segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Ezequiel 37 apoia a ressurreição da carne?

 O cristianismo quase que na sua totalidade, acredita e ensina que o capítulo 37 de Ezequiel apoia a ideia da ressurreição da carne. Está mesmo o profeta ensinando isso mesmo? O capítulo em si, confirma esse pensamento? Ez. 37. 1-2 “Veio sobre mim a mão do Senhor, e ele me fez sair no Espírito do Senhor, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos. E me fez passar em volta deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale, e eis que estavam sequíssimos.”

Israel nessa época estava submetido ao cativeiro babilônico, e nesse período Ezequiel teve essa visão. Na verdade quando olhamos mais atentamente para o capítulo 37 percebemos que a visão obtida por Ezequiel, não ensina uma ressurreição da carne, muito menos de todas as gentes. Primeiro devemos atentar para o fato de que Israel nesse época estava podemos dizer “sem vida”.

De baixo de um cativeiro e distante de Deus, esse distanciamento na realidade causou a sua subjugação não só moral, mais também e principalmente espiritual. Longe da sua terra, sem o templo e os seus ritos, rejeitados naquele período por Deus, culminou com sua queda e morte, Portanto, o vale de ossos secos de Ezequiel representa Israel nos dias do seu cativeiro físico e espiritual.

Os versos quatro ao dez de Ezequiel 37 descrevem a “ressurreição” de uma forma simples e bastante clara, ou seja, os nervos e a carne cobrindo os ossos a força animadora que é o espírito dando vida. Ou seja, uma forma humana para descrever a ressurreição do povo, Ez. 37. 11 “Então me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; nós mesmos estamos cortados.”

O verso resume o que acabei de dizer, o profeta estava tratando de um assunto espiritual usando contudo, de palavras literais e contextuais. Vejamos mais dois versos, Ez. 37. 12 “Portanto profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu abrirei os vossos sepulcros, e vos farei subir das vossas sepulturas, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel.” A primeira impressão parece realmente que o verso está tratando de uma forma física (o subir da sepultura) induz esse pensamento, no entanto não é assim.

Ez. 37. 14 “E porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que eu, o Senhor, disse isto, e o fiz, diz o Senhor.” Ora, se os ossos estavam secos, significa que estavam mortos em suas sepulturas, mas como pode o morto reclamar algo? Os mortos nesse contexto era a casa de Israel que estava em cativeiro, “a morte” foi todo o trâmite ocorrido e suportado pelos judeus.

Isso fica evidente vendo os versos 11 e 14. Eles argumentam de que os próprios ossos ressecaram, (os mortos não falam) e no verso 14 Deus prometeu o seu Espírito, não o espírito do homem, isso significa que eles seriam restaurados espiritualmente e voltariam à sua terra. Sendo assim, não há evidência de que Ezequiel 37 apoie a ressurreição da carne.

O desenrolar do capítulo 37 nos mostra a restauração espiritual de Israel, ainda que as palavras do profeta se desenrole de uma forma contextual. Ez. 37. 21- 22 “Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu tomarei os filhos de Israel dentre os gentios, para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra. E deles farei uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles, e nunca mais serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos.” O secar dos ossos na sepultura, significa o cativeiro entre os povos devido a transgressão por eles cometida, ao passo que ser tirado das nações e ser reintroduzido na sua terra, representa o despertar o ressuscitar da nação, isso ainda se dará.

Esse episódio ainda não aconteceu, apesar de em 1948 Israel ter sido nomeado como uma nação, não é apenas isso que o capítulo 37 de Ezequiel está tratando, na verdade está se falando nesse contexto de algo superior, isto é, espiritual. Essa profecia se cumprirá no reino vindouro onde “Davi” será rei. Na realidade o profeta cita Davi como rei, valendo-se apenas da linguagem contemporânea, sabemos no entanto, que o descendente de Davi reinará.

Os dois versos a seguir contribuem grandemente para o que estou dizendo: Ez. 37. 26-27 “E farei com eles uma aliança de paz; e será uma aliança perpétua. E os estabelecerei, e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles para sempre. E o meu tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”. O NT. Nos dá essa informação, onde no final do reino messiânico, Deus estabelecerá o seu tabernáculo no nosso meio.

Ap. 21. 3 “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.” O tabernáculo o qual o NT. Se refere é a própria cidade santa, Ap. 21. 2-3 “E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, preparada como uma esposa adornada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus.”

Em resumo, Ezequiel 37 não apoia literalmente a ideia da ressurreição da carne, usa sim de uma linguagem de fácil entendimento, relacionado com as questões humanas, vida, morte, cativeiro e etc. Contudo, o mesmo capítulo trata sim da instauração do reino de Deus, regido a princípio pelo Messias descendente de Davi. Fala também da necessidade da ressurreição espiritual a qual dará acesso ao reino de Deus.

Mas, todas as figuras utilizadas, como sendo nervos, peles, respiração tomando posse dos ossos secos, representam na verdade a ressurreição do incorruptível, tem até mesmo o fato de que a ressurreição do corpo carnal seria temporário, necessitar-se-ia de uma nova ressurreição e assim sucessivamente.

domingo, 3 de agosto de 2025

Os demônios são apenas os ídolos dos povos.

