domingo, 1 de dezembro de 2019

Ellen G. White e seu ensinamento sobre Lúcifer.


A bíblia define o profeta como alguém que foi enviado; por vezes percebemos um profeta ensinando mentiras, conforme nos diz Jeremias 23. 26 “Até quando sucederá isso no coração dos profetas que proclamam mentiras, que proclamam só o engano do próprio coração?” E, também nos é dito sobre a importância do profeta verdadeiro para aqueles que seguem os ensinos bíblicos, 2ª Cr. 20. 20 “Pela manhã cedo, se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; ao saírem eles, pôs-se Josafá em pé e disse: Ouvi-me, ó Judá e vós, moradores de Jerusalém! Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis.”

A IASD. Na sua crença fundamental no item 18 diz: (Um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Esse dom é uma característica da Igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como a mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporcionam conforto, orientação, instrução e correção à Igreja.)

Vale ressaltar que para os adventistas, qualquer luz adicional encontrada na bíblia deve ter o respaldo de E.G.W. E isso independente da posição bíblica sobre o assunto. Mas, o meu objetivo não é questionar se E. G. W foi ou não uma profetiza, mas sim, tentar identificar a veracidade ou não de suas instruções; e como base para isso, irei analisar um pouco o que ela ensina em seu livro compilado de nome, A Verdade Sobre os Anjos, neste livro ela cria toda uma história sobre Lúcifer, e baseado nisso, irei contrastar o seu ensinamento com a bíblia.

No citado livro na página 26 ela declara: “Deus o fez [a Lúcifer] bom e formoso, tão semelhante quanto possível a Si próprio. Review and Herald, 24 de setembro de 1901.” Na página 27 ela continua: “Lúcifer, no Céu, antes de sua rebelião foi um elevado e exaltado anjo, o primeiro em honra depois do amado Filho de Deus. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. A testa era alta e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, o porte nobre e majestoso....”

O próprio Senhor deu a Satanás sua glória e sabedoria, tornando-o o querubim cobridor, bom, nobre e extraordinariamente formoso. Signs of the Times, 18 de setembro de 1893. Pg. 28”. Ainda na página 28 ela continua: Lúcifer, "filho da alva", era o primeiro dos querubins cobridores, santo e puro. Permanecia na presença do grande Criador, e os incessantes raios de glória que cercavam o eterno Deus, repousavam sobre ele”.

Após essa breve apresentação dos seus escritos devemos lançar primeiramente algumas perguntas: De onde E.G.W retirou esse enredo? Tudo indica que foi da tradição cristã, segundo são Jerônimo um dos padres da igreja, Lúcifer foi o nome do principal Anjo caído. E lúcifer passou a ser identificado como satã após Orígenes outro padre da igreja. Tudo indica que ela também sofreu forte influência dos escritos de John Milton por meio do seu livro, O Paraíso Perdido, publicado em 1667. A segunda questão é: como pode E.G.W utilizar o nome Lúcifer, para representar Satanás?

Nos originais da bíblia não é descrito nada referente, no entanto, algumas traduções, incluindo a King James, traduzem para Lúcifer o texto onde diz estrela da manha de Isaías 14. 12. “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!”

Neste caso a teologia influencia e muito na determinação de um ensinamento ou mesmo de um credo, devemos isso a Jerônimo, Orígenes, e outros teólogos que nutriam o mesmo pensamento. Contudo, apesar de não ser correto faz parte da teologia, os homens que se dispuseram em elaborar doutrinas, credos e dogmas, sempre penderam a balança para o lado de sua convicção teológica, mas o que dizer de um profeta que se propõe ensinar a verdade? Não deveria ela a profetiza, elucidar essa questão de forma isenta do tradicionalismo teológico?

Por exemplo: quando ela declara em seu livro que Deus fez a Lúcifer, ou ainda que Lúcifer era um Querubim cobridor, de onde ela busca essa informação? Bem, dirão que foi o próprio Deus que a inspirou, contudo isso é irrelevante, visto que existiram vários outros profetas inspirados e nenhum deles fez menção de nada disso. Por outro lado, dizer que ela retirou isso da bíblia também não faz sentido, pelo fato dela em nenhuma parte relatar sobre Lúcifer e muito menos que ele era um Querubim cobridor que vivia ao redor do trono de Deus.

A tradição cristão tem feito um inter-câmbio entre a passagem de Isaías 14. 12 com as passagens que falam sobre a estrela da manhã, com o intuito de fortalecer o ensino da existência do diabo, 2ª Pe. 1. 19 “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração.” Ap. 22. 16 “Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a brilhante Estrela da manhã.”

Por esses dois versos podemos claramente ver que não existe um diabo identificado como sendo a estrela da manhã, a bíblia é clara em dizer que Jesus se denomina a estrela da manhã. Será que E.G.W como uma profetiza inspirada não percebeu essa desinformação? Naturalmente os seus defensores dirão que não houve desinformação, mas sim que ela aprovou uma realidade, dirão que não se pode questionar a queda de Lúcifer tendo como base Isaías 14. 12 e Ez. 28. 14.

Na realidade podemos dizer que a desinformação é tripla, tanto quanto a questão da estrela da manhã descrita no NT. Quanto a Lúcifer, encontrado no livro de Isaías e o Querubim de Ezequiel 28. 14. Primeiramente surge uma questão a ser resolvida: quem representa a estrela da manhã encontrada tanto em 2ª Pedro, quanto no livro de apocalipse? Representa Jesus ou o diabo? E quanto a estrela da manhã de Isaías? Estaria realmente o profeta falando de uma ser angelical ou ele o profeta estava descrevendo alguém de uma forma metafórica? Ezequiel não estaria utilizando o mesmo princípio de Isaías? Veremos estas questões em outro assunto.



sábado, 2 de novembro de 2019

A tecnologia, a rejeição de Deus, e o governo da besta.


Sl. 14. 1 “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem-se e praticam abominação; já não há quem faça o bem.” Em todas as épocas da história, o ser humano em sua totalidade tem rejeitado a Deus; por Deus me refiro ao Deus da bíblia, o Deus criador de todas as coisas. Alguém pode perguntar: - todos, tem rejeitado a Deus? Sim, a mesma bíblia vem confirmar essa aparente contradição; por que existe uma aparente contradição nessa declaração? A aparente contradição se dá quando olhamos para o mundo, onde as pessoas são devotas e religiosas, mas essa aparente contradição desaparece quando percebemos duas questões básicas:

Primeiro, a devoção e a religiosidade em sua esmagadora maioria não é dirigido ao Deus da bíblia, segundo, a própria bíblia nos responde, Rm. 3. 10-11Como está escrito: Não há justo, nem um sequer,não há quem entenda, não há quem busque a Deus.” Interessante, não há quem busque a Deus. Sim é verdade, somos incapazes de nos achegarmos a Deus, se vamos até Ele, é pela graça e pelo seu chamado, ao contrário, rejeitamos a Deus.

Mas, a questão desesperadora da natureza humana não para por aí, se não bastasse rejeitar, existem aqueles inumeráveis, que tem odiado a Deus, fugido de sua presença, e trabalhado com afinco, com o objetivo de “excluir” Deus, das mentes humanas, desde os primórdios percebemos pessoas fugindo da presença de Deus, Gn. 4. 16 “Retirou-se Caim da presença do Senhor e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden.” Geralmente aqueles que se retiram da presença do Senhor não são bem considerados pela bíblia, a despeito talvez de não cometerem o mesmo crime praticado por Caim.

A realidade que se manifesta na atualidade é esta: existe um segmento muito grande da sociedade, ou melhor, sempre houve aqueles que tentam desesperadamente destronar a Deus, e isso é percebido nas mensagens veiculadas pela mídia em geral, pelos seriados de TV. E mesmo retratado pelos filmes, em sua maioria aqueles de ficção científica, todos, tem um mesmo objetivo, excluir Deus da realidade do mundo que nos rodeia. Logo, a mídia só veicula uma tendência.  

Os seres humanos tem acreditado em um enredo bem estruturado, de que o iluminismo removeu das mentes humanas as superstições que os mantinham cativos; não podemos negar o fato de que a superstição contribui muito para uma má interpretação da bíblia e consequentemente do Deus criador, que se revelou por meio da mesma, mas, isso na realidade é culpa unicamente dos homens supersticiosos, presos por sua cultura e ensinamento, e não de Deus, Deus não tem culpa se o “homem” é supersticioso ou mesmo se é movido por crendices que não estão de acordo com a verdade.

A ciência tem feito muitos acreditarem que nós não precisamos de Deus, o ensinamento básico difundido por eles é que o próprio homem achará a cura para todas as mazelas que lhes acometem, inclusive a morte. Mas não se iludam, não existe essa tal cura e mesmo que existisse não seria destinada a todos, o que existe na verdade são duas coisas: a primeira delas é o comércio da cura baseado em seus paliativos, e segundo e o mais importante: uma propaganda em forma de ciência objetivando a não necessidade de Deus em face da evolução tecnológica, sobretudo patrocinada pela era digital.

E como se dará isso? Bem, o cenário está sendo arrumado, primeiramente devemos de nos lembrar que sempre houve uma resistência humana em aceitar ao Deus criador, soma-se isso com a geração moderna influenciada pela tecnologia, tecnologia essa que em sua grande maioria retira os limites estabelecidos na sociedade, esses mesmos limites estão sendo “trocados” por liberdade e essa apoiada pelo relativismo moral.

 E nesta soma nós teremos um quadro que há muito está divulgado na bíblia, 2ª Tm 3. 1-4 “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus.”

Quando essas pessoas se considerarem autômatas, isto é, que não devem obediência, e forem induzidas por completo a rejeitarem a Deus em suas mentes, pois quando se acredita que tudo é permitido e isso se deve ao fato de não encontrar um limitador que iniba a tendência humana pecaminosa, e esse limitador é Deus, assim sendo, para os céticos, se Deus não existe, logo tudo é permitido, está é a tendência que temos, não só percebido, mas presenciado.

Então, o “palco” estará montado, com o intuito em definir quem é de Deus, e quem não é. Disse em outro assunto que a marca da besta será uma associação entre a rejeição total de Deus por parte do gênero humano e a tecnologia, a tecnologia atuará no sentido de fazer o homem “biônico” ou mais precisamente o homem eletrônico. Imaginem uma sociedade onde o dinheiro em espécie não mais existirá, tudo indica que cada morador nesse tempo terá uma conta, e nessa conta a moeda corrente será creditada ou debitada de sua conta, isso é tecnologia.

Mas qual o problema com a tecnologia? Nenhum! Acredito que ter uma marca impregnada na mão com o objetivo de trabalhar as transações e mesmo em ser um “portador” das informações individuais não tem problema algum, mas a bíblia por algum motivo nos adverte, Ap. 13. 16- 17 “A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome.”

Ap. 14. 9-10 “Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro.”

Seria Deus contrário a tecnologia? Não! O problema não está na tecnologia e sim no método que será estipulado por aqueles que estarão no poder, ou naqueles que implantarão tal tecnologia, em outras palavras no meio pelo qual eles alicerçarão o seu governo, na verdade o método será uma emenda constitucional, que promoverá uma ruptura na crença em Deus, assim sendo, aqueles que aderirem e se adaptarem ao modelo instituído serão participantes do reino da besta, podendo com isso “desfrutar” de suas tecnologias.

Aqueles que não aderirem o que for promulgado por lei, estarão fora do sistema, serão impedidos por circunstâncias de comercializar o que quer que seja, e segundo a bíblia, não será só a exclusão de tudo que se abaterá sobre os que rejeitarem se aliar a besta e o seu decreto, algo mais acontecerá, porém é assunto para outro dia.


terça-feira, 1 de outubro de 2019

Jesus, o filho do homem.

Depois que Israel deixou o Egito e estava vagando pelo deserto, o Rei de Moabe ficou com grande medo e contratou o Profeta Balaão. Números 23 registra a segunda mensagem de Balaão a Balaque, Rei dos Moabitas, em resposta ao pedido de Balaque rei dos moabitas, para que Balaão amaldiçoasse Israel. Dentro dessa mensagem está um versículo que será a base do nosso assunto. Nm. 23. 19 “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?”

As duas palavras hebraicas traduzidas como “homem” no versículo 19 são iysh e adam, respectivamente. É amplamente conhecido e aceito que ambas as palavras podem ser usadas alternadamente, e comumente são, para o homem como ser humano. Uma declaração semelhante está registrada em 1ª Sm. 15. 29 “Também a Glória de Israel não mente, nem se arrepende, porquanto não é homem, para que se arrependa.”

Percebemos nos versos lidos, o fato de não existir nenhum traço de humanidade em Deus. Gn. 1. 26 “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.”

O verso diz: "façamos o homem (adão) à nossa imagem". Gn. 2. 7 “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.” No original hebraico esse verso nos dá um maior entendimento da palavra ou nome adão, quando Deus diz que formou o homem "do pó da terra" (haadama). Este fato está estabelecido no Salmo 103. 14 “Pois ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó.”

Os seres humanos são corpóreos, terrestres, com limitações, eles não são seres espirituais. Os seres espirituais não são corpóreos nem terrestres. E certamente Deus não é limitado. Pelo fato de Deus não ser homem nem filho do homem. Essa expressão hebraica “filho do homem” aparece cerca de 195 vezes na Bíblia. Aproximadamente 93 dessas ocorrências estão no Livro de Ezequiel, onde Deus chama Ezequiel de "filho do homem". Não há debate sobre a natureza de Ezequiel, ele era um ser humano, um homem, não um ser espiritual ou mesmo uma parte separada, mas unificada de Deus.

Oitenta e três das ocorrências da frase “filho do homem” ocorrem nos quatro Evangelhos, onde Jesus se refere a si mesmo como o filho do homem. Mesmo depois de Jesus ter sido ressuscitado há um registro onde ele é descrito como filho do homem, At. 7. 56 “E disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus.”

Deve ser claro e simples que um homem, ou filho do homem, é um ser humano. Ezequiel certo e comprovadamente foi um ser humano. E Estêvão, em um momento crítico de sua vida, chama Jesus de “filho do homem”, Ele não o chama de Deus Filho. Por quê? Porque ele era o filho do homem, o Segundo Adão; ele mesmo disse isso 83 vezes. Se Jesus era o filho do homem, então ele era corpóreo, terrestre e limitado, por definição. Ele mesmo atestou ser corpóreo, mesmo depois de sua ressurreição, Lc. 24. 39 “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho.”

O evangelho de João também defende de forma concisa a natureza de Deus e isso dito pelo próprio Jesus, Jo. 4. 24 “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. Qual a natureza de Deus? É dito que Ele é espírito. E essa afirmação contrasta com a natureza de Jesus, 1ª Tm. 2. 5 “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”.

A palavra homem encontrada no verso cinco no original, é anthropos e significa uma pessoa de ambos os sexos, um membro da raça humana, Jesus foi um homem no verdadeiro sentido da palavra, após a sua ressurreição recebeu um corpo glorificado, mas não deixou de ser homem por isso. O fato de o próprio Jesus se intitular o filho do homem, não comprova que ele é Deus, pelo contrário, pois Deus não é homem.

Dizendo isso entendemos que ele estava se referindo a pelo menos duas questões, a primeira, estava dizendo que o simbolismo retratado por Daniel estava tendo cumprimento Dn. 7. 13 “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele”.

Jesus estava dizendo: - olhem só, esse tempo chegou, e em breve essa profecia se cumprirá na sua totalidade, na implantação do reino de Deus. Contudo, Daniel não nos diz que o filho do homem é o Deus filho; o fato é que o verso retrata uma realidade a acontecer, no entanto é dito por meio de símbolos, (filho do homem, Ancião de dias com os cabelos brancos) ou seja, não podemos estipular doutrinas baseados em simbolismos.

A outra questão referente ao filho do homem está em sua literalidade, sim Jesus era um filho do homem, Ele também foi um filho de Adão, Hb. 2. 11-12 “Pois, tanto o que santifica como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso, é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos, dizendo: A meus irmãos declararei o teu nome, cantar-te-ei louvores no meio da congregação".

Os irmão aqui são os salvos que estarão com o próprio Jesus e ele próprio se declarava ser homem, não Deus, Jo. 8. 40 “Mas, agora, procurais matar-me a mim, homem que vos tem dito a verdade que de Deus tem ouvido; Abraão não fez isso”. Vale salientar também que algumas versões em português, suprimem a palavra homem em João 8. 40. existem vários textos dizendo que Jesus era da família humana, portanto, Deus não é homem e o filho do homem não é Deus.  

domingo, 1 de setembro de 2019

Pode-se ver a trindade no livro do apocalipse?


