domingo, 24 de abril de 2011

E o diabo?

Nós seres humanos somos tendentes a resistirmos ao novo, isso em qualquer atuação de nossas vidas, em se tratando de vida religiosa, não agimos diferente. Lógico que com relação às novidades não podemos agir por impulso. Porém, como nos recomenda o apostolo devemos examinar sim todas as coisas e reter o que é bom. 1ª Ts. 5: 21. Muitas questões que são abordadas atualmente o qual temos como regra de fé e que a princípio repudiávamos, tais como: o antitrinitarianismo, a natureza única de Jesus, o reino milenar do Messias na terra, foram sendo por nós estudados gradualmente com oração e então incorporados no nosso credo. Penso que rejeitamos algumas doutrinas (trindade as duas naturezas de Jesus, moradas no céu) pelo fato de terem sido instituídas por homens. E com relação ao diabo? Ou melhor, de onde surgiu tal ensinamento? Da bíblia ou dos homens? O objetivo deste assunto não é impor nem mesmo defender uma nova crença, mais sim através de perguntas induzir o pesquisador a buscar na bíblia respostas abalizadas para este intrigante assunto. Para os que crêem na criação literal, o capítulo três de Gênesis é literal ou simbólico? Se dissermos que é simbólico o que fazer com os versos que falam das dores da concepção da mulher, da morte do homem, e da maldição da terra? Se dissermos que é literal, como introduzir Satanás no contexto do assunto, visto que o verso um de Gênesis três diz claramente que a serpente era a mais astutas dentre todos os animais que Deus havia criado? Outro fato importante, Deus literalmente amaldiçoou a serpente animal, o verso 14 diz claramente isso; onde está escrito que Deus amaldiçoou a “serpente Satanás”? Em que lugar da bíblia descreve uma manifestação mediúnica da serpente? Observem também que o verso 13 de gênesis 3. Eva claramente diz que a serpente a enganou, e não um anjo. Mas, os animais falam? 2 Pe. 2: 16. Nm. 22: 22-34. Dizer que foi o anjo que falou por meio do jumento é pura dedução e inserção teológica mais uma vez. 2ª Co. 11: 3; diz que a serpente enganou a mulher com a sua astúcia. (dela própria) em que parte da bíblia declara que a serpente animal foi usada por Satanás? Em qual livro está escrito a queda dos Anjos? Respondo: No livro de Enoque no capítulo sete. Eis alguns versos. (1 E aconteceu depois que os filhos dos homens se multiplicaram naqueles dias, nasceram-lhe filhas, elegantes e belas. 2 E quando os anjos, (3) os filhos dos céus, viram-nas, enamoraram-se delas, dizendo uns para os outros: Vinde, selecionemos para nós mesmos esposas da progênie dos homens, e geremos filhos. No texto aramaico lê-se "Sentinelas" (J.T. Milik, Aramaic Fragments of Qumran Cave 4 [Oxford: Clarendon Press, 1976], p. 167) 3 Então seu líder Samyaza disse-lhes: Eu temo que talvez possais indispor-vos na realização deste empreendimento; 4 E que só eu sofrerei por tão grave crime. 5 Mas eles responderam-lhe e disseram: Nós todos juramos; 6 (e amarraram-se por mútuos juramentos), que nós não mudaremos nossa intenção, mas executamos nosso empreendimento projetado. 7 Então eles juraram todos juntos, e todos se amarraram (ou uniram) por mútuo juramento. Todo seu número era duzentos, os quais descendiam de Ardis, (4) o qual é o topo do monte Armon). Vejam que o nome do líder não é Lúcifer, mas sim Samyaza. Os demônios são espíritos de mortos, ou Anjos caídos? Quem era o rei de Isaías capítulo 14? Quem era o rei de Ezequiel capítulo 28? Seria Satanás, ou os reis de Babilônia e de Tiro? Qual é o significado do nome Lúcifer se, se refere a Satanás, por quê os primeiros cristãos o utilizavam? Continua...

sexta-feira, 15 de abril de 2011

João 8:58 e a frase EGO EIMI.

