terça-feira, 15 de junho de 2010

Jesus, pão literal, ou simbólico?

Percebemos no ensinamento de nosso Senhor e mestre Jesus Cristo que em vários casos em que ele estava presente, ele utilizava métodos diferentes no ensinar. Muitas das vezes ele falava simbolicamente, por meios de parábolas, por meio de figuras, quase sempre de uma forma espiritual, este método utilizado por Jesus acontecia com maior frequência quando ele estava em meio a multidões. Mt.13.34, (Tudo isto disse Jesus por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem parábolas;) Mc.4. 33-34. (E com muitas parábolas tais lhes dirigia a palavra, segundo o que podiam compreender. E sem parábolas nunca lhes falava; porém tudo declarava em particular aos seus discípulos.) Mesmo para os discípulos Jesus utilizou figuras de linguagens, vemos isso no caso do consolador, registrado em João 16.25 e 29. Falando sobre a vinda do consolador e descrevendo os acontecimentos, Jesus disse: Verso 25, (Disse-vos isso por parábolas; chega, porém, a hora em que vos não falarei mais por parábolas, mas abertamente vos falarei acerca do pai.) Verso 29. (Disseram-lhe os seus discípulos: Eis que agora, falas abertamente e não dizes parábola alguma.) Jesus não só ensinou por meio de parábolas mais aplicou para si mesmo termos figurados ou simbólicos, e entre eles estão: Jo. 1. 36, o cordeiro, Jo. 8.12, 9.5, 12.46, a luz do mundo. Jo. 10. 7-9, a porta, Jo. 14.6, o caminho, Jo. 15.1, a videira. Igualmente acontece no capítulo seis do evangelho de João, onde Jesus se declara o pão que desceu do céu, se interpretarmos literalmente este capítulo, o que nos impedirá de considerarmos todos os títulos simbólicos que Jesus aplicou a si mesmo? Jo. 6.1-2. Nesta localidade Jesus estava acompanhado por seus discípulos e por uma grande multidão, lembremos de Mateus 13.34 e Marcos 4.34-35, onde Jesus falava a multidão por meio de parábolas. Jo. 6.5, (Então Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem?) Aqui começou o dilema para os discípulos, onde comprar pão? Após isso Jesus realiza o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, onde foi possível a multidão comer até fartarem-se. Por causa dos sinais, o que disse o povo? Jo. 6.14-15, depois de terem visto o milagre realizado por Jesus, o povo não mais queria se apartar dele, e foram todos procurá-lo. Jo. 6. 24-26, Aqui começa a grande questão, ou o sentido simbólico das palavras de Jesus. Jesus foi taxativo, no verso 26 ele declarou para a multidão que eles só o seguiam por causa do pão físico, resultado do milagre que ele Jesus tinha realizado. No verso 27, Jesus chama a atenção da multidão, atenção esta que não seria diferente se Jesus estivesse face a face com a grande multidão que dizem ser seus seguidores na atualidade; Jesus disse: Trabalhai não pela comida que perece... Atualmente nós vemos milhões e milhões que dizem seguir a Jesus, mas o seguem não com o objetivo principal de buscar o reino de Deus e a sua justiça, mais sim o “pão” que perece, e com a multidão nos seus dias foi exatamente isso que Jesus os alertou, em outras palavras Jesus disse: vocês estão me seguindo por causa de comida. No verso 31 começa então a analogia do pão, quando a multidão que o seguia disse que os seus ancestrais que peregrinaram pelo deserto comeram o maná, o pão do céu. De uma forma simbólica Jesus lhes disse no verso 32. (Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá.) Neste ponto do assunto devemos perguntar: em que sentido Jesus estava dizendo que era o pão do céu? Será que Jesus estava dizendo isso para testificar de alguma forma que viveu antes no céu? Ou será que ele estava utilizando de uma linguagem a qual estava sendo utilizada naquele momento?(no caso o maná o pão do céu? vemos aí um paralelismo.) Jesus utilizou o mesmo recurso de linguagem tentando de uma forma espiritual falar aos ouvidos do povo? Pois o objetivo de Jesus era mostrar que ele sim era o verdadeiro pão que veio de Deus o único que pode dar a vida eterna. O debate de Jesus com a multidão prossegue e no verso 46, muitos acreditam que este é o verso que desvenda o capítulo, ou seja, Jesus disse, não que alguém tenha visto a Deus, a não ser aquele que é de Deus este tem visto o pai. Dirão então: “Jesus viu porque estava com o pai.” Essa parece ser a lógica e poucos contestam este argumento, em outra ocasião no capítulo 8 verso 38 de João Jesus disse aos líderes da nação: (Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai.) No verso 44 do mesmo capítulo Jesus claramente disse que eles tinham por pai o Diabo, ora Jesus está usando de uma linguagem figurada, pois o Diabo não é pai de ninguém literalmente falando, e muito menos alguém teve junto do Diabo antes de nascer, na verdade