sábado, 1 de fevereiro de 2014

Analisando o pacto do Sinai sob a ótica de Paulo aos gálatas.

(Gn. 21.8-14) (Isaque cresceu e foi desmamado. Nesse dia em que o menino foi desmamado, deu Abraão um grande banquete. Vendo Sara que o filho de Agar, a egípcia, o qual ela dera à luz a Abraão, caçoava de Isaque, disse a Abraão: Rejeita essa escrava e seu filho; porque o filho dessa escrava não será herdeiro com Isaque, meu filho. Pareceu isso mui penoso aos olhos de Abraão, por causa de seu filho. Disse, porém, Deus a Abraão: Não te pareça isso mal por causa do moço e por causa da tua serva; atende a Sara em tudo o que ela te disser; porque por Isaque será chamada a tua descendência. Mas também do filho da serva farei uma grande nação, por ser ele teu descendente. Levantou-se, pois, Abraão de madrugada, tomou pão e um odre de água, pô-los às costas de Agar, deu-lhe o menino e a despediu. Ela saiu, andando errante pelo deserto de Berseba.)

Analisando pela ótica humana o povo judeu tem razão em odiar Paulo e seus escritos, isso pelo fato dEle Paulo fazer uma analogia, entre Agar à serva de Abraão, e o pacto no Sinai. Aos que conhecem a bíblia não há necessidade em dizer que o pacto no Sinal representa a sua totalidade, não partes as quais são convenientes para algumas denominações. Por outro lado na minha concepção, acredito que a analogia feita por Paulo, entre a serva de Abraão e o pacto no sinai demonstra em sua totalidade que a primeira aliança passou ou foi abolida.

Sendo assim, se o pacto do Sinai foi jogado fora, ou se aceita tal realidade ou deve juntamente com ele ser rejeitado. Isso aconteceu com os judeus do primeiro século, aquela geração foi rejeitada, aqueles que não deixaram o pacto do Sinai foram rejeitados, essas são palavras de Paulo quando traça a analogia entre Agar a serva de Abrão e seu filho Ismael e Israel e o Sinai.

Repare nas palavras de Jesus. (Jo. 8.35) (O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre.) Com essas palavras Jesus estava dizendo que o povo judeu dos seus dias estavam escravizados. Pelos romanos? Não só pelos romanos, mas também pelo pacto do Sinai. Paulo utilizando deste verso descrevendo que aqueles que se gloriam na lei estão escravizados, repare no verso.

(Gl. 3.23) Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se. Percebe-se neste verso que “estávamos” presos debaixo da lei antes que a fé fosse manifestada em outras palavras, surgindo a fé não estamos mais presos à lei.

(Gl. 3.24-25) De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio. A palavra grega para aio é paidagogos = tutor ou guardião. Entre os gregos e os romanos, o nome era aplicado a escravos dignos de confiança que eram encarregados de supervisionar a vida e a moralidade dos meninos pertencentes à elite. O verso 25 Paulo diz que após a fé nós não estamos mais subordinados a lei, para Ele deixamos de ser crianças.

O capítulo quatro diz exatamente isso. (Gl. 4.1-3) Digo, pois, que, durante o tempo em que o herdeiro é menor, em nada difere de escravo, posto que é ele senhor de tudo. Mas está sob tutores e curadores até ao tempo predeterminado pelo pai. Assim, também nós, quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo.

Naturalmente surge a objeção; dirão: - “Paulo disse que o que escraviza é o mundo e sua concupiscência  não a lei”. Sim! Verdade, mas como podem estarem escravizados se estão sob a lei? Isso naturalmente nos mostra que a lei não reforma caráter e foi feita para inibir uma ação e a ação inibida e diferente de uma mente reformada, isso só Deus pode fazer.   

Logo os que são da lei são considerados menores, sendo assim reconhecido como escravo como disse o próprio Cristo em Jo. 8.35. E o verso três de Gálatas Ele Paulo declara sem reservas exatamente isso. Sendo assim o verso cinco nos diz que o objetivo de Jesus Cristo foi resgatar aqueles que estavam sob a lei afim de que recebessem a adoção de filhos (Gl. 4.5) para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.

Logo se não eram considerados filhos, eram considerados o que então? Escravos! (Gl. 4.7) De sorte que já não és escravo, porém filho; e, sendo filho, também herdeiro por Deus. O verso cinco está tratando daqueles que tinham a forma de piedade na lei, não está se referindo aos não judeus, pelo contrário. A partir daí Paulo leva as suas palavras aos Gálatas, dizendo que eles não conheciam a Deus e etc.

Muitos dirão: - que dizer que o Evandro é partidário do antinomismo. (que se opõe a lei). De maneira nenhuma! Oponho-me a escravidão a qual é sem valor para salvação, a lei é boa e necessária para inibir ações descabidas dentro e fora da religiosidade e alertar os transgressores de suas realizações pervertidos. Tê-la como ponto salvífico é contra os ensinos da nova aliança.

Reparem nas palavras de Paulo, direcionada primeiramente aos Gálatas e consequentemente para aqueles que querem impor a lei como uma obrigação sem precedentes para a salvação, (Gl. 4.21-22) Dizei-me vós, os que quereis estar sob a lei: acaso, não ouvis a lei? Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da mulher escrava e outro da livre.

Diferentemente de ser contrário a lei quero dizer que tenho fé, fé esta que mediante o espírito de Deus me concede em não praticar transgressões que são contrárias a nova aliança, e isso até mesmo os que não conhecem a Deus tem implantado em seus corações. Todos sabem que ou tem em suas consciências que matar é errado roubar e outras coisas mais.

Para os que crêem Deus concedeu fé afim de que pela justiça de Deus serem considerados separados dos transgressores esta são as palavras de Paulo direcionadas aos Gálatas, (Gl. 4. 23-24) Mas o da escrava nasceu segundo a carne; o da livre, mediante a promessa. Estas coisas são alegóricas; porque estas mulheres são duas alianças; uma, na verdade, se refere ao monte Sinai, que gera para escravidão; esta é Agar.

Considerem as palavras sublinhadas, palavras estas que são “estopins” que alimentou ainda mais a rixa entre Paulo e os seus contemporâneos. O que mais falta para o povo enxergar que o que foi realizado no monte Sinai não serve para nós como método salvífico? Duas alianças, a do Sinai serviu para produzir escravos, sim é exatamente isso que Ele disse, toda aquela burocracia do Sinai se não houver uma renovação interior para nada serve, só produz legalismo.

Não podemos negar que muito da nova aliança é apenas uma repetição dos escritos do Sinai, mas não é o ensino em si, sim a eficacia dele. (Gl. 5.25) Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com seus filhos. Paulo não foi contra os ensinos, mas sim contra a renovação interior, renovação esta que só Deus pode realizar (Gl. 4.28-30) Vós, porém, irmãos, sois filhos da promessa, como Isaque. Como, porém, outrora, o que nascera segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, assim também agora. Contudo, que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava será herdeiro com o filho da livre.

Se levarmos a analogia de Paulo ao pé da letra de maneira nenhuma iremos querer permanecer atados a primeira aliança, assim como Abraão lançou fora a sua escrava juntamente com o seu filho aqueles que estão fazem da lei do Sinai o seu estilo religioso de viver serão lançados fora. De igual modo aqueles que vivem um cristianismo sem compromisso sem terem nascido de novo serão jogados fora. Segundo as palavras de Paulo, somente os filhos da Jerusalém celestial ou espiritual é que serão aceitos pois são os filhos da promessa.