terça-feira, 11 de outubro de 2011

O que é o Logos?

Logos, palavra que em grego significava a palavra escrita ou falada. Mas a partir de filósofos gregos como Heráclito passou a ter outro significado. Logos passou a ser um conceito filosófico, traduzido como razão, tanto como a capacidade de racionalização individual ou como um princípio cósmico da Ordem e da Beleza.

Estoicismo: o estoicismo é uma doutrina filosófica que afirma que todo o universo é corpóreo e governado por um Logos divino, noção que os estóicos tomaram de Heráclito e a desenvolveram. A partir daí foi fácil para desenvolver a doutrina pagã do Logos como um ser pessoal. A doutrina do Logos como Pessoa Divina encontra sua primeira formulação com Fílon de Alexandria. Disse ele: "A sombra de Deus é o Seu Logos; servindo-Se Dele como instrumento, Deus criou o mundo. Essa Sombra é quase a imagem derivada e o modelo das outras coisas. Pois assim como Deus é o modelo dessa Sua Imagem ou Sombra, que é o Logos, o Logos é o modelo das outras coisas".

Pouco depois o conceito de logos como pessoa foi introduzido no cristianismo. O filósofo Justino o mais importante dos apologistas cristãos do século II d.C. disse: "Aprendemos que Cristo é o primogênito de Deus e que é o Logos, do qual participa todo o gênero humano." I Apologia, 46. Naturalmente a igreja passaria a se deparar com um grande problema. Se o Logos é uma pessoa que estava com Deus, com qual natureza o Logos se materializou?

Esta questão foi definida no concílio de Calcedônia, os padres decidiram que o Logos encarnou com duas naturezas a divina e a humana, diz o credo: “Jesus é Deus em carne humana. Ele não é metade Deus e metade homem. Ele é totalmente Deus e totalmente homem”. Claro que esta definição trás um sério problema, ou melhor, dois problemas. (1) se Jesus é Deus podemos dizer que a sua vitória sobre o pecado não foi completamente validada, a bíblia é clara em dizer que Deus não pode ser tentado. Tg. 1,13- (Ninguém, ao ser tentado diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta.)

Hb. 2,17- (Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo.) (2) Outro fato importante, se Jesus é Deus-homem, realmente ele passou pela morte? Como? 1ª Tm 1,17- (Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!) (1ª Co. 15,3- Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras.)

Esses são aspectos interessantes que devemos atentar. Não podemos negar a capacidade intelectual dos padres dos primeiros séculos, mas, adicionar os seus pensamentos como doutrina cristã... Os protestantes na sua grande maioria recusam o fato de Maria não ser mãe de Deus. Mas, se sem questionamentos aceitam o credo de Calcedônia onde é dito que Jesus é Deus e é homem, naturalmente deveriam aceitar como os católicos, que Maria é mãe de Jesus o Deus homem, neste caso seguindo o pensamento das duas naturezas de Cristo Maria é mãe de Deus.

Digo sem medo de errar, Maria foi mãe de Jesus Cristo, não aceito os concílios elaborados por padres da igreja. Alguns motivos que creio ser justificável para isso. Os concílios que aconteceram para definir a trindade só aconteceram devidos o fato de o cristianismo ter perdido a pureza doutrinária e mais particularmente por tentarem estabelecer a pessoa de Deus segundo o modelo da filosofia. Já o concílio de Calcedônia aconteceu por causa da inversão da definição da palavra Logos, aquilo que era tido como uma expressão passou a ser considerado uma pessoa.

Outra coisa, não existe base bíblica alguma para aceitarmos credos extras bíblicos como sendo inspirados. A palavra grega (Logos λογος) tem o mesmo significado que a palavra hebraica dabar, ou seja, ambas significam, discurso, palavra, fala, dito, declaração. Não existe um verso sequer em toda a bíblica que aponte dabar ou Logos como sendo uma pessoa, esse intercâmbio é interpolação doutrinária.

Outro fato interessante encontra-se no evangelho de João, capítulo 1.1-3- (No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.) O primeiro passo a se compreender é que a palavra Verbo tem o mesmo significado que Logos, que por sua vez significa o mesmo que dabar, baseado nisso não existe base bíblica para crermos que o verbo de João 1.1 seja a pessoa de Jesus Cristo. existem fortes argumentos que provam isso.

(1) Sl. 33.6- (Os céus por sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de sua boca, o exército deles.) Palavra que está grafada é dabar no original, raciocinem então: se palavra, segundo a visão trinitariana é uma pessoa, devemos entender que tal pessoa estava "dentro de Deus" e falou por sua boca, absurdo, não é mesmo? Porém a bíblia nos diz que Deus criou tudo sozinho. Is. 44,24 (Assim diz o Senhor, que te redime, o mesmo que te formou desde o ventre materno: Eu sou o Senhor, que faço todas as coisas, que sozinho estendi os céus e sozinho espraiei a terra.)

Como Jesus descreveu este acontecimento, Mc. 13,19- (Orai para que isso não suceda no inverno. Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá.) O próprio Jesus disse que Deus criou, não cremos, ou a bíblia não da margem para crermos que o Deus que se referiu Jesus seja a trindade, absolutamente. O salmo 33,9 nos descreve como Deus criou Sl. 33,9- (Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir.)

Reparem bem, Deus falou, ordenou. Isso está em perfeita sincronia com João 1,1. No princípio era a palavra, ou seja, a palavra que trás vida, e a palavra estava com Deus, sim pertence a ele, e a palavra era Deus, lógico se a minha palavra está em mim e me pertence, logo ela faz parte integral da minha pessoa, numa visão simples não da para separar a palavra (voz) da pessoa.

E tudo foi realmente criado por meio dela da palavra, sem a ordem expressa de Deus não poderia haver nada. E joão 1,14 como fica? (E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.) (em outras poucas traduções encontramos palavra ao invés de verbo). Relembrando que Verbo, Logos, palavra e dabar são a mesma coisa. Ao criar, Deus teve primeiramente os planos e as intenções isso é o básico de todo arquiteto. Com Jesus Cristo não foi diferente, Deus intentou ter um filho legitimo, e que esse filho faria um trabalho fantástico para Deus, Ele seria o meio pelo qual o homem se reconciliaria com Deus ele faria a expiação pelos pecados, e será rei, enfim reorganizara a criação de Deus para que o próprio Deus possa habitar com suas criaturas, então, este propósito foi trazido a existência.

Aquilo que Deus planejou, intentou, falou, tornou-se carne e habitou entre nós. Lc. 1,31-32- (Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai.) Percebemos nestes versos a palavra de Deus e em João 1,14 ela se materializa. Segundo a doutrina da trindade o verbo de João 1 que estava com Deus e era Deus é Jesus o Deus filho. Infelizmente para os trinitarianos este verso não pode provar a trindade. Ensina a doutrina que Deus é um ser compartilhado por três pessoas, porém as três pessoas não são três deuses, mas se Jesus estava com Deus e era Deus, não são dois deuses? Meditem na questão.

Outro fato interessante é que em nenhum lugar a bíblia ensina ou apoia a doutrina da encarnação. Lembre-se também que os tradutores preferiram inserir nos textos de João 1,1. Verbo ao invés de palavra e Verbo com V maiúsculo, tudo para contribuir com a mente que está pré- direcionada e cristalizada. Pois, o V maiúsculo denota uma pessoa.