terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A mensagem do 3º Anjo trás consigo mensagens de saúde?

Os adventistas do sétimo dia são conhecidos como os defensores da dieta vegetariana. Isso acontece devido ao fato de E.G.W a profetisa dos adventistas ter promovido o vegetarianismo na sua Igreja, afirmando ter recebido uma visão sobre o assunto em 1863, ela disse: Foi na casa do irmão A. Hilliard, em Otsego, Michigan, a 6 de junho de 1863, que me foi exposto em visão o grande tema da reforma de saúde. (1).

Em 10 de dezembro de 1871 foi-me mostrado novamente que a reforma de saúde é um ramo da grande obra que deve preparar um povo para a vinda do Senhor. Ela se acha tão ligada à terceira mensagem angélica, como as mãos o estão com o corpo. (2). Aqui começamos a perceber algo interessante, ou ao menos contraditório.

Ap. 14. 9-10 “E os seguiu o terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.”

Os versos apresentados fazem menção ao sinal, a marca da besta, nem mesmo de forma implícita vemos alusões referentes à reforma de saúde, como pode então a mensagem do terceiro Anjo andar de mãos dadas com vegetarianismo? Uma mensagem não ter nada a ver com a outra, digo isso baseado no fato da mensagem do terceiro Anjo ser bíblica e consequentemente ser revelada por Jesus Cristo, Ap. 1. 1 “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo.” Já mensagem em prol do vegetarianismo teve sua origem no homem, apesar de sua boa intenção.

Baseado em que digo isso? Os Whites e outros líderes, introduziram várias reformas de saúde na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em vez de serem "inovadores", os Whites meramente apresentaram aos seus seguidores muitas das reformas populares de saúde daquela época que estavam sendo ensinadas por não-adventistas, como por exemplo o Dr. James Jackson; o fundador do metodismo John Wesley, Sylvester Graham, e o profeta Mórmon Joseph Smith.

Sendo assim, desde o final da década de 1860, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem defendido uma dieta vegetariana. No entanto, por falta de apoio bíblico para uma dieta vegetariana, os adventistas colocaram a autoridade deste assunto sobre a profetisa Ellen White. Em 1938, a Igreja Adventista do Sétimo Dia compilou os escritos de Ellen White sobre saúde, em um livro intitulado Conselhos sobre o regime alimentar, e as seguintes citações foram tiradas desse livro:  

Disse ela: Manteiga e carne são estimulantes. Isto tem danificado o estômago e pervertido o gosto. Os nervos sensitivos do cérebro são entorpecidos, e o apetite animal fortalecido às custas das faculdades morais e intelectuais. (3) … Não devemos pôr carne diante de nossos filhos. Sua influência é estimular e fortalecer as mais baixas paixões, e têm a tendência de amortecer as faculdades morais. (4)... Alimentos cárneos, manteiga, queijo, ricas massas, alimentos temperados e condimentos são usados livremente, por adultos e jovens. Esses artigos fazem sua obra em perturbar o estômago, estimulando os nervos e enfraquecendo o intelecto. (5) …

Fui instruída quanto a ter o uso do alimento cárneo a tendência de animalizar a natureza, e subtrair homens e mulheres do amor e simpatia que devem sentir uns pelos outros. (6). Existem muitas outras declarações, as quais não iremos mencionar. 

Antes porém, veremos uma declaração do apóstolo Paulo 1ª Co. 8. 8 “Ora, o manjar não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais, e, se não comemos, nada nos falta.” O argumento contrário diz que Ele está se referindo aos ídolos, sim está, no entanto, ninguém se alimenta de ídolos, portanto, Paulo está argumentando que o alimento não nos faz agradáveis a Deus.

Já E. G. W diz que as paixões, ou a natureza humana pervertida ou “carnal” é um resultado direto do consumo de carnes, A base disso não é encontrada em nenhuma evidência bíblica ou científica. Em vez disso, a noção de que as paixões animais eram despertadas pela ingestão do consumo de carne foi popularizada em 1800 pelo reformador da saúde Sylvester Graham. Graham ensinou que o "uso da carne" despertaria o "desejo sexual" e prejudicaria as "faculdades intelectuais e morais" (7)

Comer carnes causam doenças? O Dr. Stephen Byrnes, um médico naturalista, escreveu dizendo: "Muitas vezes, veganos e vegetarianos tentam assustar as pessoas, para que deixem de comer alimentos e gorduras de origem animal, alegando que as dietas vegetarianas oferecem proteção contra certas doenças crônicas [osteoporose, doença renal, doença cardíaca e câncer]. Essas afirmações, no entanto, são difíceis de conciliar com os fatos históricos e antropológicos. Todas as doenças mencionadas são principalmente ocorrências do século 20, mas as pessoas têm comido carne e gordura animal por muitos milhares de anos.

Além disso, muitas outras pesquisas revelam que existem vários povos nativos em todo o mundo cujas dietas tradicionais são muito ricas em produtos de origem animal, que, no entanto, não sofrem das doenças mencionadas acima. Outros estudos confirmaram o fato de que os Massais um grupo étnico da África, apesar de serem quase que exclusivamente comedores de carne, tinham pouca ou nenhuma incidência de doenças cardíacas ou outras doenças crônicas. Isso prova que outros fatores, além dos alimentos de origem animal, atuam na causa dessas doenças.

Existem muitas outras questões referentes aos benefícios proporcionados pela ingestão do alimento cárneo, mas ficará para uma próxima abordagem. Com relação a mensagem do terceiro Anjo, percebemos que não existe nenhuma ligação entre a mensagem produzida pelo Anjo e o ensino sobre saúde, Ap. 14. 11 “E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso, nem de dia nem de noite, os que adoram a besta e a sua imagem e aquele que receber o sinal do seu nome.”

Reparem que as palavras de condenação emitida pelo terceiro Anjo é direcionada aos adoradores da besta em todas as suas formas, nada diz que as pessoas serão condenadas por não serem vegetarianas, assim sendo, não existe o ensinamento bíblico de que a mensagem de saúde esteja acoplada a mensagem do terceiro Anjo, é simplesmente um ensinamento sem base bíblica.

Conselhos sobre o regime alimentar. Pgs.

(1) 481.

(2) 69.

(3) 48.

(4) 64.

(5) 236.

(6) 390

(7) Sylvester Graham, Uma palestra para jovens sobre castidade.

domingo, 1 de novembro de 2020

O nome de Deus.

Quase todos os cristão que são frequentadores assíduos em suas variadas denominações, já orou, rezou ou ouviu alguém orar para algum membro da trindade. Ou seja, muitas das vezes ouvimos pessoas direcionando a sua oração para o Espírito Santo, outras vezes, para Jesus, ou para Deus , o pai. No entanto, todos sem exceção temos um nome. Deus teve muitos problemas para revelar Seu Nome Pessoal, mas, Cerca de 6.828 vezes, o único Deus da Bíblia é chamado de Yahweh.

Na Bíblia Hebraica original, Yahweh é escrito usando as quatro consoantes YHWH. Não há vogais escritas no texto hebraico. Essas quatro consoantes são chamadas de Tetragrammaton, que significa 'quatro letras'. Os judeus pararam de pronunciar o Nome por medo de blasfemar inadvertidamente, hoje há algum debate sobre como pronunciar YHWH. a Enciclopédia Judaica afirma que a pronúncia original era Yahweh e nunca foi perdida.

Pelo contrário, o Seu povo era instruído a dar graças utilizando o seu nome, Is. 12. 4 “Direis naquele dia: Dai graças ao Senhor, invocai o seu nome, tornai manifestos os seus feitos entre os povos, relembrai que é excelso o seu nome”. Assim sendo, o nome de Deus é um poderoso testemunho da identidade do Deus da Bíblia. Yahweh é a pessoa central e mais importante da Bíblia.

