações que cometeram. O que dizer também do calor em excesso, ou do seu oposto, da fome da sede, dos espinhos, naturalmente a criação é bela, porém trás consigo o vestígio do pecado.

Ao contrário do que Pelágio disse a natureza de Adão ao contemplar outro cenário, percebendo que estava nu demonstrou que sua natureza foi drasticamente alterada. Do mesmo modo é enganoso o ensinamento de que não nascemos em pecado, dizer que a sociedade e a localidade onde nasce um indivíduo é que moldam o caráter de uma pessoa não corresponde com a realidade.

Sl. 51.5 ( Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe. Por outro lado se a sociedade e o contexto onde vive tal individuo são os fatores preponderantes no seu comportamento naturalmente deveríamos encontrar indivíduos “santos” em localidades melhores preparadas. Mas não é assim, a corrupção humana atinge níveis extra-físico, em se tratando de corrupção dentro das perspectivas divinas todos somos iguais, claro está que se excetua os que estão sendo santificados em Cristo. Sendo assim por ser Adão o pai da raça humana o seu pecado passou a ser o nosso pecado, e a nossa transgressão o resultado da sua transgressão.


Isso denota claramente a questão da depravação da natureza do homem e isso é ensinado em Rm. 11.32  (Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.) Mas a questão da misericórdia será tema de um próximo assunto.

Evandro.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O sábado é um mandamento moral ou cerimonial?

Dentro do cenário religioso tradicionalmente é ensinado que os nossos deveres morais vieram de ordens divinas, (verdade esta a qual também compartilho). O problema está em afirmar que tais valores são oriundos dos dez mandamentos. Sendo assim, as denominações cristãs enfatizam a necessidade de um dia separado para culto, (pensamento que também compartilho). O argumento da maioria delas é que o domingo tomou o lugar do sábado judaico no novo testamento, portanto os líderes denominacionais enfatizam a guarda do domingo como sendo um cumprimento do dia do Senhor.

Ao passo que as denominações sabatistas ensinam a obrigatoriedade da guarda do sábado, tendo como resultado da sua transgressão a perda da vida eterna. De uma forma ou de outra, tanto sabatistas como dominguistas atribuem a guarda do dia do “Senhor” como sendo um meio de adquirir a salvação.

Portanto, visto que os dez mandamentos são ordens divinas e que trás no seu conteúdo os deveres e os valores morais para reger a humanidade, concluiu-se então que a guarda do sábado para os sabatistas ou do domingo para outras denominações (dominguistas) é um dever moral o qual os crentes estão obrigados a cumprir. Entretanto, na minha concepção não acredito que os nossos deveres morais estejam restritos somente aos dez mandamentos. Ao contrário, acredito ainda que os dez mandamentos não tragam no seu escopo integral valores morais objetivos, veremos o porquê disso.

Podemos dividir os valores morais em três níveis distintos, a saber: convenções sociais, preferências pessoais, Deus. Logo em se tratando de questão religiosa todas as denominações erguem a vos dizendo que o mandamento do descanso semanal trás consigo um dever moral eterno. Não podemos negar o fato de que o descanso semanal tem o seu valor moral inegociável, fato é que ninguém é de ferro, mas acreditar que o dever moral está interligado com a obrigação universal de se observar um dia entre os sete não faz sentido.

A menos que seja uma ordem expressa do próprio Deus, como foi com o povo de Israel logo após o êxodo. Repare na parte em itálico (universal) acredito que muitos ao lêem este assunto dirão que foi Deus quem recomendou separar um dia dentre os sete, logo se é uma recomendação expressa do próprio Deus o dia de descanso (variando somente na interpretação do dia em cada denominação.?) significa que tal dia trás consigo um valor moral objetivo e eterno significando que todos, sem distinção, estão obrigados moralmente a observá-lo.

Mas uma simples leitura dos textos bíblicos nos mostra que a ordem divina de se guardar o sábado foi para Israel Ex. 34.27 (Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras, porque, segundo o teor destas palavras, fiz aliança contigo e com Israel.) Dt. 4.13-14 (Então, vos anunciou ele a sua aliança, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra. Também o Senhor me ordenou, ao mesmo tempo, que vos ensinasse estatutos e juízos, para que os cumprísseis na terra a qual passais a possuir.) 2ª Cr. 5.10 (Nada havia na arca senão as duas tábuas que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez aliança com os filhos de Israel, ao saírem do Egito.)

