O
movimento adventista se orgulha em dizer que exclusivamente possui a mensagem
de saúde, inclusive referem-se a tal mensagem (reforma de saúde) como sendo um
anexo as três mensagens angélicas encontradas no livro do apocalipse capítulo
14. Para isso, valem-se das declarações de sua profetiza E.G.W. Assim sendo, a
mensagem adventista ensina para os seus convertidos que a mensagem de saúde
consiste em se voltar ao máximo para o vegetarianismo.
Primeiramente
nós encontramos a seguinte declaração de E.G.W. No livro Conselhos Sobre Saúde,
pág. 20 “A reforma da saúde é um dos ramos da grande obra que deve preparar um
povo para a vinda do Senhor. Ela está tão estreitamente relacionada com a
mensagem do terceiro anjo”. Em outro livro ela diz: “Os que têm sido instruídos com relação aos efeitos prejudiciais do uso
da alimentação cárnea, do chá e do café, bem como de comidas muito
condimentadas, e que estão resolvidos a fazer com Deus um concerto com
sacrifício, não hão de continuar a satisfazer o seu apetite com alimentos que
sabem ser prejudiciais à saúde”. Conselhos Sobre o Regime alimentar, pág.
381.
Baseado
apenas nestas duas declarações de E.G.W. Podemos descrever que para ela a
proibição por parte de Deus no AT. Com relação às carnes imundas, significa
algo prejudicial à saúde dos judeus. Seria isso uma realidade bíblica? Não, a
bíblia não faz diferenciação entre impurezas; por exemplo: não diz que a
impureza dos animais era diferente de qualquer outra impureza, e isso nós
veremos mais a frente.
Neste
assunto não iremos entrar na questão das mensagens angélicas de apocalipse 14,
o objetivo aqui é tratar um pouco mais, a respeito da impureza descrita na
bíblia. Na atualidade nós somos sabedores que realmente existem determinados
tipos de produtos relacionados como alimento, os quais são prejudiciais, entre
eles podemos destacar: os refrigerantes e os embutidos, no entanto, na
atualidade em se tratando de alimentação, o que na verdade não está
contaminado? Em outras palavras, o que não é prejudicial?
No
entanto, apesar da IASD. Fazer um trabalho de conscientização com respeito a
esses tipos de produtos que ora temos como alimentícios, a ênfase, maior é dada
com relação ao alimento cárneo, e as carnes ditas como imundas são as
principais. A questão principal deste assunto a ser abordado é: estaria Deus
instruindo o povo do AT. A não consumir determinadas carnes tidas por imundas
por questão de saúde? Como dito acima, a bíblia não diferencia, por exemplo, a
imundície relacionada ao porco com relação ao cadáver.
Se fizermos
uma busca detalhada, veremos que a palavra imunda no hebraico é tame’ e não diz respeito à saúde, mais
sim a questão religiosa, cerimonial, sexual. Ou seja, alguém poderia se poluir
sexualmente, se corromper religiosamente, ou não estar puro, cerimonialmente. A
palavra (tame’ imundo no hebraico)
não quer dizer que determinadas carnes contém vermes e bactérias. Não estou
defendendo nem mesmo incitando o consumo de carnes, seja ela de qual animal
for, come quem quer.
Sabemos
também que a carne de porco pode ser prejudicial para algumas pessoas, aqui no
Brasil costumamos chamar este tipo de carne, de carne remosa, é um tipo de
irritação que provoca alguns pruridos e urticárias, claro está que não são
todas as pessoas que são propensas a este tipo de desconforto. O mesmo podemos
dizer da carne bovina, algumas pessoas também são alérgicas e são
impossibilitadas de consumi-la. No entanto, todas elas após o abate são
propensas as bactérias, contudo, se cozidas adequadamente tais bactérias não
serão prejudiciais.
Dt. 7. 15 “O Senhor afastará de ti toda enfermidade;
sobre ti não porá nenhuma das doenças malignas dos egípcios, que bem sabes;
antes, as porá sobre todos os que te odeiam.” É comum entre os adventistas dizerem
que a saúde prometida por Deus advêm da obediência ao que eles entendem por
leis de saúde, fica claro, no entanto, que a promessa de Deus está baseada na
observância de toda a aliança, ou seja, seria uma bênção sobrenatural, e não simplesmente um resultado de uma
dieta natural.
A
questão do puro e impuro no AT. Vai muito além de comer ou não comer, por
exemplo: Lv. 11. 39-40 “Se morrer algum
dos animais de que vos é lícito comer, quem tocar no seu cadáver será imundo
até à tarde; quem do seu cadáver comer lavará as suas vestes e será imundo até
à tarde; e quem levar o seu corpo morto lavará as suas vestes e será imundo até
à tarde.” Naqueles
dias mesmo um animal próprio para consumo não poderia ter o seu cadáver tocado,
tocar em um animal considerado limpo é algo impróprio para a saúde? Na realidade
a própria expressão, “imundo até a tarde” confirma o mandamento cerimonial e exclui a questão da
saúde.
Outra questão que
deve ser bastante enfatizada é a expressão hebraica para impuro e imundo, como
vimos acima a palavra tame’ nos
revela que não se trata de uma questão de saúde mais de impureza, não uma
impureza interna, mais sim cerimonial. Is.
52. 1 “Desperta, desperta, reveste-te
da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas roupagens formosas, ó Jerusalém,
cidade santa; porque não mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo.” Isaías falou de algum judeu que estava com
problemas de saúde? Não, ele se referiu aos judeus que não cumpriam os
mandamentos e assim se tornavam impuros, impróprios, inadequados para
participar da religião judaica.
Outro fato importante a ser lembrado é que a palavra de
Isaías 52. 1 para imundo é a mesma para designar os animais impróprios para o
alimento, é a palavra tame’. Lv. 11. 44 “Eu sou o Senhor,
vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou
santo; e não vos contaminareis por nenhum enxame de criaturas que se arrastam
sobre a terra.” Ao saírem da terra
do Egito, o objetivo de Deus para o povo judeu é que eles fossem diferenciados,
ou separados, santo no original.
Os animais representavam isso, limpos ou impuros,
referindo-se aos judeus e gentios. Lv.
20. 26 “Ser-me-eis santos, porque eu,
o Senhor, sou santo e separei-vos
dos povos, para serdes meus.” Tanto
é assim que os não judeus poderiam comer aquilo que para os judeus era proibido,
Dt. 14. 21 “Não comereis nenhum animal que morreu por si. Podereis dá-lo ao
estrangeiro que está dentro da tua cidade, para que o coma, ou vendê-lo ao
estranho, porquanto sois povo santo ao Senhor,
vosso Deus...”
Se a questão da impureza alimentar estivesse relacionada
a saúde, naturalmente Deus não iria permitir que os não judeus que habitavam em
Jerusalém comessem de tais alimentos. Fato é que isso poderia se transformar em
uma epidemia, e assolar até mesmo o povo da aliança.