Certa vez um pastor adventista me disse que Eu pertenço a uma seita
religiosa que nega a existência do espírito santo. Disse para ele o seguinte.
Não, não nego o espírito santo, nego a interpretação trinitária do espírito
santo. Em outras palavras não acredito que o espírito santo seja alguém
separado de Deus o pai. Os próprios
teólogos trinitarianos admitem que o conceito da Trindade não pode ser fundamentada
no Antigo Testamento. Em particular, "o Espírito Santo", como
qualquer tipo de entidade independente ou distinta, não tem lugar na revelação
do Antigo Testamento. Por isso, eles
dizem que o conceito deve ser derivado do Novo Testamento. No
entanto, o Novo Testamento não dá nenhum ensinamento de que haja uma Trindade
de pessoas que formam um só Deus.
Certamente, se a doutrina da Trindade for o fundamento da verdade
bíblica e a verdadeira natureza de Deus, então seria claramente estabelecido em
algum lugar da Bíblia. Fato é que não existe uma evidência que
comprove biblicamente uma Trindade, e, portanto, não há uma pessoa conhecida como
"o Espírito Santo". Jo. 14.17- “O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o
conhece vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós”.
O que é o espírito da verdade? Os trinitarianos
argumentam que o espírito da verdade é uma pessoa. Bem,
se isso for verdade, então "o espírito do erro" em
1ª João 4.6 também teria que ser uma pessoa, visto que os dois se contrastam. 1ª Jo. 4.6 “Nós somos de Deus; aquele que conhece a
Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto
reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro”. A melhor explicação é que cada
"espírito" representa uma influência ou poder em que uma pessoa age,
mas também não é uma pessoa em si.
Mt. 10.20 “Visto que não
sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós.” O
espírito do vosso Pai é sinônimo de "Espírito Santo", e fala em nosso
lugar, em certas ocasiões, quando poderíamos ser levados diante dos homens para
uma possível perseguição ou
julgamento. Ao invés de dizer
que uma pessoa chamada "o Espírito Santo "falará através de nós,
estes versos ensinam que estaremos inspirados pelo poder sobrenatural de Deus e
de Cristo e eles nos darão orientações. O espírito de Deus
é referido como "o Consolador" ou "Incentivador", Jo. 14.16 “E eu rogarei ao
Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre
convosco.”
A palavra "Consolador" é um substantivo
masculino, então naturalmente os pronomes masculinos são usados. No
entanto, é claro o ensinamento de Cristo que o auxiliador não é uma pessoa. João 14. 26 Mas o Consolador,
o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as
coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.
O verso 26 diz que o consolador é o "espírito santo", nada
mais. Em muitos casos a bíblia diz que o espírito santo e seus atributos
correspondem aos do dom do espírito e em outros casos representa o próprio Deus
que é espírito. Jo. 14.17 “O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o
conhece vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.” Neste verso nos é dito que o espírito estaria com os apóstolos ou “estaria neles”; retratando o dom do espírito.
Ele Foi com os apóstolos, estaria neles, foi o que aconteceu no
pentecostes; foi também com as pessoas do Antigo Testamento e de igual modo
vemos o dom do espírito por todo novo testamento. Muitos argumentam que o espírito santo
é a 3ª pessoa da trindade pelo fato da bíblia dizer que ele fala. O que os
trinitarianos não querem ver é que Jesus usou nestes versos figuras de
linguagens ou personificação, ocorre
quando as qualidades de uma pessoa são atribuídas a coisas que não têm
personalidade ou consciência.
Por exemplo, a "Sabedoria" é personificada em Provérbios,
Pv. 9.1 A Sabedoria
edificou a sua casa, lavrou as suas sete colunas. Por
exemplo, e m Isaías as árvores se alegram e falam. Is. 14.8 “Até os ciprestes se alegram sobre ti, e os cedros do Líbano exclamam: Desde
que tu caíste, ninguém já sobe contra nós para nos cortar. Jesus disse que o "consolador"
iria preencher o vazio criado por sua ida para o Pai. No entanto, seria por esse mesmo espírito que ele estaria
presente, Jo. 14.18 “Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros.” Parece claro que o "consolador"
não é outra pessoa, mas sim uma maneira que o próprio Jesus pode estar presente.
O próprio Jesus admitiu usar linguagem figurada quando tratou deste assunto; Jo. 16.25 “Estas coisas vos
tenho dito por meio de figuras; vem a hora em que não vos falarei por meio de
comparações, mas vos falarei claramente a respeito do Pai.”
Todas estas declarações apontam para o papel do dom do espírito
santo em continuar a obra que Jesus começou, e até mesmo capacitar seus
seguidores para obras maiores. Este espírito não é independente e auto-existente,
mas é "a mente de Cristo" dentro do crente, orientando, ensinando,
lembrando e apontando o crente a seguir o seu Senhor e Salvador. Este espírito não é
"co-igual", a bíblia nos mostra que ele é muito subserviente a Deus e
a Cristo.
Se o espírito de Deus fosse uma pessoa
singular e distinta, e se ter "espírito" fosse pré-requisito para ter
uma personalidade única e separada, então a pessoa chamada de "o Espírito
de Deus" teria que ter o seu próprio "espírito" e distinto do
Pai e do Filho. Se realmente Deus for
três pessoas iguais, a terceira pessoa não pode ser "o espírito" da
primeira pessoa e nem vice versa. Podemos evitar este desagradável raciocínio,
reconhecendo que "o espírito de Deus" não tem uma personalidade
separada, mas é o poder, influência suficiência, plenitude, ou o próprio Deus
único que é espírito.
As palavras associadas com o espírito de Deus dão-lhe os atributos
de um líquido. Tal linguagem é
consistente com o espírito ou a presença de Deus e seu poder. Fomos batizados (literalmente
"mergulhado"), com e nele como se fosse na água At.
1.5. “Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com
o Espírito Santo, não muito depois destes dias.” Bebemos do mesmo espírito, como se fosse de
um poço ou fonte 1 Co. 12.13.
“Pois, em um só Espírito, todos
nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer
livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.”
Está escrito em nossos corações como tinta; 2 Co. 3.3. “Estando já manifestos como carta de
Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo
Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto
é, nos corações.” Nós
somos "ungidos” com ele, com óleo At.
10.38 “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual
andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo,
porque Deus era com ele.”
Diz também que por ele somos selados, que ele é derramado, medido
pode preencher e etc. Este "enchimento" é a capacidade do novo nascimento e até
o transbordamento como agimos de acordo com sua influência. Mesmo o uso do espírito como "vento" implica
uma liquidez, por massas de ar se comportam como um líquido, que flui das áreas
de maior para menor pressão. Toda a linguagem figurativa
aponta para a verdade que o espírito de Deus é o poder invisível que age sobre
tudo e sobre todos.