Argumentar como fazem os líderes religiosos que tais ordens estenderam-se para o Israel espiritual é forçar o texto bíblico, claramente a bíblia nos diz que a primeira aliança foi feita exclusivamente com Israel Sl. 147. 19-20 (Mostra a sua palavra a Jacó, as suas leis e os seus preceitos, a Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação; todas ignoram os seus preceitos. Aleluia!)
         
A obrigatoriedade da guarda do sábado para os judeus pós êxodo deve ser entendido como um dever moral? Sim, pois partiu de uma ordem expressa do próprio Deus para a nação, não de uma convenção seja ela religiosa ou social baseada em retóricas ou revelações. O fato de ser consenso entre a nação judaica todo o complexo que compreendia o mandamento do sábado para o povo judeu deve ser considerado um valor moral objetivo.

Porém, para nós os gentios (outros povos) que não recebemos uma ordem direta, vinda do próprio Deus, o valor moral está baseado no princípio do descanso. Princípio este que preenche a necessidade física, biológica e também espiritual do homem, lógico daquele que busca a Deus, mas a questão cerimonial se encontra no fato do mandamento ter o seu princípio regulador alicerçado no horário, ou seja, de por do sol a por do sol. 

A obrigação moral de uma pessoa para com o seu semelhante compreende todos os momentos em que vive tal pessoa, não é determinado por períodos. Imagine se o mandamento que diz: não matarás, fosse regido de por do sol a por do sol, podemos acreditar que a situação do mundo em que vivemos estaria pior do que se encontra. O mesmo pode-se dizer do primeiro mandamento, a ordem de não se ter outros deuses vai além de determinados períodos da semana.

Assim sendo, dentro mesmo do decálogo encontramos sim princípios cerimoniais e encontramos princípios morais dentro dos mandamentos ditos e ensinados como cerimoniais. Êx. 22.21-22 (Não afligirás o forasteiro, nem o oprimirás; pois forasteiros fostes na terra do Egito. A nenhuma viúva nem órfão afligireis.) Êx. 23.2 (Não seguirás a multidão para fazeres mal; nem deporás, numa demanda, inclinando-te para a maioria, para torcer o direito.) Lv. 19.16 e 18 (Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o Senhor. Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.)

Atentemos para o seguinte, os mandamentos cerimoniais estão sempre acompanhados das seguintes expressões: aliança perpétua, sinal perpétuo, mandamento perpétuo, estatuto ou concerto perpétuo entre Mim e vós, nas vossas gerações. A bíblia não fala  que não matar, ou não roubar ou amar a Deus sejam sinal perpétuo, porque estes são mandamentos morais e não podem servir como sinal entre Deus e os judeus , nem entre Deus e qualquer povo, porque são obrigatórios para todos os povos.

As conotações de mandamentos perpétuos, sinal e estatutos perpétuos, caracterizam apenas os mandamentos cerimoniais, conforme Gn. 17.11 (Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós.) Êx. 28.42-43 (Faze-lhes também calções de linho, para cobrirem a pele nua; irão da cintura às coxas. E estarão sobre Arão e sobre seus filhos, quando entrarem na tenda da congregação ou quando se chegarem ao altar para ministrar no santuário, para que não levem iniquidade e morram; isto será estatuto perpétuo para ele e para sua posteridade depois dele.)

Êx. 31.16 (Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações.) Quanto as denominações que insistem que o domingo é um mandamento moral, erram pelo fato de não haver sequer uma menção escriturística que aponte isso. Mas se querem descansar no sábado ou no domingo que o façam, contudo ensinar que tal mandamento é um dever moral passivo de salvação... isso é mentalidade de grupo que querem se destacar dentro do cenário religioso competitivo.




quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O Deus da bíblia.

Uma pergunta necessária para os cristãos seria: em nossa finitude como imaginamos a pessoa de Deus? O Deus ensinado nas denominações cristãs é real? O Deus da tradição cristã é realmente o Deus da bíblia? Seria tal Deus, um homem encarnado? Como a bíblia classifica o Deus criador de todas as coisas? Primeiramente devemos atentar para aquilo que o próprio Deus descreve de si. Is. 46.5 (A quem me comparareis para que eu lhe seja igual? E que coisa semelhante confrontareis comigo?)
          