 Na sua primeira carta aos Coríntios, Paulo explica por que os cristãos não devem adorar os ídolos, ou mesmo acreditar em tais coisas. Nos tempos bíblicos, as pessoas acreditavam que os demônios eram deuses menores os quais regiam as coisas no mundo, por isso a criação de ídolos em todas as suas espécies eram fabricados para que pudessem ser adorados, tendo como principal objetivo aplacar a ira desse deuses. 

Portanto, eles fizeram vários modelos de demônios, que eram o mesmo que ídolos e os adoraram. Isso explica por que Paulo usa as palavras "demônios" e "ídolos" quase alternadamente em sua carta. 1ª Co. 10. 19-20 “Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes, digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios.”

Assim, ídolos e demônios são efetivamente o mesmo. Observe como Paulo diz que eles, os gentios,  sacrificam "para os ídolos e não para Deus." Segundo o ensino bíblico genuíno, apesar de existirem vários deuses segundo a mentalidade dos povos, para o crente na bíblia há um só Deus, o Pai. Paulo joga por terra a teoria de que os demônios são seres superpoderosos, ele desmistifica com a seguinte pergunta: o ídolo é alguma coisa? segue-se então, que os demônios não têm nenhum poder real, eles não são deuses. 

Gl. 4. 8-9 “Mas, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza não são deuses. Mas agora, conhecendo a Deus ou, antes, sendo conhecidos de Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?” Paulo desafia os convertidos de Gálatas a não se escravizarem mentalmente com coisas inúteis; e entre elas os deuses ou os ídolos dos povos.

Outra prova de que no NT. ensina que os demônios eram ídolos ou 'deuses' é encontrado em Atos 17. 16 e 18 “ E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria. E alguns dos filósofos epicureus e estoicos contendiam com ele. Uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos. Porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição.”

Os versos nos mostram como os ídolos predominavam em Atenas. Depois de ouvir Paulo pregar o evangelho, as pessoas diziam: "Parece ser um proclamador de deuses estranhos, na verdade ele havia pregado sobre Jesus e a ressurreição "Assim, as pessoas pensavam que Jesus e a ressurreição eram demônios ou novos ídolos, percebemos a relação direta entre ídolos e deuses, ou mais propriamente demônios.                              

No A T.  há mais evidências de que os "demônios" são os mesmos ídolos, Dt. 32. 17 “Sacrifícios ofereceram aos diabos, não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, dos quais não se estremeceram seus pais.” Sl. 106. 35-37 “Antes, se misturaram com as nações e aprenderam as suas obras.” E serviram os seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço. Demais disto, sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios.” 

Dt. 28. 64 “E o Senhor vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra; e ali servirás a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; servirás à madeira e à pedra”. Servir a outros deuses é o mesmo que servir aos ídolos ou aos demônios, algo considerado pela bíblia como transgressão dos mandamentos de Deus. Contudo, o NT. relaciona os demônios com a doença e não com o pecado. A Bíblia fala de pessoas que têm um demônio (doença), ao invés de dizer que os demônios causavam doenças. É significativo que a versão grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) usa a palavra daimon ao invés de "ídolo" e daimon traduzido como "diabo" no Novo Testamento. 

Sl. 96. 5 “Porque todos os deuses dos povos não passam de ídolos; o Senhor, porém, fez os céus”. A tradução dos 70 ou a Septuaginta, traduz os ídolos como demônios. E o mesmo ocorre com Isaías 65. 11 “Mas quanto a vocês que se afastam do Senhor, que se esquecem do meu santo monte, que preparam uma mesa para a deusa Fortuna e misturam vinho para o deus Destino.” Esses deuses são traduzidos como demônios.

Sl. 106. 39 “Assim se contaminaram com as suas obras e se prostituíram nos seus feitos”. Esse verso descreve os erros de Israel, com os ídolos de Canaã, e esses ídolos são chamados de demônios, muito claramente, os demônios são apenas outro nome para os ídolos. Deus descreve a adoração de ídolos por Israel como um culto de suas próprias obras.

A crença por parte de Israel em demônios foi o resultado da imaginação humana, ao criarem os ídolos eles criaram suas próprias obras. Portanto, aqueles que hoje acreditam em demônios estão acreditando em coisas que foram imaginadas por homens, uma criação dos homens, ao invés daquilo que Deus nos ensinou. A palavra que é usada para ídolos literalmente significa "nada", salientando que eles não têm existência no mundo real, apenas nas mentes de pessoas que acreditam neles.

Dt. 32. 16-17 “Com deuses estranhos eles provocaram ciúmes, com abominações o irritaram. Ofereceram sacrifícios aos demônios, não a Deus; sacrificaram a deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, diante dos quais os seus pais não tremeram”.  1ª Sm. 12. 10 e 21 “Eles clamaram ao Senhor e disseram: “Pecamos, pois deixamos o Senhor e servimos os baalins e astarotes. Mas agora livra-nos das mãos de nossos inimigos, e te serviremos. Não se desviem, pois vocês estariam seguindo coisas vãs, que nada aproveitam e que não os podem livrar, porque são vaidade”. 