Jesus estava dizendo que aqueles que o rejeitavam tinham características ou semelhanças do Diabo. De volta ao capítulo 6 no verso 48 está escrito: (Eu sou o pão da vida.) Jesus estava neste momento dizendo: os nossos antepassados comeram o maná que veio do céu e morreram, igualmente vocês me seguem buscando somente o alimento físico. Eu porém sou o pão que dá a vida eterna, ou seja Deus me enviou para este propósito. O verso 58 comprova este pensamento. Jesus disse: (Este é o pão que desceu do céu, em nada semelhante àquele que os vossos pais comeram e, contudo, morreram; quem comer este pão viverá eternamente.) Assim como não podemos interpretar os versos 53 a 56 como sendo literal, pois ninguém em sã consciência os interpreta assim, pois não existe base bíblica para canibalismo, e Jesus estava usando de um simbolismo. Do mesmo modo não podemos interpretar o verso em questão. Vemos no verso 60 que por causa do erro de interpretação, muitos daqueles que seguia a Jesus o abandonaram, e atualmente o mesmo erro permanece, no verso 62 Jesus disse: Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava? Muitos dizem: Jesus está afirmando que veio do céu. Porém se analisarmos outros versos em questão nós veremos que não é isso que Jesus estava dizendo. Jo 5.1 nos diz: Depois disto havia uma festa entre os judeus, e Jesus SUBIU a Jerusalém. No capítulo 6.1, lemos o seguinte: Depois disto partiu Jesus para a outra banda do mar da galiléia, que é o de Tiberíades. Isto significa que Jesus desceu de Jerusalém para fazer seus milagres, próximo ao mar da galiléia, cerca de uns 100 km de distância, o verso 16 nos diz que os discípulos desceram ao mar. Jo. 6.16 (E, quando veio à tarde, os seus discípulos desceram para o mar.) Em João 6.62, portanto, Jesus anuncia sua Subida ao lugar donde estava antes, ou seja, Jerusalém, para morrer pelos pecadores. Em João 3.12 Jesus disse para Nicodemos: (Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes como crereis, se vos falar das celestiais?) O mesmo ocorreu com vários de seus discípulos que o acompanhavam, muitos, na sua grande maioria com o único objetivo de buscar o pão material, infelizmente não entenderam o que Jesus estava lhes dizendo, e disseram no verso 60, (Muitos pois dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?) Porque não puderam ouvir? O verso 63 nos responde. Jesus lhes diz: O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida. O próprio Jesus disse que as palavras que ele havia dito foram palavras espirituais, e infelizmente o homem terreno não foi capaz de compreender. E o mesmo ocorre atualmente. Jesus disse que era o pão do céu por dois motivos: 1º a grande massa o seguia com o objetivo de buscar o pão, não o pão espiritual. 2º por causa dessa busca o assunto ficou voltado para esta questão, ou seja, o pão, o maná. Tentando mostrar para o povo que era mais importante que aquilo que eles buscavam, Jesus usou da linguagem a qual lhes agradava, dizendo que era o verdadeiro pão do céu.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Encarnação e reencarnação, tem apoio bíblico?

Meditando sobre a questão da encarnação e reencarnação me deparei com o credo adventista do 7º dia. No item nº. 04 falando sobre Jesus Cristo, diz exatamente assim: “Deus, o Filho Eterno, encarnou-Se em Jesus Cristo. Por meio dele foram criadas todas as coisas, é revelado o caráter de Deus, efetuada a salvação da humanidade e julgado o mundo. Sendo para sempre verdadeiramente Deus, Ele se tornou também verdadeiramente homem, Jesus, o Cristo. Ele foi concebido do Espírito Santo e nasceu da virgem Maria. Viveu, e experimentou a tentação como um ser humano, mas exemplificou perfeitamente a justiça e o amor de Deus. Por Seus milagres manifestou o poder de Deus e atestou que era o Messias prometido por Deus. Sofreu e morreu voluntariamente na cruz por nossos pecados e em nosso lugar, foi ressuscitado dentre os mortos e ascendeu para ministrar no santuário celestial em nosso favor. Virá outra vez, em glória, para o livramento final de Seu povo e a restauração de todas as coisas”. Analisando estas declarações percebemos um pensamento completamente espírita, ou seja, a encarnação segundo os adventistas, do Deus filho na pessoa de Jesus Cristo. A questão a ser tratada é: o termo encarnação é encontrado na bíblia? Ou melhor, a bíblia menciona ou apóia a idéia da encarnação? Ou é mais uma doutrina fabricada por homens? Na verdade esta afirmação é um conceito extra bíblico, com o objetivo de se adaptar a doutrina da trindade. No credo trinitariano contendo quarenta itens formulados por Atanásio, nos itens 26 e 27 diz assim: “Logo, todo aquele que quiser ser salvo deve pensar desse modo com relação à Trindade”. “Mas também é necessário