Segundo
a sociedade bíblica do Brasil o texto de 1ª João 5: 7 e 8. Não faz
parte do original grego, sobre isso o Dr. Bruce Metzger, um trinitariano e uma
das maiores autoridades atuais sobre os manuscritos gregos do novo testamento
que coopera com as sociedades bíblicas unidas, a fraternidade da qual a
sociedade bíblica do Brasil faz parte disse:
Todos os
manuscritos Gregos mais antigos do novo testamento datados do segundo e
terceiro séculos omitem as palavras: no céu, o pai, a palavra e o Espírito
Santo; e estes três são um. E três que testificam na terra. Segundo o Dr.
Metzger, estas palavras só começaram a aparecer em comentários e sermões sobre
o texto de 1ª João no final do século IV e muito posteriormente em um
manuscrito latino do século treze.
O Dr
Metzger disse ainda que as palavras aqui em questão podem ter sido o comentário
que um copista fez na margem do pergaminho em que trabalhava, e posteriormente
outro copista incorporou o comentário marginal ao texto bíblico. Vejam em:
http://www.sbb.org.br/interna.asp?areaID=68
Sendo assim de forma coerente o texto de 1ª João 5.7 e 8. Não serve para provar
a trindade, para os trinitarianos o jeito é apelar para Mateus 28. 19 e 20. Que
diz: (Portanto, ide, ensinai todas
as nações, batizando-as em nome do pai, do filho, e do Espírito Santo;
ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que
estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos.)
No
entanto, esta formula batismal tem trazido controvérsia entre os estudiosos por
diversas razões: A sugestão de existência de uma trindade não se coaduna com a
crença monoteísta do público alvo do evangelho de Mateus, os judeus.
O
contexto do capítulo 28. Especialmente o verso 18. Diz que toda a autoridade
foi dada a Cristo. Isto sugere, naturalmente, uma ação posterior em nome de
quem tem e delega a autoridade, no caso, em nome de Jesus apenas. Todas as
orientações de Cristo e as ações dos discípulos, no caso, milagres, as
reuniões, orações, pregações, e advertências, foram feitas em nome de Jesus
apenas.
Posteriormente
os discípulos batizaram também em nome de Jesus somente, este episódio está
relatado no livro de atos. Há evidências de que a fórmula batismal trinitariana
não conste no original, mas tenha sido adicionada posteriormente. Passaremos a
analisar cada uma destas causas de controvérsias.
O
objetivo de Mateus com o seu evangelho era alcançar os judeus, convencendo-os
de que Jesus Cristo era o Messias descrito pelos profetas do velho testamento.
Assim como Moisés foi o libertador do povo de Israel, Mateus apresenta Jesus
Cristo para os judeus como aquele que os libertaria do pecado e estabeleceria o
seu reino. Tendo como o público alvo os judeus, causa-nos no mínimo alguma
estranheza a menção de uma formula batismal que sugira a existência de uma
trindade jamais aceita pelos destinatários do seu evangelho.
A crença
dos judeus se baseia totalmente no velho testamento, onde não há qualquer
sugestão da existência de um Deus composto por três pessoas. Baseados no velho
testamento, os judeus aceitam um único Deus e a proposta de um Deus tríplice
soaria absurda. Ademais, o objetivo de Mateus não era convencê-los da
existência de uma trindade, mas mostrar Jesus como Messias, o libertador
espiritual de Israel. Como em todo o texto controvertido, temos que dedicar
tempo e esforço para a compreensão não apenas do verso em questão, mas também
do seu contexto.
Neste
ponto devemos compreender claramente o que significa fazer algo em nome de
alguém. Mt. 28.18. Toda autoridade
foi dada para Cristo. Quem lhe deu tal autoridade? A bíblia declara que o pai
concedeu ao filho toda autoridade. Jo.
5.26-27. Jo. 17.1-2. Rm. 13.1. Ap. 2.26-27.
Percebemos
nestes versos que a autoridade a que Mateus se refere é a autoridade que Cristo
recebeu do pai, e não da trindade. E por isso Jesus agia em nome do pai. Jo. 5.43. Seria esperado, portanto,
na sucessão natural da grande comissão que Jesus comissionasse os discípulos
como seus representantes, seus procuradores.