JOÃO 8:58 - Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse eu sou. Todos os que defendem a preexistência, afirmam que Jesus está dizendo categoricamente que ELE [Jesus] “EXISTIA ANTES DE ABRAÃO EXISTIR”. Mas, A FRASE - EU SOU, DO GREGO EGO EIMI – SIGNIFICA - EU EXISTIA? Por que chegar a esta conclusão tão depressa? O argumento comum trinitariano diz que quando Jesus usou a frase EGO EIMI, ele estava fazendo-se IGUAL AO DEUS do Antigo Testamento, quando da famosa frase dita a Moisés: E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. EXODO 3:14. Resta-nos então compreender em que sentido nosso Senhor utilizou esta frase – EU EXISTIA, OU EU SOU O MESSIAS? NOSSA SUGESTÃO DE COMPREENSÃO A frase EGO EIMI significa uma AUTO-DECLARAÇÃO, ou seja, DECLARAÇÃO DE SI MESMO COMO O MESSIAS. Não envolve EXISTÊNCIA NO TEMPO. Ela ocorre várias vezes no NT e sempre mostra esta afirmação que acabamos de fazer. É UMA EXPRESSÃO DE SI MESMO. Nas passagens de João, elas ocorrem cerca de 24 vezes, incluindo esta de João 8:58 e em todas elas expressam a declaração pessoal. Compare João 13:19 com 8:58. Como somos estudantes honestos, não podemos nos abalizar apenas em um versículo e deixar de lado outras evidências, sem contar também que existem as traduções tendenciosas. O Evangelho de João foi escrito com o objetivo de mostrar que JESUS É O CRISTO. [CRISTO É A PALAVRA GREGA PARA MESSIAS, QUE QUER DIZER=UNGIDO]. JOÃO 20:31. Isto posto, em todas as passagens listadas, o significado da expressão EGO EIMI, deve necessariamente ser entendida como uma auto-declaração. Sendo assim não pode de maneira nenhuma ser diferente em João 8:58. Vamos a elas: Em João 4, no diálogo com a mulher samaritana, quando o Senhor lhe mostra como deve ser a verdadeira adoração [v. 19 em diante], veja o que a mulher diz [v.25]: EU SEI QUE HÁ DE VIR O MESSIAS, QUANDO ELE VIER NOS ANUNCIARÁ TODAS AS COISAS. Na seqüência, Jesus mesmo lhe responde com sua AUTO-DECLARAÇÃO MESSIANICA: [v. 26] - EU O SOU, EU QUE FALO CONTIGO. Aqui Jesus usou a frase EGO EIMI. João 4:25,26. Em João 9:9, Jesus depois de curar o cego, manda-o se lavar no tanque de Siloé. Então os vizinhos, e aqueles que dantes tinham visto que era cego, diziam: Não é este aquele que estava assentado e mendigava? [v.8]. Uns diziam: É este. {E} outros: Parece-se com ele. Ele dizia: Sou eu. [EGO EIMI]. Aqui, o cego utiliza a frase EGO EIMI, ou seja, uma expressão de si mesmo. “EU SOU ESTE QUE VOCÊS ESTÃO FALANDO”. João 9:22 - Seus pais disseram isto, porque temiam os judeus. Porquanto já os judeus tinham resolvido que, se alguém confessasse ser ele o Cristo,[MESSIAS] fosse expulso da sinagoga. [CRISTO=MESSIAS]. JOÃO 10:24 - Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. Veja que no verso 25 ele afirma claramente: JÁ VOS DISSE E NÃO CREDES.....[CRISTO=MESSIAS]. Veja os usos da mesma expressão em outras passagens Atos 26:29 - E disse Paulo: Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos quantos hoje me estão ouvindo se tornassem tais qual eu sou [EGO EIMI], exceto estas cadeias. Marcos 13:6 - Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o {Cristo}; e enganarão a muitos. Mateus 14:27 - Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu [EGO EIMI], não temais. Lucas 21:8 - Disse então ele: Vede não vos enganem, porque virão muitos em meu nome, dizendo: Sou eu [EGO EIMI], e o tempo está próximo; não vades portanto após eles. Marcos 14:61- Mas ele calou-se, e nada respondeu. O sumo sacerdote lhe tornou a perguntar, e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do {Deus} Bendito? 