Na antiga aliança várias doenças de pele faziam com que uma pessoa
fosse considerada impura. Se uma ferida fosse mais profunda do que a pele
ou se o pelo no local da praga ficasse branco, a pessoa era considerada imunda;
Lv. 13. 3 (O
sacerdote lhe examinará a praga na pele; se o pelo na praga se tornou branco, e
a praga parecer mais profunda do que a pele da sua carne, é praga de lepra; o
sacerdote o examinará e o declarará imundo.) Se o problema de pele se
espalhasse, o sacerdote pronuncia que a pessoa estava impura Lv. 13.8 (Este
o examinará, e se a pústula se tiver estendido na pele, o sacerdote o declarará
imundo; é lepra.)
Assim sendo tais pessoas teriam que viver fora do
acampamento e advertir as outras pessoas que não eram limpas, Lv. 13. 45-46. (As vestes
do leproso, em quem está a praga, serão rasgadas, e os seus cabelos serão
desgrenhados; cobrirá o bigode e clamará: Imundo! Imundo! Será imundo durante
os dias em que a praga estiver nele; é imundo, habitará só; a sua habitação
será fora do arraial.)
Quando alguém era declarado limpo, o sacerdote
matava um pássaro, e o mergulhava outra ave no sangue, aspergido a pessoa e
lançou a ave viva, Lv. 14. 2, 6-7 (Esta será a lei do leproso no dia da sua purificação:
será levado ao sacerdote... Tomará a ave viva, e o pau de cedro, e o estofo
carmesim, e o hissopo e os molhará no sangue da ave que foi imolada sobre as
águas correntes. E, sobre aquele que há de purificar-se da lepra, aspergirá
sete vezes; então, o declarará limpo e soltará a ave viva para o campo aberto.)
A pessoa, que era declarada limpa tinha que
raspar o seu pelo e se lavar duas vezes, em seguida oferecia uma oferta pela
culpa e outra como expiação pelo pecado, e o sacerdote molhava o lóbulo da
orelha direita, e o polegar direito e o dedão do pé direito e a pessoa era
declarada limpa. Surpreendentemente, se o problema cobrisse todo o corpo, a
pessoa era considerada limpa, Lv. 13.
12-13 (Se a lepra se espalhar de
todo na pele e cobrir a pele do que tem a lepra, desde a cabeça até aos pés,
quanto podem ver os olhos do sacerdote, então, este o examinará. Se a lepra
cobriu toda a sua carne, declarará limpo o que tem a mancha; a lepra tornou-se
branca; o homem está limpo.)
Se em uma casa ou mesmo em uma veste fosse
encontrado o vestígio de contaminação eram considerados imundos. Não há
registro de que a lepra atacava uma veste ou mesmo uma parede para designar
lepra é a mesma para fungo e mofo. Assim sendo a veste ou mesmo a parede
estavam mofadas. Quando a vestimenta estava com mofo deveria ser queimada, Lv. 13. 47-52 (Quando
também em alguma veste houver praga de lepra, veste de lã ou de linho, seja na
urdidura, seja na trama, de linho ou de lã, em pele ou em qualquer obra de
peles, se a praga for esverdinhada ou avermelhada na veste, ou na pele, ou na
urdidura, ou na trama, em qualquer coisa feita de pele, é a praga de lepra, e
mostrar-se-á ao sacerdote.
O sacerdote examinará a praga e encerrará, por sete dias,
aquilo que tem a praga. Então, examinará a praga ao sétimo dia; se ela se
houver estendido na veste, na urdidura ou na trama, seja na pele, seja qual for
a obra em que se empregue, é lepra maligna; isso é imundo. Pelo que se queimará
aquela veste, seja a urdidura, seja a trama, de lã, ou de linho, ou qualquer
coisa feita de pele, em que se acha a praga, pois é lepra maligna; tudo se
queimará.)