Percebemos então que a crença em demônios mostra uma tremenda falta de fé no Deus criador. Os comentários de Paulo em 1ª Coríntios 10:19-20 mostram isso, na verdade quando a bíblia fala de demônios ela se refere a um termo funcional e não a pessoas reais, afinal de contas, Paulo disse taxativamente que os ídolos são "nada. 

terça-feira, 1 de julho de 2025

A bíblia não ensina a trindade. 4

  A formula ortodoxa da trindade ensina que o Pai o Filho e o Espírito Santo são co-iguais. Sabemos pelo relato bíblico, que Jesus é a segunda pessoas mais importante, no entanto, não existe apoio dentro da mesma dizendo que eles são equiparados em tudo. Pelo contrário, vejamos o que o próprio Jesus disse Jo. 14. 28 “Ouvistes que eu vos disse: Vou, e venho para vós. Se me amásseis, certamente exultaríeis porque eu disse: Vou para o Pai; porque meu Pai é maior do que eu”. Jesus complementa essa informação em Jo. 10. 29 “Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai”.

Surge então a simples pergunta: em quem devemos acreditar? Nos concílios eclesiásticos, ou em Jesus? A bíblia continua dizendo que Deus é maior do que todos e pertencemos a Ele, 1ª Co. 3. 23 “E vós de Cristo, e Cristo de Deus”. Quando a Bíblia diz "nós somos de Cristo", está dizendo "vocês pertencem a Cristo", e muitas versões mesmo em português dizem isso ( NAA, NVT, NTLH, VC, NVI.). Portanto, o versículo está dizendo: "e vocês pertencem a Cristo; e Cristo pertence a Deus". Parece evidente que Jesus não pode ser Deus e pertencer a Deus ao mesmo tempo.

1ª Co 11. 3 “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo”. A explicação trinitária deste versículo é que Deus era a cabeça de Cristo somente no contexto terreno, mas a Bíblia nunca diz isso. De fato, a Bíblia nos mostra o oposto: Deus ainda é a cabeça de Cristo e o dirige mesmo depois que ele ascendeu ao céu, e assim será por toda a eternidade.

E essa diferenciação continua sendo mostrada no NT. Ap 1. 1 “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo”. A revelação que João recebeu veio de Jesus, mas foi Deus que lhe deu.

Mesmo no AT. Aquelas profecias que apontavam para o Messias nos revelam a superioridade de Deus sobre o Cristo, Sl. 2. 2 “Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra o seu ungido”. O SENHOR refere-se a Deus e o ungido ao Messias, Sl. 2. 6 “Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião”. Reparem que o Messias não está sendo mostrado como um governante co-igual a Deus, mas um subgovernante de Deus.

E o NT. Continua confirmando a superioridade de Deus, At. 2. 36 “Saiba, pois, com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo”. Para fazer de Jesus Senhor, Deus precisa ter autoridade superior a de Jesus. Além disso, se Cristo era Deus, então ele já era “Senhor”, nesse caso, Deus não precisaria “fazê-lo” Senhor e Cristo.

A cristandade ensina também sobre o fato de Jesus ser chamado de "Senhor", ele naturalmente deve ser Deus. Mas "Senhor" (a palavra grega kurios) é um título masculino de respeito e nobreza, e muitos outros além de Deus e Jesus, são chamados de "Senhor". Os donos de propriedades são chamados Senhor (kurios é “dono”. Os versos a seguir na NVI nos mostram isso. 

Mt. 20. 8 “Ao cair da tarde, o dono da vinha disse a seu administrador: ‘Chame os trabalhadores e pague-lhes o salário, começando com os últimos contratados e terminando nos primeiros”. Os chefes de família eram chamados de Senhor (dono = kurios). Mc. 13. 35 “Portanto, vigiem, porque vocês não sabem quando o dono da casa voltará: se à tarde, à meia-noite, ao cantar do galo ou ao amanhecer”. Os donos de escravos eram chamados de Senhor (mestre = kurios) Mt. 10. 24 “O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo acima do seu senhor”.

Os maridos eram chamados de senhor, (mestre = kurios). 1ª Pe. 3. 6 “Como Sara, que obedecia a Abraão e lhe chamava senhor. Dela vocês serão filhas, se praticarem o bem e não derem lugar ao medo”. O imperador romano era chamado de Senhor (Sua Majestade = kurios) At. 25. 26 “No entanto, não tenho nada definido a respeito dele para escrever a Sua Majestade. Por isso, eu o trouxe diante dos senhores, e especialmente diante de ti, rei Agripa, de forma que, feita esta investigação, eu tenha algo para escrever.

Os cristãos tomam Jesus como seu “Senhor”, mas isso não é o mesmo que dizer que ele é “Deus”. 1ª Co. 15. 28 “Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então, o próprio Filho também se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos. Se Jesus estiver sujeito ao Pai no futuro eterno, então, parece que o ensinamento de que os dois são “coiguais” está errado, e a teoria de que a função entre pai e filho foi só no contexto terrestre está errada.

Jo. 10. 36 “Àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?” Jesus foi consagrado (santificado) por Deus. O fato de Jesus ter sido consagrado, ou como é traduzido em outras versões, “santificado”, por Deus mostra que ele não é Deus, porque Deus não precisa ser santificado.

Fp. 2. 9 “⁹ Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome”. O verso diz que Jesus foi exaltado por Deus, ele e não buscou igualdade com Deus. Mas, se Jesus fosse Deus, ele não precisaria buscar igualdade com Deus, seria algo natural a acontecer.