62 - E Jesus disse-lhe: Eu o sou, [EGO EIMI] e vereis o Filho do homem assentado à direita do poder {de Deus}, e vindo sobre as nuvens do céu. Observem irmãos, que nestas ocorrências listadas, o uso da frase EGO EIMI [EU SOU] sempre indica uma auto-expressão e mesmo quando Jesus se declara o Messias, não indica existência anterior ao tempo. Se em João 8:58, fosse entendida como as demais ocorrências, não haveria dúvidas de que Jesus estaria se referindo a uma “suposta” preexistência literal, antes de Abraão nascer. Porém, deixemos claro alguns detalhes de antemão: Em João 8 v. 56 é dito sobre Abraão ter exultado por ver o dia de Cristo.... - Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-{o}, e alegrou-se. Como poderia Abraão ter “VISTO” O DIA DE CRISTO? Ele o viu “pela fé”, como descrito em Hebreus 11:10. Todas as promessas feitas a Abraão, ele as viu de longe e creu nelas, mas ainda não as recebeu. O QUE ABRAÃO VIU FOI ISTO, NA PROMESSA DE DEUS ACERCA DE UMA DESCENDÊNCIA. (GÊNESIS 12:3; 15:4-5) E AS VIU DE LONGE (HEBREUS 11:13). De forma alguma, a expressão aqui leva a uma suposta aparição angélica no tempo de Abraão, como alguns poderiam pensar, porque o livro de Hebreus refuta a idéia de que Cristo tenha sido algum dia um anjo. Hebreus 1:4,7,13,14 e 2:5. Esta hipótese de Jesus ser anjo está descartada. Veja João 8:56-58 na TRADUÇÃO NA LINGUAGEM DE HOJE: 56 – Abraão, O Pai de vocês, ficou alegre ao ver o tempo da minha vinda. Ele viu esse tempo e ficou feliz. 57 – Você não tem nem 50 anos e viu Abraão? – perguntaram Eles. 58 – eu afirmo a vocês que isto é verdade: Antes de Abraão nascer, EU SOU! – respondeu Jesus. Jesus, portanto, não está afirmando nesta passagem uma “PREEXISTENCIA LITERAL”, pelo fato de ter dito: ANTES DE ABRAÃO NASCER, EU SOU. Ele está mostrando SUA ABSOLUTA PREEMINENCIA [NÃO PREEXISTENCIA] NO PLANO DE DEUS ANTECIPADAMENTE. A linguagem do v. 56 sugere esta evidência. Como Ele poderia ter VISTO O DIA DE CRISTO, a não ser numa vinda futura? Se Compreendermos que todas as promessas feitas no Antigo Testamento apontam para frente, fica fácil entender esta declaração de Jesus. ALGUNS DETALHES SOBRE O EVANGELHO DE JOÃO O Evangelho de João parece se deleitar com as pessoas que entendiam Jesus literalmente, ao passo que ele falava de forma figurativa. Eles sempre entendiam os discursos de Jesus de forma carnal, veja: João 8:38 - Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai. Comparando com o v. 44, vemos que a reivindicação dos judeus em serem descendentes de Abraão era fútil, pois os atos deles evidenciavam a falta de quaisquer relacionamentos com Ele (Abraão). Se realmente, fossem filhos de Deus, reverenciariam e compreenderiam o Filho de Deus que estava ali “enviado por Deus”. A reação deles revelou que seu verdadeiro pai não era Abraão, mas sim o diabo. Há mais um detalhe a considerar: Se o que Jesus falava, era o que “literalmente” tinha “visto junto do Pai”, (JUNTO DE DEUS - como entendem os defensores da preexistência), então deveríamos da mesma forma interpretar que as coisas que os judeus faziam, eram as que tinham “literalmente visto junto do pai deles”?. De qualquer forma, ficaria a pergunta: Quem era o pai dos judeus neste contexto? Abraão ou o diabo? Qualquer resposta evidencia que não se trata de linguagem literal, mas figurada. Como eles poderiam estar literalmente “juntos de Abraão”? Tire o leitor suas conclusões, comparando João 8:38 com João 3:32 / 5;19,30 e 14:10,24. Paz.


