sábado, 12 de abril de 2014

Período dia ano, uma farsa.

O adventismo do sétimo dia no seu afã de fazer discípulos divulga que a sua origem é celestial, em outras palavras promulga aos quatro ventos que Deus intentou em uma época da história trazê-los a existência. É sabido por todos que para isso arrogam-se de que um homem chamado Guilherme Miller foi levantado por Deus, a fim de cumprir o seu propósito.

Para isso segundo o adventismo, Miller inspirado pelo Espírito Santo, pesquisou nas escrituras e descobriu algo até então desconhecido, foi revelado para Ele que Jesus voltaria em 1843 ou 1844. Como Miller procedeu? Miller se valeu de uma contagem extra bíblico (algo que não é dito pelos líderes do adventismo) conhecido como dia ano.

Em outras palavras não foi Miller que descobriu isso induzido pelo Espírito Santo, mas tal procedimento era comum no século XIX. O que estou dizendo nesta abordagem é que a contagem do dia ano não existe! E que o surgimento profético do adventismo também não existe. Vamos aos fatos.
     
No livro O grande Conflito, de autoria de Ellen G. White, a profetiza dos adventistas do 7º dia na página 370 está escrito: “A proclamação de um tempo definido para a vinda de Cristo despertou grande oposição de muitos, dentre todas as classes, desde o pastor, no púlpito, até ao mais ousado pecador.”  Falando sobre Guilherme Miller Ela continua na página 368: “Os escritos de Miller e seus companheiros foram levados a países distantes. Em todo o mundo, onde quer que houvessem penetrado missionários, para ali se enviaram as alegres novas da breve volta de Cristo.” “ O testemunho das profecias que pareciam indicar a vinda de Cristo na primavera de 1844, apoderou-se profundamente do espírito do povo.” 

O que Levou Miller a proclamar a volta de Jesus para 1844? Como disse acima o movimento adventista do 7º dia enfatiza que seu surgimento está intimamente associado com a ordem de Deus, segundo eles as escrituras se cumpriram, apesar de Jesus não ter voltado a terra acreditam que o surgimento do adventismo faz parte do plano de Deus em restaurar a sua igreja. O que dizer deste acontecimento? Na realidade nada de sobrenatural aconteceu naqueles dias, tudo não passou de uma indução do contexto o qual Ele Miller pertencia.

No século XIX existia uma grande expectativa com relação à volta de Jesus, não só a religiosidade da época contribuiu para a disseminação do tão esperado retorno de Cristo, mas o que mais influenciou algumas pessoas entre elas Guilherme Miller foi um conceito conhecido como dia ano. O que significa isso? É dito que este princípio, em profecias bíblicas estão relacionadas com o tempo, um dia sempre representa um ano.          

 Na Bíblia há duas passagens em que períodos proféticos são contados explicitamente dessa maneira: Números 14.34 e Ezequiel 4:6. No primeiro texto, como punição pelos seus erros, os israelitas tiveram de vaguear pelo deserto durante quarenta anos, contados segundo o número de dias que os espiões haviam espionado a terra, ou seja, quarenta dias, “um dia por um ano”.

No segundo texto, Ezequiel recebeu a ordem de se deitar sobre o seu lado esquerdo durante 390 dias e sobre o seu lado direito durante 40 dias, levando profeticamente os erros de Israel e Judá cometidos durante os anos que correspondem numericamente a esses dias, “um dia por um ano”. Deve-se notar, porém, que estas interpretações específicas são fornecidas a nós pela própria Bíblia.

A expressão “um dia por um ano” não é declarada em parte alguma como um princípio geral de interpretação que se aplica também a outros períodos proféticos. No entanto os rabinos judaicos foram os primeiros a aplicar este modo de contar o tempo profético. Apesar disto, o fato é que a aplicação “ano-dia” só foi expressa como um princípio geral no primeiro século d.C pelo famoso rabino, Akiba ben José (50-132 d.C).

Joaquim de Flores (1130-1202), abade do mosteiro cisterciense de Corace, Itália, foi mui provavelmente o primeiro expositor cristão que aplicou o princípio ano-dia aos diferentes períodos de tempo de Daniel e de apocalipse.

As obras de Joaquim deram início a uma nova tradição de interpretação, na qual o “princípio ano-dia” era a própria base das interpretações proféticas. Durante os séculos seguintes foram fixadas inúmeras datas para o segundo advento de Cristo, sendo a maioria delas edificadas com base no princípio ano-dia. Na época da Reforma (no século 16), Martinho Lutero e a maioria dos outros reformadores acreditavam nesse princípio, e ele era amplamente aceito entre os eruditos protestantes até bem dentro do século dezenove. Na longa história da especulação profética, John Aquila Brown, da Inglaterra, desempenha um papel destacado.