para a salvação eterna, que se creia fielmente na encarnação do nosso Senhor Jesus Cristo”. Qual era a visão que as pessoas no primeiro século tinham a respeito de Jesus? “Nos evangelhos, as pessoas a volta de Jesus muitas vezes o viam apenas como ser humano, não como Deus, em grande medida porque ele tinha aparência humana e agia como humano. Pouco tempo depois de sua ascensão, contudo, surgiu à tentação oposta, e alguns cristãos começaram a ver a Cristo como Deus, negando que ele verdadeiramente houvesse se tornado humano”. A Trindade pág. 146. O que a bíblia nos diz sobre Jesus, quem era ele? Mc. 1.1, Rm 1.4, I jo. 5.5 Que Jesus é literalmente o filho de Deus, a bíblia não deixa dúvidas. Porém, devido à pluralidade de pensamentos acerca da pessoa, e de onde veio Jesus, foi necessário formular dogmas e credos com o objetivo de tentar manter um vínculo doutrinário. O problema se deu naturalmente pelo afastamento gradual da doutrina dos apóstolos. Alguns pesquisadores na área da religião disseram em um artigo na revista Galileu o seguinte: “A diversidade de pontos de vista sobre Jesus só aumentaria com o tempo”. “A região do Mediterrâneo Oriental era um cadinho de povos e idéias”. “A cultura mais influente era a grega, com sua tradição de racionalismo e filosofia”. “À medida que o cristianismo penetrava nesse mundo, o encontro entre o pensamento grego e as escrituras da nova religião dava origem a formas mais sofisticadas de teologia cristã”. "As discussões especulativas, que eram próprias das escolas filosóficas, foram transferidas para a teologia cristã.” (revista Galileu, dez/2005.) Percebemos que a igreja nesta época já se encontrava sem rumo, muitas brigas políticas e até mesmo assassinatos. Quanto à natureza de Cristo, eles fizeram o mesmo com relação à natureza de Deus, ou seja, não se conformaram somente com o que as escrituras revelavam, adicionaram interpretação e idéias próprias. O campo da especulação favoreceu a discussão em ralação a natureza de Cristo, o fato de Jesus realizar vários milagres e ter posteriormente ressuscitado, contribuiu para trazer dúvidas para aquelas pessoas que não tinham o conhecimento do Messias. Começaram então a questionar, quem é este homem? É Deus? É homem? Ou é um Deus homem? Como foi lido anteriormente as pessoas da época não sabiam definir quem de fato foi Jesus. Já nos dias apostólicos existia a tendência para uma má interpretação sobre a natureza de Cristo. I Jo. 4.2-3, II Jo. 7. já naquele período muitos não estavam crendo e até ensinando que Jesus não era um homem verdadeiro. Atualmente existem três linhas de pensamentos sobre a natureza de Jesus Cristo, (1) os que defendem a doutrina da trindade segundo o concílio de Constantinopla, crêem e ensinam que Jesus é co-eterno, ou seja, Jesus é Deus. A doutrina da trindade a princípio, desde o concílio de Nicéia até o de Constantinopla cria-se e ensinavam que Jesus era deus, porém gerado do pai. (2) os não trinitarianos crêem que Jesus foi gerado por Deus na eternidade, porém ele não é Deus, mas sim filho de Deus. (3) e os que literalmente crêem que Jesus foi gerado pelo espírito de Deus e teve a sua origem no ventre de Maria. Mt. 1.18-25, Lc. 1. 26-35 no verso 32 e 35 vemos algo importante o anjo diz que Jesus será chamado filho de Deus. Percebemos o verbo será, no futuro, se ele já era filho antes de nascer na terra, como aplicar este verso? De igual modo crer na trindade é ir contra os escritos bíblicos e aceitar algo extra bíblico, como por exemplo, crer que um dos membros da trindade sumiu e apareceu dentro de Maria. Mc. 1.1 Jesus era o Filho de Deus, o Espírito Santo não era. Deus usou o Espírito Santo sobre Maria, "por isso o ente santo" que nasceu dela era "chamado de Filho de Deus" (Lucas 1:35). O uso da expressão "por isso" implica que sem a ação do Espírito Santo sobre de Maria, Jesus, o Filho de Deus, não poderia ter existência. Novamente, precisa ser notada a ocorrência de muitos tempos verbais no futuro, por exemplo, "ele será grande" Lucas 1.32. Se Jesus já existisse fisicamente enquanto o anjo falava estas palavras a Maria, ele já seria grande. Jesus era a "geração" de Davi Ap. 22.16, a palavra grega "gennao" implica que Jesus foi "gerado de" Davi por meio de Maria e filho de Deus por meio do seu espírito. O salmo 22 profetiza a respeito de Cristo e diz: Sl. 22.9-10. Nesta hora da morte Jesus olha para as suas origens e igualmente Isaias profetiza sobre as origens de Jesus. Is. 49. 5-6. Que diz: Mas agora diz o Senhor, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que torne a trazer Jacó e para reunir Israel a ele, porque eu sou glorificado perante o Senhor, e o meu Deus é a minha força. Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra.