segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

O adventismo e suas contradições.

Os adventistas do 7º dia argumentam que a verdade contida na bíblia deve ser entendida baseada em seus ensinamentos. geralmente o argumento utilizado por eles é que pertencem a única denominação religiosa que existe sobre a terra a qual possuem toda a verdade revelada por Deus, e assim sendo, somente eles podem agradá-lo. Argumentam ainda, que se alguém pertencer as fileiras do adventismo jamais sairá do seu meio, será mesmo? Bem, não concordo.

Estas declarações ditas pelos adventistas, estão embasadas em sua profetiza E.G.W. Em outras palavras acreditam eles que estão acobertados pela visão profética dela e assim podem se orgulhar e testemunhar que estão com a plena verdade revelada por Deus. Mas, necessário se faz duas perguntas: o que qualifica uma verdade? Primeiramente que ela seja isenta de contradições. E as declarações de E.G.W. São isentas de erro? De maneira nenhuma!

E se por um momento os da dita denominação enxergassem os erros e contradições da dita profetiza; jamais se arrogariam novamente. Várias são as contradições; hoje iremos analisar uma delas, vejamos as declarações de E.G.W. Extraída do seu livro O Grande Conflito, págs.. 445-447. Ela diz:

(A "imagem da besta" representa a forma de protestantismo apóstata que se desenvolverá quando as igrejas protestantes buscarem o auxílio do poder civil para imposição de seus dogmas. Resta definir ainda o "sinal da besta". Depois da advertência contra o culto à besta e sua imagem, declara a profecia: "Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus, e a fé de Jesus." Visto os que guardam os mandamentos de Deus serem assim colocados em contraste com os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal, é claro que a guarda da lei de Deus, por um lado, e sua violação, por outro, deverão assinalar a distinção entre os adoradores de Deus e os da besta.

Os adoradores da besta salientar-se-ão por seus esforços para derribar o monumento do Criador e exaltar a instituição de Roma. Foi por sua atitude a favor do domingo que o papado começou a ostentar arrogantes pretensões; seu primeiro recurso ao poder do Estado foi para impor a observância do domingo como "o dia do Senhor". O Grande conflito, págs.. 445 – 447.)

Grande parte do ensino profético adventista é construído sobre a ideia de que a Igreja Católica é o "chifre pequeno" que apareceu sobre a quarta besta de Daniel 7 e mudou os “tempos" e as leis". Segundo os adventistas, os tempos e a lei que o "chifre pequeno" mudou está relacionado ao sábado. Eles alegam que o papado transferiu a observância do sábado para o domingo durante a idade das trevas.

A profetiza Ellen White diz ter visto que o papa mudou o dia de culto para o domingo, e isso ela diz no livro Primeiros Escritos pg. 33, (Vi que Deus não havia mudado o sábado, pois Ele jamais muda. Mas Roma tinha-o mudado do sétimo para o primeiro dia da semana; pois deveria mudar os tempos e as leis.)

Grande parte da profecia adventista sobre o fim do mundo gira em torno de tornar o catolicismo o grande poder maligno perseguidor, registrado na profecia bíblica descrita em Daniel 7. Embora o catolicismo certamente tenha falhado em muitas maneiras em representar a Cristo, os fatos são que ele simplesmente não se encaixa na visão de Daniel 7 por várias razões.

Dn. 7. 7-8 “Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres.

Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência.” A besta de Daniel 7 tem "10 chifres", os adventistas dizem representar dez tribos que conquistaram o Império Romano. Existem vários problemas com essa teoria. Para começar, na bíblia, chifres em uma cabeça de um mesmo animal sempre indicou os líderes ou reis do mesmo império, nunca um novo império ou um novo poder.

Por exemplo, em Daniel 8, um grande chifre cresce sobre a cabeça do bode, e esse chifre é entendido por todos como Alexandre, o Grande, rei do império grego, e não o império em si, o império é representado pelo bode não pelo chifre. A Bíblia diz claramente que os dez chifres são "reis" e não "reinos". Em profecias a bíblia é clara em dizer que animais referem-se a reinos e chifres representam reis.

Dn. 7. 23-24 Então, ele disse: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo reino; e, depois deles, se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis”. Ap. 17. 12 “Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora.

Esses "reis" não poderiam se referir às dez tribos sustentadas pelos adventistas como sendo aquelas que destruíram o império romano, isso pelo fato de que as dez tribos eram amargas inimigas da besta romana. Seria estranho realmente imaginar as dez tribos crescendo sobre a cabeça de um império que eles mesmos destruíram. As tribos eram, de fato, uma força invasora externa e não cresceram dentro do Império Romano. Além disso, havia pelo menos vinte tribos envolvidas na derrocada do Império Romano.

Os adventistas alegam que três tribos foram arrancadas ou destruídas pelo papado (o chifre pequeno). A verdade é que os vândalos, ostrogodos e os hérulos nunca foram destruídos ou subjugados pelo papa. Os Hérulos foram derrotados pelos lombardos, e os vândalos e ostrogodos caíram para os bizantinos. Não há evidência de que o bispo romano tenha algo a ver com a subjugação dessas tribos. De fato, os lombardos, que derrubaram os hérulos, eram inimigos da Igreja Católica!

Os adventistas dizem também que a destruição das três tribos foi completa em 538 d.C. com o fim dos ostrogodos, mas isso é simplesmente falso. Os ostrogodos foram expulsos temporariamente de Roma, mas eles a recapturaram em 541 d.C. e governaram Roma por quase uma década. Os ostrogodos não foram completamente exterminados até 561 d.C.

E quanto a observância do domingo? E.G.W. Acertou em sua profecia de que o catolicismo romano mudou o sábado para o domingo? Eis a questão! O teólogo adventista do sétimo dia Samuel Bacchiocchi, teve acesso aos cofres do Vaticano, e pesquisou o material mais antigo sobre a guarda do sábado. Sua pesquisa levou-o a concluir que a guarda do domingo era amplamente praticada muito antes de o primeiro papa entrar em cena. Bem, aqui nós temos duas questões a considerar: ou E.G.W. Não recebeu visão nenhuma, ou Bachiocchi mentiu. Mas, continuando com a declaração de Samuel Bachiocchi ele diz o seguinte:

*"Eu discordo de Ellen White sobre a origem do domingo. Ela ensina que nos primeiros séculos todos os cristãos observavam o sábado e foi em grande parte graças aos esforços de Constantino que a guarda do domingo foi adotada por muitos cristãos no século IV. a pesquisa mostra o contrário. Se você leu meu ensaio Como começar a guardar o domingo; o que resume minha dissertação, você notará que eu coloco a origem da guarda do domingo na época do imperador Adriano, em 135 d.C. *Samuele Bacchiochi, Ph.D., mensagem de e-mail para a "Catholic Cataloging List" católica@american.edu em 8 de fevereiro de 1997.

*Em 150 d.C. Justino Mártir conhecido como um dos apologista da igreja declarou - "No dia chamado Domingo, todos os que moram nas cidades ou no campo se reúnem em um só lugar, e as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas são lidos ... Domingo é o dia em que todos nós mantemos nossa assembleia comum, porque é o primeiro dia em que Deus, tendo operado uma mudança nas trevas e matéria, fez o mundo; e Jesus Cristo, nosso Salvador, no mesmo dia ressuscitou dos mortos " *Justin, First Apology, 67; ANF 1 186.

Bem, apesar do domingo não ser um mandamento bíblico, não podemos sustentar a tese de que o catolicismo romano o impôs de forma a ser um dia de guarda, sim ele deu sequência naquilo que era praticado naquele período, portanto cai por terra a “visão de E.G.W em ser o domingo a marca da besta e consequentemente demonstra mais um erro cometido por ela.