1ª
Co. 15. 19
“Se
a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os
mais infelizes de todos os homens”. Peguei
este verso e o retirei do contexto do capítulo, com o objetivo de
tirar uma lição para as nossas vidas. Neste verso nós encontramos
ao menos duas situações a serem analisadas;
a
primeira,
é que não existe esperança para os incrédulos, isso no que está
relacionada a vida eterna, quanto a vida física podemos dizer que
existe somente uma ilusão alimentada pela vaidade humana, nada além
disso. A segunda questão é direcionada para aqueles que creem.
No verso acima, Paulo está
nos alertando para não nos gabarmos, pelo fato de acreditarmos que
somos cristãos, as coisas dessa vida não vão sempre estar de acordo com
as nossas perspectivas. Acreditar diferente é viver de ilusão; temos ouvido as pessoas dizerem que a vida humana é cheia de
altos e baixos, eu acredito que a nossa vida é composta por mais
baixos do que altos. E o problema disso é que as pessoas começam a
se perguntar: mas, isso é culpa de quem? É culpa de Deus? Afinal,
não sou cristão?
Na
verdade existem três questões básicas que nós devemos atentar e
fixar em nossas mentes: a primeira é que não existe um único verso
escrito na bíblia nos dando garantia de que nós estaremos livres
dos revezes, pelo contrário, Jo.
16. 33
“Estas
coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais
por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”.
A
segunda questão diz respeito exatamente o que Jesus nos disse no
verso anterior, a aflição encontrada no mundo, seria essa aflição
um açoite somente para os cristãos? De maneira nenhuma! Rm.
3. 9 “Que
se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma;
pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão
debaixo do pecado”. As
aflições em todas as suas formas, está distribuída não só sobre
o gênero humano, mas sobre toda a criação.
Não
importa o continente que se viva ou mesmo a classe social que se pertença, cedo ou tarde, a desilusão o encontrará. Não há meios
humanos para se evitar isso, ninguém por mais abastado que seja
poderá interromper o processo do envelhecimento, não há dinheiro
no mundo que o faça escapar de um acidente, mas, devemos entender que
isso se dá não só com o incrédulo, e por que isso se acontece?
Rm.
5. 12 “Portanto,
assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado,
a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos
pecaram.
A
segunda questão está diretamente relacionada com a ilusão que
presenciamos; fabricada podemos assim dizer pela nossa própria
existência e consequentemente com a desilusão proporcionada por
nossas expectativas, expectativas essas que depositamos nesta ilusão
que é a nossa fugaz existência. Segundo o dicionário a palavra
ilusão significa: erro
de percepção ou de entendimento; engano dos sentidos ou da mente;
interpretação errônea; já a palavra desilusão tem outro
significado: perda da esperança; descrença. sentimento de tristeza,
frustração; desapontamento, decepção.
Por
isso é necessário fixarmos em nossas mentes as palavras de Jesus,
de que no mundo teremos aflições. A terceira questão é embasada
pela bíblia, e podemos assim dizer testificada por nossa existência,
2ª
Co. 4. 18
“Não
atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem;
porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são
eternas”. Ec.
11. 8
“Ainda que o homem viva muitos anos, regozije-se em todos eles;
contudo, deve lembrar-se de que há dias de trevas, porque serão
muitos. Tudo quanto sucede é vaidade”. A
palavra vaidade
significa
“hálito” ou “vapor” e, portanto, qualifica a vida como algo
que passa depressa.
A
existência humana testifica este fato, então alguém irá
perguntar: - a vida é sem sentido? Não! Talvez os nossos objetivos
se demonstrarão sem sentido, o nosso empenho, o direcionamento de
nossos esforços e ações, no final redundara em nada, mas esse não
é o grande problema, visto que as coisas são assim mesmo e tendem a
aniquilar-se, o problema maior é tentar manter uma queda de braço
com o “imprevisto” já anunciado, como assim? Imprevisto
anunciado!
Resumindo,
é o mesmo que dizer: não querer aquilo que vai acontecer, por isso
devemos relembrar sempre 2ª Corintios 4. 18 “Não
atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem;
porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são
eternas”. Infelizmente
essa situação desfrutada por nós os mortais tende a prosseguir, é
o processo da morte que faz isso, o processo da morte não está
restrito apenas nos seres animados, pelo contrário, tudo aquilo que
percebemos e observamos está sofrendo desgastes, um reflexo do
processo da morte em curso.
Por
isso, apesar de necessário, não podemos atentar como coisa última
as coisas existentes neste mundo; 1ª
Co. 7. 31
“Mas
também os que choram, como se não chorassem; e os que se alegram,
como se não se alegrassem; e os que compram, como se nada
possuíssem; e os que se utilizam do mundo, como se dele não
usassem; porque a aparência deste mundo passa”. E
nesse processo de “passar” estamos nós incluídos; o desgaste a
corrupção, tudo isso tem trabalhado objetivando em levar aquilo que
existe para o estágio anterior da existência.
Qual
a vantagem de se crer na bíblia então? Muitas, entre elas está a
promessa a interrupção do processo da morte. Contudo, não diz que
tal reversão ocorrerá como um passe de mágica, antes tal reversão
deve estar acontecendo hoje, e é nos dito exatamente como isso
acontece, Rm. 6. 8-11 “Ora,
se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos,
sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já
não morre; a morte já não tem domínio sobre ele. Pois, quanto a
ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto
a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos mortos
para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus”.
Não que
exista pessoas perfeitas, mas deve existir pessoas que esperam pela
perfeição, e essa perfeição só existirá quando a morte for
destruída, por isso a nossa visão de vida deve ser alicerçada
sobre o que é duradouro, devemos sim usar e nos valermos daquilo que
é aparente, no entanto, isso não pode se tornar algo duradouro,
primaz em nossas vidas.