Qualquer texto bíblico que possa sugerir uma divindade composta é tida pelos trinitarianos como sendo uma comprovação de sua doutrina, e isso a despeito do texto ser ou não explicito em seu sentido, por exemplo, Ap. 1. 17E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último”.

O fato da bíblia dizer neste verso que Jesus é o primeiro e o último, se torna uma comprovação para os trinitarianos de que Jesus é Deus, e mais ainda quando fazem a comparação com Ap. 21. 6 “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.” Ao comparar o primeiro e o último com o princípio e o fim chegam a conclusão de que os versos estão falando de pessoas diferentes mas com o mesmo atributo.

Quando na realidade a bíblia está sim falando de pessoas diferentes, e as classificando também de um modo diferente, dizer que primeiro e último é o mesmo que princípio e fim, é forçar um pouco o entendimento, outro fato é que o contexto posterior de apocalipse 1. 17 joga por terra o ensinamento de Jesus ser Deus, Ap. 1. 18 “E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno.”

O próprio Jesus afirma que esteve morto, mas ressuscitou, assim sendo é fácil compreender que Jesus não estava tomando para si a prerrogativa de ser Deus quando disse ser o primeiro e o último, fato é que a bíblia descreve a imortalidade como sendo uma característica única de Deus, 1ª Tm. 1. 17Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém.”

A partir daí iremos perceber por meio de alguns versos bíblicos a diferenciação, entre Jesus e Deus, antes porém é interessante atentarmos para mais um detalhe, vimos acima Jesus após ter dito ser o primeiro e o último dizer que ressuscitou dos mortos, o interessante é que o verso anterior e o posterior de apocalipse 21. 6 retrata também sobre Deus, Ap. 21. 5E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.”

A bíblia descreve Deus, como estando sobre o trono e o verso 7 nos confirma isso “Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho.” Sobre o trono, serei seu Deus, é um relato bíblico de apenas uma pessoa, e isso é confirmado em toda bíblia. E olhando para outros versos Jesus é identificado como Jesus, e, Deus como Deus. Ap. 20. 6 “Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos”.

Outro título utilizado para Jesus é cordeiro, Ap. 21. 9 “E veio a mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro.” A diferenciação continua, e para clarificarmos essa questão talvez seja oportuno analisarmos, paralelamente, outros textos que referencia Jesus e Deus numa suposta condição de exclusividade de expressões, Ap. 17. 14 “Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis.” 

Seria um ponto forte para a doutrina da trindade? Naturalmente eles argumentam que se e é “rei dos reis” logo se trata de Deus, pois, só pode haver um rei dos reis, será? quantos “reis dos reis” podem existir? Segundo a própria Bíblia mais de um, Ed. 7. 12 “Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus do céu, paz perfeita, em tal tempo.” Ez. 26. 7 “Porque assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu, desde o norte, trarei contra Tiro a Nabucodonosor, rei de babilônia, o rei dos reis, com cavalos, e com carros, e com cavaleiros, e companhias, e muito povo.”

A bíblia chama Artaxerxes e Nabucodonosor de “rei dos reis”, eles não eram e nunca foram uma única pessoa, e de igual modo a Bíblia chama Jesus de rei dos reis como vimos em apocalipse 17. 14 e também chama Deus, o pai de rei dos reis, 1ª Tm. 6. 14-15 “Que guardes este mandamento sem mácula e repreensão, até à aparição de nosso Senhor Jesus Cristo; A qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores.”

Assim fica evidente que tais expressões revelam a possibilidade de um mesmo título ser aplicado a mais de uma pessoa. Com isso em mente observemos o contexto onde as palavras escritas dizem ser Jesus o “primeiro e o último”. Ele, Jesus, segue falando sobre haver sido morto e estar vivo, e, de fato, ele foi o primeiro, porque foi morto antes da fundação do mundo, e o último porque venceu o império da morte. De qualquer forma, devemos lembrar que o livro do Apocalipse é um livro que até hoje ninguém conseguiu entender por completo.

Vejamos, por exemplo, Ap. 22. 8-13 “E eu, João, sou aquele que vi e ouvi estas coisas. E, havendo-as ouvido e visto, prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o adorar. E disse-me: Olha, não faças tal; porque eu sou conservo teu e de teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus. E disse-me: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo. Quem é injusto, seja injusto ainda; e quem é sujo, seja sujo ainda; e quem é justo, seja justificado ainda; e quem é santo, seja santificado ainda. E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro.”

Com uma leitura simples não se identifica Deus ou Jesus como aqueles que estão falando a João, mas o Anjo. Ap. 22. 16Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã. Ora, mas foi o anjo mesmo quem disse “Eu sou o Alfa e o Ômega”. Seria aquele anjo, que disse isso, a Quarta Pessoa da “trindade”, se sim, a doutrina precisa ser reformulada.

Lembrando sempre que apesar de não ser completamente compreendido, o livro de apocalipse segue uma regra em sua revelação, Ap. 1. 1 “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo.”

Percebe-se claramente, Deus, o pai, Jesus, o Anjo e por fim João, é claro a distinção entre os seres, dizer que o livro do apocalipse é revelação da trindade é ir muito além do que está escrito.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Propagandas, dogmas e falsas profecias.

