No
decorrer da história alguns homens, escritores, filósofos, uns ateus, outros
não, criticaram a religião, dizendo que esta é o ópio do povo. Para essas
pessoas a religião era simplesmente um ópio, que acalmava os sofrimentos dos
fracos. Este pensamento é muito utilizado na atualidade pelos evolucionistas,
ateus e liberais. Olhando de uma perspectiva, isso é até uma realidade, tem um
fundo de verdade, me refiro à questão denominacional. Aqueles que não mais
estão presos pelo sistema religioso sabem o que estou dizendo, lamentavelmente
as denominações religiosas (me refiro ao meio cristão) criaram para si um
status o qual não é ensinado na bíblia.
A “voz”
da denominação passou a ser a palavra de Deus, definidora do bem e do mal,
mesmo que esta esteja indo contra a palavra de Deus. Assim sendo o grau de
entrega denominacional feita por um seguidor demonstra o tamanho da dependência
do mesmo em relação à instituição a qual ele crê ser verdadeira e portadora da
voz de Deus. Dentro desta realidade não vejo a religião como um ópio, mas como
um sistema escravizador, portanto os adeptos não precisam de ópio, mas de
liberdade.
Por
outro lado, os críticos, os evolucionistas ateus e liberais estão equivocados,
podemos criticar um sistema baseado na demonstração perceptível, no entanto,
tais críticos nunca poderão compreender a espiritualidade, 1ª Co 2. 14 “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e
não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.”
Rm. 8. 5 “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne;
mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito.” Assim
sendo a espiritualidade é inquestionável, pelo menos para os que são
espirituais; 1ª Co. 1. 18 “Certamente, a palavra da cruz é loucura
para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.”
É sabido também pela bíblia que a espiritualidade não é
adquirida ou barganhada, é um presente de Deus, não concedido a todos. A
espiritualidade a qual me refiro é um antagonismo de incredulidade, 2ª Pe. 2. 12 “Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza,
feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão
na sua corrupção. A irracionalidade aqui referida não significa falta de
intelectualidade, mas de espiritualidade.
Assim sendo, a pergunta a ser feita é: quem precisa de
ópio? Não me reporto a questão denominacional corruptível, mas sim a
espiritualidade; a questão denominacional pode ser resolvida com liberdade, a
espiritualidade não precisa de ópio, no entanto aqueles que são contrários, me
refiro aos incrédulos, precisam sim de uma carga muito grande do alucinógeno.
Para aqueles que descreem da espiritualidade o que esperam do futuro?
Crendo ou descrendo uma questão pertinente e imutável
permanece Lc. 12. 18-20 “E disse: Farei isto: derribarei os meus
celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas
novidades e os meus bens; e direi à minha alma:
alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco, esta
noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será.” Assim sendo, as conquistas, as
lutas, vitórias e derrotas e tudo aquilo que estimula o homem a vida será
interrompido. Para aqueles que não enxergam a vida além desta, qual a vantagem
disso tudo? Acreditar na política, na evolução do homem e tudo o que lhes
beneficia, acreditar em si mesmo, acreditar em um mundo de paz e prosperidade,
é Preciso possuir muita, mas muita fé, ou no mínimo uma boa dose de ópio.
Portanto,
o fato de o homem moderno acreditar em algo o qual ele incorporou e acredita
ser correto e real não muda a perspectiva de um futuro degradante. As promessas bíblicas as quais são
espirituais e entendidas pelos mesmos são as únicas que podem preencher o
interior vazio do ser humano, são as únicas que podem trazer esperança para a
mente que sabe e não quer aceitar que o fim de tudo é a morte, 1ª Co. 15. 19 “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os
mais infelizes de todos os homens.”
Muitos irão questionar dizendo: - e isso não é um
paliativo para suportar a insegurança prenunciada do futuro? Bem, apesar de ser
uma promessa espiritual e portanto não ser inteligível a todos, no entanto o
que envolve ela e suas promessas pode ser sim demonstrada de uma forma
tangível. Por exemplo: a bíblia descreve o pecado como algo corrupto e que é
passado a todos (naturalmente os liberais em todas as suas escalas não admitem
tal argumentação) mas não importa, isso não muda a realidade dos fatos.
O fato é que a bíblia descreve os pecadores (no caso os
homens) “gênero” todos sem exceção, condenados a morte, e isso nenhum liberal
pode questionar, no entanto, eles questionam a causa da morte, a qual a bíblia
descreve como sendo o pecado, Rm. 5. 12
“Portanto, assim como por um só homem
entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a
todos os homens, porque todos pecaram.” Ou seja, isso é claramente tangível e
percebido pela visão natural, em outras palavras é um argumento sim a favor da
espiritualidade.
Outro
fato também que corrobora com os ensinos bíblicos consiste na degradação
humana, a despeito do homem acreditar que a raça esteja evoluindo, isto pode
ser sim demonstrado e a própria natureza tem testificado tamanha degradação, na
sua grande maioria proporcionada pelo próprio homem, Ap. 11. 18 “Na verdade, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e
o tempo determinado para serem julgados os mortos, para se dar o galardão aos teus
servos, os profetas, aos santos e aos que temem o teu nome, tanto aos pequenos como aos
grandes, e para destruíres os que destroem a terra. A última parte do verso é o que
nos interessa para reflexão. (Grifo meu.)
Destruir os que destroem a terra. Esta é a promessa
bíblica, seria inadmissível tal promessa existir ou mesmo se cumprir se não
fosse patente aos nossos olhos tal acontecimento, ou seja, a destruição do
planeta em todos os seus pormenores é uma realidade visível e indiscutível,
portanto um argumento válido e a favor da espiritualidade.
Os críticos de todas as classes querem se desfazer dos
ensinamentos bíblicos, principalmente daqueles que vão contra a tendencia e
inclinações, utilizam-se do argumento que a bíblia é um livro arcaico e
portanto ultrapassado, falam que os tempos são outros e que a mentalidade
“evoluiu” e que não podemos ficar presos a ensinamentos que a muito não
contribui para o bem estar das pessoas, e os países de 1º mundo já a muito
evoluíram nessa direção; este é o pensamento e o desejo de todos aqueles que
são contrários ao ensino bíblico.
Eu gosto de argumentar do seguinte ponto de vista: o
errado não passa a ser certo pelo simples fato de alguém querer que ele seja
certo, não significa que só pelo fato de um país de 1º mundo instituir como
regra algo que seja degradante que isso passa a ser correto, o simples fato de
eu querer que algo aconteça, isso não fará de maneira nenhuma que isso ocorra,
i.e. o simples fato de alguém querer invalidar a bíblia e a espiritualidade ou
mesmo que irão conseguir converter os acontecimentos que acometem o mundo e
tudo o que nele existe, não significa que tal ocorrerá.
Penso que a aposta de Pascal continua sendo o melhor
estimulo para analisarmos as questões pertinentes ao nosso futuro. Pascal
propôs o seguinte: se você acredita em Deus e
estiver certo, você terá um ganho infinito; se você acredita em Deus
e estiver errado, você terá uma perda finita; se você não acredita em
Deus e estiver certo, você terá um ganho finito; se você não acredita em
Deus e estiver errado, você terá uma perda infinita.
É um
raciocínio lógico, no entanto, rejeitado pelos críticos liberais e ateus,
infelizmente tal consentimento só será visto naqueles que são capazes de
enxergar além deste mundo, em outras palavras não podemos exigir algo que as
pessoas não possuem. Por outro lado o que Pascal está propondo é válido e
inteligente.