Aquilo que Jesus fez e ensinou, não o fez por si mesmo, mas recebeu sua direção e sua doutrina do Pai. Em Jo. 5. 19 “Jesus lhes deu esta resposta: "Eu lhes digo verdadeiramente que o Filho não pode fazer nada de si mesmo; só pode fazer o que vê o Pai fazer, porque o que o Pai faz o Filho também faz”. Com relação a receber autoridade de Deus é repetido pelo próprio Cristo várias vezes nesse evangelho.

Jo. 5. 30 “Por mim mesmo, nada posso fazer; eu julgo apenas conforme ouço, e o meu julgamento é justo, pois não procuro agradar a mim mesmo, mas àquele que me enviou". Jo. 7. 16 “Jesus respondeu: "O meu ensino não é de mim mesmo. Vem daquele que me enviou”. Jo. 8. 28 “Então Jesus disse: "Quando vocês levantarem o Filho do homem, saberão que Eu Sou, e que nada faço de mim mesmo, mas falo exatamente o que o Pai me ensinou”.

Jo. 12. 49 “Pois não falei por mim mesmo, mas o Pai que me enviou me ordenou o que dizer e o que falar. Se Jesus fosse Deus, coigual e co-eterno com o Pai, então ele não precisaria ser orientado por seu Pai. Fica demonstrado através dos textos bíblicos a falácia da doutrina da trindade.





domingo, 1 de junho de 2025

Livre arbítrio, uma ilusão humana.

 A teoria do livre arbítrio parece ser bem próxima a realidade humana, ou seja, segundo essa teoria nós fazemos e escolhemos o nosso destino, é dito ainda que a vontade do homem e todos os seus desejos, determinações e escolhas é livre de qualquer causa externa. Mesmo os cristãos acreditam que com o seu livre-arbítrio o homem pode tanto escolher Cristo como rejeitá-Lo. Ele pode tanto escolher ser um Cristão como recusar ser um. A escolha é estritamente sua. mas esse pensamento está realmente embasado pela bíblia?

Não! Devemos entender o fato de que a bíblia nos diz que somos escravos do pecado, Rm. 6. 16 “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Algumas traduções dizem escravos, ao invés de servos. Portanto para sermos livres no contexto espiritual precisamos ser libertados do pecado.

Jo. 8. 36 “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” E da mesma forma deve de ocorrer no contexto humano, somos seres humanos, porém regidos pelo espiritual, Deus é Espírito, sendo assim a vontade do homem é prisioneira da vontade última de Deus. Para que a vontade seja realmente livre ela não pode ser influenciada por nada nem por ninguém, a bíblia nos informa que só Deus possui essa prerrogativa.

Rm. 11. 34-36 “Porque, quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” O profeta Isaías nos diz a mesma coisa, Is. 40.13-15 “Quem guiou o Espírito do Senhor, ou como seu conselheiro o ensinou? Com quem tomou ele conselho, que lhe desse entendimento, e lhe ensinasse o caminho do juízo, e lhe ensinasse conhecimento, e lhe mostrasse o caminho do entendimento? Eis que as nações são consideradas por ele como a gota de um balde, e como o pó miúdo das balanças; eis que ele levanta as ilhas como a uma coisa pequeníssima.”

Deus opera em todas as coisas. Digo todas as coisas, não somente algumas coisas. E elas fazem exatamente o que Ele determinou porque o próprio Deus opera isto nelas. Tudo da história e todas as coisas na história são exatamente como Deus quis que fosse. O mundo não está fora de controle. Até mesmo os mínimos detalhes acontecem de acordo com a Sua eterna vontade e conselho. Ef. 1. 11 “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade.”

Mt. 10. 29-30 “Não se vendem dois passarinhos por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados.” Visto que a vontade de Deus é livre, não pode haver outras vontades livres no mundo. Se houvesse, elas limitariam e infringiriam a vontade de Deus, de forma que ela não poderia ser livre e Deus não seria absoluto. Mas se a vontade de Deus é soberana significa, portanto, que a vontade da criatura não é livre. A vontade de toda criatura é subserviente à vontade de Deus. Porque a vontade de Deus é sempre realizada, a vontade da criatura deve estar conformada à vontade de Deus. Isto é confirmado também pelas palavras de Isaías.

Is. 46. 9-10 “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.” Dessa forma, até o homem está preso à vontade de Deus – tanto o justo como o ímpio, o regenerado e o não regenerado. O homem não pode e não age independentemente de Deus. A própria vontade humana está sob o domínio da vontade eterna de Deus. Deus realmente criou o homem com uma vontade para realizar as suas escolhas, de forma que ele faz decisões e escolhas todos os dias. Contudo, esta vontade não é livre.

Embora o homem tenha muitos planos no seu coração os quais eles deseja realizar, ele nada pode fazer fora do conselho de Deus. Porque a própria vontade do homem é movida, direcionada e controlada pela vontade de Deus. A vontade do homem está sempre a serviço do Senhor, seja conscientemente ou inconscientemente, Pv. 19. 21 “Muitos propósitos há no coração do homem, porém o conselho do Senhor permanecerá.”

