Na sua primeira carta aos Coríntios, Paulo explica por que os cristãos não devem adorar os ídolos, ou mesmo acreditar em tais coisas. Nos tempos bíblicos, as pessoas acreditavam que os demônios eram deuses menores os quais regiam as coisas no mundo, por isso a criação de ídolos em todas as suas espécies eram fabricados para que pudessem ser adorados, tendo como principal objetivo aplacar a ira desse deuses.
Portanto, eles fizeram vários modelos de demônios, que eram o mesmo que ídolos e os adoraram. Isso explica por que Paulo usa as palavras "demônios" e "ídolos" quase alternadamente em sua carta. 1ª Co. 10. 19-20 “Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.”
Assim, ídolos e demônios são efetivamente o mesmo. Observe como Paulo diz que eles, os gentios, sacrificam "para os ídolos e não para Deus." Segundo o ensino bíblico genuíno, apesar de existirem vários deuses segundo a mentalidade dos povos, para o crente na bíblia há um só Deus, o Pai. Paulo joga por terra a teoria de que os demônios são seres superpoderosos, ele desmistifica com a seguinte pergunta: o ídolo é alguma coisa? segue-se então, que os demônios não têm nenhum poder real, eles não são deuses.
Gl. 4. 8-9 “Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses. Mas agora, conhecendo a Deus ou, antes, sendo conhecidos de Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?” Paulo desafia os convertidos de Gálatas a não se escravizarem mentalmente com coisas inúteis; e entre elas os deuses ou os ídolos dos povos.
Outra prova de que no NT. ensina que os demônios eram ídolos ou 'deuses' é encontrado em Atos 17. 16 e 18 “ E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria. E alguns dos filósofos epicureus e estoicos contendiam com ele. Uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos. Porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição.”
Os versos nos mostram como os ídolos predominavam em Atenas. Depois de ouvir Paulo pregar o evangelho, as pessoas diziam: "Parece ser um proclamador de deuses estranhos, na verdade ele havia pregado sobre Jesus e a ressurreição "Assim, as pessoas pensavam que Jesus e a ressurreição eram demônios ou novos ídolos, percebemos a relação direta entre ídolos e deuses, ou mais propriamente demônios.
No A T. há mais evidências de que os "demônios" são os mesmos ídolos, Dt. 32. 17 “Sacrifícios ofereceram aos diabos, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram seus pais.” Sl. 106. 35-37 “Antes, se misturaram com as nações e aprenderam as suas obras.” E serviram os seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço. Demais disto, sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios.”
Dt. 28. 64 “E o Senhor vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra; e ali servirás a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; servirás à madeira e à pedra”. Servir a outros deuses é o mesmo que servir aos ídolos ou aos demônios, algo considerado pela bíblia como transgressão dos mandamentos de Deus. Contudo, o NT. relaciona os demônios com a doença e não com o pecado. A Bíblia fala de pessoas que têm um demônio (doença), ao invés de dizer que os demônios causavam doenças. É significativo que a versão grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) usa a palavra daimon ao invés de "ídolo" e daimon traduzido como "diabo" no Novo Testamento.
Sl. 96. 5 “Porque todos os deuses dos povos não passam de ídolos; o Senhor, porém, fez os céus”. A tradução dos 70 ou a Septuaginta, traduz os ídolos como demônios. E o mesmo ocorre com Isaías 65. 11 “Mas quanto a vocês que se afastam do Senhor, que se esquecem do meu santo monte, que preparam uma mesa para a deusa Fortuna e misturam vinho para o deus Destino.” Esses deuses são traduzidos como demônios.
Sl. 106. 39 “Assim se contaminaram com as suas obras e se prostituíram nos seus feitos”. Esse verso descreve os erros de Israel, com os ídolos de Canaã, e esses ídolos são chamados de demônios, muito claramente, os demônios são apenas outro nome para os ídolos. Deus descreve a adoração de ídolos por Israel como um culto de suas próprias obras.
A crença por parte de Israel em demônios foi o resultado da imaginação humana, ao criarem os ídolos eles criaram suas próprias obras. Portanto, aqueles que hoje acreditam em demônios estão acreditando em coisas que foram imaginadas por homens, uma criação dos homens, ao invés daquilo que Deus nos ensinou. A palavra que é usada para ídolos literalmente significa "nada", salientando que eles não têm existência no mundo real, apenas nas mentes de pessoas que acreditam neles.
Dt. 32. 16-17 “Com deuses estranhos eles provocaram ciúmes, com abominações o irritaram. Ofereceram sacrifícios aos demônios, não a Deus; sacrificaram a deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, diante dos quais os seus pais não tremeram”. 1ª Sm. 12. 10 e 21 “Eles clamaram ao Senhor e disseram: “Pecamos, pois deixamos o Senhor e servimos os baalins e astarotes. Mas agora livra-nos das mãos de nossos inimigos, e te serviremos. Não se desviem, pois vocês estariam seguindo coisas vãs, que nada aproveitam e que não os podem livrar, porque são vaidade”.
Percebemos então que a crença em demônios mostra uma tremenda falta de fé no Deus criador. Os comentários de Paulo em 1ª Coríntios 10:19-20 mostram isso, na verdade quando a bíblia fala de demônios ela se refere a um termo funcional e não a pessoas reais, afinal de contas, Paulo disse taxativamente que os ídolos são "nada.