quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Irrestrição humana e vontade de Deus.

Gn. 11. 6 “E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer”. Sobre os povos e os indivíduos, se aplicarmos para os nossos dias o final do verso nos diz algo interessante; ...não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer. O contexto relata acontecimentos da edificação da torre de babel, e neste ocorrido as pessoas se aglomeraram com o intuito em edificar uma torre, com o objetivo em demonstrar “autonomia” e superioridade, contrariando a ordem de Deus de se espalhar sobre a terra.

Trazendo para os nossos dias, presenciamos a mesma “liberdade” a mesma autonomia com o intento em realizar tudo o que querem, o problema é que essa autonomia torceu a liberdade tornando-a em libertinagem; e as mesmas palavras podem ser repetidas nos nossos dias, ...não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer. No entanto, surge um agravante, naqueles dias as pessoas eram mais supersticiosas, eram de certa forma mais envolvidas com os seus deuses, contudo, hoje essa suposta autonomia, esse desvinculo entre a criatura e o criador tem contribuído não só para a libertinagem, mas para que a impiedade como um todo tome proporções gigantescas.

O que dizer dessa situação? Para aqueles que intentam uma “liberdade” sem Deus, dizem que esse estado de coisas é natural; asseguram que isso é o resultado da luta pela sobrevivência, é a lei do mais forte do mais esperto, dizem ainda que o intuito é tirar proveito da situação, e o argumento não tem fim, o importante segundo eles, e se dar “bem” a despeito do mal que podem cometer, visto que para eles a única justiça que talvez possa ocorrer, é a justiça dos homens.

Percebemos no mundo moderno uma propagação ateísta de proporções gigantescas, não me refiro ao ateísmo tradicional esse que tenta negar a Deus por meio de suas palestras, me refiro a um tipo de negação da divindade de forma espontânea; e essas ações são resultados de um falso conceito por parte de muitos ímpios, o qual está bem explícito no Salmo 12. 1 “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem.”

Esse falso conceito dá lugar aquela famosa frase: (Se Deus não existe, logo tudo é permitido). Uma representação clara do que estou dizendo é a falta da aplicação da lei em determinados países, isso contribui para o aumento dos crimes, pelo fato de que se não há justiça, logo não existe repreensão e se não existe repreensão avoluma-se a criminalidade em todas as suas formas. E como as coisas caminham nesses passos, tem-se a falsa impressão de que Deus não existe.

Lembrem-se, o simples fato de alguém querer ou traçar um juízo sobre algo, não torna esse algo legítimo, em outras palavras, a descrença na existência de Deus por parte de muitos, não contribui em nada para sua inexistência, acredito que nós temos inúmeras provas da existência de Deus, Rm. 1. 20 “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis.”

Será que Deus está alheio a essas questões desacertadas? Será que tudo está fora de controle? Ou ainda, o nosso mundo está entregue nas mãos da impiedade?, Não, não mesmo; Deus não está alheio a todas essas formas de injustiças, o sistema desregrado o qual presenciamos não está fora de controle, e de forma nenhuma a injustiça perpetuará. Voltemos então, para o primeiro verso lido o qual nos diz que nenhuma restrição haveria para aquilo que as pessoas intentam fazer; vale destacar também, que esse realizar dito no verso, não se aplica somente a destreza e engenhosidade humanas semelhante a construção da torre de Babel, se aplica também as práticas abomináveis.

Rm. 1. 28- 32 “E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; Estando cheios de toda a iniquidade, fornicação, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; Néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; Os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem.”

E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus.” Não é isso um atestado absoluto de ateísmo? Esse tipo de ateísmo é encontrado em todas as camadas da sociedade, e, em todas as épocas, é algo natural que extravasa do homem (gênero) quando digo natural me refiro ao estado inerte, isto é, morto em sua vida espiritual. O verso 32 é enfático, existe uma promessa de aplicação da lei para toda sorte de impiedade.

Geralmente se questiona dizendo: isso não vai ocorrer, desde sempre ouvimos isso. Podemos contra argumentar com três simples questões: (1) O ser humano não tem poder sobre si, logo ele não é capaz de evitar que algo externo venha sobre ele.(2) Não podemos basear o “tempo' de Deus com o nosso tempo, Sl. 90. 2-4 “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus. Tu reduzes o homem à destruição; e dizes: Tornai-vos, filhos dos homens. Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite.”

Não somos capazes de conhecer os planos ocultos de Deus, se a impiedade sobressai, Deus não está alheio e nem mesmo é uma situação fora de controle, pelo contrário, o plano que ora se desenrola, o juízo e o tempo que irá ocorrer, fazem parte do plano de Deus, Rm. 9. 22 “E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição.”

Portanto, não nos preocupemos, Deus reina.