A primeira parte do verso de Isaías é interessante e é a chave para este assunto, ele nos adverte a não tentarmos entender e nem mesmo tratar Deus com um pensamento humano limitado. O ensinamento bíblico deve ser então a base para tentarmos mesmo que superficialmente entender a pessoa de Deus. Uma questão importante que deve ser levantada é que Deus, a despeito de certas denominações insistirem Ele não tem forma, dar uma forma física para Deus é o mesmo que limitá-lo no temo e no espaço.

A bíblia diz que Deus é um ser pessoal e vivo Jeremias 10.10 (Mas o Senhor é verdadeiramente Deus; ele é o Deus vivo e o Rei eterno; do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação.) Deus não é uma coisa, poder, ou influência. Ele pensa, têm suas vontades, Ele não é apenas o homem lá de cima ou algum tipo de super-homem ou mesmo um servo para alguns.

Deus é um. 1ª Co 8.4. (No tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus.) A bíblia diz também que Ele é o primeiro e o último, Isaías 44.6. (Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus.)
                        
Além do mais, Deus não é uma trindade de pessoas como é ensinado na cristandade, o Deus trinitário não poderia ser entendido como um, nem mesmo poderia ser compreendido com sendo o primeiro e o último. A bíblia diz sim que ele criou tudo sozinho Isaías 44.24 (Assim diz o Senhor, que te redime, o mesmo que te formou desde o ventre materno: Eu sou o Senhor, que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus e sozinho espraiei a terra.)
           
Ela ensina também que ele Deus é espírito e sendo assim não tem dimensões físicas, portanto Ele não tem um corpo, contrariando algumas denominações, nem tem Ele quaisquer características que possam ser definidas em termos de tamanho e forma. Isso significa que Deus é invisível. Jo. 4.24 (Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.)

Ninguém jamais viu a Deus 1ª Tm. 1.17 (Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!) 1ª Tm 6.16 (O único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém!) Isso significa também que Ele não está confinado a um lugar no tempo, mas está por toda parte em todo o tempo Jr. 23.24 (Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? — diz o Senhor; porventura, não encho eu os céus e a terra? — diz o Senhor.)

 Totalmente aparte de tudo mais, isso significa que Deus é plenamente consciente de tudo o que se passa em todos os lugares. Isso inclui passado presente e futuro não somente tudo que fazemos ou dizemos, mas todos os nossos pensamentos. Lc. 12.7 (Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais! Bem mais valeis do que muitos pardais.) Nos é dito também que Deus é eterno Ele não teve princípio. Sl. 90.2. (Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus.) Nunca houve tempo em que Deus não existisse e nunca existirá um tempo quando Ele não existirá. Deus descreve a si mesmo como aquele que é e que era, e que há de vir Ap. 1.8. (Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.)
                     
Deus é independente. Todos os outros seres viventes são dependentes de pessoas ou coisas, e ultimamente de Deus, mas Deus é totalmente independente de Sua criação. Ele sobrevive por Si mesmo. Atos 17.25 (Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais.) Não pode haver comparação com a santidade de Deus. Que é absolutamente sem falta ou defeito.  1ª Sm 2.2. (Não há santo como o Senhor; porque não há outro além de ti; e Rocha não há, nenhuma, como o nosso Deus.)
                
Deus é perfeito. Seu conhecimento é perfeito. Nada em toda criação está oculto das suas vistas. Hb. 4.13. (E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.) Deus também conhece tudo no passado, presente ou futuro, incluindo todos os nossos pensamentos, palavras ou atos. Sua sabedoria é perfeita e totalmente além do nosso entendimento. Rm. 11.33. (Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!)
                    
Deus é soberano. Ele é o único e supremo governador do universo e nada, não importa o que, está fora do Seu controle. Sl. 135.6 (Tudo quanto aprouve ao Senhor, ele o fez, nos céus e na terra, no mar e em todos os abismos.) Com Deus não há acidentes ou surpresas Pv. 21.30 (Não há sabedoria, nem inteligência, nem mesmo conselho contra o Senhor.) Jó 42.2 (Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.) Ele escreve toda a história do mundo e opera todas as coisas em conformidade com o propósito de Sua vontade Ef. 1.11 (Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade.)

Deus não precisa de conselho ou consentimento para algo que Ele escolha fazer. Nem pode alguém impedi-Lo de fazer o que Lhe agrada: Is. 43.13 (Ainda antes que houvesse dia, eu era; e nenhum há que possa livrar alguém das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?) Dn. 4.35 (Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?)
     
