Nós que aceitamos os ensinamentos das escrituras concernente a criação, em alguma época de nossas vidas inevitavelmente iremos perguntar: o que temos a ver com o pecado de Adão em uma época tão
distante? Este ato afetou a minha vida? Essas são perguntas que certamente os
crentes farão no decorrer de sua caminhada. Não há como evitar o ensinamento óbvio das escrituras que diz
que o pecado de Adão teve consequências drásticas sobre os seus descendentes.
Rm. 5.12 (Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos
pecaram.) Após a entrada do pecado no mundo devido ao pecado de Adão surgiu
uma parede de separação entre Deus e o homem, infelizmente com o pecado de Adão
a corrupção foi transferida para os seus descendentes, dando sequencia a separação entre Deus e a humanidade pecadora, Is. 59.2 (Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados
encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça.)
A bíblia nos informa de que apesar de não termos pecado
juntos com Adão carregamos em nossa natureza a corrupção original, corrupção original é a contaminação inerente à qual todo
pecador está sujeito. É uma realidade na vida de todos os homens. É o estado
pecaminoso, do qual surgem atos pecaminosos. Após o pecado Adão e Eva
carregaram consigo o pecado da culpa original e de uma forma natural transmitiram
corrupção aos homens. Por corrupção entende-se que é o estado do qual todos nós
nos encontramos. Rm 5. 18 (Pois assim como por uma só ofensa veio o
juízo sobre todos os homens para a condenação, assim também por um só ato de
justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.)
Naturalmente
nem todos aceitam este assunto, alguns seguindo o ensinamento de Pelágio
insistem que não temos nada com o pecado de Adão, portanto o pecado original
não existe. Bem, que não pecamos juntos com Adão é uma realidade e que também
não incentivamos Adão a pecar, isso também é fato. Mas, aceitar a criação e não
aceitar a queda e seus resultados não é um ensinamento bíblico. A queda de Adão
causou um desequilíbrio em todas as dimensões humanas, físico, mental e
espiritual. Realmente não somos culpados por ter Adão cometido tal ato
pecaminoso, mas carregamos em nossa natureza as conseqüências desta culpa.
As
nossas ações são características de ações pós queda, o mundo em que vivemos é
um mundo percebido pelos sentidos pós queda. Logo “se não fosse a transgressão
de Adão” a nossa percepção e as nossas ações não estariam moldadas do jeito que
ora percebemos e vivenciamos Gn. 2.25
(Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não
se envergonhavam.) Gn. 3.10 (Ele respondeu: Ouvi a tua voz
no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.) Percebe-se claramente a reação
de Adão antes e depois da queda.
Pelágio rejeitando este assunto elaborou a seguinte questão, disse ele: “se Deus é
completamente bom, então tudo o que criou é igualmente bom, toda a sua criação
é boa, incluindo o homem”. Pelágio disse que a natureza humana, como tal,
é inalteravelmente boa. Isto é, a essência constituinte do homem permanece boa.
A natureza não pode ser alterada na sua substância; só pode ser modificada
acidentalmente.
Não
acredito na teoria de Pelágio pelo fato que de se fosse assim qualquer um
poderia vencer o pecado sem a ajuda de Deus, e isso nós sabemos que nem mesmo
Jesus conseguiu veja o que o próprio Cristo nos diz: Jo. 5.30 (Eu nada posso
fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque
não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou.) Repare o que Paulo nos diz em Rm. 5.19 (Porque,
como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram
pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se
tornarão justos.) Na minha concepção se não creio que
a desobediência de Adão causou de certa forma o meu pecado, não posso
crer que a obediência Cristo será a minha libertação.
A
verdade foi que em seus dias Pelágio viu um cristianismo deturpado e
tentou impor certas regras para tentar restabelecê-lo, e uma delas é que nós
podemos por nossas forças vencer as tentações. Ao passo que a bíblia ensina o
oposto Rm. 3.9-10 (Pois quê? Somos nós mais excelentes? De
maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como
gregos, todos estão debaixo do pecado, como está escrito: Não há um justo, nem
um sequer.) O resultado da desobediência de Adão foi a sua queda, logo
a sua queda lhe proporcionou a contemplar um cenário completamente novo, ou
seja, um cenário de imperfeição, imperfeição esta da qual somos todos
participantes.
Se Adão
não tivesse caído nós seriamos perfeitos, pois teríamos nascido em um ambiente
livre das conseqüências da queda, neste sentido o pecado de Adão é Meu também.
Assim sendo a teoria de Pelágio não se coaduna com a realidade que vivemos,
pois disse ele: “se Deus é completamente
bom, então tudo o que criou é igualmente bom, toda a sua criação é boa,
incluindo o homem”. Não podemos negar o fato de que Deus seja bom, mas
também não podemos aceitar que tudo que ele criou seja completamente bom, mais
que dentro dos seus planos são justificáveis e tem objetivos necessários.
O que
dizer das catástrofes, da assolação e do mal, pois negar que Deus os tenha
criado é negar o próprio escrito bíblico Is.
45.7 (Eu formo a luz e crio as trevas; faço a
paz e crio o mal; eu, o Senhor,
faço todas estas coisas.) Ez. 33.29 (Então, saberão que eu sou o Senhor, quando eu tornar a terra em
desolação e espanto, por todas as abominações que cometeram. O que dizer
também do calor em excesso, ou do seu oposto, da fome da sede, dos espinhos,
naturalmente a criação é bela, porém trás consigo o vestígio do pecado.
Ao
contrário do que Pelágio disse a natureza de Adão ao contemplar outro cenário,
percebendo que estava nu demonstrou que sua natureza foi drasticamente
alterada. Do mesmo
modo é enganoso o ensinamento de que não nascemos em pecado, dizer que a
sociedade e a localidade onde nasce um indivíduo é que moldam o caráter de uma
pessoa não corresponde com a realidade.
Sl. 51.5 ( Eu nasci na iniquidade, e
em pecado me concebeu minha mãe. Por outro lado se a sociedade e o contexto onde vive tal
individuo são os fatores preponderantes no seu comportamento naturalmente
deveríamos encontrar indivíduos “santos” em localidades melhores preparadas.
Mas não é assim, a corrupção humana atinge níveis extra-físico, em se tratando
de corrupção dentro das perspectivas divinas todos somos iguais, claro está que
se excetua os que estão sendo santificados em Cristo. Sendo assim
por ser Adão o pai da raça humana o seu pecado passou a ser o nosso pecado, e a
nossa transgressão o resultado da sua transgressão.
Isso
denota claramente a questão da depravação da natureza do homem e isso é
ensinado em Rm. 11.32 (Porque Deus encerrou a todos debaixo
da desobediência, para com todos usar de misericórdia.) Mas a questão
da misericórdia será tema de um próximo assunto.
Evandro.
Evandro.