domingo, 1 de março de 2020

O surgimento do adventismo e a doutrina da porta fechada.


Mt. 25. 10 “E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta.” Esse texto é a base do assunto que trataremos a seguir, falaremos sobre a porta fechada, assunto que por vários anos foi ensinado nos primórdios do adventismo, isso mesmo, foi ensinado, atualmente não é mais. Por vários anos esse assunto foi de grande importância para o movimento profético, isto é: para a igreja que estava surgindo como a restauradora da verdade.

Será que existe realmente uma espécie de intriga por parte daqueles que analisam as questões concernentes ao adventismo? Existe um argumento no meio do adventismo, onde é dito que aqueles que saíram de suas fileiras são pessoas, rixosas, intrigueiras, e, ou iludidas pelo “inimigo”. Seria isso mesmo? Ou existe por parte de muitos que se converteram do adventismo uma tentativa para tentar externar e mostrar os erros da denominação?

O adventismo propaga aos quatro ventos que é a única denominação religiosa do meio cristão que possui toda a verdade acerca da bíblia. Argumentam ainda que essa verdade está baseada em alguns princípios, entre os quais estão: a questão do santuário, os conselhos sobre saúde, a guarda dos mandamentos, a orientação profetica, e o surgimento denominacional com dia marcado.

Todas essas prerrogativas foram e são imperativas no meio do adventismo, por exemplo: a questão do santuário define o surgimento do adventismo como denominação escolhida por Deus. O mesmo se dá com relação a “guarda” dos mandamentos; para eles, a data marcada para o surgimento da denominação é apenas uma manifestação do plano de Deus para o surgimento de sua igreja.

Mediante isso os incautos caem na armadilha do movimento profetico, e as pessoas são doutrinadas de tal forma a ver somente o que interessa a denominação, os instrutores dos néscio argumentam incessantemente de que a denominação veio a existência por vontade absoluta de Deus. Mas a grande questão é, são imparciais os adventistas? O outro lado da moeda é mostrado? Infelizmente não.

Por exemplo: é fato que a questão do surgimento do adventismo em 22 de outubro de 1844 ser baseado nas visões e informações de Ellen G White não procede; no livro O Grande Conflito na pág. 400 ela diz: “O décimo dia do sétimo mês, o grande dia da expiação, tempo da purificação do santuário, que no ano de 1844 caía no dia 22 de outubro”... como a questão da purificação do santuário é referente ao calendário judaico basta fazer uma conversão, e ao contrário do que disse E. G. W. o dia 10 do sétimo mês de 1844 não foi em 22 de outubro, mais sim 2ª feira 23 de setembro de 1844.

Vemos aí um erro crasso, grosseiro, algo que não poderia ter surgido de uma profetiza, assim sendo o surgimento do adventismo, ou surgimento profético, foi baseado por meio de adaptações dos textos bíblicos, e todas essas adaptações tem um contexto formulado, como exemplo vimos a questão do dia da expiação; existe também os 2300 dias os quais foi adaptado para 2300 anos e existe na história do adventismo a questão da porta fechada. Questão essa que não é divulgada atualmente no meio do adventismo.

O que seria isso? Mt. 25. 1-2 “Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo. Cinco dentre elas eram néscias, e cinco, prudentes.” segundo a interpretação do movimento profetico as cinco virgens prudentes foram aqueles que abraçaram a causa do advento, ou seja, esperavam a volta de Jesus, já as cinco néscias foram os crentes, que a princípio simpatizaram com a ideia propagada por Guilherme Miller, contudo não eram tidas como prudentes.

E porque elas não eram prudentes? Pelo fato de não terem levado azeite em suas lâmpadas, Mt. 25. 3 “As néscias, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo.” A interpretação dada pelo movimento profetico foi que Jesus não veio no dia marcado no momento esperado, e para isso eles se valem do seguinte verso, Mt. 25. 5 “E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram.”

O fato do verso bíblico dizer que a volta de Jesus foi retardada, caiu como luva para a interpretação do movimento profetico, mas como os versos a seguir de Mateus descrevem a chegada do noivo eles adaptaram a sua maneira, a fim de que a profecia assegurasse o surgimento do movimento profetico, O fato do verso cinco dizer que o noivo tardou a sua vinda, foi para o movimento do advento o que renovou a esperança de sua decepção. Quando Cristo não retornou como era esperado pelo movimento profetico em 1844, houve grande confusão entre os seguidores de Guilherme Miller.