Deus é onipotente, Ele é todo-poderoso. Conforme diz suas próprias palavras, Jr. 32.27 (Eis que eu sou o Senhor, o Deus de todos os viventes; acaso, haveria coisa demasiadamente maravilhosa para mim? Isso não significa que Deus pode fazer ou ser qualquer coisa que possa conceber, tal como fazer uma pedra tão pesada que ele não possa carregar, ou um círculo quadrado. 

(O que a bíblia está dizendo é que Ele não pode mentir ou mudar, ou cometer enganos, ou pecar, ou negar a si mesmo) significa que Ele pode fazer tudo o que deseja, e tudo o que Ele deseja sempre é consistente com o Seu caráter, em outras palavras ele não deseja fazer o que é irracional ou o que é destituído de significado. Esses são apenas breves esboços de algumas das coisas que Deus revelou na Bíblia sobre Sua própria natureza e caráter. Há outras verdades sobre Deus na Bíblia, embora haja muitas coisas sobre Ele que nós, possivelmente, não podemos entender. Conforme nos diz Jó 5.9 (Ele faz coisas grandes e inescrutáveis e maravilhas que não se podem contar.)


segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Evidencias a favor da ressurreição de Jesus.

(1ª Pe. 3.15) Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós.” Atualmente vivemos em uma sociedade completamente descrente, onde o espiritual é tido como crença de gente ignorante, no entanto em uma sociedade materialista a realidade só pode ser mostrada através daquilo que é visível. O que as pessoas acham da ressurreição de Jesus? Como nós podemos responder com argumentos fortes a favor da ressurreição? Temos certeza em nós mesmos de que Jesus realmente ressuscitou? Como podemos evidenciar esses fatos?

Vários fatores evidenciam a verdade da ressurreição de Jesus, uma das maneiras por meio das quais podemos dizer se um autor está dizendo a verdade é testar o que diz pelo "princípio do embaraço" Esse princípio parte da premissa de que qualquer detalhe embaraçoso do autor é provavelmente verdadeiro. Por quê? Porque a tendência da maioria dos autores é deixar de fora qualquer coisa que prejudique sua aparência.

De que maneira o NT comporta-se diante do princípio do embaraço? Vamos pensar nisso da seguinte maneira: se você e seus amigos estivessem forjando uma história que você quisesse que fosse vista como verdadeira, vocês se mostrariam como covardes tolos e apáticos, pessoas que foram advertidas e que duvidaram? É claro que não. Mas é exatamente isso o que encontramos no NT. As pessoas que escreveram a maior parte do NT são personagens (ou amigo de personagens) na história e freqüentemente se mostram como “perdidos no acontecimento”.

Eles são néscios — por diversas vezes, não entenderam o que Jesus estava dizendo (Mc. 9.32) Eles, contudo, não compreendiam isto e temiam interrogá-lo”. (Lc. 18.34); “Eles, porém, nada compreenderam acerca destas coisas; e o sentido destas palavras era-lhes encoberto, de sorte que não percebiam o que ele dizia.” Eles são apáticos — caíram no sono duas vezes quando Jesus lhes pediu que orassem (Mc. 14.32 e 37).    “Então, foram a um lugar chamado Getsêmani; ali chegados, disse Jesus a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou orar.” Voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, tu dormes? Não pudeste vigiar nem uma hora?

Quando queremos comprovar algo para alguém tomamos o máximo cuidado para não criarmos deslizes e assim sofrermos resistência, a história da ressurreição não é assim, veja que o próprio Jesus chamou Pedro de "Satanás" (Mc. 8.33), Jesus, porém, voltou-se e, fitando os seus discípulos, repreendeu a Pedro e disse: Arreda, Satanás! Porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.” Não que Jesus estivesse dizendo que Pedro estava sendo possuído, mas sim que naquele momento ele estava se tornando um adversário.
           
Se quisermos divulgar uma estória para que ela seja bem aceita, esta deve ser sem atritos, mas repare que Paulo repreendeu Pedro por estar errado numa questão teológica. (GI. 2.11)Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe face a face, porque se tornara repreensível.” tenha em mente que Pedro é um dos pilares da igreja primitiva, e, aqui, Paulo está incluindo nas Escrituras que ele estava errado!