Embora não tenha sido encontrada qualquer informação biográfica sobre Brown até agora, ele influenciou fortemente o pensamento apocalíptico de sua época. Ele foi o primeiro expositor que aplicou os supostos 2.300 anos-dias de Daniel 8.14 de forma que terminassem em 1843 (depois 1844). Esta veio a ser uma data chave para o movimento do Segundo Advento.

Ainda no livro O Grande Conflito na página 328 está escrito: “Miller e seus companheiros a princípio creram que os 2.300 dias terminariam na primavera de 1844, ao passo que a profecia indicava o outono daquele ano.” Como foi dito anteriormente, Miller foi influenciado pelo pensamento corrente que os estudiosos mantinham a respeito da questão dia ano. Defendendo o ponto de vista milerita E.G.W faz uma comparação entre Miller e um profeta bíblico, Ela diz: O Grande Conflito página 331 “ Assim como Eliseu foi chamado quando à rabiça do arado acompanhava os bois no campo de trabalho, a fim de receber o manto da consagração ao ofício de profeta, também Guilherme Miller foi chamado para deixar o arado e desvendar ao povo os mistérios do reino de Deus.”

O que E.G.W não admitiu foi o fato da contagem do tempo baseado no dia ano ser uma prática dos seus dias, para ela a obra de Miller foi uma motivação do espírito de Deus. Miller apresentou quinze“provas” diferentes em apoio da sua data 1843, a maioria das quais sendo cálculos baseados nos vários períodos de anos-dias, incluindo os 2300 e os 2520 anos-dias. Alguns líderes mileritas que também apoiavam a data 1844 — entre, eles Apollos Hale, Joseph Turner, Samuel Snow e Barnett Matthias afirmavam que Jesus tinha realmente vindo como Noivo em 1844, embora de maneira espiritual e invisível, “não por descer pessoalmente do céu, mas por assumir o trono espiritualmente.” Em 1844, diziam eles, o “reino deste mundo” foi dado a Cristo.

Naturalmente não foi o Espírito de Deus que o induziu a marcar uma data para volta de Jesus pelo fato de que a bíblia não apóia tal ação e pensamento. Infelizmente o que os adventistas não admitem é o fato de que Miller não foi o precursor da idéia da contagem dia ano, mas praticamente todas as posições que eles sustentavam sobre as várias profecias, tinham sido ensinadas por outros expositores anteriores ou contemporâneos.

Miller estava simplesmente seguindo outros ao finalizar os “tempos dos gentios” em 1843 ou 1844. A questão da interpretação dia ano contribuiu não só para o aparecimento da igreja adventista, contribuiu para os seguintes movimentos: incluindo a Igreja Adventista do Sétimo Dia, as Testemunhas de Jeová e certas denominações da Igreja de Deus.

Para uma compreensão mais detalhada a respeito de como surgiu à interpretação conhecida como dia ano, recomendo a leitura do excelente livro: Os tempos dos gentios reconsiderados. De

Carl Olof Jonsson. 

terça-feira, 1 de abril de 2014

Jesus, o primogênito da criação de Deus?

Alguns versos do novo testamento que são mal analisados servem, contudo para manter a crença de que Jesus estava com Deus no céu em uma época muito remota, Cl. 1.15-16 Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.”

Paulo está falando aqui nestes versos de uma forma literal? Sim, literal! Porém não na escala da criação do Gênesis, mas sim da nova criação. Se abraçarmos a ideia de protokokos como sendo o primogênito literal concebido na eternidade por Deus então mesmo a doutrina trinitária estaria em contradição, visto que ela recusa terminantemente a ideia de uma pessoa sendo igual a Deus ser criado, ainda que pelo próprio Deus. Naturalmente Paulo falou da criação espiritual, o novo homem segundo Cristo.

Este é o novo nascimento embasado pela bíblia, e foi exposto pelo próprio Cristo. A imagem do Deus invisível não significa que Jesus é um clone físico de Deus, mas sim os atos que foram demonstrados por Jesus nos mostra o caráter de Deus. “Tudo foi criado por meio dele e para Ele”. Claro está a julgar pela condição que se encontra o mundo que Cristo atualmente não tem o controle absoluto do mundo, ora não foi tudo criado por meio dele e para Ele?

Sim, porém não esta criação, caso fosse não estaríamos vendo as barbáries, as quais presenciamos. Atualmente os homens tem levado a cabo os desígnios de Deus, em outras palavras Deus reina, a despeito das obras más que os homens realizam, mas não vemos um governo o qual impera a justiça e equidade, sendo assim fica fácil de concluir que atualmente a criação do Gênesis não está sujeita ao Cristo, portando Colossenses 1. 15-16 não pode está se referindo a subordinação do mundo atual ao poderio de Jesus.

