quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Tentação de Jesus no Deserto.



Quem ou o quê é o diabo que tentou o Senhor Jesus Cristo no deserto?  A idéia popular prevalecente é que o diabo que tentou Cristo foi e é uma pessoa – uma poderosa, corporização do mal. Uma leitura rápida dos registros de Mateus, Marcos e Lucas parece prover suporte para esta idéia. Existe um diálogo entre o diabo e o Senhor Jesus. O diabo sugere que seria vantajoso para Jesus fazer certas coisas que são contrárias à vontade de Deus. Jesus repudia essas sugestões, e o diabo vai embora.

Uma leitura cuidadosa, no entanto, revela um número de dificuldades. Primeiro, existem dificuldades em relação às circunstâncias da tentação. É dito expressamente em Mateus, Marcos e Lucas, que a tentação teve lugar no deserto. Assim afirma Marcos: 1: 12-13. No entanto em uma das tentações o Senhor Jesus é levado até ao pináculo do templo, em Jerusalém. Jerusalém não estava situada no deserto. Lc. 4: 5. É-nos dito que o diabo levou Jesus até um alto monte, e mostrou-lhe todos os reinos do mundo num instante de tempo. Existe, ou existiu no deserto ou fora dele, uma montanha de onde todos os reinos pudessem ser vistos de uma vez? Quase que se pode ouvir a reprimenda de que estas coisas estão escritas, e temos que acreditar nelas. Verdade; mas talvez possam ser entendidas de outra forma.

Mas as dificuldades ainda não terminaram. Existem objeções mais sérias contra o ponto de vista de que todos os detalhes devem ser entendidos literalmente, e que o diabo é uma pessoa. Considere a tentação em relação ao pináculo do templo. A partir dos Evangelhos aprendemos que o Senhor detestava tudo o que se opunha à vontade do Seu Pai. Com vista nisto, será que podemos imaginá-lo seguindo com resignação a trás deste perigoso inimigo até Jerusalém, e até ao templo? Podemos visualizá-los ambos subindo ao pináculo? Será que visualizamos Jesus lá à beira de cair? Será que o Senhor permitiria um tentador maligno trazê-lo até esse ponto sem que antes tenha dito, Não? Fazer tais concessões a um tentador certamente não seria consistente com o que lemos sobre o caráter de Jesus.

Ainda, pense na tentação de se curvar diante do diabo, e receber todos os reinos do mundo. Imagine que alguém importante e poderosa fizesse esta a oferta a nós. Como reagiríamos? Não importa quão grande seria o tentador, saberíamos que ele não estava numa posição de cumprir tal promessa. A tentação não seria real. Seria para nós mais uma anedota do que uma promessa real. Certamente Jesus, que tinha tanto respeito pela Palavra de Deus, e que sabia muito bem que “do Senhor é a terra e a sua plenitude”, não seria nem no menor grau tentado por qualquer impostor (pois seria um impostor) que lhe fizesse uma oferta extravagante e impossível de se cumprir como essa.

A Destruição do Diabo no Calvário

Qualquer interpretação das Escrituras que não faz sentido deve ser rejeitada. Temos que ver se a tentação no deserto pode ser entendida de uma maneira que faça sentido. Mas antes de fazer isso, primeiro queremos examinar outra passagem que nos pode ajudar. Ao passo que Jesus resistiu ao diabo no deserto (não importa como isso seja entendido), ele destruiu o diabo quando foi crucificado. Hb. 2: 14 declara: Esta passagem diz-nos que porque “os filhos” (ou seja, os que são salvos em Cristo, como se vê nos versículos anteriores) são criaturas de carne e sangue, Cristo também teve uma natureza semelhante à deles. Porque veio ele com a nossa natureza? Para poder morrer. E porque era necessário que ele morresse? Para que, pela morte, destruísse o diabo.