Outros textos bíblicos confirmam essa realidade, por exemplo: Pv. 16. 1 “Do homem são as preparações do coração, mas do Senhor a resposta da língua.” Preparações, na verdade quer dizer disposições do coração. Aqui o coração é dito ser direcionado por Deus, mas isto também inclui a vontade. Porque a vontade do homem é direcionada por seu coração, isto é mente, Pv. 21. 1 “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor, que o inclina a todo o seu querer.” Assim, tão certo como Deus pela Sua onipotência muda o curso dos grandes rios, assim Ele dirige o coração e a vontade do homem.

O NT. Nos informa a mesma coisa, Fl. 2. 13 “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.” Muitos irão dizer que o verso refere-se somente aqueles que creem, mas isso não procede, Sl. 105. 25 “Virou o coração deles para que odiassem o seu povo, para que tratassem astutamente aos seus servos.” Deus virou o coração e, portanto, a vontade dos Egípcios ímpios para que odiassem Israel e os escravizassem.

Assim, o primeiro princípio que devemos entender sobre a vontade do homem é este. A vontade do homem não é livre, mas é sempre cativa à vontade de Deus. Não podemos desejar e fazer nada fora do querer de Deus, isso é confirmado em Dn. 4. 35 “E todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?”

sexta-feira, 2 de maio de 2025

O surgimento do adventismo.

Para termos uma melhor compreensão de algo, o ideal é que estejamos familiarizados com ele. E com relação a uma pessoa, o mesmo princípio deve ser aplicado. Este assunto abordará um pouco sobre quem foi Ellen G. White, baseado na visão de um contemporâneo seu, chamado Dudley Marvin Canright. No verão de 1859, ele participou de uma reunião campal, realizada por Tiago White, perto de Albion. Lá, ele aceitou a doutrina da Mensagem do Advento e logo foi batizado na Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Dudley serviu brevemente como secretário de Tiago White, que o encorajou a entrar no ministério. Após isso, ele foi pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia por 22 anos, mais tarde deixou a igreja e se tornou um de seus críticos mais severos. Após isso ele se tornou pastor na igreja Batista. Ellen G. White nasceu em Gorham, Maine, em 26 de novembro de 1827. Seu nome de solteira era Ellen Harmon. Quando criança, seus pais se mudaram para Portland, Maine.

Em seus "Testemunhos para a Igreja" (Vol. I., pp. 9-58), a Sra. White faz um longo relato de sua infância, juventude, conversão e aceitação do Adventismo sob a pregação de Guilherme Miller. Seus pais e toda a família eram metodistas do tipo mais zeloso, até serem desassociados por sua forte adesão às doutrinas de marcação de tempo de Guilherme. Miller.

Quando Ellen tinha apenas nove anos de idade, ficando brava "por alguma ninharia", como Ellen. White expressa, uma colegial, correndo atrás dela, atirou-lhe uma pedra e quebrou seu nariz. O golpe foi tão forte que quase a matou. Ela ficou desfigurada para o resto da vida. Também ficou inconsciente por três semanas, e não se esperava que vivesse mais. (p. 10).

Quando ela começou a se recuperar e viu o quão desfigurada estava, quis morrer. Ela ficou melancólica, e evitou toda companhia. Ela diz: "Meu sistema nervoso estava prostrado" (p. 13). Depois de um tempo, ela tentou frequentar a escola novamente, mas teve que interromper, pois não conseguia estudar. Então, sua educação escolar nunca foi além de aprender a ler e escrever um pouco (p. 13).

Em 1840, aos treze anos, ela ouviu Guilherme Miller pregar que o fim do mundo viria em 1843. Ela ficou terrivelmente assustada e pensou que estaria perdida (p. 15). Voltando para casa, ela passou quase a noite toda em oração e lágrimas (p. 16). Ela continuou nessa condição desesperadora por meses (p. 16). Então, em um acampamento metodista, ela teve uma conversão maravilhosa (p. 18). Aqui ela viu muitos caírem inconscientes com o "poder", como era chamado.

Nessa época os pais estavam com ela lá, e em total simpatia com esses exercícios. Novamente, em 1842, ela ouviu Miller “provar” que Cristo viria no período de um ano. Ela ficou terrivelmente assustada. Ela diz: "A condenação soou em meus ouvidos dia e noite" (p. 23). "Eu temia perder a razão (p. 25). "O desespero me dominou." Eu frequentemente permanecia em oração a noite toda, gemendo e tremendo com angústia inexprimível" (p. 26).

Isso indica sua condição mental. Em sonhos, ela foi ao céu e conheceu a Jesus, e foi aliviada (p. 28). Então ela compareceu a reunião de oração e caiu inconsciente, e permaneceu nesse estado a noite toda (p. 31). Isso era frequentemente repetido. Ela procura dar a impressão de que seus exercícios eram todos obra do Espírito de Deus. Mas, na verdade esse acontecimentos eram simplesmente o resultado de sua condição física e mental, forjadas pelas excitações religiosas com as quais ela estava infelizmente cercada. As previsões alarmantes de Miller quase desequilibraram sua mente histérica em seu corpo fraco.

