Existem muitas táticas utilizadas pelo sistema
denominacional religioso com o intuito de se propagar como instituição
religiosa verdadeira. Algumas se arrogam por serem muito antigas, utilizam
disso com o intuito de se auto- proclamar como única igreja de Cristo, existe
aquela que diz dar sequencia ao apostolado de Pedro e por isso é a única
verdadeira, e existem ainda aquelas que se arrogam de ser a restauradora de
verdades esquecidas. Não se pode negar o fato de que as propagandas “evangelísticas”
tem contribuído grandemente para o crescimento denominacional de tais
instituições religiosas.
Mas deparando os ensinamentos doutrinários
existentes nessas instituições religiosas com aquilo que a bíblia ensina sobre
a igreja de Cristo percebemos um grande abismo espiritual, entre a verdade
revelada pelo evangelho e aquilo que defende as corporações religiosas da
atualidade. Lc. 17. 20-21 “E, interrogado pelos fariseus sobre quando
havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem
com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre
vós”.
Existe tradução que diz dentro de vós e
acredito ser a mais correta. Naturalmente isso deve ser entendido como sendo a
vida espiritual existindo dentro de uma pessoa que nasceu de novo, pois, dizer
que o reino de Deus está literalmente entre nós como defendido por algumas
denominações religiosas é ir contra a lógica que presenciamos. O verso a seguir
confirma o que estou dizendo Jo. 3. 3
“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o
reino de Deus”.
Na realidade existe uma verdade muito cruel
para os nossos ouvidos, contudo ela não pode deixar de ser dita, não importa o
que o sistema denominacional prega ou ensina, objetivando com isso se
transformar em uma instituição verdadeira, não importa há quanto tempo me
rotulo de cristão, se na verdade o reino de Deus está longe de mim. As práticas
cerimoniais de nada valem, dizer que minha igreja faz isso e isso outro, ou que
é restauradora de verdades esquecidas... mas se o espírito transformador não é
encontrado, é uma prática morta.
Tg. 1. 22-24 “E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a
vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é
semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; Porque se
contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era”. Por disse
acima, a verdade do evangelho são cruéis aos nossos ouvidos. Viver de promessas
de instituição religiosa ou acreditando que Deus não irá levar em conta a minha
conduta é um erro grave para aqueles que acreditam na bíblia.
As promessas denominacionais podem ser
rotuladas de práticas cerimoniais, ou seja, não valem nada Hb. 9. 10 “Consistindo
somente em comidas, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne,
impostas até ao tempo da correção”. Naturalmente o autor de hebreus falou
sobre o cerimonialismo judaico, utilizei o verso para reprovar a arrogância das
instituições atuais as quais se julgam verdadeiras, visto que as práticas
realizadas por elas não as classificam como representantes fieis do evangelho.
Em outras palavras ensinamentos doutrinários ainda
que envolto com aparência de realidade
não transforma vidas, Tg. 2. 26 “Porque, assim como o corpo sem o espírito
está morto, assim também a fé sem obras é morta”. O mesmo pode-se dizer de
cada um de nós, pouco vale o tempo de “cristianismo” ou mesmo daquilo que
dizemos ser ou fazer, ser cumpridor da Palavra essa é a essência do evangelho.
Portanto, as doutrinas, os dogmas e os costumes até certo ponto representam
alguma coisa, contudo, a bíblia exorta-nos a sermos mais diligentes quanto a
sua exigência.
Gl. 6. 15 “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão,
nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura”. Acredito
que este é o ponto chave que abre toda a problemática que circunda o cristão da
atualidade; estamos tão acomodados com o padrão mundano da atualidade ou tão
absorvidos com os ensinamentos das instituições religiosas que perdemos o foco
do que é ser nova criatura.
Ef. 5. 11 “E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes
condenai-as”. Naturalmente este conselho de Paulo estendido aos nossos
dias, nos estimula a buscarmos entendimento através da palavra do evangelho,
diferentemente daquilo que o padrão mundano de certo e errado tem disseminado
mundo afora, a bíblia tem nos estimulado a seguirmos um padrão diferente, claro
está que tal conduta só será possível se nos tornarmos novas criaturas.
De igual
modo as igrejas ditas cristãs também têm estimulado os seus membros a seguir
determinados padrões os quais eles acreditam que os tornará mais santos
(separados) do mundo e não conformados com este século, para isso utiliza-se
doutrinas, dogmas sem fim, tornando-os “inchados” em seus entendimentos,
contudo o interior carece de uma verdadeira transformação, assim sendo, não se
ilude em dizer que pertence a denominação A ou B, isso não é garantia de nada,
não transforma vidas.
Citarei dois episódios relatados na bíblia que
demonstra a realidade do que estou dizendo, o primeiro foi nos dias do profeta
Jeremias, Jr. 7. 3-4 “Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de
Israel: Melhorai os vossos caminhos e as vossas obras, e vos farei habitar
neste lugar. Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor,
templo do Senhor, templo do Senhor é este”. Em outras palavras o povo da
época acreditava que por pertencer à nação escolhida por Deus e por ter o
templo erigido em seu território lhes garantia a aceitação de Deus independente
de suas obras e ações.
A atualidade o pensamento é o mesmo, muitos
dizem: pertenço a denominação dirigida por fulano de tal... isso é sinônimo de
estar no lugar certo, outros acreditam que a sua igreja é prospera e
milagreira, para ele significa pertencer a igreja certa, e outras acreditam
ainda que foi escolhida por Deus, o seu surgimento tem cunho profético, é
amparada por profetas e profetizas, foi instituída para proclamar verdades esquecidas
e pisadas pela cristandade, tornam assim o Deus criador uma propriedade
privada.
Para esses e outros além, o episódio bíblico
que se encaixa como luva se encontra em
Mt. 23. 24-27 “Condutores cegos! que
coais um mosquito e engolis um camelo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do copo
e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de intemperança. Fariseu
cego! limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior
fique limpo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois
semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas
interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.
Este acontecimento nos lembra de que não
adianta nada o cerimonialismo. Uma religiosidade exterior de nada vale. O
evangelho e as cartas no NT. Estimula-nos a sermos novas criaturas, como me
tornar em uma nova criatura? A bíblia apenas recomenda a estarmos em Cristo,
segundo ela, se estivermos em Cristo naturalmente seremos novas criaturas, 2ª Co. 5. 17 “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas
já passaram; eis que tudo se fez novo”.