Suponha que a idéia popular seja verdadeira, e que o diabo é um ser maligno poderoso. É razoável supor que Jesus Cristo teria que vir com a nossa débil natureza humana e morrer na cruz para destruir esse monstro? Como poderia a morte de Cristo ter o efeito da destruição desta suprema corporização do mal – se o diabo deve ser visto como tal? E se a morte de Cristo era para o propósito de destruir um monstro, não estaria morto o monstro agora? Aqui se pode ver que é necessária outra explicação. É necessária uma definição do diabo que faça sentido a par dos relatos da tentação que se encontram nos Evangelhos, e da passagem citada de Hebreus. Pode essa definição ser encontrada?

Desejos que Vão Contra a Vontade de Deus

Alega-se que a seguinte definição remove os problemas: o diabo é um símbolo dos desejos humanos que vão contra a vontade de Deus. Não existe falta de apoio bíblico para esta definição. O nosso propósito imediato, no entanto, deve ser; como esta definição encaixa no relato da tentação no deserto, e no ensinamento de Hebreus 2: 14.

O diabo que tentou o Senhor Jesus era os seus próprios desejos humanos. Essa é a proposição que devemos examinar agora. Praticamente não é preciso mencionar que existe um grande conjunto de evidências, particularmente em Hebreus, de que o Senhor Jesus possuía uma natureza como a nossa. Novamente nos referimos a Hebreus 2: 14 – à primeira parte do versículo: “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou...” As palavras, “também”, e “ele” e “igualmente” foram escolhidas para sublinhar o fato de que o Senhor Jesus realmente possuía uma natureza como a nossa. No versículo 17 do mesmo capítulo repete este mesmo ponto: “Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos”; e Hebreus 4: 15 diz que “foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado”. Não desonramos Cristo quando dizemos que ele foi tentado como nós somos. Damos-lhe ainda mais honra, porque reconhecemos que, embora ele tivesse sido tentado como nós o somos, ele nunca pecou. Nisto ele foi único.

Agora tentemos resolver os detalhes da tentação no deserto. Imediatamente depois do seu batismo, o Senhor Jesus recebeu o Espírito Santo e ouviu uma voz do céu dizendo, “Este é o meu filho amado, em quem me comprazo”. Estes novos poderes, e este novo estatuto anunciado, abriram possibilidades tanto excitantes como perigosas. Embora a sua vida tenha sido, até este ponto, uma preparação, esta nova situação requeria um curso curto e intensivo de preparação. Este tomou a forma de tentações onde as possibilidades desta nova situação foram exploradas ao máximo. Duas vezes as tentações foram apresentadas pelas seguintes palavras, “Se és o Filho de Deus”; e duas vezes, pelo menos, a sugestão foi feita que estes poderes acabados de receber poderiam ser usados para motivos egoístas. 

O Senhor Jesus Cristo tinha estado quarenta dias sem comida. Naturalmente, ele sentia muita fome e os seus pensamentos eram como iria encontrar comida. Quarenta dias antes ele tinha ouvido Deus chamando-lhe de Seu Filho; e tinha recebido novos poderes maravilhosos. Se ele era realmente o Filho de Deus, e se, como tal, ele possuía estes poderes, isto seria uma ocasião para agir. Tentativamente e reverentemente, tentamos pensar que com que tipos de pensamentos o nosso Senhor teve que lutar: “Tu és o Filho de Deus; tu vieste para fazer a vontade do teu Pai, tens que viver. Se é para viveres, tens que comer. E se tens que comer tem que produzir comida, porque não existe nenhuma neste deserto. 

Tu tens que usar os teus poderes milagrosos e transformar estas pedras em pão, e garantir assim que continuarás vivo para fazer a vontade de Deus”. Teria sido fatalmente fácil para alguém com a nossa carne e sangue raciocinar dessa maneira. E teria sido fatalmente fácil sucumbir a tais pensamentos. Mas se o Senhor Jesus tivesse sucumbido a isso, teria sido pecado, e a tragédia do Éden teria acontecido novamente com conseqüência irrevogáveis.

É difícil de imaginar o Senhor seguindo um tentador até ao pináculo do templo; mas é fácil imaginar os seus pensamentos tendo sido levados até esse lugar. “Se és o Filho de Deus”, ele poderá ter pensado para si mesmo, “porque não dar aos homens uma prova desse fato? Isso garantiria o sucesso da tua obra para Deus, e Deus seria glorificado. Atira-te daí abaixo!”

É difícil imaginar Jesus literalmente subindo a um monte do qual todos os reinos do mundo pudessem ser visto num momento de tempo. Mas é fácil imaginar, ele ascendendo, em sua imaginação, a um ponto de vantagem do qual poderia ver o grande reino que o seu Pai lhe prometera. Sim, foi-lhe prometido, e agora estava ao seu alcance, pois ele tinha grande poder. Se ele tomasse a posse do mundo agora, o propósito final de Deus se cumpriria, e a dor e vergonha da crucificação seriam evitadas. A idéia era atrativa. Tudo o que tinha que fazer era curvar-se perante si mesmo – e o reino seria seu!

A tensão deste tipo era real. Era uma batalha entre a carne e o espírito, e o espírito prevaleceu. O valor desta vivência era imenso, porque isto apresentou a Jesus a tentações que se poderiam apresentar de um modo mais sutil durante o seu ministério.

A Tentação se Repete

Em Lucas 4 – o capítulo que descreve a tentação – está registrado que a multidão enfurecida em Nazaré tentou jogar Jesus de um precipício. Quão fácil teria sido submeter-se a isso, e deixar que eles o jogassem de lá para baixo. Então eles ficariam pasmados ao vê-lo ser gentilmente carregado pelos anjos. A tentação era sutil, porque isto não era algo que ele tivesse planeado antes. As circunstâncias levaram-no a esta situação, e certamente Deus estava dirigindo as circunstâncias dele. 

Mas o seu pensamento já tinha sido exercitado sobre este tipo de situação no deserto. Ele sabia que qualquer demonstração desse tipo não fazia parte do plano de Deus para ele, e “Jesus, porém, passando por entre eles, retirou-se.” Tome outro exemplo, o Senhor provavelmente vivenciou uma tentação similar à tentação das “pedras transformadas em pão” quando pregava em Samaria, Em João 4 é nos dito claramente que Jesus estava cansado (“Cansado da viagem, assentara-se Jesus junto à fonte”). 

Existem indicações também que ele estava com sede e fome: os discípulos tinham ido à aldeia comprar comida; e Jesus pediu água à mulher Samaritana. O impulso de satisfazer estes desejos naturais de descansar, comer e beber deveria ser forte. Em circunstâncias normais teria sido permissível; mas havia trabalho a fazer, ele recusou se distrair com estas necessidades da carne. Água, comida e descanso tornaram-se irrelevantes. Era a vontade do Pai que Jesus continuasse trabalhando, e isso era tudo o que importava.

Novamente Hebreus 2: 14

Os desejos humanos que foram frustrados no deserto foram destruídos no Calvário. Enquanto houvesse a natureza Adâmica, haveria a possibilidade de tentação. Não foi o suficiente frustrar os desejos humanos que se opunham à vontade de Deus. Tinham que ser destruídos. E como poderia isto ser feito senão pela destruição da fonte desses desejos – a natureza herdada de Adão? Assim o Senhor Jesus destruiu o pecado no lugar onde ele residia. Ele destruiu o pecado na carne.

Esta é a mensagem de Hebreus 2: 14. Jesus veio com a nossa natureza para que pudesse morrer; para que, pela sua morte, o diabo, ou os desejos humanos contrários à vontade de Deus, pudessem ser destruídos na sua fonte. Jesus aniquilou “pelo sacrifício de si mesmo, o pecado” Hebreus 9: 26.