Mais tarde, ela mesma confessou isso. Ela diz: "Se a verdade tivesse sido apresentada a mim como a entendo agora, muita perplexidade e tristeza teriam sido poupadas a mim" (p. 25). Ela simplesmente tinha uma concepção errada de Deus e da simplicidade do evangelho. Essa concepção errada nunca a deixou completamente. Isso mostra o quão completamente ela foi influenciada por seus associados e pela atmosfera espiritual que a cercava.

Em vez do Espírito de Deus controlar a sua mente durante toda a sua vida, como ela supunha, era seu próprio espírito influenciado por pessoas ao seu redor. As páginas seguintes demonstrarão isso. De 1840 a 1844, dos treze aos dezessete anos, essa garotinha, fraca, doentia, sem educação, impressionável e anormalmente religiosa e excitável, caiu sob a influência das palestras do Sr. Miller prevendo o fim do mundo em 1843, depois em 1844. Ela compareceu a essas reuniões emocionantes constantemente e acreditou sem questionar em tudo o que ele previu.

Ela diz: "Eu acreditei nas palavras solenes ditas pelo servo de Deus" (p. 22). O efeito em sua mente jovem, fraca, imaginativa e desequilibrada foi terrível. Ela disse: "Parecia-me que meu destino estava determinado" (p. 28). Seus pais e toda a família aceitaram as teorias de Miller, o que causou sua separação da Igreja Metodista.

A previsão de Miller de que o fim viria em 22 de outubro de 1844 foi baseada em uma longa linha de números cronológicos duvidosos que remontam a mais de dois mil e trezentos anos. Eles foram contestados por estudiosos capazes. Agora, o que aquela garota sem educação sabia sobre essas datas cronológicas antigas? Absolutamente nada. Ela simplesmente acreditou nas declarações fortes e positivas de Miller, sem saber se eram confiáveis ou não.

O mesmo era verdade para a grande massa daqueles que aceitaram a pregação de Miller. Muito poucos, de fato, eram pessoas com educação ou habilidade. Eram pessoas que podiam ser facilmente movidas por meras afirmações e excitação. Disso havia muito. Ellen ficou tão empolgada com essas afirmações positivas que, por dias, ela ficou sentada na cama, trabalhando para ganhar alguns centavos para comprar folhetos do Advento para doar (p. 38).

Quando conseguia se levantar, ela saía avisando seus jovens amigos. Ela diz que "várias noites inteiras foram gastas por mim" dessa maneira. Então ela faz um relato de como pessoas diferentes em reuniões emocionantes caíam impotentes no chão (p. 47). As crianças eram afetadas da mesma forma. Os pregadores do Advento vivenciavam a mesma coisa (p. 49). Durante semanas antes do dia marcado, os negócios eram deixados de lado, e reuniões emocionantes eram constantemente realizadas (p. 51).

Tudo isso, Ellen, com seus pais, aceitaram sem questionar como sendo o poder de Deus, a obra do Espírito Santo testemunhando a verdade do que Miller ensinou. Mas as Pessoas sinceras verão que eram simplesmente seus sentimentos exagerados e excitados; isso era tudo. A decepção deles foi grande. Então, seguiram-se confusão, divisões e o mais selvagem Fanatismo — sonhos, transes, visões, falar em línguas, alegações de dons proféticos e coisas do tipo. Tiago White, em verdade presente, maio de 1850, diz: "J Himes, na Conferência de Albany, na primavera de 1845, disse que o movimento milerita produziu um hipnotismo de grande profundidade." Era inevitável que esse fosse o resultado com tal classe de pessoas esperando um evento tão terrível em um dia definido.

Miller, Himes, Litch e todos os líderes daquela obra logo confessaram que tinha sido um erro. Mas, Tiago White, José Bates, John Andrews e Ellen Harmon ainda se apegavam àquela obra como correta - como o grande poder de Deus. Seus seguidores ainda a defendem e afirmam que era de Deus. Ellen White, em todas as suas visões e revelações, volta se refere a esse acontecimento repetidamente como sendo a providência especial de Deus, o poder do Espírito Santo.

Mas essa mensagem era realmente de Deus? Certamente não. Fatos abundantes provam isso. Foi simplesmente a obra de homens falíveis, desencaminhados pelo zelo sem conhecimento. Ao fixar o tempo exato e estabelecer um dia definido para a vinda de Cristo, eles contradisseram as advertências mais claras que Jesus já deu, repetidamente. Mt. 24. 36 "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas somente meu Pai" At. 1.7 "Não vos compete saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder"

Tudo isso foi deixado de lado. Eles sabiam a hora e o dia. Todos que não concordassem com eles seriam rejeitados por Deus e perdidos. E esse espírito tem seguido seu trabalho desde então. Eles encontraram o que ricamente mereciam por desconsiderar tão cegamente a palavra de Deus. Eles ficaram amargamente desapontados e tiveram que suportar a zombaria daqueles a quem haviam condenado à destruição por não concordarem com eles.


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terça-feira, 1 de abril de 2025

Outro assunto controverso.

   Um outro assunto bastante controverso no meio cristão, é aquele que trata da lei de Deus. De um lado existe o partido que defende a abolição da lei como um todo, para esse grupo, o regime da lei deixou de existir com a primeira vinda de Cristo. Argumentam que estamos vivendo no período da graça e isso somente. Irei denominar esse partido como sendo o grupo (A). De outro lado, encontra-se o partido que defende a vigência da lei como um todo (isto é) como parte de um todo, segundo esse ensinamento a lei se resume nos dez mandamentos incluindo o sábado encontrado no quarto mandamento. Esse grupo é o partido (B).

