A minha
insistência contra a doutrina da trindade não está vinculada a nenhum tipo de
crítica a qualquer denominação religiosa ou mesmo direcionada a pessoas
específicas. A questão é puramente teológica, em suma não faço por partido ou
mesmo por intrigas pessoais, mas com o intuito de usar a bíblia e a lógica e
ver se assim posso compreender a literalidade das escrituras no tocante a sua
apresentação do ser de Deus.
Vários
versos bíblicos podem ser usados a fim de demonstrar que Deus é uno na
literalidade da palavra, no entanto, existem aqueles versos que sobressaem em
suas afirmações e entre eles está 1ª Co.
8. 5-6 “Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou
sobre a terra, como há muitos deuses e muitos senhores, todavia, para nós há um
só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só
Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.”
Paulo dirigindo-se
a igreja que se encontrava na cidade de Corinto a qual era repleta de vários
deuses aludiu dizendo que o fato de existirem muitos deuses e muitos senhores
isso não representava nada para o ensinamento judaico cristão de que havia
somente um Deus, o pai, e um só senhor Jesus Cristo. Fazer essa diferenciação é
muito importante, a bíblia é incisiva, um só Deus, o pai, e um só senhor, Jesus
Cristo. Este é o ensinamento bíblico, este é o pensamento de Paulo e de todos
os evangelistas, ensinar que existe um só Deus e um só senhor.
A
mentalidade cristã insiste dizendo que não existe diferenciação, o cristianismo
“ortodoxo” oriundo do 3º século afirma que a palavra grega Kyrios ou Kurios que
se traduz como senhor é aplicado para Deus. À palavra kurios vem de kuros e
significa supremacia, ora, mediante o ensinamento bíblico Jesus tem e terá
supremacia sobre os seres humanos, no entanto isso não quer dizer que ele seja
Deus, lembre-se, um só Deus e um só senhor, conforme 1ª Coríntios 8. 5-6.
Ainda
sobre a palavra Kyrios ou Kurios significa entre outras coisas “comandante,
autoridade, ditador, dono e senhor, mestre, no
sentido de quem está no comando e Senhor como pronome de tratamento,
indicando respeito. Quanto a questão referente à palavra Senhor, com S
maiúsculo é apenas uma questão de tradução, desconhecendo isso muitos alegam
dizendo: “bem, quando a palavra Senhor se
refere a Jesus deve sim conter o S maiúsculo”. O problema é que o NT. não
foi escrito em português, mas em grego, e no grego não há maiúsculo.
Isto
significa que a palavra Kyrios ou Kurios não é direcionada para Deus ou alguma
divindade, por exemplo, Mt. 28.6 “E o senhor
daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida”. O senhor do servo incompassivo
relatado na parábola por Jesus é Kyrios ou Kurios e nem por isso ele é Deus. Mt. 20.8 “Ao cair da tarde, disse o senhor da vinha ao seu administrador: Chama
os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos, indo até aos
primeiros”.
O mesmo
podemos destacar com relação ao senhor da vinha, a palavra senhor deste homem
da parábola também é Kyrios, a única diferença é que o s não foi
traduzido em maiúsculo; e é somente por isso que ele não pode ser considerado
Deus? Não podemos nos ater a palavras maiúsculas e minúsculas, não devem ser
elas a referencia de quem ou o que é Deus.
Infelizmente
isso tem acontecido, para tentar provar a divindade de Jesus às tradutoras tem
feito acréscimo e decréscimo, um exemplo disso é Jo. 8.40 na Almeida Revista e corrigida, diz: “Mas, agora, procurais matar-me a mim, homem que vos tem dito a verdade que
de Deus tem ouvido; Abraão não fez isso”. O mesmo verso na Revista e Atualizada “Mas agora procurais matar-me, a mim que vos
tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão”. A
palavra homem foi suprimida, pois
o intuito é demonstrar que Jesus é Deus, ademais se Jesus nunca disse ser Deus
o ideal ao menos é demonstrar que ele não é homem e deixar a impressão que ele
é Deus.
A omissão pode ser vista também no verso de Mt. 28. 6 Bíblia de estudo Almeida
Revista e Corrigida, diz: “Ele não está
aqui, porque já ressuscitou, como tinha dito. Vinde e vede o lugar onde o
Senhor jazia”. O mesmo mesmo verso só que na bíblia de estudo Almeida
Revista e Atualizada, “Ele não está aqui;
ressuscitou, como tinha dito. Vinde
ver onde ele jazia”. A palavra Senhor foi omitida, por quê isso?
Se levarmos em consideração que a palavra Senhor ou
Kyrios significa Deus, e se admitirmos que Deus não pode morrer, segue-se então
que a palavra Senhor que segundo eles significa Deus deve ser suprimida, mas
lembrando sempre que a palavra senhor só tem estaus de Deus por estar em
maiúsculo.
Para a mentalidade apostólica o senhorio não significava
divindade mas sim domínio, governo, liderança e regência. Por isso segundo
Paulo todas as coisas são de Deus e coisas essas as quais são regidas por
Cristo, assim sendo Kyrios significa dominador em relação aos seres humanos, 1ª Co. 11. 3 “Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o
homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo”. E que não me venham
com a teoria da funcionalidade a qual não está na bíblia.
A epístola de Judas no verso 25 confirma que Deus é Deus
e senhor e senhor “Ao único Deus, nosso
Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória majestade, império e
soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!”
Esta é ideia bíblica, o rei ou o Senhor ser o meio o representante o
responsável pelo governo de Deus aqui na terra.
A ideia de Deus ser um, e Senhor Kyrios ser um título
para Deus que aniquilou-se por funcionalidade é absurda. Fl. 2. 11 “E toda língua
confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”. A bíblia quer
reforçar o senhorio de Cristo, não sua divindade, o senhorio de Cristo exalta a
Deus, a bíblia não ensina não autoriza a divinização de Jesus, mas sim a sua
regência. O governo de Deus será materializado pela pessoa de Jesus, convém que
ele domine, 1ª Co. 15.25 “Porque convém que ele reine até que haja
posto todos os inimigos debaixo dos pés”.