Contribução.
MARCELO ALEXANDRE DO VALLE

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Livre arbítrio?

Este é um tema interessante e bastante profundo. Como todos os assuntos profundos não existem meios para esgotá-los apenas em poucas páginas, portanto as linhas abaixo representam somente um pouco deste maravilhoso assunto o qual é pertinente a todos nós. Quando falamos de livre arbítrio e predestinação, logo nos vem à mente dois personagens importantes que contribuíram grandemente para a definição dos dois pensamentos antagônicos existentes no mundo cristão e que ora temos proposto livre arbítrio e predestinação. E são eles: Jacob Van Harmanzoon que posteriormente latinizou o seu nome para Jacob Armínio ou Tiago Armínio, o qual defendeu e ensinou o livre arbítrio, fato é que os defensores do livre arbítrio são conhecidos também como arminianos. E Jean Calvin que defendeu e ensinou a predestinação. Antes deles temos informação que por volta do ano 400 dc. O monge irlandês Pelágio defendeu arduamente a crença no livre arbítrio, por esta mesma época o monge Agostinho defendeu a predestinação como algo realmente bíblico. A pergunta que devemos sempre fazer ao analisar esta questão é: essa controvérsia surgiu com os teólogos, ou simplesmente eles queriam dar uma definição a essa polêmica? Se era uma polêmica de onde surgiu ela? Existe alguma base bíblia que descreve este assunto? Sim. Existe base bíblica que fala sobre a predestinação, e baseado nisso entendemos que a polêmica surgiu exatamente com o objetivo de explicar este assunto. A questão do livre arbítrio está associada a outros assuntos, tais como: depravação total, escravidão, eleição, graça, predestinação e soberania. Como o dicionário Webster define a palavra predestinado: destinado - fadado ou determinado de antemão; preordenado, por divino decreto. Porque a maioria das pessoas tem repulsa a predestinação? Na maioria das vezes quando se discute sobre predestinação e livre arbítrio, existe uma preocupação muito grande por parte dos defensores do livre arbítrio em proteger a dignidade e a liberdade humana. Por sua vez, a predestinação e o livre arbítrio nos empurra para outro tema que está intimamente relacionado, a soberania de Deus. Precisamos então observar também a crucial importância da soberania de Deus. Embora Deus não seja uma criatura ele é uma pessoa com suprema dignidade e suprema liberdade. Se estamos cientes do delicado problema que envolve o relacionamento entre soberania de Deus e a liberdade humana como argumentam os defensores do livre arbítrio, precisamos também estar cientes do estreito relacionamento entre a soberania de Deus e a liberdade de Deus. Sabemos que a liberdade de um soberano é sempre maior que a liberdade de seus súditos. A palavra soberano por si só fala de autoridade e poder de Deus, como soberano, Deus é a suprema autoridade no céu e na terra. Is. 45: 5, 46: 9. Toda outra autoridade existente constitui-se em uma autoridade menor. Toda outra autoridade que existe é uma autoridade derivada e dependente da autoridade de Deus. Rm. 13: 1 ARA. A palavra autoridade contém em si a palavra autor. Deus é o autor de todas as coisas sobre as quais ele tem autoridade, ele criou o universo, ele possui o universo. Portanto sua propriedade lhe dá certos direitos. Ele pode fazer com o seu universo o que lhe for agradável à sua vontade. O que seria o livre arbítrio? Para os que crêem nesta doutrina consideram o livre arbítrio como algo que o próprio ser humano pode fazer ou não para a sua salvação, assim como o foi para a queda. Onde está o erro da doutrina do livre arbítrio? O primeiro erro se encontra no fato de não separarem o livre do arbítrio, podemos dizer que as nossas ações são livres. Porém, isso não quer dizer que temos livre arbítrio. Onde está a diferença? Livre arbítrio: significa que a pessoa não deve