segunda-feira, 16 de abril de 2018

Interpretação que gerou confusão.

   As mensagens dos Três Anjos de Apocalipse 14 e de Daniel capítulo 8 são altamente significativas para a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Isso pelo fato de se valerem de tais versos bíblicos, objetivando com isso dar suporte ao surgimento profético da denominação. Ap. 14. 6-7 “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo, Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”.

   Neste assunto só irei analisar o primeiro Anjo de apocalipse 14, bem como alguns versos de Daniel capítulo 8. A igreja Adventista do Sétimo Dia ensina para os seus adeptos que ela perfaz com exatidão aquilo que é dito não só em apocalipse 14 como também em Daniel capítulo 8. Uma citação no livro O grande Conflito de Ellen White nos mostra que para eles a mensagem do primeiro Anjo de Ap. 14 teve seu cumprimento em 1844.

   (A Guilherme Miller e seus cooperadores coube a pregação desta advertência na América do Norte. Este país se tornou o centro da grande obra do advento. Foi aqui que a profecia da mensagem do primeiro anjo teve o cumprimento mais direto.) O grande Conflito pg. 368. Devemos relembrar o verso 7 de apocalipse 14 o que na realidade que ele está dizendo, “Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo”.

   Inicialmente, os adventistas pensavam que o "julgamento" de Apocalipse 14: 6 se referia ao julgamento de Deus sobre os iníquos. Algo que a bíblia descreve claramente, seguindo o contexto vemos: Ap. 14. 10-11 “Também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome”.

   No entanto, eles acabaram adotando uma postura diferente, dizendo que o "julgamento" era um julgamento dos justos, não dos perversos. Isso foi feito para acomodar essa nova visão, a Igreja Adventista do Sétimo Dia mudou o significado da mensagem do primeiro anjo e de Daniel 8. 14 para algo totalmente diferente, vejamos: (Tanto a profecia de Daniel 8:14 - "Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado" - como a mensagem do primeiro anjo - "Temei a Deus e dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo" - indicavam o ministério de Cristo no lugar santíssimo, o juízo investigativo, e não a vinda de Cristo para resgatar o Seu povo e destruir os ímpios. O engano fora, não na contagem dos períodos proféticos, mas no acontecimento a ocorrer no fim dos 2.300 dias). O grande Conflito pg. 424.

   A grande questão a ser debatida e entendida é: de que purificação se referiu Daniel? Para os adventistas ela se refere à expiação de todos aqueles que se tornam adventistas e com isso tem os seus pecados “transferidos” para o santuário celestial, diz E. G. W (Durante dezoito séculos este ministério continuou no primeiro compartimento do santuário. O sangue de Cristo, oferecido em favor dos crentes arrependidos, assegurava-lhes perdão e aceitação perante o Pai; contudo, ainda permaneciam seus pecados nos livros de registro. Como no serviço típico havia uma expiação ao fim do ano, semelhantemente, antes que se complete a obra de Cristo para redenção do homem, há também uma expiação para tirar o pecado do santuário. 
   
   Este é o serviço iniciado quando terminaram os 2.300 dias. Naquela ocasião, conforme fora predito pelo profeta Daniel, nosso Sumo Sacerdote entrou no lugar santíssimo para efetuar a última parte de Sua solene obra - purificar o santuário). O Grande Conflito Pg. 421. Será assim mesmo? Daniel previu realmente que o santuário seria purificado, no entanto, tal purificação seria limpar o santuário das transgressões causadas por ímpios e não os pecados do suposto povo de Deus. Dn. 8. 9 “E de um deles saiu um chifre muito pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a terra formosa”.

   Na verdade este “chifre” = reino, cresceu e se dirigiu até a terra formosa, no entendimento bíblico significa Jerusalém, Dn. 8. 11 “E se engrandeceu até contra o príncipe do exército; e por ele foi tirado o sacrifício contínuo, e o lugar do seu santuário foi lançado por terra”. Contrariando a visão adventista o príncipe do exercito citado no verso não é Jesus como querem eles, mas sim o sumo sacerdote. Dn. 8. 13 “Depois ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício contínuo, e da transgressão assoladora, para que sejam entregues o santuário e o exército, a fim de serem pisados”? 
  
   Aqui o verso é claro com relação a contaminação do santuário, a transgressão realizada por esse reino foi assoladora, e isso devido ao fato das transgressões operadas pelos judeus, na verdade a invasão no santuário e toda a sua profanação foi um castigo para aqueles que conheciam a vontade de Deus mas não praticavam. Assim sendo Antíoco IV Epifânio, instalou uma estátua de Zeus e sacrificou porcos no templo de Jerusalém, para os judeus foi realmente uma abominação desoladora Dn. 8. 14 “E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado”. Essas 2300 tarde e manhãs são na verdade 2300 dias literais, período este que levou para que o santuário voltasse a ser limpo.

   Resumo da seguinte maneira: (1) a mensagem do primeiro Anjo de apocalipse 14 é uma mensagem de advertência sim, porém não com o intuito em fazer proselitismo, mas sim despertar as pessoas para reconhecerem o criador, (2) Daniel 8. 14 não diz nem de longe que esteja tratando de outro santuário, que não seja o santuário de Jerusalém. Em suma baseado em cima de uma grande confusão a IASD. Formulou não só a sua aparição, mas também o seu corpo doutrinário.







domingo, 1 de abril de 2018

O regime alimentar apropriado.