CAPRICHOS E FALÁCIAS

JÁ vimos que a idéia de que o diabo é um monstro super-humano não se enquadra com o registro da tentação do Senhor, ou com o ensino de Hebreus 2: 14. A teoria tem outras fraquezas também, e talvez devamos examiná-las agora e limpar o caminho para uma investigação mais positiva.

Silêncio Eloqüente

Já foi apontado que o tema do diabo é um tema do Novo Testamento. Isto é, em si mesmo, significativo. Aqueles que acreditam num diabo pessoal também crêem que este diabo estava vivo e ativo, nos dias do Antigo Testamento. Porque é então só mencionado no Novo Testamento? É afirmado que o diabo foi responsável pela tentação e queda do homem, e, no entanto não existe qualquer indicação do papel fatídico atribuído a esse monstro no registro de Gênesis. É suposto que o diabo iniciou a grande tragédia humana, mas que tem estado profundamente envolvido desde então, exercendo grande força para assegurar-se que o mal e o sofrimento nunca deixem a raça humana. No entanto, o longo registro do Antigo Testamento sobre o pecado humano e graça divina nem sequer dá uma referência incidental desde espírito maligno.

Missão bíblica Cristadelfiana.

Postado por: Evandro. 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Atos 15 e o desenvolvimento da igreja.


Muito se discute atualmente com relação à postura doutrinária a qual a igreja de Jesus Cristo deve tomar. Atualmente existe um esforço muito grande por parte de alguns em introduzir para dentro das denominações cristãs doutrinas e ensinamentos pertencentes ao judaísmo, mesmo naquelas denominações que se dizem contrarias ao judaísmo. Trazendo assim para dentro da igreja dogmas desnecessários para a comunidade, impondo cargas que não contribuem e não são importantes para a salvação. 

Mas, o que percebemos e ao contrário de que afirmam alguns, isso se torna um empecilho para a igreja haja vista que nos primórdios da igreja às práticas judaizantes foram uma tremenda pedra de tropeço. E por isso a igreja de Jerusalém corria o risco de se transformar em um movimento religioso como outro qualquer da Judéia. Se não fosse a sábia decisão dos Apóstolos, a Igreja de Cristo estaria fadada a um fortuito fracasso já em seus primórdios. Porém, o espírito de Deus conduziu o Concílio de Jerusalém, orientando os apóstolos a uma sábia decisão. O concílio de Jerusalém foi vital para a expansão do cristianismo.

Devemos compreender que as decisões adotadas no concílio são para os dias atuais. Outro fato marcante é que não existe a menor necessidade de procurarem estabelecer dogmas e doutrinas, como e comum na cristandade. Se os apóstolos não dessem uma resposta autêntica aos judaizantes, o cristianismo se tornaria apenas mais uma facção judaica ou uma mera religião ascética, que não sairia da Judeia. 

Gl. 5.1-3. Sob a direção do espírito de Deus, a crise foi superada, e a liberdade do Evangelho foi preservada, como herança para, as gerações futuras. Este concílio foi necessário, pois os cristãos judaizantes desejavam impor uma carga muito pesada aos gentios, a qual nem os seus próprios pais suportaram. Ao retomar da primeira viagem, Paulo deparou com um problema sério no meio dos judeus cristãos. Ele havia descoberto a fórmula da transculturação, ou seja, evangelizar os gentios sem os judaizar. 

Os radicais que permeavam a Igreja, os judaizantes, queriam que esses novos crentes seguissem o modo de vida deles. Essa discussão deu origem ao Concílio de Jerusalém. Deus abriu a porta da fé aos gentios. At. 11.17-18; 14.27. Outro problema surgiu sobre a situação deles: deviam ser judaizados? Essa questão era séria e podia ameaçar as bases do Cristianismo. Alguns dentre os de Jerusalém foram a Antioquia, dizendo que os gentios deviam se tomar judeus para serem salvos. Diziam que os gentios deviam viver o estilo de vida judaico, prescrito na lei. At. 15.1 e 5. Isso era proveniente dos fariseus que se haviam convertido. At. 15. 3 e 6

Eles se apresentaram como vindos da parte de Tiago. GI. 2.12, que jamais os autorizou como ele mesmo declara em At. 15.13 e 24. Saíram da igreja em Jerusalém, realmente, mas não foram autorizados a falar em nome dos apóstolos. Em Antioquia da Síria, eles os judeus fizeram um estrago muito grande. Até Pedro e Barnabé se deixaram levar por essa "dissimulação", fazendo "vista grossa" GI 2.11-13. Paulo entendeu com clareza meridiana o que isso representava e com justiça ficou revoltado. Repreendeu publicamente um dos principais líderes da Igreja GI. 2.14. 

Havia grande discussão, quando Pedro se levantou, chamando a atenção dos ouvintes. Ele evocou a revelação que recebeu, antes de ir à casa de Cornélio. Lembrou ainda que Deus o escolheu para falar aos gentios, uma alusão à experiência na residência do centurião. A declaração de Pedro nos versículos de At.11. 1-3 e 10. 34 revelam que ele concordou com Paulo na discussão da Antioquia da Síria. São as mesmas palavras que o apóstolo dos gentios usou em Gl. 2.16

A experiência de Paulo e Barnabé, na primeira viagem, é um testemunho vivo, como Deus tratou com os gentios de maneira extraordinária, sem o ritualismo judaico e sem os seus encargos. Isso era a prova de que essas práticas não serviam para a salvação. Esse testemunho esmagador de Paulo e Barnabé, somado ao discurso de Pedro, testificava contra os judaizantes. At. 15.12. Tiago esperou que Pedro, Paulo e Barnabé. Apresentassem o seu parecer sobre o assunto, para depois tomar a palavra. 

A citação de Amós 9.11-12 é apenas uma das muitas passagens do Antigo Testamento que prevê a salvação dos gentios. SI 22.27; Is 45.22. Jesus determinou que se pregasse a todas as nações. Mt 28.19; Lc 24.47; At. 1.8. A expressão "povo para o seu nome" era usada com referência a Israel. No entanto, Tiago reconhecia que a Igreja era um povo com essa dignidade, constituído de judeus e gentios convertidos ao Senhor. O que os demais participantes do evento acabavam de ouvir de Pedro, Paulo e Barnabé, era o cumprimento das promessas de Deus e profecias do Antigo Testamento. 

Por isso, Tiago dirigiu-se, respeitosamente, aos presentes, chamando-os de "irmãos". Não tinha intenção de atacar a ninguém, mas o seu compromisso era com a Palavra de Deus. A citação parafraseada que Tiago faz nas palavras de Pedro se reveste de suma importância, porque descarta a possibilidade de o Cristianismo ser uma seita judaica: At. 15. 14Assim como Israel era uma nação, da mesma maneira seria a Igreja. As quatro características de Israel, Pedro aplica também à Igreja: "Mas vós sois geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, e o povo adquirido" lª Pe 2.9. 

At. 15.29. Ao contrário do que muitos ensinam, Os gentios não observavam nenhuma dessas coisas, caso observassem não lhes seria pedido que observassem tal preceito, isso é ponto pacífico. A expressão "destas coisas fazeis bem se vos guardardes" é uma recomendação. Tiago acrescenta ainda: "Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue e, cada sábado, é lido nas sinagogas" (v. 21). Isso significa que os judeus tinham um alto padrão de conduta e um modo de vida exemplar, porque estudavam sobre isso nas sinagogas todos os sábados. Portanto, não era necessário recomendar isso para eles. Os gentios não aprenderam os bons costumes, porque nunca tiveram quem os ensinasse. 

