sábado, 21 de janeiro de 2012

Não vos assemelheis a eles.

Ao meditarmos na quantidade de denominações cristãs existentes somente no Brasil, somos levados a crer que é muito fácil se dizer cristão. Naturalmente me incluo nesta árdua tarefa de realmente ser cristão, sim, difícil no sentido de seguir o que o nosso mestre Jesus nos ensinou. Na verdade desde tempos remotos Deus estipulou para os israelitas um princípio a se desempenhar conforme registrado em Lv. 20.7 - (Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o Senhor, vosso Deus.) 


Esta palavra hebraica para santo é qadash e significa consagrar, santificar, preparar, dedicar, ser consagrado, ser santo, ser santificado, ser separado. Percebemos que ser santo é algo inteiramente diferente daquilo que o cristianismo popular ensina. Vemos ainda que o fato de ser separado, ou não estar em acordo com o sistema mundano vigente, já é algo sublime, naturalmente para os fieis cristãos, para os mundanos, essa atitude é denominada como loucura. 1ª Co. 1.18 - (Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.) 


É lógico que o fato de não se conformar, ou não estar de acordo com este século, deve partir do interior, em outras palavras deve ser algo realizado por Deus. O ser santo também tem outros objetivos e um deles é não ser separados apenas para viver uma vida infrutuosa, vejamos: Rm. 8.29 - (Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.) 


Deus irá salvar apenas os que se conformarem com a imagem de Cristo, Ele não salvará denominação, nem mesmo cristãos nominais. E aí é que a tarefa de ser cristão se torna difícil. Quer sejamos cristãos ou não, recebemos no decorrer de nossas vidas influências que acabam se moldando e formando nossa personalidade. Por exemplo, vivemos em uma sociedade onde o que rege a conduta do individuo é a lei de talião, ou seja, uma espécie de justiça espelho, “a lei do olho por olho”. Esse é o sistema vigente para um mundo imperfeito, ou com a medida que medires te medirão também... 


Lamentavelmente todos indistintamente agimos assim. Mas, Jesus Cristo certa vez disse: Mt. 6.8(Não vos assemelheis, pois, a eles...) Recriminamos as pessoas com relação as injustiças praticadas e certas atitudes realizadas, porém, na maioria das vezes desejamos fazer o mesmo. Qual foi a atitude de Jesus, e qual deve ser a nossa?   1ª Jo. 2.6 – (aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou.) Confronte este ensinamento com o que está escrito em 2ª Tm 3.1-5 – (Sabe, porém, isto nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.) 


Essa é a maior realidade, os tempos são trabalhosos. Apesar do verso 5 está se referindo aos ditos cristãos, ou os que tem forma de piedade, o que dizer do mundo ímpio então? Alias, antes de dizermos que somos cristãos devemos fazer um alto exame, afim de ver se não estamos inseridos neste contexto de 2ª Tm 3.1-5. quando nos deparamos com pessoas arrogantes, por exemplo, qual é o nosso pensamento, e isso automaticamente? Mas, na verdade o que deveria surgir em nossas mentes deveria ser as palavras e Jesus, (Não vos assemelheis a eles.) 


O não revidar não parte de nós, é obra de Deus em nossas vidas. Sendo assim o cristão que está sendo santificado lutará para mortificar os desejos carnais, esses mesmos que nos incitam a respondermos aos inimigos do bem, Gl. 5.24 (E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.) Apesar de ser obra de Deus em nossas vidas, Paulo nos diz que os que são de Cristo crucificaram, ou seja, um ato humano. A obra de Deus consiste em nos chamar das trevas para a luz, e nos capacitar, a trilhar o bom caminho, no sentido de nos aperfeiçoar e dar discernimento em fazer o certo ao invés do errado, nos santificar, como está escrito em Fp. 1.6 - (Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.


Mas, o executar, materializar tal ação, eu devo fazer. Tanto é assim que o próprio Deus admoestou a Caim nestes termos, Gn. 4. 7 - (Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.) Muitos poderão argumentar, mas, isso não é santificação, é força de lei. Na realidade essa força de lei só é valida para os que estão sendo santificados, pois os ímpios não estão nem um pouco preocupado com os seus semelhantes, fato que confirma isso foi a atitude do próprio Caim. Assim como Caim somos tendentes a seguirmos o curso do mundo e os seus padrões. 


Ef. 5.3-6 – (Mas a impudicícia=( luxúria, lascívia, sensualidade)  e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças. Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.) Percebemos então que a santificação é um modo de viver diferenciado do mundo e da nossa própria natureza pecaminosa. 


Rm. 12.1-2 – (Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.) Não se conformar, ou não estar de acordo, essa é uma atitude somente de quem realmente está separado por Deus. Lógico que nós pecadores não vivemos 24 hs. sem pecar, mas, uma coisa não podemos deixar de ter em mente, é ter consciência de quem somos e professamos ser. 


Ao assistirmos os desvarios da vida somos impulsionados a dizer, todos não fazemos isso e aquilo? Lembremo-nos sempre da admoestação do apostolo que diz... Não convém a santos... Se realmente fomos chamados por Deus e separados por Ele, não podemos de nenhuma forma nos moldar aos costumes e ensinamentos dos mundanos. Ainda no caso de Caim, lembremos sempre que o seu egoísmo foi o elo que ligou o ódio a prática do assassinato, Gn. 4.9 – (Disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei; acaso, sou eu tutor de meu irmão?) 


Vivemos em uma sociedade onde não conseguimos agradar a todos, isso é ponto pacífico. Porém, ao tratarmos com os irmãos (de fé, ou carnal) não podemos como Caim ter um sentimento egoísta, pois ...não convém a santos... Gl. 6.2 – (Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo.) 1ª Co. 10.24 – (Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem. Baseado nestes dois versos é que volto a lembrar o que disse no início da postagem, é muito fácil se dizer cristão, mas, na prática é uma tarefa tremendamente árdua. 


Porém, não devemos desanimar nem nos dar por vencidos, a batalha não é nossa, mesmo o reconhecimento da nossa inoperância quanto a de fato ser cristão não procede de nós, sendo assim aguardemos com oração a promessa de Deus, registrada pelo apostolo em 1ª Ts. 5.23-24 – (O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.) Somente assim se cumprirá em nós as palavras de Pedro, que disse: (Pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento,  porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo. 1ª Pe. 1.15-16. Ser santo em todo o nosso viver.