Is. 42. 1 “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios”. O hebraico nephesh aqui traduzida 'alma' é usada de forma consistente para significar um indivíduo, ou seja, um único ser, seja animal, humano ou o próprio Deus. Yahweh se descreve como uma única alma individual, um "Eu".

Este fato é verificado milhares de vezes em toda a Bíblia, não apenas pelo uso de Seu Nome Pessoal, mas também por pronomes pessoais. Sempre que Deus fala de Si mesmo ou é dirigido ou referido por outros, são usados pronomes pessoais no singular. Eu, Meu, minha. Quando outros se dirigem a Deus é dito: Ele, Tu, teu, seu, Ti.

Sl. 95. 6 “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou”. Aqui somos convidados a nos prostrarmos perante o Deus criador, e devemos perguntar: esse Deus criador é um Deus pessoal ou uma substância? O próprio nome de Deus e o pronome Ele nos demonstra não uma essência ou uma substância impessoal. Ex. 3. 14 “Disse Deus a Moisés: Eu Sou o Que Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros.”

Nossas Bíblias traduzem Yahweh de uma forma estática como, EU SOU O QUE SOU. Esta é uma tradução infeliz do que é um verbo singular e sem gênero que se projeta no futuro, A Septuaginta (a tradução do grego do hebraico iniciada em 250 a.C. por estudiosos do hebraico) traduz o nome de Deus como: “EU SOU O ETERNO”. O Existente. Em outras palavras, Yahweh, o Deus da Bíblia é o Deus vivo, que é eterno e sem causa.

E o NT. Confirma essa realidade, Ap. 1. 8 “Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.” Estas verdades reveladas estão em forte contraste com o Deus da cristandade adora hoje ... um Deus trinitário que tem nenhum nome! Hoje o Cristianismo adora a “Divindade” em três pessoas. Deus não é mais um Eu Individual com um Nome. Esse Deus é mais do que um Ser Individual, pois Ele é três Pessoas em 'Uma Essência'. E quando essa mudança começou a ocorrer? 

A mudança começou desde quando os judeus foram levados por Nabucodonosor, rei da Babilônia, para o exílio em 586 AC. Eles sabiam que haviam transgredido muito e que a causa do cativeiro era justamente por isso. Quando voltaram para sua terra natal, eles nunca mais quiseram blasfemar o verdadeiro nome de Deus, então eles começaram uma nova prática de se referir a Yahweh como “o Senhor” (Hebraico Adonai ). Yahweh agora é “o Senhor”. Um nome pessoal agora é um título!

É importante relembrar que o próprio Deus não ordenou esta mudança de Seu nome pessoal. De maneira crítica, essa prática logo se incorporou ao que conhecemos hoje como Septuaginta (LXX que são usados como abreviatura para esta tradução grega). A Septuaginta se tornou uma fonte vital para citar o Antigo Testamento quando os apóstolos estavam escrevendo o Novo Testamento, nessa época, o grego era a língua comum do mundo romano. Na verdade, estima-se que 75% de todas as citações do Antigo Testamento no Novo Testamento são da LXX e não do hebraico.

A partir disso, onde quer que o nome de Yahweh aparecesse no hebraico original, o grego agora lhe dava o título de “o Senhor” algumas traduções tentam preservar onde essa mudança ocorreu, traduzindo o nome verdadeiro de Deus com todas as letras maiúsculas como SENHOR. Quando o nome de Deus foi traduzido para a Septuaginta, tornou-se um título e não mais um nome pessoal! Yahweh agora se tornou 'o Senhor'. E, por que isso é um problema?

Os judeus sabiam que quando liam “O SENHOR”, estava se referindo ao Deus Individual de Israel, A equivalência do nome Yahweh com “o Senhor” não era difícil para eles. Eles sabiam que o título grego 'Senhor' (kyrios) foi genérico e dependendo do contexto pode se referir a qualquer pessoa com posição ou autoridade que não seja o Senhor. No entanto, na Bíblia hebraica dos judeus tinham uma palavra para 'o Senhor' (Adonai) e outra palavra para designar um senhor humano e essa palavra é (adoni).

Mas os gentios não tinham esse conhecimento e portanto, ficaram susceptível a essa confusão, pelo fato de haver “muitos deuses e muitos senhores” (para citar as palavras precisas de Paulo aos Coríntios, que vinham daquela cultura, 1ª Co. 8. 5 “Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores”.

Portanto, a questão é: Quando os apóstolos começaram a confessar “Jesus Cristo é o Senhor” eles estavam dizendo que Jesus era o Senhor, o Deus do Antigo Testamento (Adonai), ou eles entenderam que Jesus era Senhor no sentido (adoni)? At. 2. 36 “Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.”

Quando Pedro fez esse discurso no Dia de Pentecoste ele estava aplicando o título senhor, a duas pessoas que são Deus? Seria Jesus, o Messias crucificado, mas agora glorificado, Senhor no mesmo sentido em que Deus? Não! Já vimos que o título “Senhor” é um termo amplo que pode se referir a outras pessoas além de Deus, o pai.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Se o domingo é a marca da besta, por que os sabatistas o tem como lazer?


 Mt. 5. 37 “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno”. Com essas palavras, Jesus está orientando os seus seguidores a terem uma atitude definida, e uma atitude definida não é o mesmo que um comportamento conveniente. No que concerne ao tema religiosa, ou mais propriamente a questão bíblica, nós não podemos adotar um ensinamento somente quando essa doutrina ou instrução, nos é favorável.

Este assunto está baseado no que é demonstrado pelos Adventistas do 7º dia. E para pegarmos o fio da meada é importante atentarmos para a declaração da profetisa adventista E. G. W. Ela diz: (Só poderá haver duas classes. Cada participante é assinalado distintamente, ou com o selo do Deus vivo, ou com o sinal da besta ou de sua imagem. Eventos F. pg. 215)

Em outro livro Ela continua dizendo: (O sinal, ou selo, de Deus é revelado na observância do sábado do sétimo dia - o memorial divino da criação... ...O sábado é aí claramente apresentado como um sinal entre Deus e Seu povo. A marca da besta é o oposto disso - a observância do primeiro dia da semana. Essa marca distingue dos que reconhecem a supremacia da autoridade papal, os que aceitam a autoridade de Deus. TS. V. 3. pg. 232)

Em outros assuntos vimos que não existe respaldo bíblico para sustentar o domingo como sendo a marca da besta, no entanto, os adventistas acreditam piamente que o domingo é a marca da besta. Vemos na declaração acima onde Ela diz que aceitar o domingo como sendo o dia de guarda cristão é o mesmo que está apto a receber a marca da besta. Bem, vamos supor que realmente o domingo fosse o dia de guarda obrigatório no meio cristão, todos que respeitassem esse dia como sendo uma orientação direta de Deus naturalmente estaria comprometido com o mandamento.

Mas, e se alguém que não acreditasse nesse dia como sendo um dia obrigatório para se observar, mais mesmo assim desfrutasse dos benefícios tais como: (folga, descanso, lazer) proporcionado por esse dia, não estaria tal indivíduo incorrendo nas práticas incitadas por aqueles que observam esse dia? Irão dizer que isso não tem nada a ver, visto que eles não aceitam o domingo como sendo o dia de guarda. É bom atentarmos para as palavras de Jesus, “Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não”.