A ordem
natural de Cristo seria que os discípulos agissem em nome daquele que lhes
conferiu a autoridade, ou seja, em nome de Jesus somente, pois era Jesus que
estava concedendo autoridade aos seus discípulos naquele momento. Assim como a
autoridade que Jesus possuía foi derivada do pai e por isso Jesus agia em nome
do pai, da mesma forma a autoridade que os discípulos possuíam era derivada de
Jesus, e o esperado seria que os discípulos agissem em nome de Jesus apenas.
At. 4.5-10.
Porém surpreendentemente, embora a autoridade tenha sido concedida por Cristo,
o texto que lemos em quase todas as versões da bíblia hoje é para que os
discípulos batizem em nome da trindade. Isto é no mínimo muito estranho! Toda a
regra de concessão de autoridade e ação em nome de quem concedeu a autoridade é
quebrada.
O
natural seria: o pai concede autoridade ao filho, o filho por sua vez atua em
nome do pai, e concede autoridade aos seus discípulos, que por sua vez estes
atuam em nome de Jesus, pois foi quem lhes concedeu autoridade. O livro de atos
relata vários batismos, mas nenhum deles foi realizado em nome da trindade, os
exemplos que temos da era apostólica demonstram claramente que os batismos
foram realizados em nome de Jesus apenas.
Vejamos
alguns exemplos: At. 2.38; 8.16; 10.48; 19.5. Por que os discípulos batizaram
em nome de Jesus, e não em nome do pai, do filho e do Espírito Santo? Por que os
batismos atualmente são em nome da trindade? E isso baseado em apenas um verso
e ignorando todos os demais que ensinam que o batismo deve ser em nome de
Jesus?
Em nome
de quem Paulo diz que "fomos batizados" Rm. 6.3. Exortando sobre a
necessidade de unidade em Cristo, o que Paulo pergunta aos coríntios? 1ª Co. 1.13.
Embora este verso não diga tão claramente quanto os anteriores que o batismo é
em nome de Jesus, há evidência clara da intenção do apóstolo.
Escrevendo
aos gálatas, Paulo reafirma o que foi dito até o momento. Gl. 3.27. Não apenas
os batismos foram realizados em nome de Cristo, mas todas as palavras e obras
dos cristãos devem ser em nome de Jesus Cristo, não em nome do pai, do filho, e
do Espírito Santo. Cl. 3.17.
Paulo
recomenda que tudo deve ser feito em nome de Jesus. O que está incluído nesta
expressão "tudo"? Todas as coisas estão incluídas aqui inclusive
batismos. Além do batismo as orações devem ser feitas a Deus em nome de Jesus
apenas. Jo. 14.13-14; 15.16; 16.24-27. Advertências
admoestações e repreensões foram feitas em nome de Jesus e nunca em nome da
trindade.
1ª Co. 1.10; 5. 4. 2ª Ts. 3.6. Nenhum milagre foi feito em nome da trindade, mas em nome
de Jesus. Mt. 7.22. Mc. 9.38-40;
16.15-18. Lc. 10.17. At. 3.6; 4.7-12; 4.30; 16.18.
As obras
de caridades também foram realizadas em nome de Jesus. Mt. 18.5. Mc. 9.37 e 41. Lc. 9.48. Até mesmo as reuniões
espirituais e pregações devem ser feitas em nome de Jesus e nunca em nome da
trindade. Mt. 18.20. Lc. 24.46-47. At.
4.18; 9.27 e 29. Ef. 5.20. Tg. 5.10.
Até o
Espírito é enviado em nome de Jesus. Jo. 14.26. Enfim como diz Paulo, tudo deve
ser feito em nome de Jesus, pois nossa salvação é também em nome do nosso
Senhor Jesus Cristo. Jo. 20.31. At.
4.12. 1ª Co. 6.11. Vejam o que diz a Bíblia de Jerusalém – Edições Paulinas
– 1991, pg. 1896, em nota de rodapé sobre Mateus 28.19. “É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula reflita
influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva.
Sabe-se que o livro dos Atos fala em batizar “no nome de Jesus” (cf. At. 1,5 +
2,38 +). Mais tarde deve ter-se estabelecido a associação do batizado às três
pessoas da Trindade.”
Analisando
o mesmo contexto no livro de Lucas, vemos que após a
sua ressurreição Jesus esteve reunido com os seus discípulos e disse:
(e em seu nome, pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as
nações, começando por Jerusalém. Lc.
24.47. Vejam que aqui as palavras se diferem de Mateus 28.20