um parecer a algo ou alguém superior, tal pessoa está isenta de uma regra, lei, ou determinação imposta por um superior, neste caso Deus. Ação livre: foi exatamente disso que Deus nos dotou. Foi exatamente assim que Eva fez, tomou do fruto e comeu (agiu assim) Gn. 3: 6. Reparem que Deus não obrigou e muito menos a impediu desse ato. Desta forma Eva, humanamente falando agiu livremente. Observem, porém que o arbítrio não existe neste contexto: em Gn. 2: 16-17. Vemos Deus de forma imperativa dizendo que se comessem do fruto certamente morreriam, este relato por si só joga por terra a questão do arbítrio, ou seja, o arbítrio para ser realmente livre em todas as suas dimensões deve existir em um contexto onde não exista nenhuma forma de influência tanto externa quanto interna. Este não foi o caso de Eva (de uma forma externa) Deus a influenciou para não comer do fruto. Gn. 3: 4-5 de outro lado serpente a influenciou para comer o fruto. E internamente falando A própria Eva estava predisposta a comer do fruto. Gn 3: 6. Percebemos então que a vontade dela não foi livre, mais sim influenciada. A ação sim foi desimpedida, se houve influência logo não foi livre. O mesmo se dá conosco, notem que Paulo nos diz que os que estão sem Deus e sem Cristo, espiritualmente estão mortos. Ef. 2: 1 e 5. Esta foi a condição que todos ficaram após a queda. Como sabemos os mortos não podem coisa nenhuma estão inertes e conseqüentemente impotentes. Podemos aplicar esta linguagem aos que estão sem Cristo, fato é que o próprio Jesus disse em Jo. 6: 44, 14: 6. Resumindo, Jesus disse que ninguém por si próprio pode se salvar. Não seria isso uma contradição a doutrina do livre arbítrio? Sim! Se podemos por nós mesmos escolher ou não a salvação, como entender estes versos então? Ora, ninguém em sã consciência rejeitaria viver eternamente. Podemos destacar dois fatores importantes que tem contribuído para a crença no livre arbítrio, e conseqüentemente a rejeição em um Deus soberano. (1) a autonomia humana. Todos que não tem um entendimento centrado nas escrituras atribuem à predestinação como algo formulado por um tirano. Dizem então que somente um Deus que criou o livre arbítrio para as pessoas pode ser considerado um Deus de amor. Infelizmente tais pessoas desconhecem o significado da palavra autonomia. A palavra vem do prefixo auto e da raiz nomos. Auto significa “por si próprio”. Automático descreve alguma coisa que age por si própria. A raiz nomos é a palavra grega para lei. A palavra autonomia significa então “lei própria”. Ser autônomo significa ser uma lei para si mesmo. Em outras palavras um ser autônomo não deve satisfações a ninguém. Ela não tem um governador e muito menos um governador soberano. Percebemos então que é impossível a existência de um ser autônomo com um governador soberano. Fato é também que nós seres humanos somos escravos, ou do pecado, ou de Deus por meio de Cristo, o próprio Jesus nos diz isso Jo. 8: 34- Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado. No original a palavra é doulos que quer dizer escravo, logo o escravo não é livre. Paulo resume este pensamento com essas palavras, (Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna. Rm, 6: 22). Lembrando sempre que a palavra “servo” é uma convenção dos tradutores. O que a bíblia está nos dizendo é que somos como um etíope que por nós mesmos não podemos transformar a cor da pele e como um leopardo que não pode de maneira nenhuma tirar as manchas do seu corpo. (Pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Nesse caso também vós podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal, Jr. 13: 23). Neste caso de maneira nenhuma podemos causar, ou mesmo operar a nossa salvação. Na realidade, somos impotentes para causar as mínimas coisas, até mesmo àquelas cotidianas, sendo assim o que podemos dizer concernente as questões espirituais?