Se Eu acredito em algo que me proporciona algum tipo de mau, isso mesmo, algo oposto aquilo que é bom para minha vida, é certo que irei rejeitar esse algo e todas as suas formas. Em se tratando de questão religiosa, ou mais propriamente espiritual, e se acredito que o domingo é a marca da besta, então todos os benefícios (ditos a cima) advindos desse dia, terei que rejeitar. Caso contrário, a minha palavra não é um sim, sim, não, não, mas um sim e não quando me convêm.

Principalmente quando essa ação compromete o mandamento tido como estando em vigor em nossos dias, Ex. 20. 8-9 “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra”. Apesar da questão não ser discutida no meio religioso cristão, existe uma transgressão por parte dos sabatistas, e por todos aqueles que separam um dia de guarda e o tem como dia santo; a bíblia diz claramente: “ Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra”.

Isso está inserido no mandamento e portanto, faz parte do mesmo. Tendo os sabatistas como exemplo, eles argumentam que o mandamento é “guardar” o sábado, sim está escrito, no entanto, não só está implícito, mas muito bem explícito, a outra parte do mandamento, onde diz para se trabalhar não somente cinco dias, o texto diz claramente para se trabalhar seis dias, faz parte do mandamento, e se essa parte do mandamento não é cumprida, logo existe transgressão, principalmente quando não se trabalha no dia que segundo eles, é a marca da besta.

O argumento vem também com as seguintes palavras: --Nós guardamos o sábado seguindo a orientação de Deus, logo, se Ele sendo Deus guardou, devemos seguir e dar exemplo. A réplica também é baseada no mandamento, Ex. 20. 11 “Porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou”.

Ou seja, se seguir o exemplo deixando de trabalhar no sábado por ser mandamento, naturalmente devem dar o exemplo trabalhando os seis dias restantes, visto a questão estar inserida no mesmo mandamento conforme dito acima. Uma objeção pode ocorrer da seguinte forma: --Nós não trabalhamos os seis dias conforme o mandamento explícito, devido ao fato de vivermos em uma sociedade, onde a maioria dos empregadores não aceitam a mensagem do sábado...

bem, este raciocínio se torna inválido, devido ao fato da exigência feita pela denominação sabatista, quando pressiona um membro recém adentrado para as suas fileiras, estes são coagidos a negociar com os seus patrões a guarda do sábado, muitos são até mesmo aconselhados a deixarem o seu emprego quando não conseguem barganhar com o empregador.

Baseado nessa consideração destaco duas questões importantes: (1) porque alguém luta para não trabalhar no sétimo dia e não peleja para trabalhar os seis dias? (2) Quanto ao trabalhar em uma sociedade onde na sua maioria o empregador não entende e não aceita a questão do sábado, isso é uma realidade. Esta verdade se dá devido ao fato do mandamento estipulado por Deus não ter sido direcionado aos gentios, em outras palavras o mandamento do sábado foi feito para, e com Israel.

Sl. 147. 19-20 “Mostra a sua palavra a Jacó, as suas leis e os seus preceitos, a Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação; todas ignoram os seus preceitos. Aleluia!” Dt. 5. 2-3 “O Senhor, nosso Deus, fez aliança conosco em Horebe. Não foi com nossos pais que fez o Senhor esta aliança, e sim conosco, todos os que, hoje, aqui estamos vivos”. Nos é dito nestes versos com quem a primeira aliança foi feita, dizer que a guarda do sábado se estende a todos os povos, é forçar o que está escrito.

Ex. 20. 10 “Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro”.

Surge uma questão interessante: “das tuas portas para dentro” o que significa isso? Naturalmente o judeu não podia transportar nenhum tipo de carga, mesmo dentro de sua casa, visto que sua casa estava estabelecida dentro de Jerusalém. No entanto, esse mandamento não se aplica a nós outros, não estamos dentro dos muros de Jerusalém. Notem o fato de estarem dentro dos seus muros, implicava com a guarda do sábado, Jr. 17. 19-21 “Assim me disse o Senhor: Vai, põe-te à porta dos filhos do povo, pela qual entram e saem os reis de Judá, como também a todas as portas de Jerusalém, e dize-lhes: Ouvi a palavra do Senhor, vós, reis de Judá, e todo o Judá, e todos os moradores de Jerusalém que entrais por estas portas. Assim diz o Senhor: Guardai-vos por amor da vossa alma, não carregueis cargas no dia de sábado, nem as introduzais pelas portas de Jerusalém”

Apesar do judeu ficar impossibilitado pelo mandamento de transportar qualquer tipo de carga e em qualquer lugar, o significado de tuas portas para dentro, resume o fato da aliança ser feita com Israel, Jr. 7. 27 “Mas, se não me ouvirdes, e, por isso, não santificardes o dia de sábado, e carregardes alguma carga, quando entrardes pelas portas de Jerusalém no dia de sábado, então, acenderei fogo nas suas portas, o qual consumirá os palácios de Jerusalém e não se apagará”.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Jesus morreu para o homem ou para Deus?

 A cristandade com pouquíssimas exceções, tem um ensinamento fragmentado acerca da morte de Jesus, e consequentemente sobre a justiça de Deus. É ensinado no meio religioso cristão, que Jesus morreu para o homem, e que a justiça de Deus refere-se a justiça que torna alguém justo. Pergunto: é somente isso que a bíblia está dizendo? Aparentemente sim, mas será que este é o ponto principal ensinado pela bíblia, principalmente nas páginas do NT? Rm. 3. 21 “Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas.”

A questão da morte de Jesus está relacionada com a justiça de Deus. Primeiramente a justiça de Deus deve ser entendida de duas formas distintas, a saber: justiça que condena, e justiça aplicada, aquela que torna alguém justo. Analisando o verso lido acima, podemos destacar o fato de que o “agora sem lei” refere-se ao momento em que a proposta de Deus não estava vinculada somente ao plano material, a Jerusalém, e aos judeus propriamente ditos, a obediência a lei serviu de base para eles permanecerem ou não na terra da promessa.

Mas, agora já não seria assim, era algo mais abrangente, tanto que Paulo começou a descrever a incapacidade não só do judeu, mas também do gentil, Rm. 3. 9 “Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado.” Paulo, também nos diz que a justiça de Deus foi testemunhada pela lei e pelos profetas, de que forma foi ela testemunhada? E, qual justiça foi testemunhada, a que condena, ou a que torna justo?

Naturalmente a lei foi o período de Moisés, e de todos aqueles que perfizeram a época do pentateuco, ou mais propriamente o período que os israelitas vagavam pelo deserto, Lv. 18. 5 “Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles. Eu sou o Senhor.” E neste sentido, o período dos profetas foi todo o momento que os próprios testificavam e repreendiam o povo devido as suas transgressões, Ez. 20. 11 “Dei-lhes os meus estatutos e lhes fiz conhecer os meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem, viverá por eles.”

E onde se encontra a justiça de Deus nestes versos? “os meus juízos guardareis; cumprindo-os, o homem viverá por eles.” Um descumprimento do mesmo, implicaria em aniquilação do meio do povo, Nm. 15. 30-31 “Mas a pessoa que fizer alguma coisa atrevidamente, quer seja dos naturais quer dos estrangeiros, injuria ao Senhor; tal pessoa será eliminada do meio do seu povo, pois desprezou a palavra do Senhor e violou o seu mandamento; será eliminada essa pessoa, e a sua iniquidade será sobre ela.”

A eliminação devido a desobediência, era uma manifestação da justiça de Deus no AT. Isso pode ser confirmado com as palavras de Paulo, Rm. 6. 23 “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Em outras palavras, o preço da transgressão é paga com a morte, e isso de comum acordo, nos dois testamentos. Portanto, à justiça aqui referida, é a que condena.