Por essa razão, o modo de vida deles era precário. Aplicar essa conduta judaica aos gentios era o mesmo que afirmar que a graça do Senhor não era suficiente. E que a lei de Moisés seria o complemento para a salvação. Isso reduziria o Cristianismo a uma mera seita do judaísmo e, além disso, confundiria com a identidade judaica. Nesse caso, era como se os cristãos de hoje usassem o talit (manto usado pelos judeus religiosos) e o kippar (que eles usam sobre a cabeça) (barbas) além de outros ritos, como condição para a salvação. 

Os apóstolos decidiram estipular regras que coordenaria a igreja cristã. Sendo assim Tiago tomou a palavra, e disse em At. 15. 19-20. Perturbar os gentios com que? At. 15.28. Percebam também que os mandamentos que foram passados pelos apóstolos não foram formulados por homens (pareceu bem ao espírito santo)... Percebemos também que esse ensinamento não ficou restrito somente em Jerusalém, mas imediatamente os apóstolos se reuniram e instruíram outros a levarem o que por eles e pelo espírito santo  foi decidido. At. 15. 22-24; At. 16.4; At. 21.25.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Imortalidade da alma, crença pagã.


O Cristianismo ortodoxo introduziu crenças e superstições pagãs dos povos civilizados e bárbaros sobre os ensinamentos da Bíblia para com isso ganhar o controle sobre eles. E encontrou um bode expiatório para a maldade que assola a humanidade alguém que foi o originador e instigador de tudo o que é mau e ímpio. Alguém em quem o homem poderia jogar a sua própria responsabilidade de fazer o que é errado e culpando-o: diabo me fez fazer isso!

Esta invenção deu origem à introdução de novos erros no ensinamento da Igreja, pois o Diabo e os seus supostos “anjos maus” deveriam ter as suas vítimas! Uma vez que os cadáveres não desaparecem misteriosamente, mas corrompem-se, então obviamente o Diabo tinha que com as suas garras apanhar as “almas” dos mortos que, sendo maus, não são aceitas no céu. Por isso, foi fundamentado que o homem deve possuir uma “alma imortal”, um ensinamento que não é encontrado na Bíblia.

Se as almas ímpias não podem ir para o céu, elas são enviadas na direção oposta, para um lugar chamado inferno, debaixo da terra! Naturalmente, estes argumentos entram em colapso quando se percebe que o homem não possui uma alma imortal. Examine as Escrituras do início ao fim, e você nunca irá encontrar a expressão “alma imortal.” Estas duas palavras nunca ocorrem juntas, nem no mesmo versículo, nem em toda a Bíblia!

A Bíblia fala claramente sobre a origem do homem e da sua alma. Gn. 2.7.  “Formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.” Esta declaração é simples, e fácil de entender. Os elementos utilizados para a formação e criação do primeiro corpo humano foram retirados da terra. Aqueles que duvidam disso rejeitam as próprias palavras do próprio Jesus Cristo, pois ele claramente aprovou este relato da criação do homem. Mt. 19.4. “desde o princípio, os fez homem e mulher”.

Se Jesus Cristo, o Filho de Deus, não sabia o que era verdade sobre a origem do homem, quem o saberia? Ou acreditamos no apoio de Cristo no relato de Gênesis, ou rejeitamos todo o ensinamento da Bíblia. Não há meio-termo. Tendo feito o primeiro homem, Deus, então, “lhe soprou nas narinas o fôlego de vida.” A Bíblia não diz que Deus soprou em suas narinas o “fôlego de vida eterna” - ou “vida sem fim.” Simplesmente, “o fôlego de vida” A criatura a ser conhecida como “homem” estava agora viva: “e o homem passou a ser alma vivente.”

Mais uma vez, note a simplicidade e objetividade do texto. A palavra traduzida por “vida” é de uma palavra hebraica, chay, que significa “vida” ou “vivo”. Olhe atentamente para a forma em que esta palavra é usada em Gn. 1. 30. E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. (A palavra grifada é Chay)
          
Note, também, a sua aplicação a todos os animais da criação, em Gn. 2.19.       Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles. ( Nephesh Chay).
 
