sábado, 16 de março de 2019

O Deus de Hebreus. 1. 8, é o rei do salmo 45.

Vimos em outro assunto https://evandro-blogdoevandro.blogspot.com/2019/02/analisando-o-titulo-deus-em-hb-1-8.html que apesar dos teólogos trinitarianos assegurarem que o texto está se referindo diretamente a Jesus, contrasta com a declaração da bíblia em seu contexto que nos afirma que tal declaração de hebreus 1. 8 é uma clara alusão ao rei de Israel. Lembrando sempre que a palavra Deus ou deuses é Eloim.

Passemos então a analisar o contexto histórico do Salmo 45. 6-7, podemos perceber que, este salmo  como dito acima é dirigido a um monarca de israel, e que profeticamente e somente profeticamente aponta para Cristo, mas, perceba, o aponta como monarca, conforme o salmo, e não como o Deus Eterno. O restante do Salmo, normalmente e deixado de lado por muitos, no entanto, dá informações importantes sobre essa realidade.

Sl. 45. 1-2 “O meu coração ferve com palavras boas, falo do que tenho feito no tocante ao Rei. A minha língua é a pena de um destro escritor. Tu és mais formoso do que os filhos dos homens; a graça se derramou em teus lábios; por isso Deus te abençoou para sempre”. Vemos nestes dois versos que o escritor descreve a pessoa do Rei, a quem chama de o mais formoso entre os filhos dos homens e que Deus o abençoou.

(Verso 7) “ Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais do que a teus companheiros”. Diz, que esse rei foi escolhido dentre outros companheiros.

(Verso 9) “As filhas dos reis estavam entre as tuas ilustres mulheres; à tua direita estava a rainha ornada de finíssimo ouro de Ofir". diz também que esse rei que foi chamado de “Deus” tem donzelas a sua disposição e já tem uma rainha, inclusive filhas.

Ao invés de imaginarmos o Salmo 45. 6 como um versículo isolado, como se este fosse um complemento no texto bíblico que foi usado em Hebreus, precisamos vê-lo como parte de um maravilhoso contexto, não somente do restante do próprio Salmo, mas de toda a Bíblia e entendê-lo como todo aquele que se preocupa em ler a Bíblia por completo entenderia; que a palavra “Deus” no verso 6 não é atribuição de deidade, mas reconhecimento de poderio e da origem do trono daquele monarca e nesse sentido, com caráter profético, aplicado em Hebreus.

Se só lermos Hb.1. 8, isoladamente, buscando uma solução trinitária, deveríamos antes parar para meditar: Se o texto diz que Deus, o Deus de “Deus”, o ungiu, não só teríamos um subordinacionismo ontológico, que é rejeitado pelos trinitarianos por negar a co-igualdade entre as hipóstases, como também “Deus” fora de Deus, cuja possibilidade é negada em Is. 44. 6, Ou seja, um Deus ungindo um outro co-igual é algo não permitido e nem ensinado na Bíblia.

Os versos não dizem que Deus está se auto-ungindo. Portanto se o texto se referir a primeira ocorrência da palavra Deus como Deidade absoluta, temos, por via de consequência dois “Deus(es)”; o ungido e aquele que o unge. Agora, se o entendemos como um texto que foi dirigido, como o próprio nome da epístola diz, aos HEBREUS, e nos lembrarmos que eles estavam familiarizados com os usos do termo “Deus” (Elohim) nas escrituras Hebraicas e o lia agora em grego, então, tudo se harmoniza.

Pois como regente da casa de Davi, Jesus assentará no trono eterno de Deus como o fez Salomão; será juiz (Cetro de Equidade), como o foram Jafé e muitos outros, e por consequência “Elohim” (Deus), mas não no mesmo sentido que o Pai é. Os hebreus não estranhavam quando alguém era chamado de “Elohim” (Deus) quando o contexto nitidamente apontava para aquele que fora designado por Deus e tinha o poder de reger e julgar o povo escolhido. Assim Hb. 1. 8, longe de atribuir deidade a Cristo, o reconhece, nos moldes Bíblicos, como Governante: O Messias que como rei regerá o seu povo.