Assim sendo, à justiça de Deus era e será aplicada por causa da transgressão, “o que significa era é será aplicada?” No AT. Para o povo permanecer na terra da promessa, deveria viver por meio da lei, qualquer deslize que ocorresse, era necessário ser aplicada à justiça de Deus, no futuro a promessa bíblica é de que todos os que não se submeterem a Cristo para serem participantes da justiça que torna a pessoa justa, sofrerá a justiça que condena, Rm. 5. 10 “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.” Se, os que estão em Cristo estão isentos da justiça punitiva de Deus, fica claro então, que Cristo sofreu essa justiça, sim, e é exatamente isso que a bíblia nos diz, Rm. 3. 25-26 “A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.”

Isso deixa claro ao menos duas questões: que o pecador que se converte deveria receber a sua paga, e o meio que Deus utilizou para isso, foi fazer recair sobre cristo a sua justiça, ou seja, a justiça que paga a transgressão, a fm de que a justiça que salva pudesse ser transmitida para os regenerados por meio de Cristo. Hc. 1. 13 “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar; por que, pois, toleras os que procedem perfidamente e te calas quando o perverso devora aquele que é mais justo do que ele?”

A palavra justiça implica em ser justo, logo a justiça pela transgressão deve ser revertida para o transgressor, naturalmente se entende em primeira instancia, que se trata da justiça punitiva, essa que o NT. Nos diz que recaiu sobre Cristo e livrou os escolhidos, neste sentido podemos concordar com a cristandade quando ela afirma que Cristo morreu para o gênero humano, ou mais propriamente para os seus, 2ª Tm. 2. 19 “Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor.”

No entanto, o que a cristandade não ensina, foi que Cristo morreu primeiramente para Deus. Sim, a justiça de Deus deveria se manifestar, e para Deus equilibrar a equação, pecado versos justiça, ou melhor, para que a sua justiça que é um dos seus atributos pudesse sobressair sobre o pecado, o pecador deveria sofrer a penalidade, foi assim que Jesus primariamente não morreu para o homem, mas sim para Deus. Rm. 4. 25 “O qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação.”

Em suma, o que a cristandade ensina sobre morte de Jesus e justiça de Deus, são pontos secundários da teologia, ou seja, de que Jesus morreu para o homem e que a justiça por meio de Cristo torna o gênero humano justo perante Deus, isso são questões verdadeiras, mas falhas do ponto de vista teológico, o ponto principal nesta questão, diz que Jesus morreu primeiramente para Deus, com o intuito de equilibrar e harmonizar a ordem no universo, recebendo com efeito a justiça punitiva de Deus, a fim de que as suas criaturas, os seus escolhidos pudessem viver para sempre.

domingo, 2 de agosto de 2020

Cumpriu o adventismo a profecia de Ap. 14. 6?

O que da base para o adventismo se auto declarar a denominação cristã verdadeira? Essa pergunta pode ser respondida com duas respostas apenas: (1) Afirmam ter uma profetisa que estabeleceu e abalizou o movimento, (2) as profecias bíblicas, sobre tudo Daniel e apocalipse, convergem para essa realidade. Essas são palavras de todos aqueles que abraçam a denominação adventista.

Mas, seriam essas palavras defendidas pelos adventistas uma realidade? As profecias bíblicas apoiam o surgimento e o estabelecimento do adventismo? Uma das muitas profecias bíblicas utilizadas pelos adventistas para tentarem provar o surgimento da denominação é apocalipse capítulo 14, esse capítulo foi utilizado por E. G. W com o objetivo de demonstrar o surgimento profético da denominação.

Ap. 14 . 6 “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo.” O verso está nos dizendo literalmente que esse Anjo tem como objetivo em ir a toda nação, tribo, língua e povo, a fim de pregar o evangelho eterno. Em outros assuntos nós vimos que o evangelho bíblico é diferente daquele evangelho pregado pelas denominações cristã.

A diferença entre o evangelho bíblico e aquele pregado pelas denominações, está a questão do mercantilismo, da “fé” emotiva, e o exclusivismo denominacional, o evangelho bíblico não trás consigo essas características, mas voltando ao verso lido a cima, a ideia denominacional de pregar o evangelho parece nobre, porém a mensagem não pode assumir um aspecto diferente do evangelho e nem mesmo pode ser exclusivista.

Então, aqui entra ao menos três questões pertinentes com relação a veracidade do adventismo, a primeira questão é: pregou ou prega o adventismo o evangelho bíblico sem inserções de doutrinas desnecessárias a salvação? É o adventismo exclusivista em sua mensagem religiosa? E, se não E. G. W pode ser considerada uma profetisa verdadeira? Vejamos as suas declarações:

(Anjos de Deus acompanhavam Guilherme Miller em sua missão. Ele era firme e ousado, proclamando destemidamente a mensagem a ele confiada. Um mundo que permanecia na impiedade, e uma igreja fria e mundana eram bastante para instigar à atividade todas as suas energias, e levá-lo voluntariamente a suportar trabalhos, privações e sofrimento. Embora a ele se opusessem cristãos professos e o mundo, e rudemente o atacassem Satanás e os seus anjos, não cessou de pregar o evangelho eterno às multidões, onde quer que era convidado, fazendo repercutir longe e perto o clamor: "Temei a Deus e dai-Lhe glória, porque vinda é a hora do Seu juízo." Apoc. 14:7. Primeiros Escritos pg. 232.)

Na realidade o adventismo é exclusivista, vemos isso nessa declaração, onde Ela diz que a igreja dos seus dias era fria e mundana, e que os cristãos daqueles dias eram apenas professos, e todos necessitavam ouvir a mensagem do primeiro Anjo, dizendo isso Ela estava dando exclusividade para a pregação adventista, a despeito se existia ou não pessoas sinceras naqueles dias.

Sabemos que o adventismo inseriu doutrinas desnecessárias a salvação, isso podemos ver em um assunto posterior, mas o fato que para o adventismo a morte e a ressurreição de Jesus não são suficientes para a salvação, E. G. W diz isso: (Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna. Testemunhos Seletos V. 3, pg. 23.) Na verdade o que veremos a seguir, não só demonstra que E. G. W não preenche os requisitos de uma verdadeira profetisa, como o próprio surgimento do adventismo não está abalizado sobre uma profecia bíblica, algo defendido por eles.

Vejamos outras declarações encontradas no livro primeiros escrito, pg 232. (Anjos de Deus acompanhavam Guilherme Miller em sua missão. Ele era firme e ousado, proclamando destemidamente a mensagem a ele confiada...) (...Vi que Deus estava na proclamação do tempo em 1843. Era Seu desígnio suscitar o povo, e trazê-los a uma condição em que seriam provados, na qual decidiriam ou pró ou contra a verdade...) (...Alguns deixaram seus campos para fazer soar a mensagem, enquanto outros eram chamados da indústria e do comércio. E mesmo alguns profissionais foram compelidos a deixar suas profissões a fim de se empenharem na obra impopular de proclamar a mensagem do primeiro anjo.)

Claramente nos é dito que a mensagem do 1º Anjo de apocalipse 14 foi pregada no ano de 1843, essa formulação da data para os adventistas, tem como base o seu surgimento profético, ou seja, se a mensagem foi proclamada conclui-se que o movimento foi posto por Deus, surge então uma pergunta: e se a mensagem não foi proclamada conforme os ditames da profecia? Pode-se afirmar então, sem medo de errar que o movimento não foi posto por Deus, a conclusão é lógica.

Por exemplo: voltemos a apocalipse 14. 6 “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo.” Vemos claramente no verso que as mensagens angélicas de Apocalipse 14 deveriam ser proclamadas a cada nação, e tribo, e língua, e povo.

