segunda-feira, 1 de julho de 2019

Não atentando nas coisas que se vêem.



1ª Co. 15. 19 “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens”. Peguei este verso e o retirei do contexto do capítulo, com o objetivo de tirar uma lição para as nossas vidas. Neste verso nós encontramos ao menos duas situações a serem analisadas; a primeira, é que não existe esperança para os incrédulos, isso no que está relacionada a vida eterna, quanto a vida física podemos dizer que existe somente uma ilusão alimentada pela vaidade humana, nada além disso. A segunda questão é direcionada para aqueles que creem.

No verso acima, Paulo está nos alertando para não nos gabarmos, pelo fato de acreditarmos que somos cristãos, as coisas dessa vida não vão sempre estar de acordo com as nossas perspectivas. Acreditar diferente é viver de ilusão; temos ouvido as pessoas dizerem que a vida humana é cheia de altos e baixos, eu acredito que a nossa vida é composta por mais baixos do que altos. E o problema disso é que as pessoas começam a se perguntar: mas, isso é culpa de quem? É culpa de Deus? Afinal, não sou cristão?

Na verdade existem três questões básicas que nós devemos atentar e fixar em nossas mentes: a primeira é que não existe um único verso escrito na bíblia nos dando garantia de que nós estaremos livres dos revezes, pelo contrário, Jo. 16. 33 “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”.

A segunda questão diz respeito exatamente o que Jesus nos disse no verso anterior, a aflição encontrada no mundo, seria essa aflição um açoite somente para os cristãos? De maneira nenhuma! Rm. 3. 9 “Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado”. As aflições em todas as suas formas, está distribuída não só sobre o gênero humano, mas sobre toda a criação.

Não importa o continente que se viva ou mesmo a classe social que se pertença, cedo ou tarde, a desilusão o encontrará. Não há meios humanos para se evitar isso, ninguém por mais abastado que seja poderá interromper o processo do envelhecimento, não há dinheiro no mundo que o faça escapar de um acidente, mas, devemos entender que isso se dá não só com o incrédulo, e por que isso se acontece? Rm. 5. 12 “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.

A segunda questão está diretamente relacionada com a ilusão que presenciamos; fabricada podemos assim dizer pela nossa própria existência e consequentemente com a desilusão proporcionada por nossas expectativas, expectativas essas que depositamos nesta ilusão que é a nossa fugaz existência. Segundo o dicionário a palavra ilusão significa: erro de percepção ou de entendimento; engano dos sentidos ou da mente; interpretação errônea; já a palavra desilusão tem outro significado: perda da esperança; descrença. sentimento de tristeza, frustração; desapontamento, decepção.

Por isso é necessário fixarmos em nossas mentes as palavras de Jesus, de que no mundo teremos aflições. A terceira questão é embasada pela bíblia, e podemos assim dizer testificada por nossa existência, 2ª Co. 4. 18 “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”. Ec. 11. 8 “Ainda que o homem viva muitos anos, regozije-se em todos eles; contudo, deve lembrar-se de que há dias de trevas, porque serão muitos. Tudo quanto sucede é vaidade”. A palavra vaidade significa “hálito” ou “vapor” e, portanto, qualifica a vida como algo que passa depressa.

A existência humana testifica este fato, então alguém irá perguntar: - a vida é sem sentido? Não! Talvez os nossos objetivos se demonstrarão sem sentido, o nosso empenho, o direcionamento de nossos esforços e ações, no final redundara em nada, mas esse não é o grande problema, visto que as coisas são assim mesmo e tendem a aniquilar-se, o problema maior é tentar manter uma queda de braço com o “imprevisto” já anunciado, como assim? Imprevisto anunciado!

Resumindo, é o mesmo que dizer: não querer aquilo que vai acontecer, por isso devemos relembrar sempre 2ª Corintios 4. 18 “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”. Infelizmente essa situação desfrutada por nós os mortais tende a prosseguir, é o processo da morte que faz isso, o processo da morte não está restrito apenas nos seres animados, pelo contrário, tudo aquilo que percebemos e observamos está sofrendo desgastes, um reflexo do processo da morte em curso.

Por isso, apesar de necessário, não podemos atentar como coisa última as coisas existentes neste mundo; 1ª Co. 7. 31 “Mas também os que choram, como se não chorassem; e os que se alegram, como se não se alegrassem; e os que compram, como se nada possuíssem; e os que se utilizam do mundo, como se dele não usassem; porque a aparência deste mundo passa”. E nesse processo de “passar” estamos nós incluídos; o desgaste a corrupção, tudo isso tem trabalhado objetivando em levar aquilo que existe para o estágio anterior da existência.

Qual a vantagem de se crer na bíblia então? Muitas, entre elas está a promessa a interrupção do processo da morte. Contudo, não diz que tal reversão ocorrerá como um passe de mágica, antes tal reversão deve estar acontecendo hoje, e é nos dito exatamente como isso acontece, Rm. 6. 8-11Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos, sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus”.

Não que exista pessoas perfeitas, mas deve existir pessoas que esperam pela perfeição, e essa perfeição só existirá quando a morte for destruída, por isso a nossa visão de vida deve ser alicerçada sobre o que é duradouro, devemos sim usar e nos valermos daquilo que é aparente, no entanto, isso não pode se tornar algo duradouro, primaz em nossas vidas.