O verso treze de Colossenses um nos confirma que o reino do qual Jesus terá domínio se encontra no futuro, Cl. 1.13 “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor.” Ora, nós não fomos ainda de uma forma física, transportados para o reino de Cristo, Paulo está dizendo que dentro da condição espiritual do crente, Deus em Cristo fez isso, só que tal literalidade ocorrerá quando Jesus passar a reinar.

Muitas das vezes interpretamos determinados assuntos devido as influências das quais fomos doutrinados, um exemplo crasso disso foram os versos que acabamos de ler, por exemplo: quando lemos os primeiros capítulos de hebreus, dá-nos uma impressão de que o autor da carta está tratando as suas questões de uma forma material e temporal, em outras palavras para o período presente. Mas, reparem o que o verso cinco de hebreus nos diz: Hb. 2.5  Pois não foi a anjos que sujeitou o mundo que há de vir, sobre o qual estamos falando.”  (Grifo meu.)

Retirei este verso do contexto com o intuito de analisar o que estamos falando. O autor da carta diz que Jesus é o herdeiro de tudo, e continua sua assertiva descrevendo que Ele Cristo é superior aos Anjos, nos estimula a sermos fieis a mensagem, e no verso cinco nos é esclarecido que tipo de mundo o autor está falando, naturalmente não é o mundo atual, mas o por vir.

Sendo assim acredito, Eu Evandro, que o logos de João é uma repetição do Gênesis capítulo um, com a diferença que em João a palavra de Deus não se tornou luz, nem mesmo outro elemento encontrado no universo, mas sim se fez carne. Que Deus tinha Um propósito em trazer a existência alguém que vivesse uma vida inteira de piedade, não podemos negar, e esse propósito se fez carne, no período do império romano. Ou seja, Deus realizou a sua vontade, trazendo a existência a pessoa de Jesus Cristo. A ideia trinitária de Deus é extremamente absurda, seria o mesmo que dizer que Deus realizou um teatro, do qual Ele participava. A doutrina da trindade por força da circunstância nega a seriedade de qualquer ato de Deus e de Cristo no plano da redenção.

Se Jesus fosse parte da trindade naturalmente requereria que ele não sofresse, haja vista que Deus não pode sofrer, de igual modo também seria descabida a ideia de que Ele provou a morte, tudo então não passou de um teatro? Não, não é assim. O mesmo ocorreria se a ideia do primogênito de Colossenses 1.15 fosse entendido literalmente, primogenitura aqui não se trata de ser o primeiro criado, mais sim de ter primazia, logo se Jesus fosse o primogênito da criação Ele teria encarnado algo completamente estranho a linguagem da bíblia.  

Se levarmos as declarações bíblicas tanto de Colossenses 1.15-16 quanto de Apocalipse 3.14 como sendo uma interpretação da criação do Gênesis, naturalmente os apologistas trinitários ficarão sem ação. Mas, por outro lado abriremos espaço para uma geração na eternidade, algo defendido pelos pioneiros adventistas. Para eles quando a bíblia diz que Jesus é o primogênito de toda criação entendiam de uma forma literal e taxativa.

Uriah Smith diz no seu livro: (As profecias do apocalipse) “As Escrituras em parte alguma falam de Cristo como de um ser criado, mas claramente afirmam que Ele foi gerado pelo Pai. (Ver comentários a Ap. 3.14 onde demonstramos que Cristo não é um ser criado.) Mas conquanto, como filho gerado, não possua com o Pai uma co-eternidade de existência pretérita, o começo da sua existência é anterior a toda a obra da criação, em relação à qual Ele foi criador juntamente com Deus. João 1.3; Hb. 1.3.

O verso 14 de apocalipse 3 diz: “Ao anjo da igreja em Laodiceia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus.”  Como já frisei anteriormente o princípio da criação refere-se não a criação do Gênesis, e sim a nova criação, a qual Cristo terá primazia. Caso fizéssemos conforme Smith, teríamos que arrumar solução para algumas objeções, entre elas o seguinte verso bíblico. Ap. 1.5 E da parte de Jesus Cristo, a Fiel Testemunha, o Primogênito dos mortos e o Soberano dos reis da terra.


Sabemos, contudo que Jesus não foi o primeiro homem a morrer, segundo os relatos da bíblia o primeiro homem a morrer foi Abel, assassinado por seu irmão. 1ª Tm. 1.17Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!” Além de tudo nos é dito também que Deus é imortal, sendo assim surge uma pergunta para aqueles que acreditam como Uriah Smit que Jesus foi gerado na eternidade: Como um ser imortal pode gerar de si mesmo alguém que se torne mortal? E neste caso quem foi a mãe de Jesus? De que parte do corpo de Deus Jesus foi gerado? Qual o texto bíblico nos informa que Jesus foi gerado por e de Deus?