A mensagem milerita da breve volta de Cristo foi entregue a todas as nações, tribos, línguas e pessoas em 1844? Não de acordo com Joshua V. Himes. Ao lado de William Miller, Joshua Himes foi o principal líder do movimento de 1844. Ninguém estava em melhor posição para avaliar o progresso do movimento de 1844 do que Himes. Observe com atenção o que Himes escreveu após a Grande Desilusão.

"o choro do sétimo mês foi local e parcial . Estava confinado a este país." Himes continuou no artigo dizendo que o "choro" não produziu efeito algum na Europa . Himes sabia do que estava falando. Ele dirigiu esse movimento. Ele havia viajado por todo o nordeste dos Estados Unidos promovendo o movimento. Ele estava em contato com a Inglaterra. Se alguém estava em posição de avaliar o progresso do movimento, era Himes. (Joshua V. Himes, The Morning Watch, 20 de fevereiro de 1845.)

Os fatos históricos mostram que o movimento milerita estava em grande parte confinado ao nordeste dos Estados Unidos . Há poucas evidências de que alguma vez tenha penetrado muito no sul ou no oeste dos Estados Unidos, e muito menos no mundo inteiro! Havia um pequeno interesse na mensagem no sudeste do Canadá e talvez entre 2.000 e 3.000 seguidores na Grã-Bretanha. Havia um punhado de crentes em alguns lugares dispersos na Europa, mas a mensagem realmente só pegou no nordeste dos Estados Unidos, onde recebeu talvez 50.000 adeptos.

Embora a mensagem tenha sido levada a algumas estações missionárias, é uma falsidade completa afirmar que essa foi uma mensagem mundial que foi enviada a todas as nações, línguas e pessoas! Em 1844, havia aproximadamente 1.250.000.000 de pessoas vivendo na terra. Há pouca ou nenhuma evidência de que essa mensagem tenha chegado aos seguintes povos:

  • 17 milhões no sul dos EUA e oeste dos EUA / Canadá

  • 110 milhões na África (isso foi antes de David Livingstone abrir a África)

  • 36 milhões na América Latina e no Caribe

  • 800 milhões na China, Japão, Filipinas, Sudeste Asiático, Índia, Paquistão e Oriente Médio

  • 275 milhões na Rússia e no resto da Europa

Das 1,25 bilhão de pessoas no mundo, apenas aproximadamente 12 milhões no nordeste dos Estados Unidos, sudeste do Canadá e Londres tiveram a oportunidade de ouvir a pregação milerita e não há como dizer quantas delas realmente ouviram a mensagem. Portanto, menos de 1% da população mundial teve chance de ouvir a mensagem de Miller - quase todos que falavam inglês!

Mesmo no ano de 2020, a mensagem do evangelho ainda não penetrou em todos os grupos de idiomas do mundo. Como uma mensagem que alcançou menos de um por cento da população mundial - principalmente falantes de inglês - pode ser o cumprimento de uma profecia que deveria ser "aplicada a todas as nações, tribos, línguas e pessoas?

O Movimento de 1844 não poderia ter cumprido as mensagens do primeiro e do segundo anjos de Apocalipse 14, que descrevem uma mensagem mundial que atinge todas as nações, todas as línguas e todos os grupos étnicos! Assim sendo, a ideia de um movimento religioso surgindo em 1844 por vontade de Deus, se configura apenas como massa de manobra. A própria evidência testifica isso, sim, a mensagem deve ser levada a todos os povos e não 1% dos povos. Portanto, se o grupo profético não é uma realidade bíblica, muito menos seria a sua profetiza. Mt. 24. 14 “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim”.


quarta-feira, 1 de julho de 2020

A trindade está implícita no livro do apocalipse?

Os teólogos trinitários são enfáticos em afirmar que o livro de revelação (apocalipse) testifica, ou ao menos apoia a ideia da trindade. Será assim mesmo? Ap. 1. 1 “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João.”

Como o próprio verso nos diz, o livro do Apocalipse é "a revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu". Desde o primeiro versículo somos informados que Jesus não é Deus. Mas, Deus é diferenciado de Jesus. O Deus de Jesus Cristo lhe deu essa revelação. Na verdade, todo o livro vem testificar essa realidade, a saber, a diferenciação entre Jesus e Deus.

Ap. 1. 5-6 “E da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!” O verso seis é claro em dizer que Deus não é somente o pai de Jesus, mas também o seu Deus, seria estranho defender a ideia de um Deus ter um Deus no sentido estricto da palavra, não no sentido lato.

Assim sendo, o Pai é o Deus de Jesus Cristo, tanto no livro do Apocalipse como em outros livros do NT. Eles testificam muitas vezes sobre essa realidade, Jo. 20. 17 “Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.” Rm. 15. 6 “Para que concordemente e a uma voz glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.” 2ª Co. 1. 3 e 31 “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!” “O Deus e Pai do Senhor Jesus, que é eternamente bendito, sabe que não minto.”

Ef. 1. 3 e 17 “ Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo.” 1ª Pe. 1. 3 “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.” Outros versos no livro do apocalipse onde nos é mostrado o próprio Jesus se dirigindo a Deus como o seu Deus, Ap. 3. 2 “Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus.”

E isso é consolidado no verso, 12 onde, Jesus se referiu ao "meu Deus" por quatro vezes, Ap. 3. 12 “Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome”. E um fato importante deve ser destacado aqui, essas declarações ditas Por Jesus foram feitas após a sua ressurreição e assunção.

Em outras palavras, este este Cristo ressuscitado e glorificado que está à direita de Deus, diz por si mesmo que tem um Deus. Assim sendo, Jesus Cristo não apenas é distinguido do Pai no livro do Apocalipse, mas também é distinguido de Deus. O Livro do Apocalipse distingue claramente entre o Deus Todo-Poderoso, “Aquele que está sentado no trono” Ap. 4. 10-11 “os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando: Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.” E “o Cordeiro” Ap. 5. 11-12 “Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.”

Percebe-se claramente que existe uma distinção e essa sem confusão, o Cordeiro não é Deus (que está sentado no trono), Deus não é o Cordeiro que foi morto. Todos aqueles que estão ao redor do trono reverenciam a Deus, porque Ele é o Deus que tudo criou. O Cordeiro também é reverenciado, não porque ele é Deus, mas porque ele foi morto e pelo seu sangue resgatou homens para Deus, Ap. 5. 9 “E entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação.”

O livro do apocalipse nos informa, que “o Cordeiro, parado em pé, como se tivesse sido morto” refere-se a Jesus, o Messias, que foi morto, mas depois ressuscitou dentre os mortos. Deus, por outro lado, não morre e por isso não ressuscita dentre os mortos. Observe como o Cordeiro é continuamente diferenciado de Deus, que está sentado no trono. Ou seja, Deus não é o Cordeiro, e o Cordeiro não é Deus. Vejamos mais distinções: Ap. 5. 13 “Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos.”

Ap. 6. 16 “E disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro.” Ap. 7. 9 -10 “Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.”

Várias outras passagens no livro do apocalipse, fazem essa mesma distinção, entre Deus, e o Cordeiro, no entanto, nós não iremos atentar em todas elas. Ap. 22. 1-3 “Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro.” Nunca mais haverá qualquer maldição. Nela, estará o trono de Deus e do Cordeiro. Os seus servos o servirão.” Esses dois últimos versos que fazem referência a Deus e ao Cordeiro, contêm a frase “o trono de Deus e do Cordeiro”.

Alguns trinitarianos afirmam que esta frase mostra que o Cordeiro é Deus. Mas essa suposição está errada por vários motivos: Também nesses versos, Deus se distingue do Cordeiro. Quem é Deus? Ele não é o Cordeiro. O Cordeiro foi morto e ressuscitado. Deus não morreu e por isso não foi ressuscitado. A interpretação trinitariana ignora todas as outras referências no livro do Apocalipse, que também diferenciam entre Deus e o Cordeiro.