   Os Adventistas do sétimo dia têm sido conhecidos como sendo os defensores de uma dieta vegetariana. A voz principal que promoveu o vegetarianismo na Igreja adventista foi a Profetiza Ellen G. White, que afirmou ter recebido uma visão sobre o assunto em 1863, Ela disse: "Foi na casa do irmão A. Hilliard, em Otsego, Michigan, 6 de junho de 1863, que o grande assunto da reforma da saúde foi aberto diante de mim em visão ... O Senhor  expôs perante mim um plano geral. Foi me mostrado que Deus daria ao seu povo que guarda os mandamentos uma reforma alimentar”. Conselhos sobre o regime alimentar pg. 481. 

   Nos anos que se seguiram à "visão", o casal White e outros líderes da IASD introduziram várias reformas de saúde na denominação. No entanto,ao invés de serem "inovadores" eles simplesmente apresentaram a seus seguidores muitas das reformas populares da saúde daquela época que tinham sido ministradas e ensinadas por pessoas não adventistas, tais como o Dr. James Jackson , John Wesley o fundador do metodismo, Sylvester Graham, e o profeta mórmon Joseph Smith .

   Uma das principais razões pelas quais Ellen White incentivou o vegetarianismo é porque ela acreditava que ao comer carne, as paixões inferiores, ou as paixões animalescas seriam despertadas. O grande problema e que a base para isso não é encontrada em nenhuma evidência bíblica ou científica. Em vez disso, a noção de que as paixões animais foram despertadas pela alimentação de animais foi popularizada nos anos 1800 pelo reformador da saúde, Sylvester Graham.

   Graham ensinou que o "uso da carne" despertaria o desejo sexual, assim sendo ele sugeriu que para evitar o estimulo sexual ou para não despertar a tentação, melhor seria não comer nenhum tipo de alimento animal. Foi isso que levou EGW a escrever as seguintes palavras: “Um regime de carne tende a desenvolver a sensualidade. O desenvolvimento da sensualidade diminui a espiritualidade, tornando a mente incapaz de compreender a verdade”. Conselhos sobre o regime alimentar pg. 382.

   Talvez a mais estranha de todas as declarações feitas por Ellen White são aqueles em que ela diz que comer carne é prejudicial ao crescimento espiritual de uma pessoa. Comparemos isso com o que a Bíblia diz: Mc. 7. 18-19 “E ele disse-lhes: Assim também vós estais sem entendimento? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar, Porque não entra no seu coração, mas no ventre, e é lançado fora, ficando puras todas as comidas?”

   Jesus teve todas as oportunidades para dizer aos discípulos sobre os perigos de comer carne e como isso poderia destruir sua saúde física, mental e espiritual. Mas ele não fez isso, em vez disso, Marcos nos diz que Cristo declarou todos os alimentos "aceitáveis". Examinemos alguns exemplos na Escritura para determinar se alguém teve sua vida espiritual prejudicada comendo carne.

   Gn. 18. 7-8 “E correu Abraão às vacas, e tomou uma vitela tenra e boa, e deu-a ao moço, que se apressou em prepará-la. E tomou manteiga e leite, e a vitela que tinha preparado, e pôs tudo diante deles, e ele estava em pé junto a eles debaixo da árvore; e comeram.” Ex. 29. 32 “E Arão e seus filhos comerão a carne deste carneiro, e o pão que está no cesto, à porta da tenda da congregação.” Nm. 18. 17-18 “Mas o primogênito de vaca, ou primogênito de ovelha, ou primogênito de cabra, não resgatarás, santos são; o seu sangue espargirás sobre o altar, e a sua gordura queimarás em oferta queimada de cheiro suave ao Senhor. E a carne deles será tua; assim como o peito da oferta de movimento, e o ombro direito, teus serão.”
   
   Dn. 1. 8 e 12 “E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar”. “Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, e que se nos dêem legumes a comer, e água a beber”. Daniel é sustentado pelos adventistas como um grande exemplo de vegetariano, pelo fato dele não ter comido as iguarias oferecidas pelo rei, mas observe o que o Daniel disse estando mais velho, Dn. 10. 2-3 “Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas. Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas”. Se não fosse seu costume, ele Daniel não precisaria ter enfatizado que se absteve de comer carne por três semanas, será que ele era vegetariano e deixou de ser, ou nunca foi.

   Mt. 3. 4 “E este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre”. Mesmo que os adventistas insistam em dizer que este gafanhoto do qual a bíblia diz que João se alimentava seja uma espécie de planta, isso não condiz com a realidade, sobre Mateus 3 verso 4 os eruditos tem afirmado que o gafanhoto se trata realmente do inseto voador que conhecemos, visto ser permitido para uso alimentar, Lv. 11. 22 “Deles comereis estes: a locusta segundo a sua espécie, o gafanhoto devorador segundo a sua espécie, o grilo segundo a sua espécie, e o gafanhoto segundo a sua espécie”.

   Como parte da tradicional cerimônia da Páscoa, instituída por Deus, um cordeiro era comido. E como judeu, Jesus participou ativamente dessa tradição com seus discípulos, Lc. 22. 15 “E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça.” Jesus não apenas comeu carne com os discípulos, mas também alimentou milhares de pessoas com peixes, Mt. 14. 17-19 “Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. E ele disse: Trazei-mos aqui.E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a erva, tomou os cinco pães e os dois peixes, e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à multidão”.

   Jesus também alimentou os discípulos com os peixes depois da ressurreição, Jo. 21. 9 e 12 “Logo que desceram para terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima, e pão”. “Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. E nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor”. Certamente, Jesus poderia ter alimentado os discípulos com outro tipo de alimento naquela manhã junto ao lago, instruindo-os assim sobre os perigos de comer carne, mas ele não fez.

   Estes exemplos nos mostram que o consumo de carne é perfeitamente apropriado para o povo de Deus e não prejudica seu bem-estar espiritual, 1ª Co. 8. 8 “Ora a comida não nos faz agradáveis a Deus, porque, se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta”.