Achei
este artigo muito interessante, de certa forma compromete a crença
adventista com relação à purificação do santuário. (As
declarações contidas nos livros de E. G. W. Estão entre
parênteses). A teologia adventista, formulada por Ellen White diz
que o sangue dos animais sacrificados pelos sacerdotes em
substituição à vida do pecador, contaminava o templo ou santuário,
lugar da habitação de Deus aqui na terra, tornado assim, o
santuário, um local impuro e, portanto impróprio para habitação
do Altíssimo.
Ex.
25. 8
“E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio
deles”. Assim, uma obra especial para remoção desta
contaminação se fazia necessária. Mas, porque e como o sangue dos
animais sacrificados contaminava o templo ou santuário? Vejamos o
que diz E.G.W: (No cerimonial típico, somente os que tinham vindo
perante Deus com confissão e arrependimento, e cujos pecados, por
meio do sangue da oferta para o pecado, eram transferidos para o
santuário, é que tinham parte na cerimônia do dia da expiação.
Assim, no grande dia da expiação final e do juízo de investigação,
os únicos casos a serem considerados são os do professo povo de
Deus. O Grande Conflito, pág.480).
Para
o adventista “o cerimonial típico” significa a cerimônia que
era realizada no santuário de Jerusalém. Este mesmo pensamento é
encontrado no livro Patriarcas e Profetas, pág.355. Diz E.G.W: (Tal
era a obra que dia após dia continuava, durante o ano todo. Os
pecados de Israel, sendo assim transferidos para o santuário,
ficavam contaminados os lugares santos, e uma obra especial se
tornava necessária para sua remoção. Deus ordenara que se fizesse
expiação por cada um dos compartimentos sagrados, assim como pelo
altar, para o purificar "das imundícias dos filhos de Israel",
e o santificar).
Lv.
16: 16 e 19
“Assim, fará expiação pelo santuário por causa das impurezas
dos filhos de Israel, e das suas transgressões, e de todos os seus
pecados. Da mesma sorte, fará pela tenda da congregação, que está
com eles no meio das suas impurezas.” “Do sangue aspergirá, com
o dedo, sete vezes sobre o altar, e o purificará, e o santificará
das impurezas dos filhos de Israel.”
(Esta
era a obra que, dia após dia, se prolongava por todo o ano. Os
pecados de Israel eram assim transferidos para o santuário, e uma
obra especial se tornava necessária para a sua remoção. Deus
ordenou que fosse feita expiação para cada um dos compartimentos
sagrados. "Fará expiação pelo santuário por causa das
imundícias dos filhos de Israel e das suas transgressões, segundo
todos os seus pecados: e assim fará para a tenda da congregação
que mora com eles no meio das suas imundícias." Devia também
ser feita expiação pelo altar, para o purificar e santificar "das
imundícias dos filhos de Israel". Cristo em seu santuário pág.
93)
(A
parte mais importante do ministério diário era a oferta efetuada em
prol do indivíduo. O pecador arrependido trazia a sua oferta à
porta do tabernáculo e, colocando a mão sobre a cabeça da vítima,
confessava seus pecados, transferindo-os assim, figuradamente, de si
para o sacrifício inocente. Pela sua própria mão era então morto
o animal, e o sangue era levado pelo sacerdote ao lugar santo e
aspergido diante do véu, atrás do qual estava a arca que continha a
lei que o pecador transgredira. Por esta cerimônia, mediante o
sangue, o pecado era figuradamente transferido para o santuário.
Nalguns casos o sangue não era levado ao lugar santo; mas a carne
deveria então ser comida pelo sacerdote, conforme instruiu Moisés
aos filhos de Arão.
Lv. 10: 17.
Ambas as cerimônias simbolizavam semelhantemente a transferência do
pecado, do penitente para o santuário.” Cristo em seu santuário,
pág. 35).
Pelas
citações que vimos anteriormente, a teologia adventista ensina que
quando o pecador confessava seus pecados sobre o animal a ser
sacrificado, este ato, significava uma transferência da culpa pelo
pecado cometido para o inocente animal que pagaria com a vida o preço
pela culpa do pecado, tendo seu sangue derramado. Parte deste sangue
contaminava o santuário, pois era por meio do sangue que os pecados
eram transferidos para dentro do santuário, conforme as citações
acima.
Isto
se dava nas vezes em que os sacerdotes após o sacrifício do
inocente animal, recolhiam numa vasilha um pouco do sangue do animal
sacrificado para levá-lo para dentro do santuário com o propósito
de aspergi-lo diante do véu, ou do propiciatório, ou nas bases e
nas pontas do altar do templo, conforme nos diz estes versos. Lv.
4: 5-7
“Então, o sacerdote ungido tomará do sangue do novilho e o trará
à tenda da congregação; e, molhando o dedo no sangue, aspergirá
dele sete vezes perante o Senhor, diante do véu do santuário.
Também daquele sangue porá o sacerdote sobre os chifres do altar do
incenso aromático, perante o Senhor, altar que está na tenda da
congregação; e todo o restante do sangue do novilho derramará à
base do altar do holocausto, que está à porta da tenda da
congregação”.
Realmente
o pecador estava de certa forma transferindo o pecado para o
cordeiro, porém é muito importante observar que embora os animais
sacrificados estivessem substituindo os pecadores, na verdade eles
não representavam os pecadores, mas representavam a Cristo, o
substituto dos pecadores. Foi Cristo que morreu em nosso lugar, assim
o sangue dos animais sacrificados não representava o sangue dos
pecadores, mas o sangue do Verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo.
Se
o sangue dos animais representava o sangue de Cristo, sendo derramado
em favor do pecador e era este sangue que era levado para dentro do
santuário, então o que contaminava o santuário simbolicamente era
o sangue de Jesus. A pergunta que fica para nossa reflexão e analise
é: Afinal, o sangue de Jesus contaminava ou purificava o santuário?
Se o sangue contaminava o santuário, então a teologia adventista
esta correta conforme nós podemos verificar pelas citações acima,
dos livros publicados pela IASD.
Se
o sangue não contamina, mas purifica o santuário, então há algo
de errado nesta teoria doutrinaria. O que diz a bíblia acerca do
sangue dos animais e o sangue de Jesus? Ex. 29. 21 “Tomarás,
então, do sangue sobre o altar e do óleo da unção e os aspergirás
sobre Arão e suas vestes e sobre seus filhos e as vestes de seus
filhos com ele; para que ele seja santificado, e as suas vestes, e
também seus filhos e as vestes de seus filhos com ele.”
Lv.
14. 14 “O
sacerdote tomará do sangue da oferta pela culpa e o porá sobre a
ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se, e sobre o
polegar da sua mão direita, e sobre o polegar do seu pé direito.”
Diz
a mesma coisa, ou seja, o sangue não contaminava mais sim
purificava. Na verdade o que contaminava o santuário eram as
impurezas físicas ou práticas pecaminosas dos filhos de Israel e
não o sangue dos sacrifícios. Assim a purificação do santuário,
na verdade era a purificação dos filhos de Israel, visto que se os
pecados dos filhos de Israel, não fossem apagados, certamente os
seus pecados continuariam contaminando o santuário e este, jamais
poderia ser puro, havendo pecados não purificados ou apagados.
O
sangue fazia expiação. E o que significa Expiar? Expiar era o ato
de reconciliar o pecador com Deus, pelo processo de limpeza ou de
purificação dos pecados. Todos os pecados do pecador até então
não purificados eram por meio desta cerimônia apagados, perdoados,
purificados. Isto como nós vimos no verso anterior se dava mediante
o aspergir do sangue. Ef.
2. 13
“Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe,
fostes aproximados pelo sangue de Cristo.” Cl.
1. 20 “E
que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele,
reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer
nos céus.”
Isto significa mais uma vez que
o sangue não contaminava o santuário, mas o purificava. Se isto é
uma verdade, então as citações de que o santuário era contaminado
pelo sangue, que fazia a transferência dos pecados para o santuário,
esta totalmente em desacordo com o que diz a palavra de Deus, está
totalmente equivocada. Hb.
9: 22
“Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com
sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão.”
1ª
Jo. 1. 7
“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos
comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos
purifica de todo pecado”. A citação de João é de que o sangue
nos purifica de TODO pecado. Desta forma, isto nos mostra que o
sangue de Jesus derramado uma única vez, é suficiente para apagar
todos os nossos pecados tanto os cometidos no passado quanto aqueles
que possivelmente sejam cometidos no futuro.
Obviamente
se nós lançarmos mão deste precioso sangue por meio da fé. Atente
agora para seguinte citação: (Como antigamente os pecados do povo
eram transferidos, em figura, para o santuário terrestre mediante o
sangue da oferta pelo pecado, assim nossos pecados são, de fato,
transferidos para o santuário celestial, mediante o sangue de
Cristo. E como a purificação típica do santuário terrestre se
efetuava mediante a remoção dos pecados pelos quais se poluíra,
conseqüentemente, a real purificação do santuário celeste deve
efetuar-se pela remoção, ou apagamento, dos pecados que ali estão
registrados. Isso necessita um exame dos livros de registro para
determinar quem, pelo arrependimento dos pecados e fé em Cristo, tem
direito aos benefícios de Sua expiação. A purificação do
santuário, portanto, envolve uma obra de juízo investigativo. Isto
deve efetuar-se antes da vinda de Cristo para resgatar Seu povo, pois
quando vier, Sua recompensa estará com Ele para dar a cada um
segundo as suas obras. História da Redenção, Pág. 378).
Agora
as coisas se complicaram ainda mais. O santuário terrestre
construído pela mão dos próprios Israelitas estava situado no meio
do povo. O templo como sabemos ficava estrategicamente no centro do
arraial de Israel. De que forma, uma pessoa ou objeto pode ser
contaminado com qualquer coisa que contamine? É necessário que haja
algum tipo de contato com o objeto contaminador ou propagador da
contaminação. Ninguém fica resfriado, ou pega um vírus (virose)
sem que de alguma forma entre em contato com o agente contaminador.
Necessário era que o templo construído pelos israelitas de alguma
forma fosse purificado, visto que estava em contato direto com as
impurezas cometidas pelo próprio povo que o havia construído.
Portanto,
pela citação do livro História da redenção. pág. 378, as coisas
celestiais foram contaminadas pelo sangue de Cristo, que foi usado
como meio de transferência dos nossos pecados para um "santuário
celestial". Se é verdade que o sangue de Jesus, contaminou o
santuário então, para que a contaminação do santuário celestial
seja removida, necessário é que o sangue de Cristo seja então
removido deste santuário, pois o mesmo é o responsável pela
contaminação do santuário, segundo a citação do livro H.R pág.
378. Isto é muito complicado, pois o sangue que deveria ser o agente
purificador passou a ser o agente contaminador.