As quais afirmam que o Cordeiro tem um Deus. O Cordeiro compartilha do trono de Deus porque Deus o concedeu, Ap. 3. 21 “ Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.” Mt. 28. 18 “Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Há outras passagens testificando que Davi e Salomão se assentaram no trono de Deus. 1ª Cr. 29. 23 “Salomão assentou-se no trono do Senhor, rei, em lugar de Davi, seu pai, e prosperou; e todo o Israel lhe obedecia.” 

Mas, nem Davi, nem Salomão eram deuses, pelo fato de terem se assentado no trono de Deus para governar, eles foram representantes de Deus, no trono de Deus, como escolhidos, foram reis, ungidos por Deus. Assim sendo, foi concedido a eles sentar-se no trono de Deus, mas nem por isso podemos considerá-los como sendo Deus no sentido estricto. O mesmo aconteceu com o ressuscitado Jesus Cristo.

Está claro no livro do Apocalipse, que Jesus Cristo, o Cordeiro foi morto, mas que agora vive, o primogênito dentre os mortos, o começo da criação de Deus, não é Deus. As vezes, os trinitarianos dizem que a divindade de Cristo foi revelada aos apóstolos gradualmente ou progressivamente. Se fosse esse o caso, deveríamos encontrar o próprio Jesus apresentado-se como Deus no livro do Apocalipse, o último livro do Novo Testamento. No entanto, esse não é o caso. Em vez disso, o livro do Apocalipse distingue entre Deus e Jesus. A revelação nos diz que Deus não é Jesus e que Jesus não é Deus.



quarta-feira, 3 de junho de 2020

Deus, o criador é um Deus absoluto.

No assunto anterior, Eu disse que a cristandade tornou o Deus criador em uma verdade relativa; quando me refiro a cristandade, digo o cristianismo pós bíblico, a começar pelos pais da igreja. Recapitulando um pouco sobre o assunto, relembramos os versos onde Jesus dialogou com o escriba, Mc. 12. 28-29 “Chegando um dos escribas, tendo ouvido a discussão entre eles, vendo como Jesus lhes houvera respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o principal de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!”.

Mc. 12. 32 “Disse-lhe o escriba: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que ele é o único, e não há outro senão ele”. Vemos neste verso uma declaração importante do escriba, ele diz que é com verdade que Deus é um, de único. Interessante também a resposta de Jesus para o escriba, se Jesus fosse relativizar essa verdade essa era a hora, mas não foi assim, pelo contrário, Mc. 12. 34 “Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente, declarou-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém mais ousava interrogá-lo”.

Todo o NT. Tem atestado essa realidade, de que Deus é um, e isso no sentido estrito da palavra, não existe por parte dos apóstolos a ideia de que um é três e que três formam? um. Sabemos que a doutrina relativa de quem é Deus, passou a tomar forma com os primeiros padres da igreja, o anti-semitismo foi uma peça chave para a reinterpretação da bíblia, naqueles dias, interpretar a bíblia, principalmente o NT. De uma forma menos judaica foi primordial para os primeiros interpretes do período pós bíblico, tanto, que na sua grande maioria aqueles homens não pertenciam ao povo judeu.

Por outro lado devemos entender, que muitos judeus rejeitaram a ideia do Messias crucificado, naturalmente a igreja gentílica deveria assumir a sua função, função essa de propagação do evangelho, mas não era necessário a reinterpretação de quem ou como a partir dali seria Deus, muito menos a necessidade de se introduzir um novo Deus como conhecemos atualmente, infelizmente devido a isso temos não só um novo Deus, como também um novo “evangelho”.

Ex. 20. 3 “Não terás outros deuses diante de mim.” Essa foi a ordem expressa vinda do próprio Deus, no entanto os homens perverteram essa realidade, transformaram o “diante de mim” para o “diante de vós”; e isso pode ser visto no credo de Atanásio, o credo de Atanásio é dividido em 44 pequenos tópicos, vejamos a relativização de quem é Deus: o item 3 do credo católico diz: (A fé católica consiste em adorar um só Deus em três Pessoas e três Pessoas em um só Deus.) Ao passo que a bíblia diz: Tg. 2. 19 “Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios creem e tremem”.

Sem entrar na questão relacionada aos demônios, mas atentando somente para aquilo que diz respeito a Deus, o verso nos diz que fazemos bem em crer que Deus é um só, mas seria esse um de único ou um “um composto”? 1ª Co. 8. 6 “Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.” Este verso não deixa dúvidas, aqui nos é dito claramente que esse único Deus é o pai, não deixa margem para dúvidas e especulações, essa é a verdade.

Além disso, não só essa realidade é confirmada, como faz uma diferenciação entre Deus, no caso o pai, e o Senhorio atribuído a Jesus Cristo, a diferença está entre ser Deus, e Senhor, não, não é a mesma coisa, o senhorio atribuído a Jesus está relacionado a questão humana, mais propriamente ao domínio absoluto no novo reino. Quando disse que o cristianismo pós bíblico inseriu um novo Deus na religião, isso pode ser visto no credo de Atanásio, com relação a quem é o Deus verdadeiro, não havia nenhuma necessidade de se instituir um credo, bastava ver o que a bíblia diz, e a bíblia diz exaustivamente que Deus é um, diferente de ser um, trinitário.

Ainda com relação ao credo católico isto é, cristão nos é dito: (O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. (11) Contudo, não há três eternos, mas um eterno. (12). Portanto não há três (seres) não criados, nem três ilimitados, mas um não criado e um ilimitado). Como? Surgem duas questões interessantes, a primeira é o argumento de que os teólogos do primeiro século, por inspiração, tiveram uma visão privilegiada sobre Deus, e que nós devido a nossa insignificância não podemos compreender.

Segundo; mesmo que não possamos compreender, devemos aceitar pela fé... Bem, na verdade esses são argumentos fracos e falhos, visto que não houve inspiração nenhuma para redefinirem quem é Deus, pelo contrário, a doutrina sobre Deus já estava há muito definida, o que houve na realidade foi uma disputa interna, disputa essa objetivando definir qual credo definiria quem é Deus. E depois, aceitar uma doutrina baseada na visão filosófica de alguns homens não inspirados, não há fé que baste. Pelo contrário, deve-se fazer a mesma pergunta, faltou fé para esses homens aceitarem a revelação bíblica de quem é Deus? Sim, faltou.

Outro fato importante está relacionado com a questão numérica sobre Deus, não existe em parte alguma da bíblia ensinamentos contrários a lógica, muitos dirão: - os milagres existem... sim, mas os milagres contrariam as leis naturais que regem as criaturas, nós somos regidos pela lógica, lógica essa determinada pelo próprio Deus, assim sendo Deus não poderia estipular algo que fosse contrário a sua própria natureza, ou seja, um vai ser sempre um não três. Dt. 4. 35 “A ti te foi mostrado para que soubesses que o Senhor é Deus; nenhum outro há, senão ele.” Logo esse “Ele” se refere a um, não se refere a três para que possa significar um.

O Deus criador apresentado por toda a bíblia, é descrito literalmente como sendo um. Já o Deus relativo, que foi reinterpretado a partir do 1º século, é um Deus “que deve ser”, como assim, deve ser? Ora, nenhum teólogo por mais sábio que seja, pode garantir por meio de sua sabedoria e filosofia, que um Deus possa ser três pessoas distintas e que essas mesmas três pessoas distintas não são três deuses. É impossível tal explicação. Dn. 2. 28 “Mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça, quando estavas no teu leito, são estas”.

