Dentro do contexto religioso e profético entendemos como
preterista a visão que ensina que todos os acontecimentos relacionados ao fim
do mundo já aconteceram, se consumando no ano 70 dC. Inclusive para os preteristas, mesmo a marca da besta também já
aconteceu, para eles a marca foi o sinal com as mãos que os romanos e todos aqueles que demonstravam lealdade tinham que
fazer para saudar o imperador. Tal saudação era conhecida como “Ave César”.
Ap. 13.16
“A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres,
os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita
ou sobre a fronte. Devo ressaltar o fato
que a bíblia diz que a marca é na mão ou na testa, não diz que é com as mãos,
em outras palavras não é dito que é para fazer um aceno indicando um sinal. Essa
distinção, que a primeira vista parece pequena, é de crucial importância para
rejeitarmos tal interpretação. O “Ave
César” era um gesto de saudação corrente entre os romanos. Logo, tal
interpretação preterista carece de fundamentação bíblica sólida ou
consistente.
Segundo
a bíblia para que servirá o sinal na mão ou na testa? Ap. 13.17 “para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o
nome da besta ou o número do seu nome.” Sendo assim não há nada que indique que sem fazer o “Ave César” ninguém
podia comprar nem vender nada. Em qual livro de História os preteristas
descobriram que sem fazer esta saudação com as mãos não podia comprar nem
vender nada? Por acaso quando alguém ia comprar alguma coisa o vendedor pedia
primeiramente que fizesse a saudação do “Ave César”?
Então,
ainda que o “Ave César” identificasse os que eram do império romano, não é
verdade que sem praticá-lo fosse proibido de comprar ou vender algo. Se fosse
assim, então os discípulos de Cristo, todos os cristãos e o próprio Senhor
Jesus nunca teriam comprado nem vendido coisa nenhuma, pois eles também não
faziam o “Ave César”!
Será,
então, que Jesus ou seus discípulos morreram de fome por causa disso? Onde está
na Bíblia ou na História Cristã qualquer relato de qualquer cristão que tenha
sido proibido de comprar algo por ter rejeitado fazer esta saudação? Como que
os discípulos de Jesus e o próprio Cristo conseguiram viver sem nunca terem
comprado nada de ninguém e nem vendido coisa alguma, se eles não faziam o “Ave
César” e, segundo os preteristas, quem não fazia isso não podia comprar nem
vender nada?
Em quarto
lugar, como se tudo isso não fosse suficiente para desmoronar essa
interpretação falida do preterismo, vemos que Barnabé vendeu um campo, e
depositou o preço aos pés dos apóstolos At.
4.37 “José, a quem os
apóstolos deram o sobrenome de Barnabé, que quer dizer filho de exortação, levita,
natural de Chipre, como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço e o
depositou aos pés dos apóstolos”. Como ele conseguiu fazer isso, se os preteristas dizem que
sem fazer o “Ave César” ninguém podia vender nada?
Não há
nada na história que diga que foi proibido o comprar e vender sem antes fazer a
saudação típica dos cidadãos romanos. A verdade é que nunca foi proibido,
na época de Jesus os cristãos não faziam o “Ave César”, mas mesmo assim
compravam e vendiam naturalmente, e não há absolutamente nada, nem uma linha,
nem um única afirmação histórica que nos diga que isso mudou depois, e que os
romanos começaram a proibir de comprar coisas sem fazer este sinal. Como este é
um argumento fraco os preteristas apelaram para a insígnia da moeda corrente no
império romano. Os preteristas disseram que pelo fato de haver uma efígie de
Cesar na moeda e pelo imperador se declarar um deus, então os cristãos não
usavam as moedas do império, pois caso fizessem isso estariam incorrendo na
idolatria.
Será que
tais declarações têm apoio bíblico? Mt.
22. 17-21 “Dize-nos, pois: que te parece? É lícito pagar tributo a César ou não?
Jesus, porém, conhecendo-lhes a malícia, respondeu: Por que me experimentais,
hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. Trouxeram-lhe um denário. E ele
lhes perguntou: De quem é esta efígie e inscrição? Responderam: De César.
Então, lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de
Deus.”
Isso
quer dizer que Jesus não era contra fazer comércio com a moeda de César. Ele
mandou que dessem o imposto devido fazendo uso exatamente desta moeda com
a inscrição de César, então por que ele não iria permitir que comprassem alguma
coisa com ela? Será que Barnabé vendeu o seu campo sem receber as “moedas de
César”? É claro que não. Vemos Jesus contanto diversas parábolas dando
como exemplo o denário da época, que tinha a inscrição de César Mt.10.29 “Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles
cairá em terra sem o consentimento de vosso Pai.” Mt. 20.2 “E, tendo ajustado
com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a vinha.” Jesus
usaria algo como exemplo caso fosse proibido?
Em
momento algum vemos Jesus proibindo que se fizessem uso do denário; ao
contrário, vemos que os discípulos possuíam uma bolsa onde guardavam as moedas
ali dentro Jo. 12.6 “Isto disse ele,
não porque tivesse cuidado dos pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bolsa,
tirava o que nela se lançava.” Vemos no NT. Os cristãos comprando e
vendendo com a moeda que tinha a inscrição de César!
Embora a
moeda realmente tivesse a inscrição de César, o qual era cultuado como um deus
na época, isso nunca, jamais, e em circunstância nenhuma foi qualquer
impedimento aos cristãos fazerem comércio com ela, comprarem coisas com ela ou
venderem propriedades recebendo essas moedas! Sendo assim, chegamos à conclusão
óbvia e inequívoca que a marca da besta não era o “Ave César”, e muito menos a
moeda com a inscrição do imperador romano.
Outro
fato que não podemos esquecer é que a palavra (certa marca, ou um sinal) de
apocalipse treze dezesseis que dizer algo gravado, estampado, imprimido,
esculpido; o mesmo que fosse feito a ferro em brasa. Resumindo
algo posto sobre a mão ou sobre a testa.