quarta-feira, 14 de novembro de 2018

O evangelho e os cristãos contemporâneos.

Rm. 6. 19 "Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação". 

A sociedade cristã contemporânea tem estipulado um estilo de vida religioso onde a crença em Deus na sua grande maioria não mais faz valer esta realidade escrita acima. O que estou dizendo é que muitos de nós cristãos não mais acreditamos que a principal mensagem do evangelho é de caráter espiritual. 

Para comprovar o que estou dizendo, basta perceber o que tem movido a religiosidade dos ditos cristãos, antes, porém é necessário evidenciarmos a proposta bíblica para o seguidor de Cristo. Jo. 18. 36 "Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui". 

Naturalmente Jesus não está dizendo que o seu reino não será edificado aqui na terra, existem inúmeros textos os quais fortalecem a ideia de um reino Messiânico terrestre, o que Jesus disse na verdade para Pilatos foi que o seu reino não era apenas de caráter humano, em outras palavras o reino de Cristo apesar de reger a humanidade ele é basicamente um reino espiritual. 

1ª Co. 2. 6 "Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam". As palavras "deste mundo" diferenciam o que pertence a este sistema, daquilo que é espiritual, 1ª Co. 7. 31 “E os que usam deste mundo, como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa". Deve ser destacado também que a visão bíblica de aniquilação, de algo passageiro, são na verdade aquilo que existe no planeta, não a terra em si, portanto a promessa bíblica é de que o reino de Cristo será instalado aqui. 

Dito isso, o que se destaca é o fato de que apesar do reino se instalar na terra, não significa que os seus súditos serão mundanos e é neste sentido que digo que existe uma deturpação no modo de enxergar o evangelho por parte dos cristão dos dias de hoje, e Paulo com muita propriedade nos esclarece isso, 1ª Co. 15. 50 "E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção

Paulo utiliza as palavras carne e sangue para enfatizar a natureza humana corrompida. Esta é a mensagem do evangelho, de que o homem natural, aquele conjunto que dita a nossa natureza e personalidade não é importante para o reino de Deus, ao contrário o que é importante é aquilo que vem de Deus para nós, aquilo que a bíblia destaca como sendo o novo nascimento, 2ª Co. 4. 16 "Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia". 

Por isso disse acima que muitos estão distorcendo o evangelho bíblico. E esta distorção se dá quando nós começamos a utilizar a nossa crença como sendo um aferidor de medidas daquilo que temos ou não conseguido no mundo, quando passamos a acreditar que o fato de se dizer cristão tenho que por obrigação ser bem sucedido na minha vida temporal, parece que o "evangelho" da prosperidade tem corrompido muitos que são levados nessa mesma ideologia maléfica. 

Muitos também têm aderido à ideia do mundo secular e descrente, essas pessoas têm influenciado a muitos a duvidarem da bondade e onipotência de Deus, pelo fato de que o curso natural do mundo com seus conflitos, desastres e problemas permanecerem. Os céticos têm argumentado que se Deus de fato existisse os conflitos a maldade as doenças não deveriam mais existir. 

Deve-se destacar também que Deus de fato existe e a criação com suas leis em perfeita sintonia destacam isso, tornando assim os céticos indesculpáveis em seus raciocínios, depois o fato de Deus ser autônomo ele agirá para trazer a restauração e por fim a maldade em todas as suas formas no tempo designado por ele, e deve-se destacar também que por ser soberano sobre sua criação Deus não é obrigado a dar conta de nada para ninguém. 

Pelo contrário, Deus já fez nos propôs a vida eterna, no entanto, o que muitos em sua incredulidade não conseguem ver, e muitos cristão estão deixando de ver, é que o que Deus fez e está fazendo, não diz respeito a natureza corruptível, nem mesmo a este atual sistema que ora presenciamos, por isso as catástrofes irão continuar a maldade as doenças e toda sorte de injustiça, até o tempo designado por Deus. 

Sl. 9. 8 "Ele mesmo julgará o mundo com justiça; exercerá juízo sobre povos com retidão". At. 17. 31 "Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos".  

Portanto, a nossa preocupação com relação a Deus não deve estar baseada com os acontecimentos que nos cercam, mas sim, com o mundo vindouro. Dito isso, quero dizer mais especificamente baseado dentro da revelação bíblica que o cristão não foi chamado a ser grande neste mundo, pelo contrário, Lc. 12. 15 “E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui”.  

A nossa preocupação não deve ser priorizada com as coisas do mundo, visto serem elas passageiras, Dn. 2. 35 “Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra."  

Este verso dá apenas um vislumbre do futuro, onde o reino dos homens pré-figurado pelos metais, serão consumidos pela pedra o qual representa o reino de Cristo. Isso nos mostra que o nosso objetivo neste mundo deve ser direcionado para algo mais elevado e não somente para aquilo que é comprovadamente passageiro.