Eles são covardes — todos os discípulos, com exceção de um, esconderam-se quando Jesus vai para a cruz. Pedro até mesmo o nega três vezes depois de prometer explicitamente “que nunca o abandonaria" (Mt 26.35)  Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.” 

Eles também duvidaram.— apesar de terem sidos informados diversas vezes de que Jesus ressuscitaria dos mortos ao terceiro dia (Mc. 9.9) “Ao descerem do monte, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos.” os discípulos têm dúvidas quando ouvem sobre sua ressurreição. Alguns duvidam até mesmo depois de tê-lo visto já ressuscitado (Mt 28.17) E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.”  (adoraram) no original é proskuneo e significa prostrar-se em reverencia.

Na verdade eles ficaram confusos e com medo das autoridades locais (Mt. 28.1) No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.” Tanto foi assim que os discípulos fugiram e se esconderam e as mulheres foram as primeiras a irem ao sepulcro.

Agora, pensemos um pouco: se fossemos qualquer um de nós os autores do NT, incluiríamos esses detalhes embaraçosos se estivéssemos inventando uma história? Escreveríamos que um dos seus principais líderes foi chamado de "Satanás ou adversário" por Jesus, e este mesmo homem negou o Senhor três vezes, escondeu-se durante a crucificação e, mais tarde, foi repreendido numa questão teológica?

Mostraríamos seus companheiros, incluindo você, como pessoas sem sentimentos, covardes estabanados e, ao mesmo tempo, mostraríamos mulheres — cujo testemunho não era nem sequer admitido numa corte — como corajosas que se levantaram a favor de Jesus e que, mais tarde, descobriram o túmulo vazio? Você admitiria que alguns de vocês (os 11 discípulos restantes) duvidaram do próprio Filho de Deus depois de ele ter provado a todos que ressuscitara dos mortos? É claro que não.

O que você acha que os autores do NT teriam feito se estivessem inventando uma história? Você sabe muito bem: teriam deixado de lado a sua inaptidão, sua covardia, a repreensão que receberam, as três negações e seus problemas teológicos, mostrando-se como cristãos ousados que se colocaram a favor de Jesus diante de tudo e que, de maneira confiante, marcharam até a tumba na manhã de domingo, bem diante dos guardas romanos, para encontrarem o Jesus ressurreto que os esperava para salvá-los por sua grande fé!

Os homens que escreveram o NT também diriam que foram eles que contaram às mulheres sobre o Jesus ressuscitando, que eram as únicas que estavam escondendo-se por medo dos judeus. E, naturalmente, se a história fosse uma invenção, nenhum discípulo, em momento algum, teria sido retratado como alguém que duvida (especialmente depois de Jesus ter ressuscitado.

Evandro.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Não existe tentação sobre humana.

Alguns textos das escrituras são essenciais para compreendermos corretamente algumas verdades da bíblia, principalmente aqueles ensinamentos que são tidos como verdade absoluta, embora o meio religioso cristão nada faça para esclarecer ou mesmo comprovar tais ensinamentos. Entre aquelas “verdades” que precisam ser esclarecidas se encontra a fábula do diabo. 

Por que o mundo cristão evita pesquisar com mais afinco este assunto? Acredito que se deve a algumas questões, entre elas estão: (1) manter o povo desinformado, isso facilita a manipulação do mesmo, (2) medo, acreditam que não podem desafiar ou desacreditar em um ser tão poderoso, (3) muitos precisam de um substituto que possa “levar” as suas transgressões.

Nesta postagem recorrerei a um capítulo da bíblia, onde veremos que o diabo o qual assusta toda cristandade é apenas uma figura de linguagem, uma personificação da natureza humana corrompida. Veremos que tal inimigo é realmente muito poderoso, contudo não é um ser espiritual do mal como é ensinado pela cristandade, mas como disse a própria natureza humana pecadora.

Em sua primeira carta aos crentes da cidade de corinto, Paulo faz uma admoestação com o intuito de evitar uma debandada da fé das pessoas daquela localidade, naturalmente tal admoestação se estende até os nossos dias. Para isso ele utiliza de alguns acontecimentos históricos ocorridos com Israel, entretanto devemos analisar que tais acontecimentos apesar de verdadeiros e literais, Paulo utiliza neste contexto figuras de linguagem para expressar tal realidade.