Iremos analisar cada um dos partidos referidos acima, utilizando para isso a bíblia e também a lógica, lembrando sempre que Deus é um Deus lógico, o qual não atua com contradições. Antes porém, devo ressaltar que dentro do grupo B, existem as denominações que defendem e ensinam uma mudança no dia do Senhor, para eles o mandamento do sábado passou a ser o mandamento do domingo, algo contraditório e sem apoio bíblico.

Ambos os partidos se valem da bíblia para embasarem os seus ensinamentos, por exemplo: vejamos exemplos utilizados pelo lado A. Lc. 16. 16 “A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele.” Rm. 3. 21 “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas.” Rm. 10. 4 “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.” Olhando esse textos isoladamente dá-nos impressão realmente da abolição total da lei, no entanto não podemos tirar conclusões precipitadas.

Iremos utilizar não só a bíblia, mas também a lógica. A lei de Deus foi prescrita pelo próprio, sendo a norma em que todos os indivíduos tem a obrigação de se submeter, sob pena de sanções. O partido A irá questionar dizendo que a lei de Deus foi dada exclusivamente para Israel, em primeira instância isso é uma realidade, contudo as obrigações contidas na lei não foram exigidas somente de Israel, vejamos: Rm. 2. 14-16 “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os; No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.”

É nítido nesses versos, a base para o juízo de Deus é a lei. Que lei seria essa? Rm. 2. 21-23 “Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? O capitulo dois de romanos descreve não só sobre os judeus, mas também dos povos.

O fato é que não mais vivemos sobre a dependência da lei para o nosso aperfeiçoamento espiritual, neste sentido o partido A tem razão. Porém, a proposta do NT. É que a lei de Deus fosse fixada nos nossos corações, Rm. 2. 13 “Porque os que ouvem a lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.” O praticar segundo Paulo, não é ser legalista, mas sim ter a lei de forma espiritual no coração. E como se dá isso? Se eu resisto as práticas contrárias as ordens de Deus, significa que a lei está escrita no meu coração, isto é mente.

Outro texto que confirma isso Hb. 8. 10 “Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo.” O contra argumento utilizado pelo partido A é que o contexto do relato refere-se a Israel, o próprio verso assim o diz.

Se aceitarmos essa hipótese seremos obrigados a aceitar também, que somente os judeus “crentes” terão as suas iniquidades esquecidas por Deus, o verso 12 diz assim: “Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, e de seus pecados e de suas iniquidades não me lembrarei mais.” Ou Deus irá se lembrar dos pecados dos convertidos fora do circulo de Israel, isto é, os gentios? Não é isso que o NT. Propõe. Vimos em romanos capítulo dois referente aos gentios convertidos, que eles tem a lei em seus corações.

Outra vez Paulo faz alusão a essa lei espiritual na nova aliança, Rm. 3. 31 “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.” Naturalmente não há contradição nas palavras de Paulo quando ele diz que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas sim pela fé. Precisamos aprender a separar as obras da lei, exigida no AT que foi escrita em tábuas de pedra. De lei espiritual do NT, escrita nos nossos corações pelo próprio Deus.

O partido B aqueles mesmos que defendem a vigência da lei como um todo, dirão que estão com a razão e que sendo assim, a guarda do sábado também é obrigatória, visto ser ele parte integrante da lei. No entanto, o mesmo argumento utilizado para o partido A deve ser utilizado para o partido B. A lei é espiritual isto é, isenta de obras, a guarda real do sábado instituída no AT. estava acompanhada de obras. Ou seja, não falar assuntos fora do circulo religioso, não sair de casa, não colher nem mesmo para se saciar e muito menos acender fogo, portanto, a guarda do sábado era realizada por meio de obras.

Hb. 10. 16-17 “Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seus entendimentos; acrescenta: E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades.” Quando compreendemos esse verso, fica fácil entendermos porque muitas questões envolvidas na lei não estão mais vigentes, inclusive o sábado. Reparem o verso: “ Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seus entendimentos”.

Se os convertidos, os tementes a Deus tem a sua lei escrita na mente e isso referente não só aos judeus mas, aos povos em geral, surge então uma pergunta: porque os povos precisam ser doutrinados com relação a guarda do sábado? Não deveria o mandamento está escrito também junto com os demais? Isto é, não matar, não roubar, temer a Deus... qualquer pessoa sabe que roubar é errado e pecado, mas dificilmente alguém compreende que trabalhar no sábado também o é.

Isso se dá pelo fato de que a lei do sábado e muitas outras não foram estipuladas para nós observarmos, não foram espiritualmente escritas na nossa mente, por isso não causa desconforto mental e espiritual, e porque não foi escrita? Pelo fato de não ser exigido como mandamento para os povos sobre a terra, exceto os judeus.

domingo, 2 de março de 2025

Fé, milagre e propósito de Deus.