A maioria dos mileritas retornaram às suas antigas igrejas, mas outros se recusaram a retornar. Para alguns, era muito humilhante. Para outros, os obstáculos eram grandes demais. Então, essas pessoas se uniram em vários grupos, entre eles, as Testemunhas de Jeová, a Igreja de Deus (do sétimo dia). Foi no grupo que mais tarde se tornou a Igreja Adventista do Sétimo Dia que o ensino da "porta fechada" se desenvolveu. Esses adventistas acreditavam firmemente que haviam dado o "clamor da meia-noite"

Mt. 25. 6-9 “Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro! Então, se levantaram todas aquelas virgens e prepararam as suas lâmpadas. E as néscias disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão-se apagando. Mas as prudentes responderam: Não, para que não nos falte a nós e a vós outras! Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o.” Para eles, Jesus o noivo, veio à "ceia das bodas" em 22 de outubro de 1844.

Não a terra como anteriormente esperavam, porém Ele mudou-se do Lugar Santo para o Lugar Santíssimo, isso no céu. Ao fazer assim, Cristo fechou a porta da salvação a todos, exceto aos crentes do Advento que haviam se juntado ao movimento de Guilherme Miller. Eles acreditavam que Jesus estava "fechado" com Seu povo especial, preparando-os para receber em Seu reino. Eles acreditavam que desde 22 de outubro de 1844, Cristo estava ministrando apenas a Israel (os crentes do Advento). Eles ensinaram que Cristo estava testando Seus filhos em certos pontos da verdade, como o sábado do sétimo dia, e que o trabalho deles, do movimento do advento, para a salvação de outros estava terminado.

A seguir algumas declarações de E. G. W sobre a questão da porta fechada, Ela diz: “Sábado, 24 de março de 1849, tivemos uma reunião agradável e muito interessante com os Irmãos em Topsham. O Espírito Santo foi derramado sobre nós e fui levado no Espírito, à cidade do Deus vivo. Ali me foi mostrado que os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, relativos à porta fechada, não podiam ser separados, e que o tempo para os mandamentos de Deus brilharem, com toda a sua importância, e para o povo de Deus ser provado na verdade do sábado.

Foi quando a porta foi aberta no Lugar Santíssimo do Santuário Celestial, onde a Arca ou seja, contendo os dez mandamentos. Esta porta não foi aberta até que a mediação de Jesus terminou no Santo Lugar do Santuário em 1844. Então, Jesus se levantou e fechou a porta no Santo Lugar, e abriu a porta no Santíssimo, e passou por dentro. o segundo véu, onde ele agora está ao lado da arca; e onde a fé de Israel agora alcança”. Israel para Ela era o movimento do advento. Ela continua:

Vi que o presente teste no sábado não poderia acontecer até que a mediação de Jesus no Santo Lugar estivesse terminado; e ele passara dentro do segundo véu; portanto, os cristãos que adormeceram antes da porta ser aberta no Santíssimo, quando o clamor da meia-noite terminou, no sétimo mês de 1844”. O clamor da meia noite refere-se a Mateus 25. E por que eles interpretaram assim Mt. 25. 10 “E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta.”

Mais declarações sobre a porta fechada da salvação: “Vi que os misteriosos sinais e maravilhas e falsas reformas aumentariam e se espalhariam. As reformas que me foram mostradas não foram reformas do erro à verdade; mas de mal a pior; para aqueles que professavam uma mudança de coração, apenas vestiam sobre eles uma roupa religiosa, que encobria a iniqüidade de um coração perverso. Alguns pareciam ter sido realmente convertidos, de modo a enganar o povo de Deus; mas se seus corações pudessem ser vistos, eles pareceriam mais negros do que nunca. Meu anjo acompanhante me pediu que procurasse o sofrimento da alma pelos pecadores, como costumava ser. Eu olhei, mas não pude ver; pois o tempo para a salvação deles era passado”.

O tempo de salvação deles estava no passado, para ela a porta da salvação estava fechada. Outra declaração dela: “Pois sabemos que o dono da casa se levantou em 1844 e fechou a porta do primeiro apartamento do tabernáculo celestial; e agora esperamos certamente que eles "irão com seus rebanhos", "buscarão o Senhor; mas não o encontrarão; ele se retirou (dentro do segundo véu) deles". O Senhor me mostrou que o poder que está com eles é uma mera influência humana, e não o poder de Deus”.

* Revista, Verdade Presente, 1849.