Mt. 24. 14 E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”. Este deveria ser o empenho máximo que deveria ser desempenhado por toda a cristandade; anunciar o evangelho do reino. O que se percebe no entanto, é um tipo de “evangelho” desvirtuado” um evangelho se é que podemos assim chamá-lo, isento, sem a presença do futuro reino de Deus.

Mas, cada qual instituiu o seu próprio “evangelho” dizendo-se verdadeiro, diz ser oriundo do próprio Deus, um exemplo claro do que estou dizendo diz respeito a propaganda feita por certas denominações; elas estampam em faixas e cartazes as palavras que podem ser resumidas assim: (Estás a procura de milagres? Este é o lugar certo). Em outras palavras isso é uma tentativa de autenticar por definitivo aquilo que eles acreditam ser a verdade última de Deus.

E os motivos pelos quais as pessoas fazem isso são dois: (1) orgulho próprio, ou seja, ninguém irá admitir que está trabalhando por uma causa que não seja a única verdadeira, em outras palavras, ela está dizendo: - não existe uma verdade religiosa melhor do que aquela que eu conheço e pertenço, caso existisse, eu certamente estaria lá, ora, pertenço a denominação verdadeira e estou sempre no caminho da verdade.

E o segundo motivo é o financeiro, o dinheiro está entre o deus mais cultuado deste século e como em qualquer outra questão relacionada ao ser humano, o evangelho entrou também no campo da competição. Sim, se existe muita propaganda no seu evangelho denominacional acredite, a sua denominação religiosa quer sobressair as demais, e se isso está acontecendo a possibilidade do engano é extremamente grande. 2ª Pe. 2. 3E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita.”

Outra propaganda extremamente eficaz é dizer possuir toda a verdade contida na bíblia, imagine uma pessoa leiga no que diz respeito aos ensinos encontrados na bíblia, ela se depara com algumas pessoas “bem intencionadas” em revelar-lhe o evangelho, lembrando sempre que tal pessoa leiga no assunto desconhece por completo que tal evangelho proposto por essas pessoas "bem intencionadas" é um evangelho baseado na interpretação denominacional, ou seja, não é o evangelho bíblico genuíno.

Mas, como disse acima, a criatura desconhece esse detalhe, torna-se então presa do sistema do qual ela passou a acreditar, ao tornar-se cativa ela mesma, e com o tempo passa ela também, a trabalhar em prol daquilo que ela acredita ser a verdade última. Muitas pessoas tem trabalhado com afinco, com o objetivo máximo em tornar certa denominação a realidade última de Deus, ou seja, tal “igreja” seria o meio pelo qual Deus se comunica, se revela e se faz presente.

Mas e as palavras de Jesus que nós lemos acima? Aquelas que diz que o evangelho do reino será pregado antes do fim? Tem se cumprido por meio dessas denominações que se auto intitulam verdadeiras? Ou tem elas pregado um evangelho descaracterizado? Gl. 1. 8-9 “Mas ainda que nós ou um anjo dos céus pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado! Como já dissemos, agora repito: Se alguém lhes anuncia um evangelho diferente daquele que já receberam, que seja amaldiçoado!”

1ª Co. 4. 6 “Irmãos, apliquei essas coisas a mim e a Apolo por amor a vocês, para que aprendam de nós o que significa: “Não ultrapassem o que está escrito”. Assim, ninguém se orgulhe a favor de um homem em detrimento de outro. Esta é a ordem com relação ao evangelho do reino de Deus, não ultrapassar aquilo que está escrito, não acrescentar nada mais desnecessário a propagação do evangelho.

Este é outro ponto interessante, certas denominações ditas cristãs inseriram doutrinas e dogmas e profecias, objetivando com isso torná-las superiores as outras demais, alguns dogmas são inserções fora de contexto, e completamente descaracterizado; tomamos como exemplo a proibição da transfusão de sangue, defendida pelo grupo denominacional conhecida como testemunhas de Jeová, como sendo para eles a realidade última do evangelho.

Outras ensinam como sendo um diferencial dentre as demais algo desnecessário, sem lógica, e por fim, sem comprometimento com o que seja o evangelho do reino, cito a questão do “ósculo santo” e ensinado aos membros de certa denominação que se cumprimentem, beijando uns aos outros. Outras vertentes do cristianismo dizem pregar o evangelho através do uso da camisa de mangas compridas, ou seja, o varão, palavra usada para classificar o gênero masculino, deve e isso em qualquer situação, clima ou trabalho, usar apenas camisa longa, para eles significa pregar testemunhando.

Mas, na maioria dos casos visto até agora, são inserções doutrinárias sem nexo quanto a pregação do evangelho, tais inserções só tem força no meio onde é divulgado. Em meio a essa propaganda feita pelas denominações, cada qual insistindo ser a igreja verdadeira aquela prega o evangelho do reino, não podemos deixar de fora a IASD. Em certas situações a denominação IASD. Supera as demais. Como é sabido por todos, a denominação é alicerçada por uma profetiza, vejamos o que ela diz ser a IASD.

No livro Eventos Finais pág. 43, Ela diz: Deus tem na Terra uma igreja que está erguendo a lei pisada a pés, e apresentando aos homens o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. …No mundo só existe uma igreja que presentemente se acha na brecha, tapando o muro e restaurando os lugares assolados. …Sejam todos cuidadosos para não clamarem contra o único povo que está cumprindo a descrição dada do povo remanescente, que guarda os mandamentos de Deus e tem a fé em Jesus. ... Deus tem um povo distinto, uma igreja na Terra, inferior a nenhuma outra, mas a todas superior em suas facilidades para ensinar a verdade, para vindicar a Lei de Deus.

A citação de E.G.W. Refere-se ao profeta Isaías no capítulo 58, no entanto, a citação dela é fora de contexto, vejamos Isaías 58. 1 “Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados”. Percebemos Deus, por meio do profeta direcionando a sua mensagem não para a igreja cristã, mas sim para Israel.

Outro fato é que não era uma profecia espiritual, não, Deus estava chamando a atenção de Israel de uma forma literal e da mesma forma seriam as promessas; naquele contexto a opressão com o próprio povo deveria ser extirpado, a guarda dos mandamentos deveria ter lugar, ao invés da ganância nos negócios, se eles agissem assim, então nasceria a luz, a despeito das trevas que pairavam sobre a nação, e por fim eles novamente reedificariam literalmente os lugares que foram assolados. 

Isaías 58. 10-12 “Se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. O SENHOR te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam. Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne habitável.”

Não é tornando algo literal em espiritual que o tornaremos verdadeiro, E.G.W. Fez isso, Isaías 58 não é uma profecia para a igreja cristã, e isso torna a sua declaração como algo não procedente, isto é, carece da verdade. Tal declaração de E.G.W. Só vem demonstrar o que disse anteriormente: qualquer tentativa em tornar “minha” denominação em igreja verdadeira é exclusivismo, é tentar tornar uma mentira em verdade. Muitas outras coisas poderiam ser ditas, mas fica para a próxima.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Não atentando nas coisas que se vêem.



1ª Co. 15. 19 “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens”. Peguei este verso e o retirei do contexto do capítulo, com o objetivo de tirar uma lição para as nossas vidas. Neste verso nós encontramos ao menos duas situações a serem analisadas; a primeira, é que não existe esperança para os incrédulos, isso no que está relacionada a vida eterna, quanto a vida física podemos dizer que existe somente uma ilusão alimentada pela vaidade humana, nada além disso. A segunda questão é direcionada para aqueles que creem.

No verso acima, Paulo está nos alertando para não nos gabarmos, pelo fato de acreditarmos que somos cristãos, as coisas dessa vida não vão sempre estar de acordo com as nossas perspectivas. Acreditar diferente é viver de ilusão; temos ouvido as pessoas dizerem que a vida humana é cheia de altos e baixos, eu acredito que a nossa vida é composta por mais baixos do que altos. E o problema disso é que as pessoas começam a se perguntar: mas, isso é culpa de quem? É culpa de Deus? Afinal, não sou cristão?

Na verdade existem três questões básicas que nós devemos atentar e fixar em nossas mentes: a primeira é que não existe um único verso escrito na bíblia nos dando garantia de que nós estaremos livres dos revezes, pelo contrário, Jo. 16. 33 “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”.

A segunda questão diz respeito exatamente o que Jesus nos disse no verso anterior, a aflição encontrada no mundo, seria essa aflição um açoite somente para os cristãos? De maneira nenhuma! Rm. 3. 9 “Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado”. As aflições em todas as suas formas, está distribuída não só sobre o gênero humano, mas sobre toda a criação.

Não importa o continente que se viva ou mesmo a classe social que se pertença, cedo ou tarde, a desilusão o encontrará. Não há meios humanos para se evitar isso, ninguém por mais abastado que seja poderá interromper o processo do envelhecimento, não há dinheiro no mundo que o faça escapar de um acidente, mas, devemos entender que isso se dá não só com o incrédulo, e por que isso se acontece? Rm. 5. 12 “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.

A segunda questão está diretamente relacionada com a ilusão que presenciamos; fabricada podemos assim dizer pela nossa própria existência e consequentemente com a desilusão proporcionada por nossas expectativas, expectativas essas que depositamos nesta ilusão que é a nossa fugaz existência. Segundo o dicionário a palavra ilusão significa: erro de percepção ou de entendimento; engano dos sentidos ou da mente; interpretação errônea; já a palavra desilusão tem outro significado: perda da esperança; descrença. sentimento de tristeza, frustração; desapontamento, decepção.

Por isso é necessário fixarmos em nossas mentes as palavras de Jesus, de que no mundo teremos aflições. A terceira questão é embasada pela bíblia, e podemos assim dizer testificada por nossa existência, 2ª Co. 4. 18 “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”. Ec. 11. 8 “Ainda que o homem viva muitos anos, regozije-se em todos eles; contudo, deve lembrar-se de que há dias de trevas, porque serão muitos. Tudo quanto sucede é vaidade”. A palavra vaidade significa “hálito” ou “vapor” e, portanto, qualifica a vida como algo que passa depressa.

A existência humana testifica este fato, então alguém irá perguntar: - a vida é sem sentido? Não! Talvez os nossos objetivos se demonstrarão sem sentido, o nosso empenho, o direcionamento de nossos esforços e ações, no final redundara em nada, mas esse não é o grande problema, visto que as coisas são assim mesmo e tendem a aniquilar-se, o problema maior é tentar manter uma queda de braço com o “imprevisto” já anunciado, como assim? Imprevisto anunciado!

Resumindo, é o mesmo que dizer: não querer aquilo que vai acontecer, por isso devemos relembrar sempre 2ª Corintios 4. 18 “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”. Infelizmente essa situação desfrutada por nós os mortais tende a prosseguir, é o processo da morte que faz isso, o processo da morte não está restrito apenas nos seres animados, pelo contrário, tudo aquilo que percebemos e observamos está sofrendo desgastes, um reflexo do processo da morte em curso.

Por isso, apesar de necessário, não podemos atentar como coisa última as coisas existentes neste mundo; 1ª Co. 7. 31 “Mas também os que choram, como se não chorassem; e os que se alegram, como se não se alegrassem; e os que compram, como se nada possuíssem; e os que se utilizam do mundo, como se dele não usassem; porque a aparência deste mundo passa”. E nesse processo de “passar” estamos nós incluídos; o desgaste a corrupção, tudo isso tem trabalhado objetivando em levar aquilo que existe para o estágio anterior da existência.

Qual a vantagem de se crer na bíblia então? Muitas, entre elas está a promessa a interrupção do processo da morte. Contudo, não diz que tal reversão ocorrerá como um passe de mágica, antes tal reversão deve estar acontecendo hoje, e é nos dito exatamente como isso acontece, Rm. 6. 8-11Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos, sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus”.

Não que exista pessoas perfeitas, mas deve existir pessoas que esperam pela perfeição, e essa perfeição só existirá quando a morte for destruída, por isso a nossa visão de vida deve ser alicerçada sobre o que é duradouro, devemos sim usar e nos valermos daquilo que é aparente, no entanto, isso não pode se tornar algo duradouro, primaz em nossas vidas.

sábado, 1 de junho de 2019

O Satanás do livro de Jó, outras considerações.

Jó 1. 6 “Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles”. Existem muitas possibilidades que o Satanás descrito no verso acima seja é um irmão de fé, que congregava juntamente com Jó e sua família. Ao analisarmos os versos anteriores percebemos alguma verdade nisso. Jó 1. 4 “ Seus filhos iam às casas uns dos outros e faziam banquetes, cada um por sua vez, e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles”.

Após as festanças oferecidas pelos filhos, jó como homem temente a Deus se preocupava em oferecer sacrifícios em prol de algum possível deslize cometido pelos filhos, reparem no contexto que a presença de Satanás se dá justamente na reunião religiosa, reunião essa ocorrida logo após as festas de seus filhos. Naturalmente a reunião de adoração fazia com que todos os crentes fossem a presença de Deus, mas isso no céu? Não! Na reunião organizada pelo líder da localidade, e tudo indica que esse líder era o próprio Jó.

Mas como as pessoas se reuniam perante o Senhor? Dt. 19. 17 “Então, os dois homens que tiverem a demanda se apresentarão perante o SENHOR, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias”. Nos dias bíblicos o comparecer perante o Senhor bastava se apresentar ao seu representante, um sacerdote, ou outro representante, provavelmente em um lugar devidamente preparado para esse fim, Sl. 42. 2 “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?”

Como todos os crentes foram a presença de Deus, Satanás foi também entre eles. Nem todos residem próximo de uma igreja, nos dias de Jó era assim também, muitos possivelmente viajavam por longos percursos, inclusive a pé para poderem chegar ao lugar da reunião. Jó. 1. 7 “Então, perguntou o SENHOR a Satanás: Donde vens? Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela.”

Quando lemos este verso, imaginamos um ser espiritual rodeando toda a a terra, isso se dá devido ao condicionamento religioso que tivemos, mas, por outro lado a bíblia em vários textos nos mostra que o percorrer a terra, pode muito bem ser entendido como percorrer um determinado lugar, Gn. 4. 13-14, 16 “Então, disse Caim ao SENHOR: É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo.Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua presença hei de esconder-me; serei fugitivo e errante pela terra; quem comigo se encontrar me matará; Retirou-se Caim da presença do SENHOR e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden".

Caim foi condenado a ser um andarilho sobre a terra por causa do crime cometido contra o seu irmão, crime este instigado pelo ciume. Neste mesmo pensamento, Satanás pode ter sido algum crente que em algum sentido nutria inveja de Jó e de tudo o que ele possuía e mesmo assim, participou da reunião dos crentes e lá expressou a sua inveja. A referência para os filhos de Deus que vieram juntos em adoração diante de um sacerdote ou um altar ocorre imediatamente após o relato sobre os filhos de Jó que fizeram suas festas bastantes picantes.

Por que disse anteriormente que Satanás pode ter sido algum “crente” contemporâneo de Jó? Pelo simples fato da palavra Satanás significar adversário e não um inimigo sobre humano, ou algum ser espiritual e o verdadeiro adversário de Jó eram seus "amigos". Sem subestimar a aflição física de Jó, seu oponente real eram seus irmãos de fé. O próprio Jó comentou como seus amigos tinham se tornado seus adversários, Jó. 19.19 “Todos os meus amigos íntimos me abominam, e até os que eu amava se tornaram contra mim". 

Vejamos as seguintes provas que seus amigos tinham, na verdade se tornado os Satanás, ou mais propriamente os adversários de Jó. Há algumas passagens bíblicas que nos mostram como os amigos de Jó foram acusados por ele pela perseguição física a ele dirigida, Jó. 19. 21-22 “Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim, porque a mão de Deus me atingiu. Por que me perseguis como Deus me persegue e não cessais de devorar a minha carne?"

Não estaria Jó falando das calamidades humanas dos primeiros capítulos, que são atribuídas a Satanás? Por exemplo: Jó 1. 13-15 “Sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam e bebiam vinho na casa do irmão primogênito,que veio um mensageiro a Jó e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles;de repente, deram sobre eles os sabeus, e os levaram, e mataram aos servos a fio de espada; só eu escapei, para trazer-te a nova.”

O interessante também é que Satanás no capítulo 1 quer de todas as formas contradizer a Deus ou aquele que o representa, Jó. 1. 8-10 “Perguntou ainda o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal. Então, respondeu Satanás ao SENHOR: Porventura, Jó debalde teme a Deus? Acaso, não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram na terra".

A contradição se dá quando Deus ou aquele que o representava disse que Jó era integro e reto, o adversário movido por inveja não poderia admitir tal elogio, e a mesma disposição para denegrir a Jó teve o seu “amigo” Jó 8. 5-6 “Mas, se tu buscares a Deus e ao Todo- Poderoso pedires misericórdia,se fores puro e reto, ele, sem demora, despertará em teu favor e restaurará a justiça da tua morada".

Ora, Deus havia dito que Jó era reto, mas o seu “amigo” não acreditava. O que ele disse na verdade foi :"Se você realmente fosse puro e reto, certamente mesmo agora Deus se levantava em seu favor". A bíblia não diz qual dos “amigos” de Jó foi o seu Satanás, ou o seu adversário, ou inimigo, pode ter sido um dos três, como pode também ser outra pessoa que não apareceu. Porém, o fato foi que as palavras e ações dos amigos de Jó não agradaram a Deus, Jó. 42. 7 “Tendo o SENHOR falado estas palavras a Jó, o SENHOR disse também a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti e contra os teus dois amigos; porque não dissestes de mim o que era reto, como o meu servo Jó.”

O fato é que as calamidades ocorridas na vida de Jó aconteceram de duas maneiras: Pela mão de Deus, Jó. 2. 4-5 “Então, Satanás respondeu ao SENHOR: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.Estende, porém, a mão, toca-lhe nos ossos e na carne e verás se não blasfema contra ti na tua face". Ou pela mão do homem:

Jó. 1. 8 “Disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não estendas a mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR”. Jó 16. 9-13 "Homens abrem contra mim a boca, com desprezo me esbofeteiam, e contra mim todos se ajuntam.Deus me entrega ao ímpio e nas mãos dos perversos me faz cair. Em paz eu vivia, porém ele me quebrantou; pegou-me pelo pescoço e me despedaçou; pôs-me por seu alvo. Cercam-me as suas flechas, atravessa-me os rins, e não me poupa, e o meu fel derrama na terra".

quarta-feira, 1 de maio de 2019

A importância do simbolismo da ceia.

Jo. 6. 3-4 “E Jesus subiu ao monte, e assentou-se ali com os seus discípulos. E a páscoa, a festa dos judeus, estava próxima”. A páscoa conforme registrada no AT. já no NT. Deu lugar para a ceia do Senhor. Mediante, isso várias são as interpretações no meio religioso cristão acerca do significado da mesma. O catolicismo romano talvez seja a denominação religiosa que mais retrata a questão da ceia do Senhor como sendo algo puramente literal, o ensinamento católico romano diz que o pão literalmente se transformou no corpo de Cristo. 

A base bíblica para este pensamento se encontra em Jo. 6. 51, 54 “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. Falava Jesus realmente de uma forma literal? Absolutamente! Não existe um ensinamento em toda a bíblia que confirme a prática do canibalismo, portanto Jesus falou de uma forma metafórica, algo corriqueiro para o mundo judaico de então.

Veremos dois exemplos claros disso encontrados no evangelho de João: Jo. 10. 9 “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens”. Jo. 15. 1 “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador”. Fato é que Jesus não disse literalmente que era uma porta e nem mesmo que era uma videira e muito menos que Deus seja literalmente um agricultor; como disse acima a linguagem bíblica é assim, metáforas, prosopopeias e figuras de linguagens, linguagem comum nos dias bíblicos.

 1ª Co. 11. 26 “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha”. Este é o objetivo da ceia do Senhor, testificar. Mas, testificar o que? Bem, podemos enumerar alguns acontecimentos importantes que merecem serem relembrados; e entre eles estão: o fim dos sacrifícios, os quais representavam a páscoa, a inserção da nova aliança, o cumprimento da promessa representada pelo cordeiro sacrificado, o prenuncio da ressurreição e por fim a instauração do reino de Deus. 

Portanto, estes são alguns objetivos da ceia do Senhor, naturalmente para aqueles que creem, lógico. Ou seja, todos os acontecimentos relacionados acima só terão lugar na mente daqueles que creem. Cito também a presença espiritual na ceia, não no pão, o pão é apenas um simbolo, algo que trás a memória, é certo também que a presença espiritual do Cristo ressuscitado não se dá apenas no momento da ceia, pelo contrário, Mt. 28. 20 Ensinados a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”. 

1ª Co. 11. 24 “E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim”. A confusão acontece quando o verso e outros paralelos dizem: isto é o meu corpo... seria desnecessário Jesus ter dito assim... este ato representa o meu sacrifício... é sabido por todos que a ceia judaica não era só realizada com pão e vinho, era a páscoa, portanto eles também comiam do sacrifício das ovelhas, mas o verso parece aludir ao pão. 

Seria ele mais especial ou representava mais taxativamente o sacrifício de Cristo? Jo. 1. 29 “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Em termos de representatividade e baseado no contexto direto que era a páscoa, o cordeiro representava melhor a Cristo, acredito que o pão figurou naquele momento pelo fato de ser melhor manipulado, ou seja, o ato de reparti-lo seria mais fácil com o pão do que com o cordeiro. 

Assim sendo, o pão não é o corpo de Cristo, representa-o. A palavra memória encontrada em 1ª corintios 11. 24, em grego é anmnésis e significa trazer a memória, recordar, relembrar, portanto, este é o objetivo da ceia, recordar relembrar manter viva a esperança do novo reino, dizer que o pão é literalmente o corpo de Cristo, é texto fora de contexto, é o mesmo que dizer que ele Jesus na ceia com os doze, comeu do seu próprio corpo, não tem lógica.