Mesmo lavando o material o tal deveria ser
destruído. O mesmo acontecia com as paredes de uma casa, se a parede fosse
raspada e após isso a mancha não retornou a casa era declarada limpa, isso após
uma cerimônia em que um pássaro era sacrificado e o outro libertado, Lv. 14. 48 (Porém,
tornando o sacerdote a entrar, e, examinando, se a praga na casa não se tiver
estendido depois que a casa foi rebocada, o sacerdote a declarará limpa, porque
a praga está curada.)
Lv. 14. 49-53 (Para purificar a casa, tomará duas
aves, e pau de cedro, e estofo carmesim, e hissopo, imolará uma ave num vaso de
barro sobre águas correntes, tomará o pau de cedro, e o hissopo, e o
estofo carmesim, e a ave viva, e os molhará no sangue da ave imolada e nas
águas correntes, e aspergirá a casa sete vezes. Assim, purificará aquela casa
com o sangue da ave, e com as águas correntes, e com a ave viva, e com o pau de
cedro, e com o hissopo, e com o estofo carmesim. Então, soltará a ave viva
para fora da cidade, para o campo aberto; assim, fará expiação pela casa, e
será limpa.)
As leis de impureza são bastante incomuns, e as
cerimônias de purificação são incomuns também. Por que uma novilha vermelha era
mais eficaz do que uma branca ou preta? Havia alguma razão de saúde
pública para que as cinzas de sacrifício fossem despejadas em um lugar limpo ao
invés de um impuro? Por que existiam determinados sacrifícios pelo pecado
mesmo que tal pecado fosse involuntário? Como por exemplo, esbarrar em algum
corpo morto?
Por que a água da limpeza fazia com que algumas
pessoas ficassem limpas e outras imundas? Há muitas perguntas que não
podemos responder. A distinção entre o puro e o impuro, tanto quanto podemos
entender, era uma prática estritamente cerimonial. Acima de tudo, as
regras lembravam aos israelitas que eles eram diferentes de outros povos. Nascimentos
e mortes lembravam o povo de que deveriam estar em harmonia com Deus. As atividades
diárias lembravam ao povo que eles não estavam perfeitamente santos.
Várias regras davam ao povo freqüentes lembretes
que Deus tinha algo a dizer sobre como eles deveriam viver. As coisas
sagradas eram diferentes das coisas comuns, e para um israelita, ser santo para
Deus, era diferente das outras nações. As leis sobre a impureza pode ter dado
aos israelitas alguns benefícios de saúde pública, mas esses benefícios parecem
mais incidentais do que o objetivo principal. Se a (praga em uma parede, acredito ser o mofo) era um perigo para a
saúde pública, naturalmente seria perigoso para qualquer um raspar o interior
das paredes das casas. Ou mesmo para o sacerdote examinar algum leproso.
Deus não instituiu essas leis objetivando
quaisquer benefícios de saúde. Embora possamos discernir, a partir de nossa
perspectiva do século 20, alguns benefícios com algumas dessas práticas,
não podemos afirmar que todas visavam os princípios de saúde. Atualmente
ninguém é considerado impuro se matar um mosquito e esse deixar sangue em seu
braço. Além disso, não existe um método de purificação exterior para se achegar
a Deus, fazemos isso por meio de Cristo, todos os procedimentos de lavagem são
agora obsoletos Hb. 9. 10, (Os quais não passam de ordenanças da carne, baseadas
somente em comidas, e bebidas, e diversas abluções, impostas até ao tempo
oportuno de reforma.)
É claro que uma boa higiene é
fundamental para a saúde, mas isso não está em discussão nos conceitos bíblicos
de puro e impuro.) O exemplo de Jesus é instrutivo. Ele tocou em pessoas
com lepra Mt. 8. 3 (E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero,
fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra.) Mesmo
que as pessoas ficassem curadas, segundo as regras da antiga aliança, tanto
elas como Jesus seria impuro até à tarde. No entanto, Jesus não fez nenhum
esforço para evitar isso. Também não lemos que Jesus nunca participou de
uma cerimônia de purificação. Na nova aliança, alguns casos relatados
como, por exemplo, tocar em uma pessoa morta não afeta o nosso estado com Deus. A
limpeza que nos é necessária é o arrependimento, isso nos faz limpos no sentido
religioso.