 Uma das razões pelas quais existem muitos incrédulos e ateus, se dá pelo fato de não compreenderem o plano e propósito de Deus para as suas criaturas. O fato da bíblia dizer que Deus é bom e onipotente, atrai as pessoas a depositarem as suas esperanças e expectativas que possam vir sanar as suas necessidades e aflições. Contudo, quando essas mesmas expectativas e necessidades são frustradas, surge a revolta e o amargor de espírito. Tentar compreender quem é Deus e como Ele age, nos livrará de abalos e comprometimentos na fé.

Porém, não significa que ficaremos para sempre inabaláveis. A nossa fragilidade, quer seja: mental, emocional e mesmo espiritual, contribui para as indagações concernentes ao propósito de Deus, ao “buscarmos” conhecê-lo, ficaremos mais estabilizados em nossas emoções. Uma premissa básica a qual devemos entender se encontra em Nm. 23. 19 “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?

O resumo do verso para esse assunto é: (Deus não é homem para que minta... Falaria e não o confirmaria?) Isso significa que Deus está além, está sobre a jurisdição humana. A incredulidade e mesmo o abalo espiritual acontece, devido ao pensamento e mesmo o ensinamento errôneo acerca de Deus. Os povos aderiram a cultura pagã no que diz respeito a adoração, fazem promessas, oferendas, buscando com isso angariar algum benefício oriundo de Deus, os pagãos faziam isso, sacrificavam, ofereciam se mutilavam, tentavam com essas práticas, agradar ou mesmo aplacar a ira dos seus deuses.

O nosso discernimento deve ser outro. Portanto, as nossas expectativas relacionadas a vontade de Deus deve ser outra, ou seja, racional e de acordo com o que ensina a escritura. Em resumo, não é a nossa “crença” que determina o milagre, e o não entendimento dessa realidade bíblica contribui para as queixas e apostasias. Assim, o que determina o milagre em nosso mundo, é a vontade de Deus. Dn. 3. 17-18 “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo ardente, e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste.

Esses versos são interessantes, esclarece muito o milagre baseado na vontade de Deus. O perigo de morte era iminente, e a resposta para o rei foi: “Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; cheios de fé depositaram a esperança, ...“ele nos livrará da fornalha de fogo ardente”. No entanto, existia um impasse “...se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses.” Os três hebreus possuíam fé na providência, contudo o que definiria o livramento ou não, seria a vontade de Deus.

O argumento geralmente utilizado para a rejeição de Deus é que existem contradições em seus ensinamentos, por exemplo: alegam em seus argumentos que se Deus é bom e poderoso, logo ele pode realizar um milagre, e se ele não realiza, existem contradições nesses ensinamentos. Na verdade não existem contradições, mas sim uma visão distorcida da vontade e agir de Deus. Lembrando sempre que nós fomos ensinados a “visualizar” um Deus mordomo, ou um Deus gênio da lâmpada. Jesus expressou a maneira correta de se acreditar em Deus, Mc. 14. 36 “E disse: Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres.”

Na sua aflição Jesus fez um apelo, sabendo que Deus era poderoso para livrá-lo. Porém, não dependia apenas de sua oração, mas sim do plano e vontade de Deus. Deus só age com propósitos. Mesmo os milagres realizados por Deus, não fogem a ordem da lógica, vejamos: Ex. 14. 21-22 “Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes como muro à sua direita e à sua esquerda.”

Nesse episódio, qual era o plano de Deus? Libertar os israelitas. Qual foi o seu propósito? Ex. 14. 17. 18 “E eis que endurecerei o coração dos egípcios, e estes entrarão atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros, E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros.”

Portanto, os planos e propósitos de Deus seguem uma ordem e uma lógica. Vejamos um outro exemplo: imaginem alguém com uma idade bastante avançada fique acometido de uma doente mortal. Naturalmente os seus entes irão orar, buscar e confiar que Deus pode restabelecê-lo, mas para isso um milagre deverá ser operado, visto que a lógica indica dois fatores a serem superados, a idade bastante avançada e a doença mortal. Neste caso, como nos milagres relatados acima, deve existir para essa pessoa um plano especial e um propósito específico, para que Deus possa contrariar a lógica natural.

Compreendendo isso entendemos que Deus não contraria a ordem natural, a menos que exista algo implicado em tal contexto. Isso nós dá uma segurança de que Deus não é impotente em meio aos acontecimentos, principalmente naqueles que não saem do jeito que queremos. Isso muitas das vezes ocorre pelo fato de termos uma visão quase que totalmente baseado nesse mundo, por outro lado, Deus opera ou não o milagre, baseado não só na perspectiva material, mas sim espiritual.

No episódio em que Jesus clamou para que o seu sofrimento passasse, e isso materialmente não aconteceu, qualquer outro ficaria decepcionado é teria sua fé mais do que abalada, contudo, sabemos que Deus tinha outro propósito para a vida e morte de Cristo, primeiro o seu aperfeiçoamento, e depois ser o meio da salvação espiritual dos escolhidos Hb. 5. 7-9 “O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu. E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem.”

O verso sete diz que Jesus foi ouvido, mas como? Possivelmente ele não foi ouvido naquilo o qual ele estava clamando, mas o propósito de Deus para Jesus era melhor e mais abrangente, referia-se a esfera espiritual. Portanto, nunca devemos desanimar, oremos para que aquilo que temos proposto em nossos corações, possam ser algo lógico, para que acima de tudo segundo a vontade de Deus, Ele possa operar.