Muito interessante o relato de Daniel, “há um Deus no céu”. Aqui não há respaldo bíblico para interpretarmos a ideia de que existe um Deus no céu manifestado em três pessoas, seria ir contra a lógica, acreditarmos que três pessoas formam um único Deus, não conseguimos desassociar à pessoa de Deus; isso baseado no pensamento Antropomórfico, isto é associarmos Deus, com características humanas, (pessoas). O credo trinitário estipulado por Atanásio continua dizendo: O Pai não foi feito de ninguém, nem criado, nem gerado. (21) O Filho procede do Pai somente, nem feito, nem criado, mas gerado.

Segundo este credo, Jesus não foi criado, mais sim, gerado. Isto significa que o Deus da cristandade continua sendo um Deus relativo, isto pelo fato de que atualmente os teólogos trinitários contrariando o credo universal, reinterpretaram mais uma vez quem é o Deus trindade. Na atualidade, Jesus não é mais designado como sendo gerado, conforme o credo de Atanásio, segundo a reinterpretação teológica moderna, Jesus não foi feito, nem gerado, mas igualmente o pai e o Espírito Santo, ele também é eterno. O que temos na cristandade, é um Deus criado, reinterpretado por teólogos e filósofos, relativo e confuso em sua identificação.



















sexta-feira, 1 de maio de 2020

Deus, o criador, deve ser baseado na verdade absoluta.


2ª Co. 13. 8 “Porque nada podemos contra a verdade, senão em favor da própria verdade”. Este verso é interessante e muito importante, a importância dele abrange todas as áreas de nossas vidas, inclusive aquela que delineia a nossa crença. A pergunta a se fazer é: o que é a verdade? É uma pergunta muito simples. Obviamente, responder não é tão simples. Podemos oferecer definições como "A verdade é aquela que está de acordo com a realidade, ou fato". Mas essa definição básica não está completa porque está aberta à interpretação e a uma ampla variedade de aplicações. O que é realidade? O que é fato? E assim por diante.

Para que a verdade seja definida adequadamente, teria que ser uma declaração factual e lógica correta. Em outras palavras, teria que ser verdade. Mas, talvez pudéssemos olhar mais longe a verdade, determinando o que não é. Verdade não é erro. A verdade não é auto-contraditória. Verdade não é engano. Certamente, pode ser verdade que alguém está sendo enganado, mas o engano em si não é verdade.

Dentro do contexto bíblico podemos encontrar verdades relativas? Sim, podemos, 2ª Cr. 9. 28 “Importavam-se cavalos para Salomão, do Egito e de todas as terras.” A visão de todas as terras do autor do texto, não é a mesma visão que temos do mundo na atualidade, por isso a realidade neste contexto é relativa, o mesmo pode ser entendido no que se refere ao conhecimento astronômico dos dias bíblicos, Js. 10. 13 “E o sol se deteve, e a lua parou até que o povo se vingou de seus inimigos. Não está isto escrito no Livro dos Justos? O sol, pois, se deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro”.

O pensamento geocêntrico era uma verdade para as pessoas dos dias bíblicos, no entanto não é mais uma realidade para os nossos dias. O mesmo acontecia com as pessoas doentes naqueles dias, a verdade que permeava a mentalidade da época era que os doentes estavam possuídos, por que era assim? A doença geralmente não é visível ou palpável, assim sendo era algo espiritual que acometia o indivíduo, portanto, neste aspecto a verdade para eles não é a mesma para nós.

A grande questão a ser analisada está no fato de que esses detalhes não torna o relato bíblico uma mentira, a crença destacada nesses casos (toda a terra, o sol se deter, as doenças serem manifestações de espíritos) é uma crença baseada na tradição e na falta de conhecimento, lembrando sempre que não foi objetivo da bíblia ir contra a linguagem e conhecimentos da época. Outro fato é que essas verdades relativas não ferem a espiritualidade nem mesmo a divindade. Não podemos considerar esses itens como sendo doutrinários, pelo contrário.

Mas, as pessoas podem questionar dizendo, se a bíblia testifica que os demônios foram e são as causas das doenças, então naturalmente ela está se contradizendo... mas isso não é uma realidade doutrinária e sim uma realidade para época, no que diz respeito a questão teológica e mesmo doutrinária, a bíblia não apoia o dualismo, ou seja, um ser espiritual disputando com Deus, ao menos três versos bíblicos clareia essa questão, Is. 40. 18 “Com quem comparareis a Deus? Ou que coisa semelhante confrontareis com ele?”

Is. 40. 25 “A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? — diz o Santo”. Is. 46. 5 “A quem me comparareis para que eu lhe seja igual? E que coisa semelhante confrontareis comigo?” Percebe-se nestes versos o próprio Deus jogando por terra a questão do dualismo. Assim sendo, percebemos que a verdade relativa encontrada na bíblia, está interligada com as interpretações sugeridas e tidas como realidade da época, no entanto, tal interpretação e pensamento não fere a questão teológica principal, ou seja, Deus. 

O questionamento levantado para o Deus da bíblia, sua autoridade e sua criação, não pode surgir de pessoas que professam crer na bíblia, quando os céticos em todas as variantes fazem isso, pode ser visto como algo natural, haja vista que o objetivo deles é desacreditar a bíblia perante uma sociedade afetada pelo materialismo, mas quando ao longo dos séculos vemos pessoas reinterpretando a teologia, essa ciência ou estudo que se ocupa de Deus, de sua natureza e seus atributos, contribui para relativizar a verdade sobre quem é Deus.

A bíblia precisa ser interpretada? Naturalmente! No entanto, o mesmo não pode ser dito sobre quem é Deus. Ou pelo menos, não podemos reinterpretar aquilo que a própria bíblia testifica de quem seja Deus. Por exemplo, vimos a cima, nos versos de Isaías, a bíblia dizendo que não existe um concorrente para Deus, jogando por terra a crença no dualismo pagão, tão difundido e defendido pela maioria das denominações cristãs.

A bíblia também nos apresenta uma fartura de versos dizendo que Deus é um, Is. 44. 24 “Assim diz o Senhor, que te redime, o mesmo que te formou desde o ventre materno: Eu sou o Senhor, que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus e sozinho espraiei a terra”. Lc. 18. 19 “Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus.” Gl. 3. 20 “Ora, o mediador não é de um, mas Deus é um.” Rm. 16. 27 “Ao Deus único e sábio seja dada glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém!”

Paulo, Jesus, Isaías, não foram eles que elaboraram tal descrição, de que Deus é um, essa informação é bem anterior, alias, foi dita pelo próprio Deus, Ex. 20. 3 “Não terás outros deuses diante de mim”. Segundo a língua portuguesa, o pronome oblíquo mim, refere-se a 1ª pessoa do singular (eu) : mim, comigo. Quando Deus disse, (Mim), obvio que Ele não estava tratando da primeira pessoa do plural, que seria: nós, conosco, ou seja, Ele não disse, “diante de nós”.

Outro fato interessante é que desde essa declaração pós êxodo, passaram-se vários anos, e sempre, cada personagem bíblico em sua época sustentaram a unicidade de Deus, percebe-se claramente que para os escritores bíblicos tal unicidade de Deus já era algo definido determinado e terminado, outra questão importante foi que nenhum deles tentaram reinterpretar quem era Deus, fica evidente que Deus se auto revelou, não foi necessário um interpretação para poder entender quem é Deus.

