quarta-feira, 2 de junho de 2010

Encarnação e reencarnação, tem apoio bíblico?

Meditando sobre a questão da encarnação e reencarnação me deparei com o credo adventista do 7º dia. No item nº. 04 falando sobre Jesus Cristo, diz exatamente assim: “Deus, o Filho Eterno, encarnou-Se em Jesus Cristo. Por meio dele foram criadas todas as coisas, é revelado o caráter de Deus, efetuada a salvação da humanidade e julgado o mundo. Sendo para sempre verdadeiramente Deus, Ele se tornou também verdadeiramente homem, Jesus, o Cristo. Ele foi concebido do Espírito Santo e nasceu da virgem Maria. Viveu, e experimentou a tentação como um ser humano, mas exemplificou perfeitamente a justiça e o amor de Deus. Por Seus milagres manifestou o poder de Deus e atestou que era o Messias prometido por Deus. Sofreu e morreu voluntariamente na cruz por nossos pecados e em nosso lugar, foi ressuscitado dentre os mortos e ascendeu para ministrar no santuário celestial em nosso favor. Virá outra vez, em glória, para o livramento final de Seu povo e a restauração de todas as coisas”. Analisando estas declarações percebemos um pensamento completamente espírita, ou seja, a encarnação segundo os adventistas, do Deus filho na pessoa de Jesus Cristo. A questão a ser tratada é: o termo encarnação é encontrado na bíblia? Ou melhor, a bíblia menciona ou apóia a idéia da encarnação? Ou é mais uma doutrina fabricada por homens? Na verdade esta afirmação é um conceito extra bíblico, com o objetivo de se adaptar a doutrina da trindade. No credo trinitariano contendo quarenta itens formulados por Atanásio, nos itens 26 e 27 diz assim: “Logo, todo aquele que quiser ser salvo deve pensar desse modo com relação à Trindade”. “Mas também é necessário para a salvação eterna, que se creia fielmente na encarnação do nosso Senhor Jesus Cristo”. Qual era a visão que as pessoas no primeiro século tinham a respeito de Jesus? “Nos evangelhos, as pessoas a volta de Jesus muitas vezes o viam apenas como ser humano, não como Deus, em grande medida porque ele tinha aparência humana e agia como humano. Pouco tempo depois de sua ascensão, contudo, surgiu à tentação oposta, e alguns cristãos começaram a ver a Cristo como Deus, negando que ele verdadeiramente houvesse se tornado humano”. A Trindade pág. 146. O que a bíblia nos diz sobre Jesus, quem era ele? Mc. 1.1, Rm 1.4, I jo. 5.5 Que Jesus é literalmente o filho de Deus, a bíblia não deixa dúvidas. Porém, devido à pluralidade de pensamentos acerca da pessoa, e de onde veio Jesus, foi necessário formular dogmas e credos com o objetivo de tentar manter um vínculo doutrinário. O problema se deu naturalmente pelo afastamento gradual da doutrina dos apóstolos. Alguns pesquisadores na área da religião disseram em um artigo na revista Galileu o seguinte: “A diversidade de pontos de vista sobre Jesus só aumentaria com o tempo”. “A região do Mediterrâneo Oriental era um cadinho de povos e idéias”. “A cultura mais influente era a grega, com sua tradição de racionalismo e filosofia”. “À medida que o cristianismo penetrava nesse mundo, o encontro entre o pensamento grego e as escrituras da nova religião dava origem a formas mais sofisticadas de teologia cristã”. "As discussões especulativas, que eram próprias das escolas filosóficas, foram transferidas para a teologia cristã.” (revista Galileu, dez/2005.) Percebemos que a igreja nesta época já se encontrava sem rumo, muitas brigas políticas e até mesmo assassinatos. Quanto à natureza de Cristo, eles fizeram o mesmo com relação à natureza de Deus, ou seja, não se conformaram somente com o que as escrituras revelavam, adicionaram interpretação e idéias próprias. O campo da especulação favoreceu a discussão em ralação a natureza de Cristo, o fato de Jesus realizar vários milagres e ter posteriormente ressuscitado, contribuiu para trazer dúvidas para aquelas pessoas que não tinham o conhecimento do Messias. Começaram então a questionar, quem é este homem? É Deus? É homem? Ou é um Deus homem? Como foi lido anteriormente as pessoas da época não sabiam definir quem de fato foi Jesus. Já nos dias apostólicos existia a tendência para uma má interpretação sobre a natureza de Cristo. I Jo. 4.2-3, II Jo. 7. já naquele período muitos não estavam crendo e até ensinando que Jesus não era um homem verdadeiro. Atualmente existem três linhas de pensamentos sobre a natureza de Jesus Cristo, (1) os que defendem a doutrina da trindade segundo o concílio de Constantinopla, crêem e ensinam que Jesus é co-eterno, ou seja, Jesus é Deus. A doutrina da trindade a princípio, desde o concílio de Nicéia até o de Constantinopla cria-se e ensinavam que Jesus era deus, porém gerado do pai. (2) os não trinitarianos crêem que Jesus foi gerado por Deus na eternidade, porém ele não é Deus, mas sim filho de Deus. (3) e os que literalmente crêem que Jesus foi gerado pelo espírito de Deus e teve a sua origem no ventre de Maria. Mt. 1.18-25, Lc. 1. 26-35 no verso 32 e 35 vemos algo importante o anjo diz que Jesus será chamado filho de Deus. Percebemos o verbo será, no futuro, se ele já era filho antes de nascer na terra, como aplicar este verso? De igual modo crer na trindade é ir contra os escritos bíblicos e aceitar algo extra bíblico, como por exemplo, crer que um dos membros da trindade sumiu e apareceu dentro de Maria. Mc. 1.1 Jesus era o Filho de Deus, o Espírito Santo não era. Deus usou o Espírito Santo sobre Maria, "por isso o ente santo" que nasceu dela era "chamado de Filho de Deus" (Lucas 1:35). O uso da expressão "por isso" implica que sem a ação do Espírito Santo sobre de Maria, Jesus, o Filho de Deus, não poderia ter existência. Novamente, precisa ser notada a ocorrência de muitos tempos verbais no futuro, por exemplo, "ele será grande" Lucas 1.32. Se Jesus já existisse fisicamente enquanto o anjo falava estas palavras a Maria, ele já seria grande. Jesus era a "geração" de Davi Ap. 22.16, a palavra grega "gennao" implica que Jesus foi "gerado de" Davi por meio de Maria e filho de Deus por meio do seu espírito. O salmo 22 profetiza a respeito de Cristo e diz: Sl. 22.9-10. Nesta hora da morte Jesus olha para as suas origens e igualmente Isaias profetiza sobre as origens de Jesus. Is. 49. 5-6. Que diz: Mas agora diz o Senhor, que me formou desde o ventre para ser seu servo, para que torne a trazer Jacó e para reunir Israel a ele, porque eu sou glorificado perante o Senhor, e o meu Deus é a minha força. Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra.