sexta-feira, 2 de junho de 2017

A analogia dos daimones e a política dos nossos dias.

A palavra diabo provém do grego diabolos, por sua vez procede de bállo = arrojar, lançar, com o prefixo dia = através de. A escolha da palavra é uma referência a queda dos anjos rebeldes relatado no livro de Henoc. De dia-bállo, arrojar através de, procede o substantivo diábolos – diabo – que passou a significar caluniador e opositor. Antes, no entanto, as palavras dia-bállo significava lançar através de, ou seja, os daimones ou as divindades inferiores (deuses) são os distribuidores de bênçãos. Depois disso deixam de ser distribuidores de bênçãos e convertem-se unicamente num ser mau caluniador e opositor.

A bíblia usa a linguagem simbólica para descrever uma realidade, por exemplo, em certos casos ela se refere aos judeus hipócritas como pertencendo a sinagoga de satanás, é sabido por todos que o satanismo não era praticado pelos judeus daqueles dias, portanto a sinagoga significava eles mesmos, ou seja os próprios judeus perseguidores, Ap. 3. 9 Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei.”

Uma das características encontradas nesses falsos judeus era a mentira o engano. Assim, a bíblia podia condenar ou seus opositores sem ao menos ser destruída ou interpelada; outro acontecimento onde a bíblia vale-se dos símbolos, Ap. 2. 9 Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás.” O verso é claro em dizer que falsos judeus eram sinagoga, ou um ajuntamento de satanás ou satanases, em outras palavras tais “judeus” se oporiam a nascente igreja.

Repare também que o verso não está dizendo que eles pertenciam a uma sinagoga, mas que eles próprios eram a sinagoga. No contexto do livro de revelação ou apocalipse, percebemos a evidência explícita onde os inimigos da igreja de Cristo são simbolicamente nomeados por dragão, diabo e satanás, Ap. 12. 3-4 “Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse.”

O contexto do verso está se referindo primeiramente ao governo do império romano e depois ao judaísmo que rejeitou a mensagem do Messias. Em outro verso podemos ver novamente um simbolismo, onde ocultamente se descreve os inimigos da igreja, Ap. 2. 10 Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.”

Sabemos que os prisioneiros cristãos foram encerrados através da autoridade dos judeus e dos romanos, assim sendo a ideia bíblica de dragão, diabos demônios e satanás tem muito a ver com dia-bállo, ou seja, com aquele ou aqueles que lançam sobre si, ou mais precisamente sobre os distribuidores, não só de bençãos como também de maldição; e na explanação apocalíptica quem seriam esses distribuidores, no contexto ali descrito de perseguição, sim quem seriam eles? O GOVERNO, NÃO OUTRO.

O problema se deu quando o dia-bállo os daimones passaram a ser identificados como os distribuidores de maldição somente, eles não mais distribuíam bênçãos. Assim Podemos trazer para o nosso contexto, espiritualizando conforme o livro do apocalipse teremos então um retrato exato do nosso contexto político. Jo. 10. 10 O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” A classe política excetuando alguns, se auto-intitulam o protetor e o benfeitor do povo, em outras palavras são os distribuidores de benção daqueles pobres oprimidos de uma nação necessitada.

Ao confiar em uma classe corrompida esperando o cumprimento da promessa feita de que muitas bênçãos seriam “distribuídas” para a nação, percebeu-se apenas a distribuição de maldição, corrupção, mentiras, desvio de bilhões, enquanto o povo iludido padece com a escassez em todas as suas formas. Mas os daimones, o distribuidor de maldição (não de benção) ainda não contente, querem fazer o povo pagar o alto débito, que os ditos distribuidores criaram.

A analogia dos daimones ou dos distribuidores com certos políticos é perfeita, assim como no contexto bíblico esses distribuidores não distribuem bênçãos e também como na bíblia são identificados como os líderes de uma nação. É claro que o que permeava a mente das pessoas dos dias bíblicos era que o daimone era um semideus o qual foi rebaixado pouco depois para um ídolo sem valor.

1ª Co. 8. 4No tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo e que não há senão um só Deus.” No entanto, quer seja de uma forma espiritual, um ídolo ou mesmo um líder de uma nação como é o caso descrito em apocalipse, o daimone ou o distribuidor é sempre temido, e quase invencível, ora ele é um semideus. E  no nosso contexto, alguns políticos privilegiados que se sentem sobre a lei, que por outro lado exige a lei e a ordem, como se sentem?

Invencíveis inexpugnável, um verdadeiro semideus. Qual a perspectiva bíblica para este acontecimento, os distribuidores irão se converter e passarão a distribuir bençãos? Não! não só na questão religiosa, mas também na política a realidade será uma, 2ª Tm. 3. 13 “Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.”
   
Assim sendo, podemos dizer que na esfera humana, tais distribuidores são invencíveis. E devemos não viver iludidos, acreditando que tudo irá melhorar ou mesmo que a justiça será feita, que as bençãos prometidas para o necessitado da nação será distribuída, nada disso, o contexto nos mostra que os daimones ou os distribuidores só espalham a maldição, humanamente falando não há o que fazer.

Podemos somente esperar pelo cumprimento bíblico onde é dito que tais pessoas pagarão pelo seus feitos, Ap. 21. 8 “Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.”