No
mundo pagão do 1º século, as pessoas ofereciam sacrifícios aos ídolos, vemos
pela bíblia Paulo exortando aos convertidos da cidade de Corinto sobre esta
questão. Na cidade de corinto principalmente, era comum oferecer sacrifícios em
forma de carne para os ídolos, parte
era para os sacerdotes, e parte era para os adoradores, que a utilizavam para
uma refeição ou uma festa, seja no templo, seja num lar. Contudo, parte da
carne que havia sido oferecida aos ídolos muitas vezes era entregue a algum
açougue, para ser vendida.
1ª Co. 8. 1 “ORA, no tocante às coisas
sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos temos ciência. A ciência incha, mas
o amor edifica”. Paulo faz a sua palestra e no
final do capítulo vemos ele dizer que o sacrificado ao ídolo deveria ser
evitado não pelo fato do ídolo ser alguma coisa, mas sim por causa da
consciência alheia, 1ª Co. 8. 10 “Porque, se alguém te vir a ti, que tens
ciência, sentado à mesa no templo dos ídolos, não será a consciência do que é
fraco induzida a comer das coisas sacrificadas aos ídolos?”.
Como a cidade de Corinto
pertencera ao domínio grego e posteriormente ao domínio romano, os deuses que
predominavam em seus templos eram numerosos, esses deuses ou daimones
(demônios) os quais a princípio eram tidos como os distribuidores de bênçãos
eram aclamados, e na concepção dos cidadãos da cidade merecedores de
sacrifícios e homenagens. Reparem no contexto do capítulo 8 de 1ª coríntios,
onde Paulo descreve a pluralidade, não só dos ídolos, mas também de deuses e
senhores.
E
este capítulo 8 é de suma importância para nós os que cremos, importante para
provar ao menos duas coisas: (1º) a despeito do meio cristão insistir que
devemos ter respeito pelos ídolos no sentido de nos preocuparmos com uma
“vingança” dos mesmos, Paulo nos revela de que o ídolo nada é no mundo, 1ª Co. 8. 4 “Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos
que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro Deus, senão um só”.
Estaria
Paulo sendo desrespeitoso com os ídolos pagãos? Não! Até porque para ele, o
ídolo era apenas uma criação da mentalidade humana, uma representação daquilo que
o ser humano idealizou como sendo a forma de um ser superior, no contexto de
coríntios os distribuidores de bênçãos. Percebe-se claramente que Paulo não
restringiu o uso da carne pelo ídolo em si, mas por causa da consciência
alheia, 1ª Co. 8. 8 “Ora a comida não nos faz agradáveis a Deus,
porque, se comemos, nada temos de mais e, se não comemos, nada nos falta”.
Mas
alguém irá dizer: - ora não estaria alguém ao comer algo sacrificado agradando
ao demônio? Ninguém deve fazer nada que contrarie a sua consciência, no
entanto, é bom ter em mente que o demônio na verdade refere-se não aquilo que a
cristandade tem rotulado atualmente, o demônio era tido na antiguidade como um
ser do plano superior o qual trabalhava com o intuito de distribuir as bênçãos
aos seres humanos, posteriormente eles se rebelaram e passaram a distribuir também
maldição e calamidades. Deve se ter em mente que este pensamente fazia parte do
mundo pagão.
A
segunda questão de suma importância encontrada no capítulo 8 de 1ª coríntios é
algo extremamente simples e ao mesmo tempo revelador para a cristandade em
geral, não sei como algo tão consistente pode passar despercebido, me refiro
aos versos 4 a 6 de 1ª Coríntios, o verso 4 foi lido a cima e nos diz que
apesar existir os ídolos no mundo só há um Deus, em outras palavras como diz o
verso não há outro Deus, senão um só.
Esta segunda questão eu disse ser importante visto ela comprovar claramente que
não existe uma trindade de deuses ou de Deus como queiram.
O argumento dos
trinitarianos será: - ora acreditamos e ensinamos também que existe somente um
Deus agindo por meio de três pessoas, assim sendo 1ª Co. 8. 4 não prova nada
contra a trindade. Bem, como resposta deve admitir que o credo trinitário seja
dito exatamente dessa forma, de que há um Deus existindo em três pessoas. O
grande problema teológico é que tal informação não encontra apoio em parte
alguma da bíblia, em outras palavras a bíblia diz sim que existe somente um
Deus, porém não diz que Ele atua por meio de três pessoas, assim sendo o verso
4 de 1ª Coríntios 8 começa a comprovar que Deus é um e um mesmo.
E
voltando ao contexto de Coríntios, onde as pessoas eram muito supersticiosas,
cercadas pelos ídolos, Paulo abre um leque maior da realidade daquele lugar,
alias não só daquele, mas de todo o mundo; e o próximo verso descreve não a
realidade passada da cidade de Corinto, mas a realidade contemporânea, 1ª Co. 8. 5 “Porque, ainda que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu
quer na terra (como há muitos deuses e muitos senhores).
Para
o povo daquela cidade existiam os inumeráveis deuses, tanto é assim que Paulo
relata-nos dizendo que a concepção dos cidadãos de corinto era de que os deuses
habitavam não só o céu, mas também a terra, isso disse ela, com relação aos
ídolos temidos pelo povo. Portanto os deuses dos cidadãos da cidade de Corinto
eram os ídolos os daimones (ou demônios) os quais eles faziam as suas
oferendas.
É
bom atentarmos para o final do verso cinco, onde Paulo nos diz que além dos
muitos deuses existem também os muitos senhores; na verdade esse senhorio dito
por Paulo está relacionado à questão da escravidão, algo comum no 1º século, no
entanto, a questão do senhorio continua, apesar de em grande parte do mundo não
mais existir uma escravidão declarada ou legalizada.
Mas
a despeito de muitos e em toda parte se sentirem e se intitularem senhor devido
ao seu poderio Paulo no verso 6 não descarta esse título desejado pelos homens,
porém destaca claramente que para nós os que cremos há um só Senhor e este
Jesus Cristo. 1ª Co. 8. 6 “Todavia
para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só
Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele.
É certo também que por
motivo de orientação, respeito ou tradição aqui no Brasil, por exemplo, temos o
costume de chamarmos os mais velhos de Sr. Sra. Claramente isso não influencia
na espiritualidade e devoção ao único Senhor que é Jesus Cristo, a quem o poderio
e o domínio completo será dado, mas por outro lado o verso seis destaca algo
importante e talvez até perturbador, diz que para nós há, ou seja, existe um só
Deus.
E na continuação do
verso percebem-se claramente dois erros crassos do trinitarianismo, o primeiro
é dito que Jesus é Senhor e não Deus; existe uma diferença nisso, a crença
judaico-cristã do primeiro século ensinou e acreditou até o fim de que Jesus
irá reinar sobre a terra, reinará sobre os homens e como homem, naturalmente
como um homem não mais sujeito a morte, por isso é dito que a despeito de
existirem muitos senhores só há um só Senhor de todos.
Já a segunda questão
refere-se a Deus, como sabemos a doutrina da trindade ensina que existe um só
Deus, agindo por meio de três pessoas, algo desconhecido dentro da bíblia, o
interessante é que quando digo que existe um só Deus eu que encontrar apoio
para isso e o verso seis é claro em dizer que esse único Deus é o pai, assim
sendo para nós há um só Deus, o Pai.
Não tem erro nem mesmo mistério. Então fica claro que existe uma diferenciação
entre Deus e Jesus, Deus é o pai e Jesus Cristo é o Senhor, algo completamente
distinto, Fl. 2. 11 “E toda a
língua confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai”.