É evidente por toda a bíblia que Deus é um. Não podemos dizer o mesmo da teologia cristã pós bíblica. Os primeiros teólogos da era cristã mudaram o entendimento daquilo que a bíblia diz ser Deus. Para eles, Deus continua sendo um, porém, esse um, é compartilhado por três, eles continuam insistindo, não importa, esse três deve ser entendido como sendo um. A pergunta a se fazer é: não estaria esses mesmos teólogos transformando a verdade de Deus em uma verdade relativa? Naturalmente!

Se por milhares de anos Deus foi descrito como sendo um ou uma unicidade, logo, se alguém diz que ele não é tão um conforme a bíblia assim o diz, então naturalmente a verdade dessa unicidade é relativa. Mas, não é esse o ensino bíblico, pelo contrário, combatendo essa aparente relatividade, vejamos os seguintes versos: Mc. 12. 28-29 “Chegando um dos escribas, tendo ouvido a discussão entre eles, vendo como Jesus lhes houvera respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o principal de todos os mandamentos?


Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor!” O interessante é que a pergunta feita pelo escriba, foi direcionada justamente para aquele que os teólogos trinitarianos dizem ser Deus, mas o próprio Jesus desmente essa tentativa de relativizar a verdade sobre o único Deus, Mc. 12. 32 “Disse-lhe o escriba: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que ele é o único, e não há outro senão ele”. Vemos neste verso uma declaração importante do escriba, ele diz que é com verdade que Deus é um, de único.

A outra questão está na resposta de Jesus para o escriba, se Jesus fosse relativizar essa verdade essa era a hora, mas não foi assim, pelo contrário, Mc. 12. 34 “Vendo Jesus que ele havia respondido sabiamente, declarou-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém mais ousava interrogá-lo.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

A antiga aliança não foi feita com todos os povos.


As igrejas cristãs em geral, tem ensinado ao longo dos séculos sobre a grande importância do nosso Senhor Jesus Cristo. E essa importância pode ser resumida nos escritos do profeta Isaías, Is. 49. 6 “Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra.” Neste verso relacionado ao Messias prometido, nós encontramos ao menos, duas questões teológicas muito expressivas.

A primeira questão refere-se a salvação até a extremidade da terra. Sabemos pela bíblia, que os judeus foram escolhidos por Deus, com o intuito de serem os portadores da primeira aliança, Ex. 24. 8 e 12 “Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas palavras. Então, disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que escrevi, para os ensinares.”

Percebemos aqui uma questão muito importante no verso, (para os ensinares). Naturalmente quando alguém é ensinado sobre algo, significa que tal pessoa não possui conhecimento pleno ou mesmo básico, daquilo que lhe está sendo ensinado, com relação a vontade de Deus para o povo hebreu é exatamente isso que a bíblia está nos dizendo, o povo que saiu do Egito, não conhecia a vontade de Deus, Dt. 5. 2-3 “O Senhor, nosso Deus, fez aliança conosco em Horebe. Não foi com nossos pais que fez o Senhor esta aliança, e sim conosco, todos os que, hoje, aqui estamos vivos.”

E o mais interessante é que não só os judeus desconheciam a vontade de Deus, antes, e mesmo após Deus ter feito a primeira aliança com eles, os outros povos continuaram na ignorância com relação a Deus e a sua vontade, Sl. 147. 19-20 “Mostra a sua palavra a Jacó, as suas leis e os seus preceitos, a Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação; todas ignoram os seus preceitos. Aleluia!” O NT. Confirma essa realidade, Ef. 2. 11-12 “Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.

Estes versos de Efésios confirmam exatamente Isaías 49, onde lemos a profecia de que o Messias seria à luz para os gentios, baseado nos versos lidos, referentes a antiga aliança vemos a importância do Senhor Jesus Cristo para nós os gentios; não tínhamos nenhum conhecimento do Deus criador e muito menos daquilo que é exigido para nós. Outro fato importante destacado por Isaías é que Ele, o Messias, foi posto por Deus para ser a salvação até a extremidade da terra, e essa salvação foi ratificada pela morte e consumada quando Deus o ressuscitou dos mortos.

E ser luz dos povos é ser o guia daqueles que foram chamados a salvação, notem que luz dos povos deve ser entendido como: mostrar, clarear, guiar aqueles que anteriormente não tinham conhecimento de Deus. E aqui entra algo bastante importante, sobretudo para as denominações religiosas que dizem que Deus nos instruiu por meio do AT. Entre outras coisas a não comermos “isso ou aquilo” por causar mal a saúde. 

Ora, realmente a bíblia diz no AT. Que os judeus e exclusivamente eles, visto que toda a antiga aliança foi escrita para eles, não deveriam usar certos tipos de alimentos considerados imundos, no entanto ela não diz absolutamente nada sobre a saúde, e muito menos de que o gentio deveria participar de tal restrição. Não é meu interesse estimular o que alguém deve ou não comer, não ganho nem perco nada com isso, o meu objetivo é analisar pela bíblia o que ela testifica de verdade a esse respeito.

Que a aliança do AT. Não foi direcionada aos povos, isso é comprovado pelos versos lidos acima, assim sendo, a lei dietética estava integrada dentro da antiga aliança. Logo, não é justificável que alguns líderes denominacional venham dizer que o Covid 19 foi disseminado pelo fato dos chineses comerem o que é proibido pela bíblia. Primeiramente há de convir que Deus não estabeleceu nenhuma aliança particular com os chineses, assim como estabeleceu com os judeus, atualmente os chineses como todos os outros povos estão de baixo da misericórdia de Deus, isso por meio de Jesus Cristo baseado na nova aliança. 

Não quero entrar na questão daquilo que os chineses consideram alimento, vale a pena ressaltar o fato de que se Deus não instituiu uma aliança particular com nenhum outro povo exceto Israel, logo não existe uma norma alimentícia, legal, escrita para eles, assim como existe para os judeus. 

Para os outros povos, os que aderiram a nova aliança existem mandamentos, que direciona o principio e a espiritualidade do convertido, At. 15. 19-20 “Pelo que, julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue.”

Existem claro, muitos outros versos que devem reger a conduta do cristão e que na grande maioria não é colocado em prática, quer seja por incapacidade espiritual ou mesmo por negligência e Eu me incluo nesse grupo, mas devemos atentar para o verso 19 onde diz: “que, dentre os gentios, se convertem a Deus”. Essa é a questão, (com relação a China o cristianismo existe na região desde pelo menos o século VII, e conquistou alguma influência nos últimos 200 anos.

O crescimento da fé vem sendo particularmente significante desde a diminuição das restrições sobre a religião feitas pela República Popular da China desde a década de 1970. As práticas religiosas ainda são controladas com firmeza pelas autoridades governamentais; apenas chineses com mais de 18 anos de idade que residam no país recebem a permissão de se envolver em encontros cristãos sancionados oficialmente pelo Conselho Cristão da China). Fonte: Wikipédia.

Assim sendo, não existe como exigir dos chineses uma prática culinária nos moldes ocidentais, outros fatores também contribui para uma forma de se alimentar diferente da nossa... Naturalmente nós ocidentais e principalmente cristãos, jamais iremos comer ratos, morcegos e aranhas, algo imundo para os judeus e repugnante para os cristãos, mas acredito que a falta de conhecimento de praticas simples, como por exemplo, cozinhar bem o alimento, ou não ingerir certas coisas cruas traria um bem maior para a saúde.

Voltemos a questão anterior, Jesus veio revelar a vontade de Deus para os povos, algo que não era compartilhado conosco, as leis dietéticas do AT. Não se refere a lei de saúde, mas sim uma lei cerimonial, demonstrando naquela época, que os judeus e suas práticas, eram limpas, puras, ao passo que os gentios e suas práticas, eram consideradas sujas e impuras, Lv. 10. 10 “Para fazerdes diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo.