A
palavra diabo provém do grego diabolos, por sua vez procede de bállo = arrojar,
lançar, com o prefixo dia = através de. A escolha da palavra é uma referência a
queda dos anjos rebeldes relatado no livro de Henoc. De dia-bállo, arrojar
através de, procede o substantivo diábolos – diabo – que passou a significar
caluniador e opositor. Antes, no entanto, as palavras dia-bállo significava
lançar através de, ou seja, os daimones ou as divindades inferiores (deuses)
são os distribuidores de bênçãos. Depois disso deixam de ser distribuidores de
bênçãos e convertem-se unicamente num ser mau caluniador e opositor.
A bíblia
usa a linguagem simbólica para descrever uma realidade, por exemplo, em certos
casos ela se refere aos judeus hipócritas como pertencendo a sinagoga de satanás, é sabido
por todos que o satanismo não era praticado pelos judeus daqueles dias,
portanto a sinagoga significava eles mesmos, ou seja os próprios judeus perseguidores,
Ap. 3. 9 “Eis farei que alguns dos que são da
sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas
mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te
amei.”
Uma das características encontradas nesses falsos judeus
era a mentira o engano. Assim, a bíblia podia condenar ou seus opositores sem ao
menos ser destruída ou interpelada; outro acontecimento onde a bíblia vale-se
dos símbolos, Ap. 2. 9 “ Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a
blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes,
sinagoga de Satanás.” O verso é claro em
dizer que falsos judeus eram sinagoga, ou um ajuntamento de satanás ou satanases, em outras palavras tais “judeus” se oporiam a nascente igreja.
Repare também que o verso não está dizendo que eles
pertenciam a uma sinagoga, mas que eles próprios eram a sinagoga. No contexto
do livro de revelação ou apocalipse, percebemos a evidência explícita onde os
inimigos da igreja de Cristo são simbolicamente nomeados por dragão, diabo e
satanás, Ap. 12. 3-4 “Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis
um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete
diademas. A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais
lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para
dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse.”
O
contexto do verso está se referindo primeiramente ao governo do império romano
e depois ao judaísmo que rejeitou a mensagem do Messias. Em outro verso podemos
ver novamente um simbolismo, onde ocultamente se descreve os inimigos da
igreja, Ap. 2. 10 “Não temas as
coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns
dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê
fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”
Sabemos que os prisioneiros cristãos foram encerrados
através da autoridade dos judeus e dos romanos, assim sendo a ideia bíblica de
dragão, diabos demônios e satanás tem muito a ver com dia-bállo, ou seja, com
aquele ou aqueles que lançam sobre si, ou mais precisamente sobre os
distribuidores, não só de bençãos como também de maldição; e na explanação
apocalíptica quem seriam esses distribuidores, no contexto ali descrito de
perseguição, sim quem seriam eles? O GOVERNO, NÃO OUTRO.
O
problema se deu quando o dia-bállo os daimones passaram a ser identificados
como os distribuidores de maldição somente, eles não mais distribuíam bênçãos.
Assim Podemos trazer para o nosso contexto, espiritualizando conforme o livro
do apocalipse teremos então um retrato exato do nosso contexto político. Jo. 10. 10 “O ladrão vem somente para roubar, matar
e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” A classe política excetuando alguns, se auto-intitulam
o protetor e o benfeitor do povo, em outras palavras são os distribuidores de
benção daqueles pobres oprimidos de uma nação necessitada.
Ao
confiar em uma classe corrompida esperando o cumprimento da promessa feita de
que muitas bênçãos seriam “distribuídas” para a nação, percebeu-se apenas a
distribuição de maldição, corrupção, mentiras, desvio de bilhões, enquanto o
povo iludido padece com a escassez em todas as suas formas. Mas os daimones, o
distribuidor de maldição (não de benção) ainda não contente, querem fazer o
povo pagar o alto débito, que os ditos distribuidores criaram.
A
analogia dos daimones ou dos distribuidores com certos políticos é perfeita,
assim como no contexto bíblico esses distribuidores não distribuem bênçãos
e também como na bíblia são identificados como os líderes de uma nação. É claro
que o que permeava a mente das pessoas dos dias bíblicos era que o daimone era
um semideus o qual foi rebaixado pouco depois para um ídolo sem valor.
1ª Co. 8. 4
“No tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o
ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus.” No entanto, quer seja de uma
forma espiritual, um ídolo ou mesmo um líder de uma nação como é o caso descrito
em apocalipse, o daimone ou o distribuidor é sempre temido, e quase
invencível, ora ele é um semideus. E no nosso contexto, alguns políticos privilegiados que se sentem
sobre a lei, que por outro lado exige a lei e a ordem, como se sentem?
Invencíveis inexpugnável, um verdadeiro semideus. Qual a
perspectiva bíblica para este acontecimento, os distribuidores irão se converter
e passarão a distribuir bençãos? Não! não só na questão religiosa, mas também na
política a realidade será uma, 2ª Tm. 3.
13 “Mas os homens perversos e
impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.”
Assim sendo, podemos dizer que na esfera humana, tais
distribuidores são invencíveis. E devemos não viver iludidos, acreditando que
tudo irá melhorar ou mesmo que a justiça será feita, que as bençãos prometidas para o necessitado da nação será
distribuída, nada disso, o contexto nos mostra que os daimones ou os
distribuidores só espalham a maldição, humanamente falando não há o que fazer.