A Igreja Adventista do 7º dia tem como base
fundamental a doutrina do "juízo investigativo". E. G. W. A profetisa
do adventismo diz: “A passagem que, mais
que todas as outras, havia sido tanto a base como a coluna central da fé do
advento, foi: “Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será
purificado.” O grande Conflito Pág. 409.
O que é proclamado neste ensinamento foi que em
1844, Jesus entrou no Lugar Santíssimo do céu, para começar a purificar o santuário
celeste. Se esta doutrina puder ser refutada então todo o ensinamento dos
adventistas deverá ser refutado, inclusive a própria denominação deixara de ter
crédito, pelo fato dela ser tanto a coluna como a base da fé do adventismo. Muitos
são os argumentos utilizados pelos adventistas, a fim de tentarem provar a
veracidade das 2300 tardes e manhãs como sendo dias anos. Esta doutrina está
baseada nos capítulos 8 e 9 de Daniel.
Dn. 8. 3-4 “Então,
levantei os olhos e vi, e eis que, diante do rio, estava um carneiro, o qual
tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto do que o
outro; e o mais alto subiu por último. Vi que o carneiro dava marradas para o
ocidente, e para o norte, e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia
resistir, nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder; ele, porém, fazia
segundo a sua vontade e, assim, se engrandecia”.
A própria bíblia descreve o que representa o
carneiro e os seus dois chifres: Dn. 8.
20 “Aquele carneiro com dois chifres, que viste, são os reis
da Média e da Pérsia”. No que diz respeito a
bíblia e em profecia, animal sempre representa reino, assim como chifre
simboliza um rei.
Dn. 8. 5-7 “Estando eu observando, eis que um bode vinha
do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; este bode tinha um
chifre notável entre os olhos; dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois
chifres, o qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o
seu furioso poder. Vi-o chegar perto do carneiro, e, enfurecido contra
ele, o feriu e lhe quebrou os dois chifres, pois não havia força no carneiro
para lhe resistir; e o bode o lançou por terra e o pisou aos pés, e não houve
quem pudesse livrar o carneiro do poder dele”.
Segundo o relato bíblico as coisas começaram a se
complicar para os medos e persas, a sua altivez e orgulho estava sendo
ameaçados. Novamente pela bíblia somos informados quem representa o bode
peludo, Dn. 8. 21 “Mas o bode peludo é o rei da
Grécia; o chifre grande entre os olhos é o primeiro rei”.
O verso acima nos diz
que o império Medo Persa dominou o mundo de então até que veio Alexandre ou (o
chifre notável) e tomou o poderio fazendo com que a Grécia dominasse o mundo.
Nesta analise simples começamos a perceber que a doutrina das 2300 tardes e
manhãs começa a ruir, e isso é percebido quando fazemos a leitura dos seguintes
versos:
Dn. 8. 8-9 “O bode se engrandeceu sobremaneira; e, na sua força, quebrou-se-lhe o
grande chifre, e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro
ventos do céu. De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte
para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa”. Dn. 8. 22 “O ter sido
quebrado, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se
levantarão deste povo, mas não Com força igual à que ele tinha”. Vimos
anteriormente que o bode da profecia representa o império grego e o grande
Chifre o primeiro rei o qual a maioria dos estudiosos acreditam ser Alexandre.
E dito também que o grande chifre se quebraria. Neste caso morreria, porém do
mesmo reino diz a profecia, se levantaria quatro reis, ou seja, no império
grego se levantaria quatro pessoas com o intuito de reinar.
Alexandre faleceu em
meio a uma ardente febre, antes mesmo de sepultá-lo os seus generais começaram
a discutir. Vinte e dois sangrentos anos mais tarde em 301 A.C, quatro generais
se achavam no comando dos quatro reinos greco; [1] Cassandro ficou com a
Macedônia e a Grécia; [2] Lisímaco tomou a Trácia e a grande parte da Ásia
menor; [3] Ptolomeu reteve o Egito a Cirenáica e a Palestina; [4] Seleuco
reteve a Síria.
Vimos no verso 22 a
bíblia dizendo que o império grego seria divido em quatro fato que realmente
aconteceu. Mas o problema com a doutrina das 2300 tardes e manhãs para os
adventistas se encontra nos versos 8 e 9 vamos ler novamente: “O
bode se engrandeceu sobremaneira; e, na sua força, quebrou-se-lhe o grande
chifre, e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do
céu. De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o
sul, para o oriente e para a terra gloriosa”.
O bode se
engrandeceu, ou seja, (o ápice do império grego), e o grande chifre foi
quebrado, (morre Alexandre) os quatro chifres, (são os generais ditos acima.) O
chifre que rumou para a terra gloriosa algo que quase todos os estudiosos
acreditam ser Jerusalém chegando lá matou os sacerdotes e profanou o santuário
proibiu algo extremamente importante para os judeus daqueles dias o sacrifício
diário, mas porque isso aconteceu? Dn.
8. 12 “O exército lhe foi entregue,
com o sacrifício diário, por causa das transgressões; e deitou por terra a
verdade; e o que fez prosperou.” Sim
por causa das transgressões do povo que se dizia santo.
E por quanto tempo
duraria essa assolação a qual impediria que os sacrifícios diários fossem
restabelecidos? Dn. 8. 14 “Ele me disse: Até duas mil e trezentas
tardes e manhãs; e o santuário será purificado.” É exatamente isso que a
bíblia está dizendo, ou seja, vocês estão desobedecendo por isso vou enviar
alguém que vai matar alguns de vocês, vai profanar o templo e irá impedir que os
trabalhos nele realizados fiquem parados por 2300 dias.
Mas para ser
instituída a doutrina do santuário dos adventistas precisa mais do que isso.
Vejam o que diz o escritor adventista C. Mervyn Maxwell: “Os leitores da bíblia por vezes entendem que ao dizer que o chifre
pequeno saiu de um deles, o significado é que ele surgiu de um dos quatro
chifres. O que a bíblia realmente quer dizer, entretanto, é que o chifre
pequeno surgiu de um dos quatro ventos; ou seja, que ele surgiu de um dos
quatro pontos cardeias”.) Uma nova
era segundo as profecias de Daniel, pág. 157.
Na verdade ele está
tentado estabelecer outra pessoa ao invés do rei selêucida Antíoco, quando ele
diz de um dos ventos ou pontos cardeias, ele quer que seja de Roma, mas a
bíblia é clara em dizer que surgiu de um dos chifres, ou seja, dentro do
império grego. Outra questão a ser considerada é a seguinte, o rei que pisoteou
o santuário fez isso nos dias do império grego ainda que dividido, já os
adventistas e seus historiadores jogam este acontecimento para o futuro.
A complicação para o
dogma adventista continua quando eles afirmam em sua doutrina que somente
depois de 2300 anos o santuário começaria a ser purificado e isso no céu, já a
bíblia descreve que após 2300 tardes e manhãs ou 2300 dias literais o santuário
seria purificado, ou seja, não diz nada a respeito de ser no céu, não diz que
começaria a ser purificado.
O capítulo 8 de
Daniel nos mostra que os acontecimentos nele registrados referem-se ao povo
judeu, desde o cativeiro babilônico até o período do domínio helênico, nada diz
sobre a era cristã e muito menos sobre um santuário no céu; apesar da palavra
purificado (Tsadaq) do verso 14 dizer “ser justo, ser correto, ser
justificado”. Podemos entender pelo contexto a seguinte questão: Dn. 8. 13 “Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que
falava: Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão
assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem
pisados?”
Evandro.