A palavra “alma” parece ter um significado enigmático para muitos, como se isso implicasse em si mesmo que o homem é imortal. Não é assim. Traduzida a partir da Palavra hebraica nephesh, significa simplesmente “um ser vivo que respira, uma pessoa; um animal.” A palavra nunca é usada na Bíblia em relação à imortalidade. A Bíblia aplica a palavra nephesh de várias formas, mostrando absolutamente que a palavra enfatiza a mortalidade da humanidade e toda a vida animal. Por exemplo: aprendemos que: uma “alma” nasce: Gn. 46.18.

 Uma “alma” pode comer: Ex. 12.15 uma “alma” pode ser comprada: Lv. 22.11; uma “alma” pode ser livrada da morte: Sl. 56.13; uma “alma” pode morrer: Js. 11.11, até mesmo uma alma sem pecado, morreu: Is. 53.12.

A palavra nephesh ocorre 754 vezes no Antigo Testamento. Em 326 lugares a “alma” é dita estar sujeita à morte, em 203 lugares é dito estar em perigo de morte, e em 123 lugares é dito ser livrada da morte, o que implica a sua sujeição à morte. No Novo Testamento a palavra grega equivalente é psyche, que ocorre 106 vezes.

Em 45 lugares é dito estar sujeita à morte, em 29 lugares é dito estar em perigo de morte, e em 16 lugares é dito ser livrada da morte. A “alma”, nunca é descrita como sendo imortal. Nem pode ser aplicada para representar algo dentro de humanidade que continua a viver, após a morte. Não há, então, almas imortais para flutuarem para longe, seja para cima ou para baixo para o céu ou para o inferno.

Pelo contrário, a Bíblia claramente ensina que o homem é totalmente mortal, e que no momento da morte ele deixa completamente de existir. Depois de Adão e Eva terem quebrado o mandamento de Deus, Deus pronunciou a sentença de morte sobre eles: Gn. 3.22-24. Na Morte, o Homem Deixa de Existir. O relato da criação mostra que o homem foi criado uma criatura vivente. Nada mais do que isso.

Há também evidências abundantes, estabelecidas em termos claros e de fácil compreensão, o que confirma que, no momento da morte, a vida humana deixa de existir. Depois de “o fôlego da vida” deixar o corpo, nenhuma outra “vida” permanece. A Palavra de Deus declara: Sl. 6.5.  Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação. Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios.  Sl. 146.3-4. Ec. 9.5,6, 10. Is. 38.18; Jó 3.17. At. 2.29; 13.36. Jo. 11.11,14.

Céu, Inferno, ou a Sepultura? Tendo em vista a evidência bíblica precedente, vê-se que as crenças comuns sobre a origem do mal e a recompensa dos justos são claramente erradas. Muitos dos erros teológicos giram em torno da falácia da imortalidade da alma. Este ensinamento exige que as “almas” têm que ir para “algum lugar” no momento da morte. Alega-se que os justos (ou pessoas “boas”), vão para o céu.

Isso significa que alguém “lá em cima” deve estar encarregado disso. É muitas vezes retratada a imagem de “almas” subindo a grandes alturas para se encontrarem com “São Pedro”, que fica de guarda nos “Portões Celestiais”, com as chaves na mão, para determinar se é concedida a entrada ou não.

Se a decisão for negativa e a entrada é negada, a “alma” tem de voltar a embarcar em sua jornada, desta vez uma curva descendente, onde deve se encolher-se diante da presença maléfica do “Diabo”. Lá, no fundo da terra (assim nos é dito) é incrivelmente quente, de modo que uma “alma” recém-chegada é saudada por gritos aterradores e gritos de gelar o sangue das “almas” que estão na interminável tortura e tormento por toda a eternidade. Demônios repugnantes saltam em volta entre as sulfurosas, chamas rugindo, brandindo tridentes e vexando as “almas ”que estão assando com crueldades infinitas... Essas são doutrinas heréticas e sem fundamento bíblico