sábado, 1 de outubro de 2022

A carta aos hebreus e a antiga aliança.

A carta aos hebreus destaca por excelência o fim da antiga aliança, e dentro desse contexto estão inseridos: o fim do sacerdócio levítico, o fim da lei no que diz respeito a salvação, e o fim do sistema de culto prestado na antiga aliança. Hb. 5. 1-4 “Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados, e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza. E, por esta causa, deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados. E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.”

Começamos a perceber a fragilidade do sacerdócio levítico, essa fragilidade é encontrada no fato de um pecador interceder por outros pecadores, um sumo sacerdote rodeado de fraquezas e que também necessitava de um sacrifício para “absolvê-lo” do pecado, assim sendo, seria impossível a manutenção desse sacerdócio.

Hb. 7. 11 “De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? O fato da não permanência do sacerdócio levítico demonstra a sua fragilidade. Hb. 8. 7 “Porque, se aquele primeiro fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo.” Fica claro por esses poucos versos, que o sacerdócio levítico realmente passou.

H. 8. 13 “Dizendo novo concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está de acabar.” O que a bíblia define como sendo concerto? Geralmente são os contratos, as alianças feitas entre Deus e algumas pessoas, Lv. 26. 42 “Também eu me lembrarei do meu concerto com Jacó, e também do meu concerto com Isaque, e também do meu concerto com Abraão me lembrarei, e da terra me lembrarei.”

Sl. 89. 3 “Fiz um concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi.” Vimos então, algumas pessoas com as quais Deus fez um concerto ou uma aliança. 1ª Rs. 8. 9 “Na arca, nada havia, senão só as duas tábuas de pedra que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez aliança com os filhos de Israel, saindo eles da terra do Egito.” Dt. 4. 13 “Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra.”

Percebemos aqui o termo sinônimo, ora aliança e ora concerto, o significado são os mesmos. Outro fato interessante é que os dez mandamentos também são chamados de concerto, assim como também e chamado de concerto a arca da aliança, arca essa que transportava as duas tábuas dos dez mandamentos. Dt. 31. 25-26 “Deu ordem Moisés aos levitas que levavam a arca do concerto do Senhor, dizendo: tomai este livro da Lei e ponde-o ao lado da arca do concerto do Senhor , vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra ti.”

Isso vem nos mostrar que a lei, como termo de salvação findou, mas podemos questionar perguntando: então, vivemos em uma aliança baseada na anarquia? Não, absolutamente. Vejamos um verso esclarecedor, Rm. 10. 4 “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.” Devemos atentar no seguinte, o fim da lei é Cristo, mas e se não tiver o Cristo? Logo permanece a lei. O fim da lei é Cristo para serem justo, todos? Não, somente aqueles que creem.

1ª Tm. 1. 9 “Sabendo isto: que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas.” A nova aliança não foi feita sem justiça, nem mesmo sem sangue, ela não está baseada na anarquia ou na imoralidade. Portanto, o fim da lei acontece para todo aquele que acredita de um modo prático no sacrifício de Cristo, quando isso acontece passamos a ser justos perante Deus, Rm. 8. 1 “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.”

Porém, devemos atentar para o fato de que a lei vigorante na nova aliança e a lei que trata da moralidade entre o gênero humano e Deus e entre homem e homem, toda aquela lei que apenas representava o Cristo e mesmo aquela que estava baseada no cerimonial, passaram, vejamos o que nos diz hebreus.

Hb. 9. 1-5 “Ora, também o primeiro tinha ordenanças de culto divino e um santuário terrestre. Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos Santos, que tinha o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas do concerto; e sobre a arca, os querubins da glória, que faziam sombra no propiciatório; das quais coisas não falaremos agora particularmente.

Percebemos uma descrição detalhada do santuário como um todo e aqui devemos de atentar para o fato das mobílias encontradas no santo dos santos, as quais são: o incensário de ouro e a arca do concerto, coberta de ouro toda em redor, em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, os Querubins e as tábuas do concerto. Atentamos para o fato da inclusão das tábuas do concerto, ou os dez mandamentos.

O verso 1 de hebreus 9 nos diz claramente que o primeiro tinha ordenanças de culto divino, o primeiro deve ficar entendido que é o primeiro testamento ou a antiga aliança, atentemos também para o fato da palavra (tinha) significando que não tem mais, e isso é confirmado pelos seguintes versos: Hb. 8. 13 “Dizendo novo concerto, envelheceu o primeiro. Ora, o que foi tornado velho e se envelhece perto está de acabar. 10. 9 “Então, disse: Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.”

Assim sendo, estão descartadas todas as ordenanças baseadas no cerimonialismo encontradas na antiga aliança, pelo fato da salvação espiritual não depender de ritos e cerimônias, em resumo não depende de nossas obras, Hb. 9. 15 “E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.”