1ª Co. 10.1-2 (Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, tendo sido todos batizados, assim na nuvem como no mar, com respeito a Moisés.) Ora, Paulo estava dizendo que tais pessoas não eram ignorantes ao ensinamento de Deus, o fato de Ele dizer “com respeito a Moisés” quer dizer exatamente isso.

E Paulo continua o seu discurso se valendo de uma figura de linguagem, onde diz que foram todos batizados, tanto pela nuvem, como pelo mar, e todos comeram e beberam de um só manjar e de uma mesma pedra espiritual. Gostaria de dizer também que muitos se falem deste verso para afirmar que Jesus pré-existia, ou que era eterno, isso pelo fato da bíblia dizer: “a pedra que s seguia era Cristo”. No entanto tal argumento é apenas uma evasiva com o intuito de se defender a eternidade de Jesus.

Ora, não se devem aplicar figuras de linguagem com o intuito de se favorecer uma doutrina nem mesmo para comprová-la, entendemos que uma pedra não acompanha ninguém nem mesmo se bebe dela.  Mas, este é um assunto para outra postagem. O fato é que apesar de os israelitas terem sido ensinados por Moisés as coisas concernentes a vontade de Deus não lhes garantiu ficar no agrado de Deus, antes pelo contrário. E isso nos é comprovado no verso cinco. 1ª Co. 10.5 (Entretanto, Deus não se agradou da maioria deles, razão por que ficaram prostrados no deserto.)

Por que ficaram prostrados no deserto? Qual foi a causa da rejeição de Deus para com o povo? É importante atentarmos para o fato de que estamos sujeitos as mesmas falhas, e se assim procedermos estaremos sujeitos a mesma rejeição, 1ª Co. 10.6 (Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.) Aqui devemos mostrar prudência e sabedoria, os versos a seguir nos mostrarão o que na realidade causou a derrocada daquela geração que saiu do Egito por meio de Moisés.

1ª Co. 10.7-10 (Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; porquanto está escrito: O povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se. E não pratiquemos imoralidade, como alguns deles o fizeram, e caíram, num só dia, vinte e três mil. Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já fizeram e pereceram pelas mordeduras das serpentes. Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador.

Quando olhamos para estes versos e vemos o acontecimento histórico nas páginas do antigo testamento, perguntamos: o que levou o povo de Deus a praticar tais atitudes? Acredito que muitos sinceros cristãos quando influenciados, e tendo suas idéias pré concebidas e suas mentes cristalizadas, estou seguro em afirmar que acreditam, que o diabo, o inimigo das almas, levou o povo a prática de tais ações reprovadas por Deus.

O verso onze nos põe em pé de igualdade com os antigos hebreus que morreram no deserto, 1ª Co. 10.11 (Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.) E o verso doze nos alertando diz que aqueles que pensam serem fortes, que estão em pé, cuidem para não cair. Será que o inimigo dos antigos hebreus pós êxodo, está trabalhando hoje com afinco, tendo como objetivo único em nos derribar? (Sim e não). Como é isso? (Sim), o mesmo inimigo do homem que esteve com os antigos hebreus está conosco na atualidade, e (Não), não é um inimigo espiritual.

E o verso treze nos confirma isso. 1ª Co. 10.13 (Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.) [O grifo é meu.]

Voltando um pouco nos versos percebemos que tipo de pecado causou a ruptura e consequente rejeição de Deus para com os homens, entre eles nos é dito: cobiça, idolatria, imoralidades, murmuração entre outros. Isso foi causado por uma instigação demoníaca? Não, nada há que diz isto, antes pelo contrário, nos é dito que nada que nos tenta é de origem sobre humana, a tentação vem de dentro, não de fora. Reparem nas palavras (não nos sobreveio tentação que não fosse humana) isto é muito claro, o diabo é apenas uma personificação da natureza humana pecaminosa, nada além disso.

Se existe uma dificuldade para o cristão se manter perseverante “fazendo a vontade de Deus” imaginem se além da nossa natureza contrária a Deus e sua vontade existisse um ser malévolo nos instigando ao pecado? Não existiria a menor possibilidade de o ser humano vencer um inimigo espiritual superior em tudo. Mas não é assim, apesar da cristandade como um todo não divulgar tal fato a bíblia nos diz, (Não nos sobreveio tentação que não fosse humana). Lembremos sempre, o maior inimigo oculto do homem é sua própria natureza caída.