quarta-feira, 1 de abril de 2020

A antiga aliança não foi feita com todos os povos.


As igrejas cristãs em geral, tem ensinado ao longo dos séculos sobre a grande importância do nosso Senhor Jesus Cristo. E essa importância pode ser resumida nos escritos do profeta Isaías, Is. 49. 6 “Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra.” Neste verso relacionado ao Messias prometido, nós encontramos ao menos, duas questões teológicas muito expressivas.

A primeira questão refere-se a salvação até a extremidade da terra. Sabemos pela bíblia, que os judeus foram escolhidos por Deus, com o intuito de serem os portadores da primeira aliança, Ex. 24. 8 e 12 “Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor fez convosco a respeito de todas estas palavras. Então, disse o Senhor a Moisés: Sobe a mim, ao monte, e fica lá; dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei, e os mandamentos que escrevi, para os ensinares.”

Percebemos aqui uma questão muito importante no verso, (para os ensinares). Naturalmente quando alguém é ensinado sobre algo, significa que tal pessoa não possui conhecimento pleno ou mesmo básico, daquilo que lhe está sendo ensinado, com relação a vontade de Deus para o povo hebreu é exatamente isso que a bíblia está nos dizendo, o povo que saiu do Egito, não conhecia a vontade de Deus, Dt. 5. 2-3 “O Senhor, nosso Deus, fez aliança conosco em Horebe. Não foi com nossos pais que fez o Senhor esta aliança, e sim conosco, todos os que, hoje, aqui estamos vivos.”

E o mais interessante é que não só os judeus desconheciam a vontade de Deus, antes, e mesmo após Deus ter feito a primeira aliança com eles, os outros povos continuaram na ignorância com relação a Deus e a sua vontade, Sl. 147. 19-20 “Mostra a sua palavra a Jacó, as suas leis e os seus preceitos, a Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação; todas ignoram os seus preceitos. Aleluia!” O NT. Confirma essa realidade, Ef. 2. 11-12 “Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo.

Estes versos de Efésios confirmam exatamente Isaías 49, onde lemos a profecia de que o Messias seria à luz para os gentios, baseado nos versos lidos, referentes a antiga aliança vemos a importância do Senhor Jesus Cristo para nós os gentios; não tínhamos nenhum conhecimento do Deus criador e muito menos daquilo que é exigido para nós. Outro fato importante destacado por Isaías é que Ele, o Messias, foi posto por Deus para ser a salvação até a extremidade da terra, e essa salvação foi ratificada pela morte e consumada quando Deus o ressuscitou dos mortos.

E ser luz dos povos é ser o guia daqueles que foram chamados a salvação, notem que luz dos povos deve ser entendido como: mostrar, clarear, guiar aqueles que anteriormente não tinham conhecimento de Deus. E aqui entra algo bastante importante, sobretudo para as denominações religiosas que dizem que Deus nos instruiu por meio do AT. Entre outras coisas a não comermos “isso ou aquilo” por causar mal a saúde. 

Ora, realmente a bíblia diz no AT. Que os judeus e exclusivamente eles, visto que toda a antiga aliança foi escrita para eles, não deveriam usar certos tipos de alimentos considerados imundos, no entanto ela não diz absolutamente nada sobre a saúde, e muito menos de que o gentio deveria participar de tal restrição. Não é meu interesse estimular o que alguém deve ou não comer, não ganho nem perco nada com isso, o meu objetivo é analisar pela bíblia o que ela testifica de verdade a esse respeito.

Que a aliança do AT. Não foi direcionada aos povos, isso é comprovado pelos versos lidos acima, assim sendo, a lei dietética estava integrada dentro da antiga aliança. Logo, não é justificável que alguns líderes denominacional venham dizer que o Covid 19 foi disseminado pelo fato dos chineses comerem o que é proibido pela bíblia. Primeiramente há de convir que Deus não estabeleceu nenhuma aliança particular com os chineses, assim como estabeleceu com os judeus, atualmente os chineses como todos os outros povos estão de baixo da misericórdia de Deus, isso por meio de Jesus Cristo baseado na nova aliança. 

Não quero entrar na questão daquilo que os chineses consideram alimento, vale a pena ressaltar o fato de que se Deus não instituiu uma aliança particular com nenhum outro povo exceto Israel, logo não existe uma norma alimentícia, legal, escrita para eles, assim como existe para os judeus. 

Para os outros povos, os que aderiram a nova aliança existem mandamentos, que direciona o principio e a espiritualidade do convertido, At. 15. 19-20 “Pelo que, julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue.”

Existem claro, muitos outros versos que devem reger a conduta do cristão e que na grande maioria não é colocado em prática, quer seja por incapacidade espiritual ou mesmo por negligência e Eu me incluo nesse grupo, mas devemos atentar para o verso 19 onde diz: “que, dentre os gentios, se convertem a Deus”. Essa é a questão, (com relação a China o cristianismo existe na região desde pelo menos o século VII, e conquistou alguma influência nos últimos 200 anos.

O crescimento da fé vem sendo particularmente significante desde a diminuição das restrições sobre a religião feitas pela República Popular da China desde a década de 1970. As práticas religiosas ainda são controladas com firmeza pelas autoridades governamentais; apenas chineses com mais de 18 anos de idade que residam no país recebem a permissão de se envolver em encontros cristãos sancionados oficialmente pelo Conselho Cristão da China). Fonte: Wikipédia.

Assim sendo, não existe como exigir dos chineses uma prática culinária nos moldes ocidentais, outros fatores também contribui para uma forma de se alimentar diferente da nossa... Naturalmente nós ocidentais e principalmente cristãos, jamais iremos comer ratos, morcegos e aranhas, algo imundo para os judeus e repugnante para os cristãos, mas acredito que a falta de conhecimento de praticas simples, como por exemplo, cozinhar bem o alimento, ou não ingerir certas coisas cruas traria um bem maior para a saúde.

Voltemos a questão anterior, Jesus veio revelar a vontade de Deus para os povos, algo que não era compartilhado conosco, as leis dietéticas do AT. Não se refere a lei de saúde, mas sim uma lei cerimonial, demonstrando naquela época, que os judeus e suas práticas, eram limpas, puras, ao passo que os gentios e suas práticas, eram consideradas sujas e impuras, Lv. 10. 10 “Para fazerdes diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo.